Glossário (VI, final)

Por fim, apresento alguns termos relativos ao Toque e ao Uniforme.

Lembro aos companheiros que me visitam que esta série estará permanentemente aguardando sugestões para inclusão e/ou correção. Suas contribuições só enriquecerão o Glossário, proporcionando uma visibilidade e compartilhamento deveras relevante. Aguardo-os a todos.

 

 

 

 

TOQUE:   

  • Toque (de bola) – Passe realizado com as extremidades dos dedos, com ambas as mãos. 
  • Toque (na bola) – A bola pode ser tocada com qualquer parte do corpo; não deve ser retida ou conduzida; pode tocar várias partes do corpo,  desde que simultaneamente. 
  • Levantamento – Toque realizado (geralmente o 2º) pelo levantador para um dos atacantes. Excepcionalmente, de manchete.  

 Bater (na bola) – Toque com uma das mãos ou qualquer parte do corpo.

  1. Conduzir ou carregar – Retenção demasiada nas mãos.
  2. Contatos múltiplos – Consecutivos; ocorrem durante ação de bloqueio.
  3. Contatos simultâneos – Ocorrem em ações de defesa de ataques violentos.
  4. Dois toques – (antigo) Falta no toque com ambas as mãos, com ruído; permitido (1994) na primeira bola.
  5. Levantadas – Costas, frente, alta, baixa, de lado, de manchete.
  6. Limpo – Sem falta.
  7. No bloqueio – Tocada no corpo (mão ou braço) do bloqueador.
  8. Toque – Contato com a bola com qualquer parte do corpo.
  9. Toque (por baixo) – Abaixo da linha da cintura.
  10. Toque com os pés – Permitido a partir de 1994.

  

UNIFORME:  Consiste em camisa, calção, meias e tênis; devem ter a mesma cor; o líbero deverá ser diferenciado. 

  1. Faixa (capitão) – Identifica o capitão da equipe.
  2. Numeração – Camisa devem estar numeradas, na frente e nas costas.
  3. Tênis – Da mesma cor em competições da FIVB (adultos).
  4. Uniforme – Similar para todos, exceto o líbero.

Glossário (V)

 

REDE: Divide a quadra em duas áreas ocupadas pelas equipes contendoras.   

  1. Altura – Medida do solo à extremidade superior; atual: 2,43m (masc) e 2,24m (fem).
  2. Banana – Bola que toca a rede no bordo superior e ultrapassa para a quadra adversária.
  3. Entrada (de) – Posição IV (do atleta); extremidade esquerda de ataque.
  4. Espaço aéreo – Espaço livre.
  5. Espaço livre – Espaço acima da área de jogo livre de osbtáculo (mínimo de 7m).                                                                                                                    
  6. Extremidade (ou ponta) – Lateral extrema da rede; próxima à antena. 
  7. Faixa (lateral) – Delimita extremidade da rede (1976).
  8. Medir (a) – Aferir altura regulamentar.
  9. Meio – Posição intermediária.
  10. Montar (a) – Preparar para o jogo; armar ou esticar entre os postes.
  11. Saída – Posição II (do atleta); extremidade direita de ataque.
  12. Tocado (pela) – Resultado de forte cortada.
  13. Tocar (na) – Contato com a rede é falta; exceto acidentalmente (1994).

 SAQUE: Ação de colocar a bola em jogo pelo jogador defesa-direito posicionado atrás de linha de fundo (zona de saque). Primeira manifestação de ataque. 

