Olho de Falcão, Carnaval e Neve

1. Foto de satélite mostra Itália coberta por camada de neve 

(Deu no Terra, 15 de fevereiro de 2012)

Foto: ESA/BBC Brasil.

Uma imagem feita por satélite mostra uma camada de neve encobrindo a Itália, em meio a uma onda de frio que assola o leste e o centro da Europa. Realizada na última segunda-feira pelo satélite Envisat, da Agência Espacial Europeia (ESA, sigla em inglês), a foto evidencia o impacto da neve na Península Itálica, onde diversas estruturas foram afetadas. Construções históricas também sofreram os efeitos da neve. A cidade medieval de Urbino, famosa por seu muro, apresentou danos, enquanto fragmentos que caíram do Coliseu, em Roma, levaram ao fechamento do local para turistas. Na Sérvia, o rio Danúbio – segundo maior da Europa – congelou em alguns trechos, obrigando o uso de embarcações quebra-gelo para normalizar sua navegabilidade.

História  Esta notícia me fez evocar uma breve conversa que tive com respeitável técnico brasileiro quando esteve militando no voleibol italiano. Ele, o Paulo Roberto (Bebeto) de Freitas e o Bernardo Rezende. Querendo mostrar-me que já conhecia consideravelmente o mini voleibol, disse-me que os filhos do Bernardinho e do Bebeto, ainda crianças, jogavam o mini em terreno aberto, numa pequena rede que armavam na rua, e com um detalhe: até na neve! Deixei-o fazer mais considerações e, finalmente, me pronunciei com poucas palavras: “Foi muito bom saber disso, pois quem presenteou o menino do Bebeto com a redinha e os postes feitos de cabo de vassoura (retráteis) fui eu. Ele já jogava na rua, em Ipanema, onde morava”. E mais não foi dito. Hoje, um deles – o Bruno – só joga em ginásio climatizado, piso e tênis especiais etc. O outro, não me recordo o nome, esteve atuando no vôlei de praia há algum tempo, mas creio não ter dado continuidade. Da historinha tenho certeza de uma coisa: lancei a semente para que as crianças desfrutassem de maneira lúdica, bastante divertida, as primeiras experiências com o voleibol. E de forma construtivista, isto é, com mínima ou nenhuma interferência de um professor.   

2. “Olho de Falcão” na Liga dos Campeões

(Deu Sovolei, 15.2.2012; português de Portugal)

A Confederação Europeia de Voleibol (CEV) anunciou a utilização de um sistema computadorizado semelhante ao «Olho de falcão», já vulgarizados nos principais torneios mundiais de ténis, nos jogos da “Final Four” da Liga dos Campeões, em masculinos, a realizar na cidade polaca de Lodz, nos dias 17 e 18 de Março de 2012. O sistema utiliza slow-motions especiais captados por câmaras instaladas em diferentes zonas do recinto de jogo, bem como na rede, e as decisões dos árbitros poderão ser contestadas pelas equipas, através dos respectivos capitães de equipa, por duas vezes em cada set. Se a contestação se verificar acertada, a equipa continuará a poder dispor do mesmo número de oportunidades que possuía antes da jogada se realizar… A CEV referiu que o sistema foi utilizado com sucesso na PlusLiga, a Liga da Polónia, onde actua o distribuidor português Tiago Violas (Jastrzebski Wegiel AS).

Há algum tempo sou colaborador do Sovolei – www.sovolei.com/ – fato este que muito me honra, inclusive pela receptividade que encontrei em Portugal com o Procrie. E vez por outra, tenho postado notícias ou dou a conhecer aos brasileiros, ainda que de forma sucinta, sobre cidades portuguesas onde encontro visitantes ao blog. Assim, como estamos às vésperas de mais um carnaval, o Terra nos brindou com a reportagem que se segue. Vejam detalhes da folia portuguesa… Com certeza! 

3. Em crise, Portugal cancela ponto facultativo de carnaval  

(Deu no Terra, 15 de fevereiro de 2012) 

Funcionários públicos do Estado de Portugal não vão ter ponto facultativo na terça-feira de Carnaval. O objetivo, segundo o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, é aumentar a competitividade e produtividade do país. “É hora de os portugueses perceberem que não estamos em tempo de falar de tradições, mas de saber quem quer trabalhar para vencer a crise”, disse Coelho. “Eu já fiz contas para saber quanto o país ganha se tiver mais dois dias de trabalho, se trabalhar realmente”, disse, sem revelar, no entanto, quanto calcula que o país deve ganhar com a medida. A decisão do governo provocou uma revolta entre os prefeitos. Cerca de 70 prefeituras, incluindo a capital, Lisboa, e alguns bastiões políticos do partido do governo, como Porto, Cascais e Sintra, resolveram ignorar a medida e dar ponto facultativo a seus funcionários. Mesmo assim, a maior parte dos funcionários públicos fica sem ter o feriado de carnaval: são 680 mil na administração central, sem direito à folia, e menos de 100 mil que terão essa possibilidade.

