Coisas Portuguesas

Foto: Wikipédia.

Dois dias de estágio nos Carvalhos (título de artigo publicado no sovolei)

Resolvi publicar neste Procrie algumas observações exaradas no sítio português do sovolei. Creio ser interessante para muitos como um português se situa em relação ao voleibol em sua própria terra. É verdade que se trata de uma visão pequena, mas este é o meu aprendizado à distância. Espero não molestar pessoa alguma, mesmo porque se trata de diálogo em tom respeitoso. O meu interlocutor (não identificado) não é professor ou treinador de voleibol, mas tem uma filha (menor de idade) como atleta. O título nos reporta aos dois treinos que a seleção feminina realizou nos Carvalhos, “uma freguesia portuguesa do concelho da Covilhã, a norte da sede do concelho, com 17,10 km² de área e 1741 habitantes (2011) (Wikipédia).

Roberto Pimentel … A sensação é de inutilidade! O tempo passa, assuntos são discutidos, uns atacam, outros defendem e o espectador – o meu caso – cada vez mais se desilude com a estagnação. Seria próprio da cultura portuguesa? Justifico a indagação, pois já me disseram que não conheço as suas coisas. E continuo a não entender nada. Tive alguma esperança (e até acreditei) que o evento da ANTV fosse para valer, inclusive remeti projeto de formação, e parece que todos estão na praia. Até assemelham-se aos cariocas, que frequentam as suas praias o ano inteiro. Creio que terão que descobrir algo bastante inventivo e criativo para superar a crise e não desmancharem todo o ouro que estão a derramar. Inclusive pagando a treinadores estrangeiros em detrimento dos nativos.

 Joshuacmcl … Não, não se trata de atacar, o nosso grande problema não está na contratação ou não de treinadores estrangeiros. Não está nas reuniões que não servem para nada, eles FPV assistem e depois estão-se borrifando para tudo o que foi dito. Quando contratam um treinador é necessário que os deixem trabalhar, e ser eles a decidir quem sai ou quem entra. Quando os representantes da FPV não acreditam no trabalho que se faz nos clubes, o trabalho que se faz nos grupos de trabalho das seleções, e são eles que têm o poder de decidir quem fica ou quem sai, como podemos continuar a atacar os treinadores sejam eles estrangeiros ou não? Fez um ano que a selecionadora propôs uma lista de convocadas para a seleção de juniores, dessa lista os diretores da FPV retiraram metade das atletas e propuseram outras. Quem decidiu a saída do Carlos Teixeira? Como deve saber e não só em Portugal isso acontece vivemos num mundo de tachos. Eu sei que estamos a falar em Portugal, mas a vossa crítica e os vossos adeptos também não estão muito contentes com o voleibol brasileiro. Não adianta e outros o disseram anteriormente tentar dialogar com a FPV eles têm o poder para decidir e decidem conforme acordam de manhã. Não adianta apelar para um presidente que vê aquilo que lhe interessa ver. Penso que não perde o seu tempo ao escrever para todos aqueles que gostam de voleibol, penso que perde tempo sim em tentar mostrar a estes que o voleibol não se joga com o telemóvel nem sentados nas salas da FPV.

Roberto Pimentel … Podemos criticar de pelo menos duas maneiras. Uma, tentando derrubar o que está a se desenrolar e não agrada. A outra, mantendo a mesma estrutura e esclarecendo as ideias, isto é, propor soluções. Outro aspecto é pouco percebido, trata-se de fazer comparações pouco ou nada condizentes. Cheira à falta de argumentos para dialogar e até mesmo, explicar o que se está a dizer. Ademais, não estou a perder o meu tempo em pensar que posso de alguma forma contribuir e ajudar despertando as pessoas do marasmo a que se condenam. E, ainda que o fizesse, ele – o tempo – é todo meu e considero que está a meu favor pela experiência de vida que me proporcionou até então. Por último, nada tem haver com a situação do voleibol brasileiro, e não creio que alguém no Brasil esteja insatisfeito, até porque é ainda o mais destacado no mundo conforme o ranking da Fivb.

Ensino crítico – Comentários e críticas podem e devem ser produzidos por todos, mesmo os que ignoram, isto é, ainda não percebem as nuances e circunstâncias que envolvem um assunto ou acontecimento (no caso, jogos de voleibol). Caso encontrem um interlocutor capaz e que se disponha a ensiná-los está caracterizado o início de um aprendizado. Finalmente, o filósofo tcheco Vilém Flusser diz que “duvidar é um estado de espírito que pode significar o fim de uma fé ou o começo de outra. Em dose moderada, estimula o pensamento. Em dose excessiva, paralisa toda atividade mental”.