  1. Americano (tipo) – Balanceado, executado de lado para a rede (equipe americana, 1955).
  2. Americano (com corrida) – Balanceado, com deslocamento em direção à quadra.
  3. Área (ou zona) – Atrás da linha de fundo; variou de 3m para os atuais 9m.
  4. Ataque ao saque – Proibido com a bola na zona de ataque e acima do bordo superior da rede (1984).
  5. Balanceado (japonês) – Bola tocada com movimento circular do braço; bola “sem peso” ou flutuante. (ver Flutuante)
  6. Bloqueio (de saque) – Proibido a partir de 1984. (ver Ataque ao saque)
  7. Caçar (jogador) – Tático; dirigido ao jogador deficiente na recepção.
  8. Carregado – Preso ou conduzido.
  9. Colocado – Ver Tático.
  10. Com corrida – Com deslocamento atrás da linha de fundo.
  11. Com defeito – Imperícia do executante.
  12. Com efeito – (inglês, spin serve) A bola ganha velocidade graças ao efeito produzido, dobrando-se o pulso no momento do contato (giro sobre o próprio eixo).
  13. Com força – Forte, violento.
  14. Com salto – Execução mediante salto anterior do atleta. (ver Viagem)
  15. Conduzido (preso) – Sem soltar a bola.
  16. De costas – Atleta coloca-se de costas para a quadra adversária antes da execução.
  17. Direito (de saque) – Ganho pela equipe que marcou um ponto.
  18. Tentativas – Facultadas 2 tentativas na execução, a exemplo do tênis.
  19. Flutuante – Ver Balanceado.
  20. Japonês – Ver Balanceado.
  21. Jornada (nas estrelas) – Trajetória muito alta e, com efeito; bola atinge altura de 25m. (ver paraquedas e spin service)
  22. Lateral – Por baixo, com o executor de lado para a quadra.
  23. Paraquedas – Empregado em 1949-50 (tchecos); altura da trajetória da bola de 8m. (ver Spin service e Jornada)
  24. Por baixo – Executado no nível da cintura.
  25. Por cima – Executado acima do nível dos ombros.
  26. Preso – Execução sem soltar a bola. (ver Conduzido)
  27. Queimar – Bola que toca a rede.
  28. Recepção (do) – 1º toque da equipe após execução do saque adversário.
  29. Sacador – Atleta que momentaneamente ocupa a posição I (defesa-direito)
  30. Saque alto – Trajetória da bola é alta.
  31. Sem peso (balanceado) – Pode ser realizado mesmo com o tipo tênis, ou por baixo.
  32. Serviço – Do inglês service; saque.
  33. Spin service – (inglês) Executado pelos americanos na década de 40, precursor do jornada. (ver Pára-quedas e Jornada)
  34. Tático – Colocado; dirigido a uma determinada área ou atleta.
  35. Tênis – Tocar a bola com uma das mãos acima da linha dos ombros.
  36. Tocando a rede – Permissão a partir de 1995.
  37. Viagem (ao fundo do mar) – Jogador lança a bola para o alto e para frente e, com salto, bate nela em direção à quadra adversária.
  38. Zona de – Inicialmente, delimitada em 3m (1948); posteriormente, em 9m (1994).

  (continua)

Glossário (IV)

Dando seguimento à apresentação do Glossário, apresento alguns termos utilizados a respeito de Jogador e Jogo

JOGADOR: Indivíduo que joga por hábito, profissão ou lazer. 

  1. Atacante – O que produz ataque, geralmente por cortada.
  2. Bloqueador – O que bloqueia ataques contrários; permitido somente aos jogadores de ataque (posições II, III e IV).
  3. Cobrir (um atleta) – Ação de defesa geralmente empregada junto ao(s) bloqueador(es).
  4. Cortador – Aquele que predominantemente executa cortada (ataque).
  5. De ataque – Atacante; momentaneamente nas posições II, III e IV; diz-se também jogador de rede.
  6. De defesa – Momentaneamente nas posições I, V e VI; diz-se também do líbero.
  7. Diagonal (rel. ao jogador) – Relativo à posição na quadra (ordem de saque); posições limítrofes entre atacante e defensor (VI e III; I e IV; II e V).
  8. Levantador – Aquele que predominantemente prepara (levanta) a bola para ser atacada (2º toque de uma equipe).
  9. Líbero – (em italiano, livre); 7º atleta; especializado em defesas e recepção, que não pode atacar, bloquear ou levantar na zona de ataque com as mãos; introduzido na Regra em 1988. No Brasil (1984), era o jogador que atacava do fundo.
  10. Mão-de-seda – De excelente toque de bola; que toca a bola sem ruído ou infração. 
  11. Reserva – Jogador não escalado para o início da partida ou set. 
  12. Titular – Jogador que inicia a partida ou set. 

JOGO: Partida; o jogo sofreu muitas modificações, mas a ideia original da rede entre os dois quadros opostos ficou de pé. 

