Projeto Pedagógico Escolar (parte I)

Educação Física vs. Desporto Escolar

Estaremos falando por algum tempo da “Educação pelo movimento, a Psicocinética na idade escolar”, título em português da obra do francês Jean Le Boulch, professor de educação física, médico e psicólogo já falecido. No preâmbulo o autor se dirige ao professores primários (elementar) e aos professores de educação física. Daí nossa preocupação em ocupar o espaço desse blogue com a matéria, uma vez que se trata do objetivo principal do Procrie, isto é, prover os docentes de ferramentas capazes de beneficiar seus alunos com uma prática regular de educação física, especialmente àqueles que por circunstâncias tenham dificuldade em seus estudos e vivências.

Pedagogia do êxito

Ao final do livro (sétima parte), Le Boulch contempla os leitores com os “Jogos com Regras”, em que considera o esporte, tal como é praticado pelo adulto, como uma categoria inadequada quando se trata de descrever a atividade da criança. Esses jogos têm um significado diferente dos esportes coletivos do adulto. Em outra obra – Vers une science du mouvement humain –, coloca em evidência a importância do jogo no desenvolvimento da criança, insistindo a respeito de suas características próprias que a afastam tanto do jogo-distração do adulto, como do esporte competitivo, que constitui um verdadeiro trabalho centrado num objetivo a ser atingido (performance) e exige um treinamento que na maioria das vezes reveste o aspecto de um drill. Por fim, considera que o jogo, atividade própria da criança, que toma formas diferentes de acordo com a idade, está centrado no prazer proporcionado por sua prática, sendo ainda o motor essencial do seu desenvolvimento.

Bem entendido, a criança é influenciada pelas atividades do adulto, imitando-a por necessidade de identificação. Mas não é por praticar aparentemente a mesma atividade objetiva, basquete, futebol, handball etc. que a criança deveria vivê-la sob o modo adulto. Seria de utilidade lembrar que um grupo de crianças não é uma mera imitação de um grupo de adultos, mas uma realidade coletiva particular possuindo características próprias. Enfim, estaremos discutindo e dando forma a uma pedagogia escolar em que se pretende conciliar a atividade educação física propriamente dita e a formação desportiva da criança. Que aspectos considerar nessa empreitada, os métodos a empregar, a parte que cabe ao mestre e ao próprio aluno. Passaremos ainda pelas experiências e conselhos de Célestin Freinet descritos em Techniques de la vie e Essai de psychologie appliquée à l’éducation, citados por Le Boulch.

Assim, cremos serem de bom alvitre as ilustrações que os mestres franceses nos oferecem, uma vez que as discussões são atuais no Brasil, ainda mais com a série de competições internacionais do futebol e a antevisão de uma Olimpíada em solo pátrio. Afinal, é a indagação que todos fazem, “quem deve prover a nação com o talento de nossos atletas, a escola ou o clube”? Seria compatível com o projeto pedagógico da escola uma prática desportiva voltada para a prospecção de talento? Qual a sua opinião?

Lembrando aos interessados que dispusemos em http://prezi.com/9nhuhq5t7coh/procrie/ (ou o linque neste blogue PROCRIE no PREZI), um esboço para um estudo mais aprofundado do assunto, inclusive um projeto pedagógico aplicável a escolas e clubes. Os professores perceberão de imediato as sutilezas e nuances das propostas.

Voltaremos ao tema. Até lá, visitem PROCRIE no PREZI, um Contributo ao Desenvolvimento do Voleibol.

 

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