Intercâmbio Lusófono

Foto: CEV

Trata-se de um texto dirigido a todos, mas no meu coração veio-me a vontade de escrever às jovens atletas lusitanas (foto) que representaram o seu país em mais uma jornada europeia entre seleções. Sinto-me profundamente tocado em prestar-lhes algum serviço, por mais insignificante que seja. Isto me conforta e anima em minha missão.  

Já não mais consigo ver uma partida de voleibol ou fotos sem que procure descortinar uma lição. Lembram-se do joguinho dos 7 erros? Dessa forma, tenho uma galeria alentada com corpos atléticos, bronzeados, na quadra ou na areia, buscando tocar na bola em defesas incríveis e, às vezes, impossíveis. Mas, por que impossíveis? Não seria o caso de uma vez que não conseguimos levar a efeito uma defesa por que não incrementarmos nossos treinos na busca da perfeição, o gesto técnico perfeito? O que nos falta neste momento para conseguirmos nossos objetivos? Nesse instante acabo de assitir à partida entre o Cruzeiro e o Vôlei Futuro pela excelente Liga Nacional brasileira e constato que a visão dos treinadores está exclusivamente voltada para as formas de ataque; falar em treinar defesa parece ser algo do outro mundo. A justificativa, nada racional, reside em treinar bloqueios e “forçar” os saques para desestabilizar o passe adversário. No entanto, por que se erra tanto em tais fundamentos? 

O primeiro caminho, necessariamente, deveria passar por uma conversa com o seu treinador. Se ele não conseguir ajudá-la nas suas conquistas individuais, faça você mesma. Aprofunde-se em estudos e observações, consulte outras pessoas mais experientes e, por sua conta e empenho, desenvolva os exercícios que a levarão a um talento muito mais refinado em pouco tempo. Acredite, já o fizemos e fomos felizes quanto aos resultados. Lembre-se do Oscar (basquete), do Zico (futebol) e tantos outros, que ficavam horas após os treinos a se exercitarem repetitivamente várias horas, dia após dia. O talento não surge sem muito suor, ele pode ser conquistado e você certamente é um deles. Uma dica importante é “você tem que aprender a pensar”. Quanto ao seu professor ou treinador, disse Henry B. Adams, “Um professor afeta a eternidade, ele nunca sabe em que ponto cessa a sua influência”. Por essas e outras, aprenda a ser uma crítica do seu próprio fazer. Perceba que atualmente é dificílimo realizar esse feito, uma vez que desde a Formação os treinadores “especializam” seus jovens atletas, obedecendo a cartilhas ou receitas técnicas. Infelizmente, a conduta (metodologia) desses treinadores é referida tão somente para “vencer”, pois garante o seu emprego e acrescenta uma estrela no seu currículo. Assim, cuidado na escolha de seu condutor: o mais capaz ou o que tem melhor currículo? Normalmente, o melhor deles não se preocupa com as vitórias, mas com o indivíduo que está a aprender.   

Venho acompanhando o voleibol em Portugal – vejam “Formação de Treinadores em Portugal” – há algum tempo através do site sovolei, do qual sou um modesto colaborador para assuntos técnicos. Realmente é difícil ter a compreensão do que ali se passa, mas percebe-se que é chegado o momento de possíveis mudanças no setor técnico. E, nessa oportunidade, estou a oferecer-lhes algum conteúdo para o que se poderia chamar um Olhar Pedagógico, especialmente para aqueles que entenderem que qualquer renovação há que passar obrigatoriamente pelos jovens aspirantes a atletas de ponta. E, naturalmente, pelos seus treinadores e professores colegiais, responsáveis pelo planejamento metodológico que vão contribuir para o bem ou para o mal, isto é, para que se interessem pela matéria, ou deixem-na de lado para sempre.  

Você se torna inteligente graças aos seus erros (provérbio alemão) 

Com efeito, compus pela vez primeira um exercício pedagógico, para a qual convido-os todos a participar – treinadores, observadores, curiosos, interessados, atletas, especialmente as jogadoras da equipe portuguesa em destaque na partida que realizaram há pouco contra a Grécia. Estariam interessados? Bem, se somente um de vocês conseguir romper essa verdadeira barreira cultural, estarei realizado e dou-me por satisfeito. Vamos tentar? Que tal se agruparem e fazer o “dever de casa”, isto sem dúvida contribuirá para o seu desenvolvimento de forma inimaginável, isto é, estaremos todos aprendendo a ver e a pensar sobre aquilo em que estamos atuando diariamente.  Aliás, não pensem que sei, pois este exercício é também para mim muito mais do que possam imaginar… Assim, passemos então a descobrir na foto os detalhes – certos ou errados – que devem estar presentes na cabecinha de cada atleta diante de uma situação de jogo. Para facilitar nossa comunicação, numerem as seis fotos de cima para baixo, da esquerda para a direita e descrevam (o quanto for necessário) o que vêem e o que sugerem para treinar. 

