Evolução das Regras, anos 1960

Década de 60          

1960. Destaques das principais modificações na Regra Oficial constante de Nota Oficial da CBV retransmitida pela FMV (NO nº 16, de 10.3.60).

Regra I – Art. 2º – Nova redação

LINHAS – O campo é limitado por linhas de 5 cm de largura traçadas na sua parte interna. Elas serão traçadas a um mínimo de 2 (dois) metros de qualquer obstáculo.

Regra V – Art. 3º – § “d” – Alterar

Qualquer jogador que inicie jogando um set pode ser substituído uma só vez por qualquer suplente e poderá voltar ao jogo, mas definitivamente, no lugar que ocupava precedentemente e somente ele, com exclusão de qualquer outro jogador.

Regra XII – Art. 6º – § “c” – Acrescentar no final

Os dois tempos para descanso podem ser solicitados consecutivamente por uma ou outra equipe sem que o jogo tenha sido recomeçado. No entanto, segundo a Regra V, art. 3º – letra “c”, uma equipe não tem direito de pedir dois tempos para substituição sem que entre os mesmos o jogo tenha recomeçado. Um tempo para descanso de uma equipe pode ser seguido imediatamente de um tempo para substituição por uma outra equipe e vice-versa.

Regra XIII – Acrescentar

Art. 7º – BARREIRAS¹ – No momento do saque é proibido aos jogadores da equipe que irá dar o saque efetuar movimentos com os braços, saltar ou grupar dois ou mais jogadores, com objetivo de formar uma “barreira”, com intenção de encobrir o sacador.

Regra XX – Art. 1º – Acrescentar

Letra “c” – o fato de tocar a linha central, sem ultrapassá-la, não constitui falta.

Regra XXIV – Art. 3º – Acrescentar no final:

“Salvo no caso de uma equipe ficar incompleta em virtude de contusão de jogadores” (conforme Regra V, Art. 3º – Letra “d”).

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Comentário ¹ – Criada em 1952, era permitido aos atletas inclusive levantarem os braços. Em seguida esta permissão  (levantar os braços) foi abolida, mantida ainda a barreira. Em 59, abolida definitivamente.

 

 

 

Campeonato Mundial, Rio de Janeiro e Niterói.

Tendência em favorecer a defesa na tentativa de equilibrar as ações de jogo. Muito embora os russos, campeões, jogassem com somente um levantador (5×1), foram os japoneses que consagraram esta formação, o que facilitava suas combinações de ataques rápidos. Os soviéticos realizavam ataques com bolas predominantemente altas.

Características

Possivelmente uma das últimas competições internacionais em que a recepção pode ser realizada com emprego do toque (por cima). Nas seguintes, tem início a manchete, como verão a seguir. As equipes jogavam praticamente no sistema 4×2, exceto a URSS, que já empregava o 5×1. Foi a primeira participação do Japão, que inovou com o saque flutuante. As moças apresentaram maior precisão e por pouco não venceram as russas na decisão. Os rapazes jogavam com bolas rápidas e fintas ainda incipientes.

Sem dúvida, a equipe tcheca era a mais técnica de todas, fazendo jus à sua posição de campeã mundial (1956). Economizavam energia, utilizavam muito o bloqueio adversário (exploradas para fora) e seus ataques tinham direção certa, sem muita força. Perderam na final para a URSS.  A URSS predominou, por muito tempo, como a equipe de maior vigor físico e estatura. Tinha potência de ataque invejável, deslumbrando os espectadores com seu incrível bate-bola (aquecimento) com cortadas cravadas muito próximas à rede. Única equipe a jogar com um levantador (camisa 12, Georgy Mondzolevsky) e possuir o “melhor sacador” do mundial – o camisa 6, Yury Pojarkov – de saque balanceado (chamado americano), inclusive executando a corrida para a batida na bola. Era extremamente violento e dificílima a sua recepção, pois, lembramos, ainda não era empregada a manchete. E, recepcionar de toque era tarefa inglória, mesmo para os melhores passadores. Não houve emprego das cortadas de gancho, muito utilizadas no mundial anterior. Nosso único executante era Lúcio, que pouco atuou. E, ainda, não era permitida a invasão no bloqueio, fator que representava o maior índice de reclamações contra as arbitragens.

1964. Novas regras para o bloqueio: a invasão por cima durante o bloqueio ainda era proibida, mas permitido aos bloqueadores um segundo toque. Os primeiro torneios Olímpicos de Voleibol jogados em Tóquio (13 a 23 de outubro) contemplaram 10 equipes masculinas e 6 femininas. Estreia oficial do emprego da manchete.

