Valor da Prototipagem

Pratica Investigativa par blogue cocriação

PROCRIE

CENTRO DE REFERÊNCIA EM INICIAÇÃO ESPORTIVA

 

PREZI Pós-Graduação Residência Pedagógica


DA PRÁTICA À TEORIA (¹)

Reescrevendo o Desempenho de Pessoas

Ginásio 2 Ajustado


 

PREVINAM-SE!

“As pessoas sempre resistirão porque sempre resistem a novas ideias. Lembrem-se: o mesmo aconteceu com Galileu. Todavia, não leve isso para o lado pessoal”(²).

 

Inovar é valor percebido

Transformando pessoas e suas vidas

Precisamos de novas escolhas que equilibrem as necessidades de indivíduos e da sociedade como um todo; novas ideias que lidem com os desafios globais de saúde, pobreza, educação. Contudo, precisa-se de uma abordagem eficaz e acessível, integrada a todos os aspectos envolvidos e que indivíduos possam utilizar para gerar ideias que façam a diferença.

Quando um produto ou serviço é inovador ele causa impacto na vida das pessoas e transforma para sempre a forma delas viverem e trabalharem.

 

Mapa mental 

Visualizar uma ideia utilizando uma técnica com longa e rica história

Uma representação visual ajuda a ver as relações entre os diferentes tópicos, dá um senso mais intuitivo do todo e ajuda a pensar em como exemplificar melhor uma ideia.  Não existe uma melhor forma de percorrer o processo. Há pontos de partida e de referência úteis ao longo do caminho. O modo contínuo da inovação pode ser visto como um sistema de espaços que se sobrepõem:

Inspiração, o problema ou a oportunidade que motiva a busca por soluções

Idealização, o processo de gerar, desenvolver e testar ideias

Execução, o caminho que vai da sala de design ao mercado

 

Atitude de experimentação

Você se torna mais inteligente a partir de seus erros

— antigo provérbio alemão

 

Todos nós temos necessidades preliminares na construção de nossas atividades: são os exercícios de adaptação a algo novo. Para isso, precisamos de tempo e espaço para cometer erros. É bem possível que tenhamos que imitar a natureza na desconcertante variedade envolvida em um ecossistema saudável, afinal não passa de um exercício de experimentação sustentada.

 

Pensar com as mãos

A prototipagem é a disposição de seguir adiante e testar alguma hipótese construindo o objeto ou projeto, constituindo-se na melhor evidência de experimentação. É um pensar com as mãos, algo ainda abstrato a ser orientado por especificações e planejamento. Ambos têm seu valor e cada qual tem sua melhor aplicação, mas um deles é mais eficaz para criar novas ideias e levá-las adiante.

 

 Quer saber qual deles?

 


 

Para você pensar:

— Como seria jogar voleibol com a rede coberta?

Rede Coberta

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A Rede Coberta – Lição V

Rede Coberta
Foto (original): Fivb/Divulgação.

Objetivos a alcançar

Em prosseguimento ao tema DEFESA, faço uma ressalva aos leitores para destacar a importância de um planejamento em suas atividades. Dessa forma, relembro os textos postados neste Procrie sob o título Lões de um Projeto, Perspectivas de Aprendizagem (3 art., nov./2009) sobre nossa atuação no Morro do Cantagalo, no Rio de Janeiro, projeto que antecedeu o Criança Esperança, alardeado pela TV Globo. Trata-se de uma proposta didática a ser empreendida para várias circunstâncias, especialmente em se tratando de indivíduos sem qualquer ou pouca atividade física dirigida. Assim, naquela oportunidade buscamos desenvolver preliminarmente:

  1. A conquista do ritmo do grupo
  2. Desenvolvimento da auto-estima
  3. Valor dos pequenos jogos e brincadeiras
  4. Capacidades de pensamento, aprendizagem, memória, linguagem, atenção, concentração
  5. A prontidão para a aprendizagem
  6. A pertinência de conteúdos
  7. Os métodos de descoberta na aprendizagem
  8. Fatores para ajustar a capacidade de aprender com disciplina e orientação própria, e de pensar racionalmente de modo continuado

Até chegarmos a um ponto desejável, observam-se detalhes que podem ser desenvolvidos de forma imperceptível e imprescindíveis para um bom rendimento do indivíduo (ou futuro atleta) – sua colocação dentro de quadra, a intuição no que se refere à antecipação. Isto é, sua construção mental como base de sua atuação tática futura, que de alguma forma podemos simplificar como aprender a pensar. (Leia mais em Aprender a Ensinar)