Foto 1 – ……………………………….   Foto 2 – ………………………………   

Foto 3 – ………………………………    Foto 4 – ……………………………..

Foto 5 – ………………………………    Foto 6 – ……………………………..

 Em outra oportunidade falarei sobre minha primeira (e frustrada) tentativa de aproximar brasileiras e portuguesas em idade da Formação com uma Faculdade (e colégio) ligada ou mantida pela Lusófona em São Gonçalo, região metropolitana do Grande Rio. Enquanto isto, percebam os professores/treinadores o alcance desse intercâmbio. Por este motivo, não desistirei tão facilmente. Aguardem.

Um Olhar no Voleibol Português

Como é do conhecimento de muitos, sou um dos colaboradores no sítio português Sovolei, em que até bem pouco tempo procurava suscitar nos amantes e interessados no voleibol uma posição mais participativa e criativa nos destinos do esporte no país. Na quarta-feira, 29 de fevereiro, o Sovolei publicou uma entrevista com Rogério Lopes, brasileiro, treinador da equipe masculina de 1ª Divisão da Associação Acadêmica de Espinho, presente no campeonato nacional de Portugal. A íntegra pode ser vista em www.sovolei.com/rogeriolopesementrevista/ 

Valor do sotaque

Durante um período, produzi alguns comentários invasivos e provocativos para descobrir-lhes o pensamento e se seriam capazes de reagir ao futuro sombrio que se avizinhava. Fui rechaçado duas vezes, ao me declararem incapaz, pois não conheço os meandros que cercam a atividade – administrativa e política – com certeza. Com humildade declarei-me incompetente para a tarefa que venho pregando há muito tempo, justo porque me interessei pela Internet em conhecer o que era dito ao pé do ouvido. Isto é, acompanhei o primeiro Congresso Nacional Desportivo criado pelo Governo no período de dez./2005 a fev./2006, em que foi dado aos interessados participarem com suas sugestões e conselhos. Infelizmente, NADA foi acrescentado à política desportiva desde então. Pelo contrário, os problemas se agravaram ainda mais com a recessão econômica. Acrescente-se, nesses dias, o caos que está estabelecido devido inclusive a compromissos com a Comunidade Europeia. Vejam a seguir o que diz um treinador brasileiro residente há muito no país e, presumo, com liberdade para se expressar independentemente. Alguns poucos patrícios conferiram-lhe aplausos e solidariedade. Mas, até então, nenhum refutou ou censurou-o pela atitude. Rezo para que saibam ultrapassar essa fase tão danosa sem ajuda externa, pois imagino que estão conscientes do que ocorre e os prognósticos para o voleibol. Tomara! 

Rogério Lopes em entrevista – Resumo

Das questões colocadas ao treinador, sobressaem alguns aspectos que nos falam a respeito das condições atuais que o voleibol e outros desportos – exceção talvez ao futebol – estão a sofrer pela situação da economia do país e de todo o continente. Inicialmente toca em dificuldades orçamentais que comprometem o “apuramento” da equipe. Com o passar dos jogos percebeu que seria possível atingir o objetivo de classificar-se entre os 6 primeiros para o torneio final. Relata a camaradagem e o empenho como principais características do desempenho. E ainda mais: “É muito complicado você gerir uma equipa, onde mais de metade dos jogadores jogam por gosto e não ganham nada (a equipa está mesclada de jogadores experientes e novos).

Para Rogério Lopes as principais dificuldades sentidas pelo seu clube para se manter entre os primeiros escalões nacionais está na área financeira: “É difícil você lutar com equipas que prometem mundos e fundos aos jogadores e depois não cumprem. Mais de metade das equipas, vivem muito acima das suas possibilidades e quando você percebe que equipas que não pagam os salários em dia, mas que mesmo assim, ainda contratam mais jogadores antes de acabar as inscrições, a luta é desleal. Já estou em Portugal há mais de 20 anos e cada ano que passa as coisas estão piores. Os clubes e os seus responsáveis parecem que ainda não acordaram para a nova realidade que estamos e ainda continuam a fazer loucuras e a prometer o que não tem“.