  1. Ace – (inglês = um ponto) Ponto de saque quando a bola vai diretamente ao solo sem ser tocada por qualquer jogador.
  2. Apontador – Responsável pelas anotações da súmula; mesário.
  3. Aquecimento (bate-bola) – Troca de toques entre jogadores; cortadas utilizando a rede.
  4. Árbitro (1º e 2º) – Denominação a partir de 1957; anteriormente: juiz de baixo e juiz de cima; ou juiz e auxiliar (ver Equipe de arbitragem).
  5. Bandeirinha – Juiz de linha; fiscal de linha; compõe Equipe de arbitragem.
  6. Barreira (cortina, parede) – Situação que antecede o saque, em que os jogadores de ataque da mesma equipe se colocam lado a lado, dificultando a visão dos adversários; proibida em 1959.
  7. Bola de graça – Bola lançada para o adversário sem conotação de ataque.
  8. Bola em jogo – A partir do momento do golpe de saque.
  9. Bola fora de jogo – A partir do momento em que uma falta é assinalada por um dos árbitros.
  10. Bola perdida – Quando não há qualquer possibilidade de recuperação durante um lance da partida.
  11. Boleiro – Menores recrutados para auxiliar na reposição de bolas.
  12. Cadeira (do árbitro) – Antes, cadeira em que o juiz subia para presidir o jogo; assento situado no topo de uma escada (com dois pés).
  13. Capitão – Previsto na Regra; jogador identificado para a função por sua liderança e experiência.
  14. Cartão (de indisciplina) – Indicativo de advertência (amarelo) e punição (vermelho).
  15. Cera (fazer) – Artifício empregado para interromper o jogo.
  16. Chave – Tática de uma equipe efetuada por dois ou mais jogadores; jogada; combinação (termo do basquete, usado nas décadas de 40 e 50).
  17. Condução – Jogador carrega a bola, sob a forma de puxada, ou mesmo no toque demorado; empurrar, puxar.
  18. Cortina – Ver Barreira, parede.
  19. Decisivo (set) – Em inglês, tie-break; 5º set; set de desempate.
  20. Direito de saque – Equipe ganha com o erro do adversário (vantagem).
  21. Disputa – Competição; rivalidade.
  22. Enxugador – Pessoa recrutada para enxugar a quadra.
  23. Equipe (de arbitragem) – 1º e 2º árbitros; um apontador e quatro (dois) juízes de linha.
  24. Equipe (de jogadores) – Limitado a doze atletas; obrigatório 6 na quadra de jogo.
  25. Escrete – Ver scratch.
  26. Esfriar – Fazer cera; provocar retardamento.
  27. Falta técnica – (antiga) Penalidade imposta a um componente da equipe; aplicação do cartão vermelho (atual).
  28. Fair play – (inglês = jogo limpo) Cortesia; conduta adequada.
  29. Fiscal de linha – Ver Equipe de arbitragem (juiz de linha); bandeirinha.
  30. Gandula – Aquele que apanha e devolve as bolas que saem da quadra (boleiro).
  31. Infiltração (penetração) – Deslocamento (após o saque) de um jogador de defesa em direção à rede.
  32. Instruções – Esclarecimentos técnico-táticos passados aos atletas.
  33. Internacional (categoria) – Disputado em três sets vencedores (1950).
  34. Interrupção (do jogo) – Regulamentado no cap. 5 da Regra.
  35. Invasão (de quadra) – Ultrapassar a linha central com os pés ou as mãos.
  36. Invasão (por baixo) – Geralmente, com o pé, que bastava tocar a linha central; posteriormente, mão e pé podem tocar a quadra adversária, desde que também permaneça em contato com a linha.
  37. Jogo (1º, 2º e 3º) – (jogo = set) Era composto de dois jogos; o 3º era o decisivo (melhor de 2 jogos vencedores). A partir de 1957, cinco sets (melhor de 3 sets vencedores).
  38. Jogo de desempate – (ver Decisivo); jogo ou série de jogos entre duas equipes após o torneio regular para determinar o campeão (em inglês, playoff); pode referir-se também ao set decisivo (tie-break).
  39. Jogo na rede – Ações dos atletas ao longo da rede durante uma partida.
  40. Juiz – Ver Árbitro (1º e 2º).
  41. Juiz (de baixo) – Ver Equipe de arbitragem.
  42. Juiz (de cima) – Ver Equipe de arbitragem.
  43. Juiz (neutro) – Ver Equipe de arbitragem.
  44. Juiz (principal) – Ver Equipe de arbitragem.
  45. Líbero – 7º jogador com funções predefinidas na Regra (1997); anteriormente, no Brasil, atacante que não recepcionava o saque.
  46. Melhor de dois – Ver Jogo
  47. Melhor de três – Ver Jogo
  48. Mesário – Apontador (ver Equipe de arbitragem)
  49. Minivoleibol – Pedagogia específica para ensino de crianças.
  50. Nível – Qualidade técnica de uma equipe ou jogador.   
  51. Parede – Ver Barreira, cortina.
  52. Partida – Jogo; composta de três a cinco sets.
  53. Pedido de tempo – Interrupção regulamentada (Cap. 5 da Regra).
  54. Penetração – Ver Infiltração.
  55. Posição (dos jogadores, sentido anti-horário) – Linha de ataque (na rede: II, III, IV) e linha de defesa (V, VI, I).
  56. Placar – Indica a contagem dos pontos; é da responsabilidade do apontador.
  57. Ponto morto – Área da quadra desguarnecida. (ver Zona morta).
  58. Pontos por rali – Cada infração é ponto para o adversário (1988); substituiu o sistema “com vantagem”.
  59. Jogo por tempo – Experiências internacionais (1ª) em 1941; no Brasil em 1997, abandonada em 1998.
  60. Posição do jogador – Relativo à ordem de saque durante o saque.
  61. Preliminar – Partida que antecede um outro jogo principal.
  62. Pressão da bola – Pressão interna contida na câmara de ar.
  63. Rali – (inglês rally = duelo) Tempo em que a bola permanece em jogo decorrente do saque até alguma infração.
  64. Rodízio – Movimento dos jogadores em sentido horário para ocupar novas posições na quadra; rotação.
  65. Rotação – Ver Rodízio.
  66. Scracht – (inglês = escrete) Seleção; muito difundido nas décadas de 50 e 60.
  67. Set – (inglês = set) atualmente divisão do jogo até o 25º ponto (ou 15º). No Vôlei de Praia = 21 e 15 pontos.
  68. Set decisivo (tie-break) – Atualmente o 5º set; último (jogo) de desempate de uma partida.
  69. Set point – (inglês = último ponto) Momento em que uma equipe tem a oportunidade de ganhar o set.
  70. Set(s) vencedor(es) – Forma de disputa; necessário vencer 3 sets para ganhar a partida.
  71. Sorteio – Realizado antes do jogo e antes de um set decisivo.
  72. Sinalização – Comunicação gestual entre os intervenientes de uma partida.
  73. Sistema de – Composição tática de uma equipe: 3×3, 4×2, 5×1.
  74. Súmula – Documento oficial de registro da partida.
  75. Tempo da TV – Previsto na Regra no 8º e 16º pontos dos 4 primeiros sets; tempo comercial.
  76. Tempo de descanso – Paralisação do jogo a pedido do técnico ou capitão; tempo técnico. (ver Pedido de tempo)
  77. Tempo entre sets – Intervalo para troca de quadra das equipes.
  78. Tempo comercial – Ver Tempo (da TV).
  79. Tempo técnico – Ver Pedido de tempo.
  80. Tentativa de saque – Experiência encerrada (Brasil, 1998); duas tentativas.
  81. Tie-break – (inglês) Set (5º) decisivo de uma partida.
  82. Time – (inglês, team) Aportuguesado: equipe.
  83. Tocar a rede – Qualquer toque com o corpo ou parte dele.       
  84. Troca (de posição) – Relativo à posição da ordem de saque.
  85. Vantagem (sistema de) – Equipe ganha o direito de sacar; término em 1997 (ver Direito de saque).
  86. Virar (a rede) – Atacante tem sucesso no ataque e ganha a vantagem.
  87. Voltar o ponto – Repetição de rali.
  88. Voltar o saque – Ver Voltar o ponto; utilizado no sistema de vantagem.
  89. Zona morta – Região da quadra temporariamente desguarnecida; ponto morto.
  90. W.O. – (inglês Walk Over = passar por cima) Abreviação (WO); competição ganha devido à ausência do oponente.