Inicialmente, é natural focar no aprendizado individual em detrimento do coletivo, justificada pela aquisição de uma técnica que permita ao treinador em futuro próximo aprimorar os aspectos coletivos da equipe, isto é, a tática a empregar em função dos adversários, ou mesmo no desenrolar de uma partida. Contudo, nossa preocupação reside no fato de os profissionais encarregados de propor as tarefas não estarem suficientemente instruídos quanto aos temas psicopedagógicos, mas voltados essencialmente para a consecução desse ou daquele exercício. (Reportem-se ao artigo Teoria vs. Prática). Assim, deixam de exigir a busca da perfeição nos gestos, isto é, no apuramento de uma técnica individual, sem a qual tudo permanecerá como dantes. Este a nosso ver o principal erro que se propaga geração após geração, independentemente se estamos na Formação ou mesmo no Alto Nível. Em suma, não convém que o indivíduo seja adestrado – repetir e repetir – mas levá-lo a compreender o que lhe é exigido (a tarefa), e a avaliar o seu progresso – ensino contingente. Caso necessite de ajuda, a acuidade, o conhecimento e a experiência do treinador contribuirão na difícil arte de ensinar. Isto é bem diverso do que simplesmente enunciar o exercício e aguardar o momento de realizar o próximo em um exaustivo processo muitas vezes melancólico. Mas será que os instruendos estão se esforçando para aprimorar a técnica de execução, ou simplesmente repetindo as mesmas coisas? Neste caso, simplesmente estarão reforçando o erro, o que consideramos um contra treino. Assim, que lhes sejam impostos problemas diários e que aprendam a buscar as soluções mais adequadas.

Cobrindo a rede

Nunca é demais lembrar que é sempre de bom alvitre colocar uma pitada de graça, alegria e surpresa nos treinos. Isto torna o ambiente propício à concentração e ao desempenho, deixando de ser repetitivo e enfadonho, do tipo que inspira pensamentos nos atletas como “aposto que já sei o que vem mais adiante!” Vamos juntos, então, dar a partida na intenção de criar alguns problemas para os instruendos de forma original e criativa – crianças ou adultos – e mais do que isto, avaliar uma a uma as soluções e comentários que geram como um todo. Poderíamos sem medo de errar, dizer que vamos Aprender Brincando; quer coisa melhor para despertar e manter o interesse dos indivíduos? Além disso, em uma disputa saudável, incentivar e destacar os comentários mais pertinentes após cada sessão de treinamento. Na montagem da foto pode-se perceber o grau de dificuldade e as implicações provenientes de ter parte da visão obstruída numa partida de voleibol.

– Que tal se cobrirmos a rede com um pano opaco e deixar que crianças inventem seus primeiros jogos e exercícios com a novidade?

– E se, em dado instante, interrompêssemos um treinamento de uma seleção adulta – feminina ou masculina – e introduzíssemos os mesmos jogos criados pelas crianças?

O que acham que aconteceria em seguida em ambos os casos? Se você tem uma resposta é um bom sinal, independentemente se ela se ajusta a qualquer dos dois casos. O que importa, então, é que começamos a raciocinar juntos na mesma direção, isto é, buscamos novos estímulos que favoreçam um bom aprendizado. Quer participar dessa brincadeira?

Criatividade, originalidade e compartilhamento

Todos estão convidados a embarcar nessa viagem maravilhosa de livre pensar e descobrir até onde nos levam nossas descobertas!

 

Voleibol na Escola (IV)

Iniciação & Formação. Problemas e Soluções

 

6. Como atacar?

No caso de iniciantes, os ataques por cortada são raros, especialmente se o jogo se desenvolve em quadra oficial. Nesse caso, a percepção desenvolvida para defender sua própria quadra poderá servir de base para decisões a serem tomadas. Primeiramente, atente-se para o fato de que, se não orientadas, as alunas devolverão as bolas no 3º momento simplesmente de manchete ou de toque, passando-a para o outro lado sem a mínima preocupação de ataque proposital. É a situação mais comum nos jogos de principiantes, especialmente entre meninas.

A professora poderá leva-las a perceber que os ataques necessariamente não têm que ser por cortada e assim, desperta-las  para ações mais eficientes. Se ainda não dominam a recepção do saque e o respectivo passe à levantadora e se esta por sua vez também não domina o toque de levantamento, pouco adiantará para a equipe possuir excelentes cortadoras. A incidência de erros naqueles fundamentos fará com que a equipe reponha a bola em jogo quase sempre de manchete, simplesmente passando a bola para o outro lado. Basta assistir a um jogo entre principiantes – mesmo entre federadas – para constatar o número elevado de casos da natureza. Aliás, isto era muito comum ainda na década de 60, quando equipes (e seleções) brasileiras femininas atuavam contra as japonesas. Não conseguiam sucesso nas recepções de saques balanceados. (simplesmente porque os treinadores esqueciam-se de fazê-lo).  