Ao final, deixa uma previsão de futuro sombrio para o voleibol em Portugal, mas que nos dá a justa medida de como lá andam as coisas: “Vejo com muito receio. Quando cheguei em Portugal em 1991, o nível era muito melhor e as equipas tinham melhores condições. O nível do voleibol em Portugal baixou muito nos últimos anos, dado as dificuldades financeiras vivida pelos clubes. Os melhores jogadores são impossíveis de se contratar e os poucos bons que ainda aqui estão, não querem renovar os seus contratos, com medo de continuar a não receber o que tem direito. Há situações, como a que se tem passado na Madeira, e NÃO SÓ, que não é de agora! Pelo que se sabe, há jogadores e treinadores, que tem dinheiro de 2 anos atrás para receber e os clubes e a própria Federação, continuam a agir como se nada tivesse a acontecer. Ou as pessoas acordam e encaram a realidade como ela é, ou vamos continuar a regredir cada vez mais. Não podemos continuar a ter um campeonato só de 7 meses e achar que a modalidade esta no bom caminho. A seleção tem alcançado alguns bons resultados, à custa de muito trabalho, mas também por ter 5 meses os atletas concentrados só a treinar e jogar. Quem paga com isso são os clubes e os jogadores que não são convocados, mas principalmente o voleibol, que a cada dia tem menos recursos e muito pouco para oferecer aos poucos patrocinadores que ainda existem. Dado o pouco tempo e interesse, que um campeonato tão curto pode oferecer. A prioridade tinha que ser dada aos clubes e ao campeonato nacional. Os jogadores que não vão a seleção, ficam quase 5 meses sem fazer nada, a não ser brincar na praia. Desculpem o desabafo, mas já ando no voleibol a há mais de 30 anos e custa-me ver o rumo que as coisas estão a tomar. Há que se fazer uma grande reflexão sobre o assunto ou vamos continuar a brincar de treinadores e jogadores de voleibol nos próximos tempos…”

Atletas brasileiros

Alguns comentários no sítio reforçam a posição corajosa do treinador, inclusive sobre a participação de atletas – homens e mulheres – brasileiros presentes há algum tempo no voleibol português nada alvissareiros. Os problemas financeiros agravados pela crise europeia deixam a descoberto os salários, em alguns casos há pelo menos dois anos e, tendo-se ainda comentado: (…) “como disse um jogador brasileiro sobre o clube onde jogava, eles fingem que me pagam, eu finjo que jogo”. Por último, em outro aparte, (…) “de ano para ano o nível desce e há equipas a prometer o que não cumprem e passam impunes; parece que quem manda não quer credibilizar a modalidade. Devemos preocupar em crescer de forma sustentada. Façamos algo positivo pelo voleibol português”.

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Anteriormente a esse desabafo de Rogerio Lopes, houve uma breve discussão quando da notícia sobre atletas brasileiras que se despediam de uma agremiação portuguesa, o C. A. Trofa. Um dos dirigentes do Sovolei concluiu com muito bom senso sobre a discussão que se deu conta: “Efectivamente os clubes incumpridores prejudicam não só atletas e técnicos, como também os clubes que cumprem e a modalidade em si. Mas a realidade é esta: Não deve haver mais do que 1 ou 2 clubes (de entre as mais de 20 equipas da 1ª divisão) que cumpram. E sendo assim, o impedimento de inscrever equipas faria com que não houvesse campeonato. Outra solução tem de ser arranjada, já que a meu ver, não termos campeonatos não é solução. Cabe ao orgão que dirige a modalidade fazer algo por ela. Doutra forma, em breve desaparecerá ao nível profissional.”

Nota: transcrição de textos de autores portugueses em pt de Portugal.

 

Portugal, História, Desporto

Este Dicionário, acessível nos sítios electrónicos da Biblioteca Nacional de Portugal e do Centro de História da Faculdade de Letras de Lisboa, corresponde a uma necessidade há muito sentida nas ciências humanas em Portugal. Visa alargar o conhecimento sobre os historiadores que escreveram sobre o passado nacional, as suas perspectivas do conhecimento histórico, correntes historiográficas, instituições científicas e jornais e revistas a que estiveram ligados. Pretende ser uma obra de consulta, disponibilizando informação útil aos investigadores e interessados pela história da história, dar a conhecer o pensamento dos historiadores que se destacaram até ao início do decénio de 1970 (alguns deles esquecidos) e traçar sínteses sobre a historiografia produzida em campos específicos do saber. O período escolhido tem em conta o papel decisivo que – a par da Universidade – a Academia Real das Ciências alcançou na dinamização dos estudos históricos e na afirmação de um conceito de história-ciência. 1974 constitui uma baliza marcante a partir da qual se acentuará a renovação em múltiplas direcções da historiografia que vinha dos anos 40, o alargamento significativo do campo de estudos e maior abertura ao exterior da comunidade de historiadores. (…) Será possível escrever história sem reflectir sobre um ofício que tanto contribuiu para alargar a compreensão da experiência nacional, aprofundar a consciência que cada um de nós tem de si próprio e da comunidade em que lhe foi dado viver”? (nota: português de Portugal)

