
A História é nossa aliada
Relembro o artigo Lições do Mundial, Saque Tático. Naquela oportunidade falávamos dos rapazes aproveitando ou não o saque no campeonato mundial. Agora a oportunidade se nos oferece para discorrer sobre a sua aplicação também com as moças. Estaremos aproveitando alguns textos de reportagens, já que as transmissões pela TV atingem o Brasil em plena madrugada, o que torna dificílimo assistir ao vivo as transmissões dos jogos das brasileiras. Mas isto não impede que conversemos a respeito, pois as coisas não mudam da noite para o dia. Este é um longo processo que deve ter origem lá atrás, na iniciação do indivíduo. Chamo de despertar tático (Bené dizia, dou inteligência a ele). Se o professor conhecer um pouco de pedagogia tenho certeza de que saberá ensinar ao seu aluno. Este, por sua vez, com criatividade, saberá desenvolver-se com autonomia neste mister e nos demais. Em outras palavras, Ensinar a Pensar.
Alguns conceitos ditados pela prática: 1) O saque é a primeira manifestação de ataque; 2) Não importa a época e a circunstância (o tempo), o que é diferente atrapalha, pois não é treinado, funciona na prática como surpresa; 3) A criatividade do atleta se manifesta através da alegria, irreverência e espontaneidade; 4) O tipo de saque a empregar e em que circunstância.


Por que o Brasil venceu a Itália?
Eis alguns comentários colhidos na Internet (Terra e Uol)
Disse o técnico italiano em entrevista a jornalistas: “Temos que mudar totalmente a nossa maneira de jogar e a nossa atitude em quadra. Será difícil vencer todas as nossas partidas na próxima fase para tentar nos classificarmos, mas podemos fazer isto. Não podemos mais perder”. Obviamente, o comandante italiano não deixou de elogiar o adversário desta quarta-feira no Mundial do Japão: “O Brasil jogou muito forte esta noite. Elas nos pressionaram muito com o saque, o bloqueio, a defesa, com tudo… jogamos contra o Brasil duas vezes recentemente e perdemos ambas, então é preciso dizer que elas são melhores que nós”. Enquanto isso, na imprensa italiana colhemos: “Itália demolida pelo Brasil”, estampa o Gazzetta dello Sport em sua página na internet, ressaltando na sequência que a conquista da medalha de ouro ficou muito difícil para a Itália. O periódico classificou o resultado do jogo com um “pesadíssimo 3 a 0”. O Corriere dela Sera, por sua vez, ressaltou que a seleção de Massimo Barbolini foi “pesadamente nocauteada” pelo Brasil, o que significa praticamente o fim das chances de medalha. Se quiser avançar à semifinal, a Itália não pode mais perder e ainda precisa torcer contra Brasil e Estados Unidos.
Jogo contra as cubanas
O Brasil começou a partida muito bem abrindo 3 a 0 no placar através dos bons saques de Thaisa, que complicou a recepção de Cuba. No saque de Natália, a seleção viveu outro bom momento. Com um ace da camisa 12, o time verde e amarelo abriu 6 a 2. Com a larga vantagem imposta pelo Brasil, Cuba acordou na partida e depois de um erro de recepção da líbero Fabi e de um contra-ataque de Sanchez, mais perigosa jogadora caribenha no início da partida, as rivais diminuíram a diferença para 6 a 5. Mesmo assim, o time comandado por Zé Roberto chegou na primeira parada técnica na frente: 8 a 7. A seleção sofria com o saque cubano e viu as caribenhas virarem a partida no saque de Sanchez. Primeiro com um ace, depois em um lance de muito azar, no qual Thaisa atacou com força, a defesa cubana defendeu e acabou voltando para o fundo da quadra das brasileiras, pegando Fabi desprevenida. Depois de mais um ace, desta vez de Silie, as cubanas abriram 12 a 9, o que fez o técnico Zé Roberto parar o jogo para consertar o que estava errado. Mas foram Jaqueline e Fabíola, que já estavam em quadra, que começaram a fazer a diferença. Com os ataques da ponteira e o saque da levantadora, a equipe diminui a desvantagem que chegou a ser de oito pontos para dois: 23 a 21, o que fez o técnico cubano Juan Gala parar o jogo. A bela reação brasileira, porém, não foi suficiente e em um ataque de Palacios, as cubanas fecharam em 25 a 23. Com o bloqueio funcionando bem e em um jogo muito bom da meio de rede Fabiana, a seleção só ia abrindo distância. No saque de Natália, mais uma bela sequência de pontos seguidos levaram a equipe a abrir 22 a 11. Sem conseguir vencer na parte técnica, as cubanas passaram a tentar tirar o controle das brasileiras com provocações.
Comparando com as tailandesas
As características das seleções de Cuba e da Tailândia são completamente diferentes. A média de altura das cubanas sobe em 8cm com relação às tailandesas (1,85 m contra 1,77 m). Respeitando sua tradicional escola, as cubanas prezam mais pelo jogo na base da pancada, sem tanta velocidade, principal arma das asiáticas, e focando seus ataques principalmente na oposto Carcaces e na ponteira/oposto Palacios. “Mudam totalmente as características. O time de Cuba joga mais em um estilo de jogo que estamos acostumados. É um jogo mais no estilo cortadas fortes, porque elas são fortes e exploram isso”, disse o técnico José Roberto Guimarães.

9.4.2012 – Eu e minha esposa estávamos discutindo este artigo e nos percebemos completamente errados na matéria. A leitura veio precisamente substituir a crença. Muito obrigado por um contributo tão maravilhoso!
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