Uma das principais queixas é a surpresa do anúncio. O primeiro-ministro afirmou no dia 3 de fevereiro que a não decretação do ponto facultativo não foi decisão repentina, mas que ele já tinha anunciado isto há cerca de 20 dias. No entanto, a imprensa portuguesa não noticiou a medida em janeiro. Desde que o país vive em democracia, há 37 anos, apenas uma vez o governo não deu tolerância de ponto no carnaval: foi em 1995, quando o primeiro-ministro era o atual presidente, Aníbal Cavaco Silva. A imagem criada foi tão negativa que os analistas políticos consideram que foi o que precipitou o fim de dez anos de seu partido no poder. O acordo de resgate financeiro firmado por Portugal com o FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia prevê um aumento da produtividade do trabalhador português. O cancelamento do ponto facultativo de carnaval deve ajudar o país a cumprir o acordo. O governo pretende ainda cancelar, dependendo ainda de aprovação do Parlamento, os feriados de Corpus Cristi, em 15 de agosto, o dia da Assunção de Nossa Senhora, em 8 de dezembro, o dia da independência, 1º de dezembro, e o da proclamação da República, 5 de outubro.

Foto: Wikipédia.

Torres Vedras. No maior carnaval português, o de Torres Vedras, 40 quilômetros ao norte de Lisboa, a previsão é de prejuízo. “São cerca de 400 mil visitantes na cidade. Se pensarmos que cada pessoa gasta 10 euros numa refeição ou num lanche, o que é baixo, isso significa que serão menos 4 milhões de euros na economia da cidade”, contabiliza Carlos Miguel, prefeito de Torres Vedras à BBC Brasil. Na cidade de 79 mil habitantes o carnaval começa na sexta-feira, com um desfile dos alunos das escolas locais. No sábado, saem os cortejos, mas o grande desfile é na terça-feira. O último dia da festa é na quarta-feira, quando fazem o enterro do bacalhau, um cortejo de despedida. “Temos o carnaval mais tradicional do país. Ele existe de forma organizada há 90 anos”, relata o prefeito. Para Carlos Miguel, o carnaval de sua cidade é único em Portugal. “Os outros carnavais em Portugal se abrasileiraram. Nós mantemos a tradição. É um carnaval que é feito de sátira e críticas à situação, com carros alegóricos que ironizam o presidente da República, o primeiro-ministro e até a mim. Temos um rei e uma rainha do carnaval, que são eleitos, mas a rainha é um homem. Isso vem do tempo em que as mulheres que brincavam o carnaval eram mal vistas”. Segundo o prefeito, o número de foliões que costumam desfilar nos quatro dias chega a perto de 70 mil. “Qualquer pessoa pode entrar no cortejo”, conta o prefeito, que justifica o número de participantes com as pessoas de fora que vem para o carnaval.

Foto: Wikipédia.

O carnaval de Sesimbra, cerca de 35 quilômetros a sul de Lisboa com 45 mil habitantes, é considerado um dos mais parecidos com o brasileiro. “Temos sete escolas de samba e dois blocos. O número de foliões fica perto dos 15 mil e temos mais de 40 mil pessoas assistindo”, conta Felícia Costa, vereadora de Sesimbra responsável pela organização do carnaval. Segundo Felícia, só a prefeitura já gastou 70 mil euros na organização da festa. Mas ela considera que nem dá para contabilizar os prejuízos. “Já há menos reservas de hotéis e não sabemos o que vai diminuir no consumo dos restaurantes. O carnaval é tradicionalmente o momento alto do nosso município”, diz ela.

2 comentários em “Olho de Falcão, Carnaval e Neve

  1. Olá caro Roberto,
    A parte 3 do artigo denuncia mais uma vez a falta de liderança e de ciso no governo português, e, a falta de capacidade de dar resposta à crise por parte do FMI e da UE. O governo português dedica todo o seu tempo à sua tesouraria e temos por exemplo um ministro da economia que em vez de trabalhar no objetivo concreto do emprego e produtividade, ainda está a ambientar-se a país pois não conhecia minimamente os problemas e recursos do país – à imagem do que se passa com os grupos enviados pelo FMI e a UE para definir o plano orientador. Por exemplo, como é que o Mourinho dirigia uma equipa de voleibol sem mostrar interesse nos fundamentos do voleibol… ridículo não é?!Este é um dos problemas aos olhos do povo português, com as medidas tão descabidas que se têm apresentado. Ainda à dias vi o filme de Margaret Thatcher e reparei na diferença que existe a nível de liderança e de resposta por parte do povo. Que tal uma troca, esta governação merecia uma povo reacionário como o daquela altura e a dama de ferro merecia um povo cordial e esforçado. Mais uma vez obrigado por publicitar Portugal. Abraço.

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  2. Certa feita o rei da Suécia vaticinou: “Dêem-me um bom ministro da economia e eu farei um grande governo”. No Brasil passamos por muitas dificuldades por não termos encontrado um ministro à altura do povo. Até que aconteceu anteriormente aos governos do “Doutor Lula”. Este compromissou-se a honrar o plano econômico que vinha se desenvolvendo e, graças a isto, apesar de tanta corrupção, conseguimos mudar o rumo de nossa economia. Tivemos um excelente líder na área do Banco Central que, efetivamente comandou a economia com status de ministro. Tomara que consigam o mesmo, uma vez que o tempo urge. Quanto a publicitar Portugal é para mim um imenso prazer, inclusive por dá-lo a conhecer aos leitores brasileiros.

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