Eça de Queirós e o esporte

Agora em  http://historiadoesporte.wordpress.com/ todos poderão se deliciar com a leitura histórica produzida por Victor Melo em seu trabalho intitulado “Eça de Queirós e o esporte”, que assim tem início: “Eça de Queirós é um gigante, um dos maiores autores não só da língua portuguesa, como da literatura universal. Tenho tido o prazer de me debruçar sobre sua obra para discutir suas representações de esporte. O post de hoje é dedicado a apresentar um pouco da presença da prática em uma de suas obras mais notáveis: Os Maias”. (…) “Algumas práticas esportivas aparecem ocasionalmente em Os Maias, e é mesmo o turfe o mais enfocado. Praticamente todo o capítulo X gira em torno de corridas de cavalos realizadas em Lisboa. Eça o tempo todo aborda a dificuldade de realização da atividade. No tão esperado dia do evento, o Hipódromo de Belém estava em festa, mas sua ornamentação não era das mais belas, tampouco era digna de destaque a organização”.

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Deu no Procrie

José Maria de Eça de Queirós nasceu em 25 de novembro de 1845, numa casa da Praça do Almada, na Póvoa de Varzim no centro da cidade; foi baptizado na Igreja Matriz de Vila do Conde. Filho de José Maria Teixeira de Queirós, nascido no Rio de Janeiro em 1820, e de Carolina Augusta Pereira d’Eça. Morreu em 16 de agosto de 1900 na sua casa de Neuilly, perto de Paris. Teve funeral de Estado e está sepultado em Santa Cruz do Douro. Foi autor, entre outros romances de importância reconhecida, de Os Maias e O crime do Padre Amaro; este último considerado o melhor romance realista português do século XIX.

Desenvolver o voleibol

Caso haja interesse para o desenvolvimento do voleibol na cidade (Póvoa de Varzim), seria ainda interessante termos mais conhecimento do que se desenvolve nas escolas, a partir do ensino fundamental, o número de crianças e sexo. Por quê? Pelo que vimos acima e pelo que já deduzimos de outras leituras, o futebol é o esporte mais atraente no país e, com os 19 clubes na cidade, não é diferente. Contudo, há uma alternativa alvissareira que poderia se constituir em um problema: o público feminino. É bem provável, até por aspectos culturais, que as mulheres não pratiquem o futebol. Sendo assim, se uma metade (masculina) volta-se para os estádios, ou o pratica passivamente (torcedor), a outra parte (feminina) estará disponível para o voleibol. Trata-se de se chegar a elas, as meninas, o quanto antes. Para tanto, há que se promover algumas medidas de aspectos variados – pedagógicas e marqueteiras – no intuito de despertar a curiosidade revestindo todas as ações de plasticidade e encantamento. A nossa competição passa, então, a ver quem consegue mais adeptos para a modalidade, e não selecionar as “mais altas”, as “mais bonitas” ou as “mais ….” O que nos importa neste instante é exatamente a Quantidade de crianças que se possa arregimentar e congregar com atividades alegres, divertidas e perenes, não importa a época do ano. Para tanto, sugere-se envolvimentos entre os educandários, clubes e municipalidade. Até porque se estiverem praticando o nosso esporte – o voleibol – é sinal que na competição com outros desportos, nossa pedagogia é superior e muito mais atraente. Esta será, então, a nossa preocupação: “atrair e manter o maior número de adeptos”. Quem são os nossos concorrentes? Vocês, professores, saberão dizer melhor do que eu.

Sobre Póvoa de Varzim

Intercâmbio Cultural

Vejam todos o valor de um blogue. Como a troca de informações predispõe as pessoas e transforma sentimentos e emoções que palpitam em nossas mentes, esperando o momento de desabrocharem de uma forma abrupta em qualquer direção. Quando escrevi sobre Póvoa de Varzim, a qual visitei rapidamente, limitei-me ao tema do Procrie – Aprender a Ensinar –, pois me colocava a serviço de seus cidadãos e, ao mesmo tempo, transmitia aos professores brasileiros como é oportuna esta ferramenta tecnológica que alavanca o conhecimento e expande as nossas mentes para o mundo das ideias.

Eis que no Comentário do dia 20, Arlindo Lopes Corrêa, uma das maiores autoridades nacionais sobre Ensino, me honrou com sua leitura e suas letras a respeito de um dos mais ilustres poveiros, inclusive de pai brasileiro. Trata-se de José Maria de  Eça de Queirós. Em humilde obediência, sirvo-me da Wikipédia para traçar uma breve biografia do “maior prosador da língua portuguesa”, em conformidade à oportuna lembrança do meu amigo filho de portugueses.