(continua)

 

Evolução do Jogo e Linguagem (II)

Terminologia (no Brasil)

A arbitragem passou a ser definida pela FIVB a partir de 1953 e constantemente é revisada. Em 1980, no seu 17º Congresso, ficou estabelecido que as Regras do jogo fossem traduzidas para três linguagens: francês, inglês e espanhol. A FIVB também decidiu que o Congresso Técnico realizado por ocasião das Olimpíadas é o fórum ideal para qualquer alteração das Regras. 

A TV Entra em Cena. Atualmente está também disponível na Internet. Para se comunicar com os jogadores os árbitros utilizam preponderantemente sinais convencionais incluídos no livro das Regras. Entretanto, entre os próprios atletas, técnicos, aficionados e público em geral, existe uma linguagem bem específica, dominante, que determina e qualifica as ações e seus intérpretes durante uma partida de voleibol. Reforçando este pensamento, recordo-me de que o locutor Luciano do Valle, tão logo negociou com a CBV as transmissões das partidas de voleibol a partir da campanha do Sul-Americano no Brasil (Sto André- SP, 1981), apressou-se em conhecer o jargão voleibolístico para evitar gafes. Foi uma preocupação louvável de sua parte e bastante profissional. A firma de Luciano era a Novo Ciclo, ele ainda locutor esportivo da TV Globo e este foi o início de uma nova era do voleibol no país com a entrada da TV na transmissão dos jogos.