É conveniente que as alunas aprendam a VER a outra equipe, aonde se colocam as suas jogadoras, especialmente quando atacadas: que posição adotam? Quem é a mais fraca na defesa? Colocam-se muito perto das linhas? Existem grandes espaços entre elas? E o fundo da quadra? Conseguem recuperar bolas lançadas próximas à rede? E, principalmente, onde está e para aonde vai a levantadora?

Construir exercícios específicos nesse sentido: uma equipe em expectativa de defesa e outro grupo de alunas realiza sucessivos ataques por toque de diversas posições da sua quadra em bolas lançadas, ora pela professora, ora por uma colega. Proceder a vários rodízios entre elas antes de trocarem de funções. Enquanto realizam os movimentos, fazer que as demais observem e detectem os “vazios”, isto é, os espaços entre atletas, a rede e as linhas demarcatórias.

7. Como ver a outra equipe no momento do ataque?

Esta é uma percepção bastante difícil de ser ensinada. Ela pressupõe, a meu ver, o desenvolvimento da visão periférica, onde a jogadora, ao se conjugar com o movimento da bola que será tocada em seguida, percebe a posição ou movimentação de uma ou mais jogadoras adversárias. É passível de ser treinada, resultando em acréscimo no desenvolvimento tático de qualquer atleta. Normalmente, é mais utilizada pela levantadora que, ao receber um passe favorável junto à rede pode discernir para que posição efetuar o levantamento em função da movimentação das bloqueadoras. A observação da equipe adversária logo após sofrer um ataque também contribui para memorizarem as posições mais adotadas pelas adversárias: a tática da equipe é repetitiva. A partir dessa observação, permite-se uma orientação dos ataques, tanto por cortada, como de toque. E, ainda que nem todas as atletas tenham esta percepção, não será difícil que se orientem e se desenvolvam neste mister mutuamente. Existem vários exercícios que propiciam a visão periférica. Ex.: toques, 3 a 3, com duas bolas; toques, 2 a 2, todas em círculo.

8. Como defender?

As contramedidas necessárias a qualquer tipo de ataque – entenda-se que ataque é qualquer bola lançada em direção à quadra adversária (exceto o saque) – devem fazer parte da tática individual das atletas e da equipe. No caso de iniciantes, onde os ataques por cortada são escassos e não muito fortes – especialmente em se tratando de equipes femininas – recomenda-se até a dispensa da formação de qualquer bloqueio. É mais eficaz para a equipe contar com todas as suas jogadoras em posição de defesa, com exceção para as bolas muito próximas à rede e, assim mesmo, nos casos em que as atletas de ambas as equipes tenham condições de alcançá-las com saltos. Um dos treinamentos mais eficazes para desenvolver uma boa defesa é o da rede coberta com um pano, onde uma equipe não vê a outra e somente uma realiza as ações de defesa: a outra produz sucessivos ataques de posições relativamente afastadas da rede. A professora comanda os exercícios de trás da quadra da equipe que defende, corrigindo posicionamentos e medindo a velocidade de reação de suas atletas. Estas, por sua vez, imaginam para onde suas colegas adversárias provavelmente devem dirigir as bolas e qual seria a minha área de defesa. (ver item 6, como atacar?) Aceleram-se medidas preventivas, de expectativa ou de antecipação. Multiplicam-se soluções criativas de lado a lado, produzindo-se um incremento tático invejável.

9. Ritmo de jogo

Inicialmente, a sucessão de movimentos requerida pelo voleibol assusta. Entretanto, as experiências sucessivas e renovadas nos jogos, a obtenção de uma técnica individual razoável através de exercitação conveniente, podem transformar as alunas em exímias jogadoras. Facilitadas pela diminuição dos espaços e pelo número de jogadoras, o mini vôlei (quadra menor) pode conduzi-las rapidamente à observância da ocupação apropriada do terreno de jogo e a um repertório inimaginável de soluções e criatividade. A sensação, neste estágio, é que aprendem sozinhas, sem a participação da professora. Neste propósito, caso necessite, poderá acelerar este processo, promovendo algumas aulas com exercícios específicos de movimentação em quadra: somente uma equipe realiza sucessivas tentativas de recepção e troca de passes, até o consequente ataque. As bolas podem ser arremessadas pela professora ou alunas especialmente designadas. Dependendo do número de participantes, pode-se realizar uma competição: “Que equipe consegue realizar mais ações sem erro”? Ou, então, errou duas vezes, sai e dá lugar à outra. Nestes momentos, é interessante que a professora oriente de perto, muito próxima das crianças. A posição mais favorável é dentro da quadra, atrás das alunas, mostrando às defensoras como ocupar ou diminuir os espaços. Observar o tempo ou intensidade com que é feita a reposição das bolas, conduzindo o exercício num ritmo satisfatório, nem aquém, mas tampouco demasiadamente exigente.

Na sequência, estarei comentando sobre os gestos técnicos, as emoções e a posição de expectativa. Até lá!