Futebol e Voleibol na Praia

Foto: Wallace Teixeira/Photocamera/Divulgação.

Com desfalques, Flu treina na praia e ganha apoio de multidão
Rodrigo Viga, 12 de outubro de 2010.       

Deu no Terra. “Apoiado por quase 500 torcedores, o Fluminense treinou nesta terça-feira na Praia do Leme, zona sul do Rio de Janeiro, em busca da reação no Campeonato Brasileiro. Os fãs que compareceram à atividade tietaram os jogadores e manifestaram palavras de apoio, apesar de o time perdido a liderança para o Cruzeiro”.   

Futebol vs. Voleibol.  Teria eu ficado louco ou muito distraído para vincular a notícia acima num site de voleibol? O que estaria acontecendo? Qual a relação entre a preparação física de uma equipe de futebol profissional e o voleibol?  Inicialmente podemos pensar em “esporte, exercícios, areia, voleibol de praia.” Mas o que de fato quero destacar é a importância da presença do público aos treinos e o que representa para o atleta.          

Treinamento do Vôlei na Praia. Tive a oportunidade de ser um dos chamados “Rato de Praia”, uma bem conceituada e carinhosa indicação para o indivíduo que tem intimidade com a areia por frequentá-la a todo instante, isto é, estar sempre na praia a praticar o voleibol. Não confundir com os novos frequentadores, profissionais do ramo, que só o fazem motivados pelos prêmios em dinheiro que o patrocinador oferece. Não. Antes de o Banco do Brasil dar os primeiros passos no final de 1991, há muito se jogava na praia com outra motivação e “espírito”. Jogava-se por puro divertimento, descompromissadamente, com alegria. Tenho registros de jogos na praia que datam de 1939 e o leitor poderá ver em “História do Voleibol, Voleibol de Praia.”            

Situação dos atletas. No Brasil, e até na Suécia, os novos profissionais das areias já foram confundidos pela comunidade a que pertencem como vagabundos, no sentido de que largam estudos e trabalho para se dedicarem exclusivamente à nova profissão. Vejam o texto extraído do noticiário jornalístico por volta de 1999: “O sueco Tom Englen, originário do vôlei de quadra como a maioria dos jogadores, acredita que a possibilidade de ser um bom atleta com estatura mediana ajuda a aumentar o interesse pelo vôlei de praia. O Roberto Lopes é um dos melhores do mundo e tem 1,85m. No vôlei tradicional isso seria impossível, compara. Mas ele e seu parceiro, Petersen, ainda lutam para tirar do esporte o estigma de jogo de vagabundos, que insistem em lhes dar na Suécia”.           

Ana Paula salta enquanto Shelda observa. Foto: Fivb Beach Volleyball Partinership Opportunities 2010.

Treinamento com público. Tenho certeza de que não há maior motivação para um atleta do que estar sendo visto por outros olhos quando está a se exercitar. Em academias há o recurso perigoso dos espelhos e a companhia de outros clientes. No voleibol indoor, dificilmente alguém se detém para assistir aos treinos de uma equipe. E se colhermos a opinião dos atletas, todos concordarão que a monotonia é um fator psicológico a ser vencido. Os  treinadores mais antigos possivelmente não consideravam esse fator, até mesmo porque não tinham o famoso “tempo” (serve como desculpas até hoje) e tão pouco recursos. Certa feita, foi antes de um Sul-Americano juvenil no Chile, a equipe nacional era treinada pelo Jorge Bettencourt (Jorginho), meu amigo do Botafogo. Pedi-lhe para realizar um treino demonstração em um educandário de Niterói. Nesta época lembro que faziam parte da equipe Renato Villarinho, Xandó e Renam. Foi uma demonstração de como treinava uma equipe de alto nível e, em seguida, distribui entre os alunos papel e caneta para que, quando autorizados, colhessem autógrafos dos jogadores. Foi uma verdadeira festa para a criançada e, tenho certeza, uma quebra da monotonia de tantos treinos do selecionado. Houve uma mudança de ambiente e uma novidade para todos – atletas e alunos.      

Muitos anos se passaram para que me dispusesse a realizar treinos com duplas de praia em Icaraí, onde resido. Considerei o desgaste nervoso como um dos obstáculos a vencer, pois as sessões eram diárias (6 vezes na semana) e com horários bem sacrificantes (9h às 12h). A parte física era à tarde, em academias, por conta exclusiva dos atletas. A escolha do local também favoreceu ao que tinha em mente, isto é, aproximar os atletas do público passante no calçadão da praia, por onde sempre desfilam milhares de pessoas realizando suas caminhadas matinais. Fora o fluxo de veículos, descomunal.     

Meus objetivos foram atingidos, não só porque me utilizava de uma série de equipamentos não convencionais, como também tornei a pequena arena em um ponto de atração diário. Os passantes reduziam o seu ritmo de caminhada, ou até mesmo paravam por instantes para apreciarem o que se desenrolava. Vez por outra me consultavam sobre a possibilidade de inscrever um novo candidato. Interessante notar que, anos a seguir, quando inclui duas moças aos treinos, a procura pelo ingresso foi bem maior. Em resumo, fui pioneiro ali de um Centro de Treinamento de Duplas de Praia que mais tarde e até hoje, inspirou outros professores e treinadores.       

Voltarei ao assunto após obter depoimentos daqueles atletas que estiveram comigo durante um bom tempo. Veremos como após tantos anos aqueles nossos encontros contribuíram para a edificação de suas vidas. Como sabem, minha preocupação maior sempre foi Educar e não o treinamento – adestramento – do voleibol. Até lá e aguardem!      

              

8 comentários em “Futebol e Voleibol na Praia

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