Acompanhem a partir desse momento o Glossário que lhes preparei: 

ATAQUE: Toda ação de enviar a bola para a quadra adversária, exceto saque e bloqueio.

  1. Aquela (between) – Jogador do meio da rede salta para bater bola chutada, mas o ataque é executado pelo jogador da entrada, que bate entre o levantador e aquele.
  2. Balanceada (de gancho) – Usada na década de 50 (ver Ataque de gancho).
  3. Batida de mão fechada – Com o punho cerrado; mão fechada.
  4. Batida – Toque com uma das mãos na bola com violência; principal meio de ataque.
  5. Bola alta – Com levantamento alto.
  6. Bola carregada – Conduzida, puxada.
  7. Bola chutada na ponta – Após levantamento de bola rápida na extremidade da rede.
  8. Bola chutada no meio – Após levantamento de bola rápida no centro da rede; pelo meio.
  9. Bola chutada – Após levantamento com bola rápida e trajetória baixa.
  10. Bola de 2 tempos – Finta do cortador: finge saltar para bola de tempo e salta num segundo tempo.
  11. Bola de fundo – Realizado atrás da linha de ataque pelo jogador de fundo (de defesa).
  12. Bola de prima – Ver Bola de primeira.
  13. Bola de primeira – Primeiro passe proporciona um ataque; levantada direta para um dos atacantes, sem passar pelo levantador.
  14. Bola de saída – Ataque na saída de rede.
  15. Bola de segurança – Com levantamento alto na extremidade da rede.
  16. Bola de tempo – Com levantamento baixo e rápido e junto ao levantador; mexicana; tempo na frente e tempo atrás.
  17. China – Realizado com corrida e salto numa só perna, quase sempre com levantamento atrás do levantador.
  18. Com força – Potente, forte.
  19. Combinado – Série de combinações de uma equipe.
  20. Conduzida – A bola permanece tempo demasiado na mão; é retida.
  21. Cortada – Batida (saltando) com uma das mãos na bola em direção à quadra contrária.
  22. Cortada com corrida – Ver China.
  23. Cortada de soco – Batida na bola com a mão fechada (ver Cortada).
  24. Cravar (cravada) – A bola toca o solo adversário próximo à rede; violenta.
  25. De fundo – Executado por um jogador de defesa, com salto atrás da linha dos 3m.
  26. Degrau – Rápido; 2 jogadores saltam quase simultaneamente.
  27. Deixadinha – Leve toque na bola, buscando espaço vazio próximo à rede; largada.
  28. De segurança – Com levantamento alto numa das extremidades da rede.
  29. Diagonal – Indica a direção da bola em relação à linha lateral.
  30. Dismico – Finta na bola de tempo (meio); 2º jogador (saída) ataca por trás daquele (no meio da rede).
  31. Dismico da chutada – Levantamento da dismico (2º) é rápido.
  32. Do saque – Saques lentos, com trajetória próxima à rede, podiam ser bloqueados ou atacados (até 1984).
  33. Enfiada – Mão espalmada, com leve retenção da bola (ver Puxada).
  34. Entrada (de rede) – Na posição IV; quase sempre “De segurança”.
  35. Explorar (o bloqueio) – Intencionalmente, lançar a bola para que toque o bloqueio e caia fora do campo.
  36. Finta – Movimento para iludir o adversário.
  37. Gancho (de) – Executado com movimento giratório do braço.
  38. Largada – Ver Deixadinha.
  39. Manivela – Ver Ataque de gancho.
  40. Mão espalmada – Usada inicialmente para puxadas; a mão aberta é empregada para todos os ataques.
  41. Meia batida – Ver Sem força.
  42. Meia bola – Próxima ao atacante, nem alta nem baixa.
  43. Mexicana – Cortada rápida junto à rede, pelo meio da quadra; bola de tempo.
  44. Paralela – Indica direção da trajetória da bola no ataque em relação à linha lateral. 
  45. Ponta – Executado numa das extremidades da rede (entrada ou saída).
  46. Prima (de) – Ver Bola de primeira; nomenclatura abreviada. 
  47. Primeira (bola) – Simulação de cortada para ludibriar bloqueio; um segundo jogador realiza o ataque.
  48. Primeira (de) – Ver Bola de primeira.
  49. Puxada – Mão espalmada, com leve retenção da bola (ver Enfiada).
  50. Rápido combinado – Combinações de ataque da equipe com jogadas rápidas.
  51. Saída (de rede) – Lateral direita da rede; posição em que o jogador sairá da rede para o saque (posição II).
  52. Sem força – Executado sem emprego de força; utilizada por jogadores muito técnicos.
  53. Socada – De soco; cortada com a mão fechada.
  54. Tempo (de) – Ver Bola de tempo.
  55. Tempo de bola – Conjugar a aproximação, o salto e o toque na bola.
  56. Xeque – Bola que ultrapassa a rede e propicia ataque imediato do adversário.