José Maria de Eça de Queirós nasceu em 25 de novembro de 1845, numa casa da Praça do Almada, na Póvoa de Varzim no centro da cidade; foi baptizado na Igreja Matriz de Vila do Conde. Filho de José Maria Teixeira de Queirós, nascido no Rio de Janeiro em 1820, e de Carolina Augusta Pereira d’Eça. Morreu em 16 de agosto de 1900 na sua casa de Neuilly, perto de Paris. Teve funeral de Estado e está sepultado em Santa Cruz do Douro. Foi autor, entre outros romances de importância reconhecida, de Os Maias e O crime do Padre Amaro; este último considerado o melhor romance realista português do século XIX. 

Nota: Queiroz é a grafia na época em que viveu o escritor. A vigente ortografia da língua portuguesa determina que a forma correta é Queirós.

Quanto ao Cassino,  o Hotel Vermar e a gastronomia de Póvoa de Varzim, eles que me aguardem, pois tenho intenção de lá voltar e encontrar e fazer amigos, como a pernambucana Rosa Santos (http://atletasparasempre.blogspot.com) e o Luís Melo (sovolei).

Lembrei-me a tempo: Encontrei-me ontem mesmo com um casal amigo junto à minha residência em Niterói, Rio de Janeiro; aliás, moramos na mesma rua. Por saber que a esposa é portuguesa, comentei a respeito de minha postagem sobre a Póvoa de Varzim. E, incrível, ela é poveira! Estou radiante e feliz.

Santa Maria da Feira

Fonte: Google Earth.

 

Dando continuidade às incursões em solo português, aproveito a oportunidade de uma notícia no sovolei para visitar esta cidade e seus arredores.       

Santa Maria da Feira é uma cidade portuguesa da Grande Área Metropolitana do Porto, situada na região Norte e subregião de Entre Douro e Vouga, com cerca de 11 040 habitantes. É sede de um município com 213,45 km² de área e 147 406 habitantes (2008), subdividido em 31 freguesias. O município é limitado a norte pelos municípios de Vila Nova de Gaia e de Gondomar, a leste por Arouca, a sueste por Oliveira de Azeméis e São João da Madeira, a sul e a oeste por Ovar e a oeste por Espinho. O município de Santa Maria da Feira inclui 3 três cidades – Fiães, Lourosa e Santa Maria da Feira – e diversas vilas (atualmente 13), entre as quais a destacar: Argoncilhe, Arrifana, Lobão, Mozelos, Nogueira da Regedoura, Paços de Brandão, Rio Meão, São João de Vêr, São Miguel do Souto, São Paio de Oleiros e Santa Maria de Lamas. (Wikipédia)         

Ao longo de todo o ano vários eventos levam mais longe o nome da cidade e da região, como no próximo dia 20 de janeiro, com a Festa das Fogaceiras. Alguém poderia me dizer a respeito? Ao todo, ainda segundo a Wikipédia, são nove os clubes desportivos: Acadêmico da Feira, Associação Desportiva de Argoncilhe, Clube de Futebol União de Lamas, Clube Desportivo de Paços de Brandão, Clube Desportivo Feirense, Clube Desportivo de Fiâes, Lusitânia Futebol Clube Lourosa, Sporting Clube de Santa Maria da Feira e Sporting Clube de São João de Vêr.         

Deu no Sovolei: “A AV Porto estabeleceu mais protocolo de colaboração no âmbito do Programa Gira Volei, desta feita com a CM de Santa Maria da Feira, que prevê a sua implementação junto dos alunos que frequentam as cerca de 70 Escolas do 1º Ciclo daquele Concelho. No acto de assinatura do protocolo realizado na passada 3ª Feira, a Autarquia foi representada pelo seu Presidente, Alfredo Henriques, e pela Dra Cristina Tenreiro, Vereadora do Pelouro da Educação, Cultura, Desporto e Juventude sendo a AV Porto representada por Joaquim Vilela, Presidente da Direcção. Já no âmbito deste acordo, a AVP fez duas acções de formação dirigida aos 80 Professores responsáveis pela Expressão Físico Motora das AEC’s daquela Autarquia, durante a interrupção lectiva do Natal. Já há mais de 10 anos que a AVP pretendia estabelecer este acordo. Durante este período, foram realizadas inúmeras reuniões que, por motivos vários, nunca permitiram a viabilização do protocolo pelo que o acordo agora celebrado foi vivido com particular satisfação, abrindo portas a uma maior intensificação da promoção do Voleibol naquele Concelho”.
 