————————————————————————————————————

(continua)

 

Evolução Tática no Voleibol (II)

Brincadeira ou Negócio?

Inicialmente, e segundo a idéia de seu criador, o vôlei consistia em lançar a bola por sobre a rede, de um lado para o outro e tentar fazer com que ela não caísse no seu próprio campo. Não importavam quantos jogadores tivessem as equipes. As bolas eram, então, arremessadas com ambas as mãos.

O esporte evoluiu e, com as novidades técnicas surgiram as modificações no regulamento e o implemento de alterações táticas, agora visando a superar a defesa adversária. Os sistemas empregados nas diversas épocas custaram muito a ser assimilados e por isto perduraram por muito tempo. Foi o caso do sistema 3 x 3 (com três levantadores), que evoluiu para o 4 x 2 e, atualmente, o 5 x 1, consagrado por todas as equipes de ponta. O sistema 5 x 1, como vimos, já era utilizado pela equipe russa no mundial de 60, no Rio, mas só tomou vulto com a equipe japonesa e o seu levantador Nekoda, o melhor de sua posição no mundo. Inicialmente, justificava-se pela necessidade das combinações de ataque – fintas – que os chineses criaram (Mundial de 56) e os japoneses aperfeiçoaram sob o comando de Matsudaira (final da década de 60). Passou a ser o melhor sistema porque centraliza as jogadas num só levantador que percebe e desenvolve todas as características de seus companheiros. Cada um tem o seu jeito pessoal e o levantador se apercebe disto. A situação só era atenuada pela circunstância de que, também a equipe adversária usava o 5 x 1 e, por coincidências táticas e naturalmente, os levantadores coincidiam na rede, com ligeira diferença de um rodízio. A posição inicial – ordem de saque – em cada set sistematicamente era semelhante, apenas variando a posição do levantador, dependendo se o saque inicial pertencia ou não à sua equipe. Com direito ao saque, o levantador ocupava a posição (I ) defesa-direito, enquanto que o levantador adversário, a posição (II) ataque-direito.

Apesar dessa vantagem, existe um ponto fraco: na sua passagem pela rede – são três posições – o time fica somente com dois atacantes. O adversário obtém vantagem porque tem três jogadores no bloqueio contra apenas dois no ataque. Daí a necessidade de encontrar uma solução para atacar com, pelo menos, três jogadores e conseguir equilibrar a situação.

Ataque de fundo. Desenvolveram-se, então, as jogadas de ataque com um jogador que vem do fundo da quadra – o jogador apenas não pode pisar na linha dos três metros, mas pode saltar sobre ela para atacar. No Mundial da Itália, em 78, a Polônia começou a executar esta jogada com Tomasz. Só que era uma bola muito alta que, inicialmente, resolveu o problema, mas começou a ser anulada a seguir. Bebeto deu início ao treinamento e a execução das jogadas de velocidade de fundo de quadra em 1981, no Mundial juvenil, com Xandó. Então, passamos a atacar com três também nas posições em que o levantador estivesse na rede. No Brasil, denominava-se “líbero” (livre) o jogador com esta missão. Ele já sabia que ia atacar e, por isto, ficava fora da recepção do saque, invariavelmente, próximo à linha demarcatória da quadra. Muitos países passaram a adotar esta jogada, destacando-se: Cuba… Joel Despaigne, inclusive durante o Mundial do Rio, em 90; Itália… Zorzi, campeão mundial em 90 e destaque da sua equipe; Holanda… Zwetzer, também o maior destaque holandês nos anos 90; Brasil… Marcelo Negrão, Xandó e Renan.

O mais impressionante ataque de trás era feito por Giovane, em bolas praticamente chutadas, pelo meio da rede logo após as Olimpíadas de 92. Infelizmente, essa jogada não tinha a frequência que merecia ter, só alcançando efetividade no final do século. Era perfeita e de muita precisão. Somente muitos anos depois teve início o mesmo tipo de jogada – ataques de fundo – com equipes femininas. No Brasil, Isabel talvez tenha sido a pioneira, nos idos de 1983, na Universíade do Canadá, segundo declaração de Ênio Figueiredo ao Autor no MAM – Museu de Arte Moderna, durante coquetel de lançamento do jogo Brasil x Rússia (Maracanã). Atualmente, a seleção feminina realiza com eficiência todas essas variações. A linha de ataque foi ampliada em razão desse tipo de ataque: linhas tracejadas (1,75m) que facilitam a visão da arbitragem nos ataques realizados pela lateral da quadra.

Influência japonesa. Quando de sua estada no Brasil, em 1975, Matsudaira deixou como legado um filme em cores (16 mm, de aproximadamente 20 min), que a Federação japonesa produziu e distribuiu ao mundo. Trata-se de uma excelente produção, que resume o trabalho realizado ao longo dos oito anos de preparação, rico em aspectos marqueteiros e comerciais, pois “vendiam” cursos e davam aulas ao mundo. Vários brasileiros fizeram estágio no Japão – Paulo Márcio, Bebeto, Sérgio Pinto, José Roberto, entre outros. Este único exemplar é da CBV, mas o Autor (Roberto Pimentel), com autorização da entidade, produziu duas cópias telecinadas (vídeo).

Detalhe marcante dessa influência foi o cumprimento entre os atletas a cada jogada. Transformado em incentivo, mesmo quando falhava, o jogador era estimulado pela sua participação no lance. Entre os homens consagrou-se o simples tapinha de mãos por todos os seis atletas em quadra. Entre as mulheres, além daquele toque de mãos, um grande abraço estimulante e cativante. Atualmente, também os homens se abraçam a cada ponto a favor. Finalmente, também foram os japoneses que contribuíram para o entendimento entre o único levantador e os cinco possíveis atacantes: as jogadas ensaiadas em exaustivos treinos são “decodificadas” por sinais realizados com as mãos momentos antes do saque adversário.

Jogadas de defesa. Embora tenha sediado o I Campeonato Sul-Americano em 1951 e participado dos II Jogos Pan-Americanos (1955) no México, o Brasil realmente deu início ao seu intercâmbio esportivo quando de sua participação no III Mundial (1956), em Paris e, a seguir, em 1960, no Rio de Janeiro. Apesar disto, permanecemos durante longos anos – até o início da década de 80 – bastante distantes dos grandes centros do voleibol – países socialistas – e, assim, ressentidos de técnicas mais refinadas para alavancar o pretendido desenvolvimento. A este respeito, nosso querido e saudoso Adolfo Guilherme, mineiro, dez vezes técnico de seleções brasileiras se ufanava de ser o “introdutor no Brasil de todas as inovações do voleibol europeu” (Volibol, à Beira da Quadra).

Bloqueio duplo. A partir de 1938 os tchecos introduziram os bloqueios nas regras baseados no conceito de “bloquear com um ou dois jogadores adjacentes”. Por quase 20 anos o bloqueio foi uma parte do jogo NÃO incluído nas regras. Foram imediatamente seguidos pelos russos, uma vez que o novo invento facilitava sobremaneira a tarefa dos defensores e, por isso, aceito por todos como “jogada de defesa”. Também foi destaque na imprensa carioca a “descoberta” da nova Chave (nova técnica, terminologia empregada pelos atletas de basquete na época) de bloqueio no campeonato carioca de 1946. Veja a seguir reportagem vinculada na imprensa: “Chave inédita. Como noticiado pela imprensa, fazendo jus à foto, os atletas do Fluminense empregaram uma nova chave de bloqueio: o bloqueio duplo. A chave parece ter dado certo ao longo de todos esses anos”.

Manchete. Outra invenção tcheca de 1958, considerado um excelente golpe de defesa e denominado inicialmente de bagger. Quando empregado inicialmente, assombrou os espectadores no Campeonato Europeu, em Praga. Logo foram copiados pelos russos, aperfeiçoado pelos japoneses e consagrado seu uso internacionalmente nas Olimpíadas de Tóquio, em 1964. O atraso no Brasil uma vez mais se pronunciou quando da realização dos primeiros jogos do campeonato carioca após as olimpíadas: as arbitragens cobravam dos atletas um fundamento que jamais tinham visto. Foi um desastre! Felizmente, o brasileiro logo assimilou a sua técnica de execução, assim mesmo, os mais novos. Dos antigos jogadores, mesmo os da seleção presentes no Japão, nenhum deles incorporou a sua técnica.