Desconheço os termos do protocolo de colaboração bem como o acordo celebrado – obrigatoriedade na participação em eventos, cursos para docentes – mas destaco detalhes que possam interessar preponderantemente aos responsáveis pelas crianças e aos 80 professores feirenses (postado no sovolei em “Muitos jogos e a nova Taça Nacional”):     
 
O Circuito do Ensino – Muitos jogos e treinos tornam um indivíduo um bom atleta? Os novos treinadores não saberão responder, pois lhes falta reconhecer em que ponto começa e cessa sua influência. Todavia, eles afetam a vida de muitos indivíduos. A habilidade de ensinar excepcionalmente bem é um talento como qualquer outro, é uma combinação de habilidades que devem ser incorporadas com o tempo. Assim, as posições estão invertidas no cenário mundial: Os melhores técnicos e professores na formação deveriam ser pessoas mais velhas, todas aprendendo intensivamente como orientar e treinar outros indivíduos. Isto é um pré-requisito, pois constrói a parte mais essencial de suas habilidades – a Matriz, ou seja, a base de desenvolvimento. Estar a competir sem uma boa formação técnica é perda de tempo, não conduz a um pleno desenvolvimento do indivíduo. É preciso algo mais.
Assim, não percam jamais os seus propósitos pedagógicos desenvolvidos nas cerca de 70 escolas e aproveitem com cautela as ofertas que lhe são oferecidas. Lembrem-se que o compromisso do mestre é abrir espaços, ser o facilitador para que seus alunos cresçam em sabedoria e, posteriormente, façam suas escolhas.
Venho oferecendo aos professores portugueses um Fórum para discussões pedagógicas neste Procrie. Aos que chegam nesse momento, recomendo a leitura dos textos em “Metodologia e Pedagogia”, que estarão dizendo coisas do seu dia a dia nas escolas. Muito embora à primeira vista possa se considerar que somente tratamos de voleibol, destaco que todo o conteúdo pedagógico é aplicável a qualquer aula – seja matemática, ciências, linguagem, história -,  e, portanto, não importa a que desporte se volte o professor. Inclusive, recomendo a leitura de “Teoria vs. Prática”(10.2.2010), em que discuto e analiso a conveniência de uma prática generalizada na infância. A partir de mais algum tempo, estarei me enveredando pelo chamado “Código do Talento”, uma teoria neurológica calcada em estudos da mielina que aponta para a importância da qualidade nos treinamentos em qualquer área do conhecimento humano. Não percam!
 
Um fato que me aguça a curiosidade é conhecer o número de crianças, por sexo, da região. Como poderei saber?
     
  

Portugal de Norte a Sul

Cidades com internautas ao Procrie. Fonte: Wikipédia e Google Analytics.

Dando início à nossa viagem por Portugal, hoje estaremos visitando Póvoa de Varzim com um único visitante ao Procrie. Mais adiante, estaremos comentando sobre as  cidades no extremo sul do país, todas com alguma frequência ao site. Neste percurso, trata-se de descobrir-lhes a vocação para o voleibol e dar-me a conhecer para melhor corresponder às suas querenças. Lembrando que todo arcabouço pedagógico tratado aqui é factível de ser empregado para os desportos em geral e, mais importante, para a vida. Vejam que fui descobrir em trabalho acadêmico de estudantes portugueses excelentes ensinamentos com os quais estou comprometido do matemático húngaro George Pólya. Além disso, de outros textos, sabemos todos que o voleibol se desenvolve em solo nacional prioritariamente nas maiores cidades e próximo ao litoral. Quero crer que, como no Brasil, a brisa marinha é um convite ao lazer e à vida ao ar livre. Contudo, embora litorâneas, as cidades ao Sul carecem de infraestrutura e, possivelmente, de uma população infantil adequadas às necessidades de desenvolvimento de qualquer esporte coletivo. Afora, a tradição cultural. Isto é o que pretendo descobrir com a ajuda dos amigos portugueses.        

         

Póvoa de Varzim.  Perdôem-me os portugueses, mas escrevo também para uma legião considerável de brasileiros. Assim, sirvo-me da Wikipédia para dar-lhes a conhecer uma pequena grande cidade, cuja filha mais ilustre veio a ser a avó de minha esposa. Por isto, visitamos a cidade em 2007 e trouxe a foto ao lado. Ficamos realmente encantados. !         

Um habitante da Póvoa de Varzim é conhecido por Poveiro. Estima-se que em 2008 a população era de 66.655 habitantes, sendo que 60% dos quais viviam na cidade. O número sobe para 100 000 quando se considera áreas-satélite envolventes, tornando-a na sétima maior área urbana independente em Portugal, dentro de uma aglomeração policêntrica de cerca de três milhões de pessoas. Durante o Verão a população residente atinge os 200 mil; este movimento sazonal proveniente de cidades vizinhas é motivado pela praia e 29,9% das casas tinham uso sazonal em 2001, o mais alto do Grande Porto. A Póvoa de Varzim é a cidade mais jovem do Grande Porto, com uma taxa de natalidade de 13,665 e de mortalidade de 8,330. Ao contrário de outras zonas peri-urbanas do Grande Porto, não se constituiu como uma cidade satélite.            

Populares jogam voleibol na Praia Verde. Fonte: Wikipédia.

Município do Futuro. A Póvoa de Varzim de hoje é uma cidade cosmopolita. A qualidade de vida na cidade, tendo sido notada como o município mais desenvolvido no distrito do Porto e como o “Município do Futuro”, o desenvolvimento de infra-estruturas e os 15 minutos de distância que separam a cidade do Porto e Braga, tem levado à fixação de novos residentes, provenientes de cidades vizinhas, tais como Guimarães, Famalicão, Porto e Braga e à ascensão do setor imobiliário que poderá duplicar a população residente a médio prazo. Segundo a câmara municipal, 38% da população da Póvoa de Varzim praticam desporto, um valor superior à média nacional. Os desportos mais populares são o futebol e a natação. O Estádio Municipal e seus campos sintéticos do Parque da Cidade são o palco do campeonato inter-freguesias onde 19 clubes de futebol popular competem. Em frente ao complexo de piscinas públicas, acham-se as Piscinas do Clube Desportivo de Póvoa, um clube que se evidencia pela porção de praticantes em vários desportos: basquetebol, voleibol, hóquei em patins, automobilismo e atletismo. Existe ainda o Clube de Andebol da Póvoa de Varzim e o Póvoa Fustsal Club. O voleibol de praia e o futevôlei são desportos populares nas praias poveiras e foi aí que se começou a praticar futevólei, pela primeira vez, em Portugal. A Póvoa de Varzim possui 12 km ininterruptos de praias de areia dourada, formando enseadas divididas por rochedos.             

Para que não pensem o contrário, eis-me entre as flores de antiga fortificação em Póvoa de Varzim, maio de 2007.

Desenvolvendo o voleibol. Caso haja interesse para o desenvolvimento do voleibol na cidade, seria ainda interessante termos mais conhecimento do que se desenvolve nas escolas, a partir do ensino fundamental, o número de crianças e sexo. Por quê? Pelo que vimos acima e pelo que já deduzimos de outras leituras, o futebol é o esporte mais atraente no país e, com os 19 clubes na cidade, não é diferente. Contudo, há uma alternativa alvissareira que poderia se constituir em um problema: o público feminino. É bem provável, até por aspectos culturais, que as mulheres não pratiquem o futebol. Sendo assim, se uma metade (masculina) volta-se para os estádios, ou o pratica passivamente (torcedor), a outra parte (feminina) estará disponível para o voleibol. Trata-se de se chegar a elas, as meninas, o quanto antes. Para tanto, há que se promover algumas medidas de aspectos variados – pedagógicas e marqueteiras – no intuito de despertar a curiosidade revestindo todas as ações de plasticidade e encantamento. A nossa competição passa, então, a ver quem consegue mais adeptos para a modalidade, e não selecionar as “mais altas”, as “mais bonitas” ou as “mais ….” O que nos importa neste instante é exatamente a quantidade de crianças que se possa arregimentar e congregar com atividades alegres, divertidas e perenes, não importa a época do ano. Sugere-se envolvimentos entre os educandários, clubes e municipalidade. Até porque se estiverem praticando o nosso esporte – o voleibol – é sinal que na competição com outros desportos, nossa pedagogia é superior e muito mais atraente. Esta será, então, a nossa preocupação: “atrair e manter o maior número de adeptos”. Quem são os nossos concorrentes? Vocês, professores, saberão dizer melhor do que eu.         

Atenção. Faço uma ressalva para o cuidado que deverão ter com a atuação do Gira-Volei. A meu ver estão recaindo na seleção de talentos, pois suas práticas eventuais dizem mais do que suas visões, isto é, estimulam a competição e muito pouco a inclusão. Há algum tempo frequentei o site e constatei o que as crianças pensam e dizem na Internet. O que propomos no Procrie é muito mais do que premiar campeões, mas realizar na prática a harmonia e o bem querer entre as crianças. Poderão conhecer as premissas em “Quem Faz”.  Além disso, estimulamos e perseguimos ideais pedagógicos para todo e qualquer desporto e, assim, pensamos estar auxiliando professores e pais nas buscas de seus alunos e filhos. Não nos furtamos a colaborar em qualquer área desportiva, exceto a competição pela competição.            

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Na próxima postagem sobre o tema estaremos dando um grande salto até Sul do país, na Região do Algarve, percorrendo o Distrito de Faro, com Albufeira, Boliqueime e Portimão. Além da Wikipédia, gostaria da ajuda dos internautas que já frequentam o Procrie nesta região aprazível e que desconheço. Quem sabe surja um convite a visitá-los e promovermos aulas para 300-400 crianças simultaneamente? Aguardem-me!