Peixinhos. Quanto aos saltos, quando bem executados, careciam de maior proteção ao atleta – joelheiras e piso – já que o atleta toma uma posição de mata-borrão, isto é, desliza no solo com a barriga, tendo tronco e pernas estendidas para o alto e para trás. Tentou-se sua introdução no Brasil, mas logo rejeitada inclusive por uma série de acidentes, uma vez que os pisos de madeira ofereciam perigos constantes. Somente com o piso emborrachado retornaram ao seu uso, mesmo assim, sem muita eficiência prática.

Jogadas de ataque. Definir em palavras as jogadas de ataque de um time de vôlei é tarefa praticamente impossível. Por isso, são utilizados gráficos que mostram as suas principais jogadas. Para acompanhar os gráficos acompanhe o pequeno glossário abaixo. Cada gráfico indica a possibilidade de jogadas para aquele momento, cabendo ao levantador fazer a escolha. Importante lembrar que os jogadores de primeira bola não batem, apenas fazem fintas, enquanto os jogadores assinalados com um círculo não recepcionam o saque e realizam o ataque do fundo de quadra:

Entrada de rede – posição do jogador que sai do fundo da quadra (V) e vai para a rede (IV) quando o time roda no saque; visto do fundo da quadra, é o lado esquerdo da rede.

Saída de rede – posição do jogador que, quando o time roda, vai para o saque. Visto do fundo da quadra, é o lado direito da rede.

Primeira bola – é a bola, nas jogadas de finta, em que o jogador engana o bloqueio ao simular bater e deixa para um companheiro.

Bola de tempo – o cortador salta antes da bola chegar às mãos do levantador, que a lança (levanta) para o ponto em que o braço do cortador está passando. A rapidez com que é executada dificulta o bloqueio, que tem que subir junto com o atacante.

Bola chutada no meio – bola de tempo executada não muito próxima ao levantador.

Bola chutada na ponta – é uma bola rápida, mas não é de tempo. Executada na entrada ou saída da rede.

Bola se segurança – a bola é levantada alta na ponta. Ocorre normalmente quando o passe recebido pelo levantador não é bom, isto é, não chega à posição do levantador.

Dismico – a segunda bola é levantada logo atrás do jogador que vai na primeira bola.

Dismico da chutada – quando é executada com uma bola chutada.

Aquela – o jogador que vai na primeira bola como se fosse bater chutada no meio. Outro jogador (da 2ª bola) bate entre o da primeira bola e o levantador.

Terminologia

Finta – corresponde, no vôlei, ao drible no futebol. A intenção é a mesma: enganar o adversário. Só que, no caso, simulando os movimentos de pernas e braços preparatórios para a impulsão, para que o bloqueio adversário salte. Fintar, na linguagem dos jogadores atuais é também “dar um tempo”, no sentido de aguardar o tempo que o adversário gasta ao subir para fazer o bloqueio e,  só então, pular para atacar num tempo diferente e posterior ao adversário.

Bola de tempo ou mexicana – jogada rápida, na qual o atacante já se encontra no ar quando a bola chega às mãos do levantador. Este arremessa uma bola chutada – com relativa força, em trajetória quase reta, para encontrar o atacante em posição de cortar. Atacante e levantador se colocam bem próximos para executar esta jogada. Basicamente, a bola é levantada de baixo para cima, numa vertical. Utilizada quase sempre com o atacante de meio de rede.

Bola de fundo – ataca um dos jogadores que se encontra na zona de defesa. Jogada utilizada geralmente quando o levantador está na rede (posições II, III e IV do rodízio) e, em conseqüência, só tem dois outros atacantes ao seu lado como opção para a jogada. O jogador que está na defesa é obrigado a pular de trás da linha de três metros que separa as zonas de ataque e defesa.

Dismico –  um atacante, geralmente o meio de rede, puxa o tempo (salta e faz a finta, atraindo o bloqueio), enquanto outro, quase simultaneamente, vem por trás e bate na bola, pegando o bloqueio já caindo.

Aquela, ou between – o jogador do meio da rede pula para atacar a bola chutada, mas quem conclui o ataque é o jogador da entrada (posição IV), que se desloca e bate entre o levantador e o atacante do meio. O bloqueio normalmente acompanha a finta do jogador de meio e o outro bate sem marcação.