1968. Recomendação do Congresso do México para a utilização das antenas como limite do espaço aéreo da rede, para facilitar as decisões da arbitragem (bolas por fora).

Saques – Altos tinham raros praticantes, embora as quadras favorecessem, pois eram raros os ginásios. Em 1953, Paulo Castelo Branco (Sírio e Libanês), sacava muito além dos refletores (o atual “jornada”). Os refletores eram colocados sobre a quadra de voleibol, “acompanhando” as linhas laterais, a uma altura relativamente alta. No Brasil da década de 40, alguns juízes proibiam a utilização deste saque, punindo com perda da vantagem, pois prejudicava a visão do recepcionador.

Recepção  

1960 – Utilização de excelente toque por cima até o mundial do Rio.

1962 – Surge a manchete; uso do toque em condições especiais (mundial de Moscou).

1964 – Utilização predominante da manchete (Olimpíadas de Tóquio); obrigatoriedade no Brasil de recepcionar de manchete; surpresa no Torneio Início carioca.

Defesa

1960 – De toque até o Mundial; alguns gestos com um dos braços e mão fechada.

1962   – Introdução da manchete em defesa de cortadas.

1964 – Utilização plena da manchete na Olimpíada.

Bloqueio

1964 – Até a Olimpíada de Tóquio somente no próprio campo; a partir daí, permissão para invadir após o ataque adversário; retorna a permissão para o 2º toque.

Voleibol na Escola (VIII)

Iniciação & Formação. Problemas e Soluções

e) a defesa, posições na quadra e usufruindo o regulamento.

Para realizar boas defesas as atletas devem possuir uma boa técnica (individual), que inclui diversos aspectos. Entretanto, algumas se destacam e, por isso, são “aproveitadas” e colocadas em posições consideradas mais prováveis de intervir nos lances. Assim é desde os seus primeiros jogos de minivôlei e será sempre na sua vida esportiva. Essas posições estão em função também dos ataques da equipe adversária. Se há regularidade em lançamentos para uma determinada zona da quadra, se uma jogadora é mais importante e muito acionada, tudo são fatos relevantes que devem ser observados pelas jogadoras e, principalmente, pela treinadora. Se houver necessidade, realizar trocas regulamentares entre suas atletas logo após o saque ou a recepção do saque adversário.

f) líbero: devo “construir” uma?

Se a treinadora aceitar um breve conselho, diria que ao invés de UMA, deveria formar tantas quantas fossem possíveis para a sua equipe. A formação técnica da jogadora para esta função é bastante apurada, além de um sentido de equipe e coletividade invejáveis. Ela é a “formiguinha” que carrega tudo, sem se queixar, sem aparecer, sem firulas, sem qualquer vaidade. É uma verdadeira “guerreira”. Ela se dá pela equipe.

g) se a minha equipe possui uma jogadora que recepciona mal, que devo fazer? 

Ora, que bom! Se SÓ uma delas recepciona mal o saque, isto é bom para você, para ela e para toda as suas companheiras. Para você, professora, por que somente uma delas apresenta momentaneamente este pequeno problema. Isto é motivo para ficar feliz, pois já sanou as dificuldades de todas as outras companheiras. Para ela mesma, por que terá a ajuda e o incentivo, agora, não só da professora, como das suas colegas de equipe. Terá, inclusive, em quem se espelhar e com quem se aconselhar. É uma fase que será rapidamente vencida com tanto apoio. Para as demais jogadoras, pela oportunidade de também elas se solidarizarem com uma colega e amiga que precisa de apoio para que toda equipe se beneficie e se desenvolva harmoniosamente. Este é um dos princípios educacionais perseguidos na educação pelo esporte. Nas sequências de treinamento ou nas aulas, ela poderá ser mais acionada e corrigida pelas próprias colegas. O importante é transmitir-lhe que vai conseguir com o seu próprio esforço e a ajuda delas. Inclusive, caso ela se destaque em outra função, torná-la instrutora desse novo fazer, igualando-a a todas. A professora se encarregará de destacar onde está a principal falha no movimento.

Nos jogos, desde que não comprometa demasiadamente, orientar as jogadoras no sentido de apoiá-la sem excluí-la. Este apoio pode ser através de uma dica, um simples gesto ou pequena mudança de posição, sem a participação ainda da professora. Caso não esteja resolvida a questão, com um pedido de tempo pode-se modificar o panorama e incentivar sua atuação. É importante que sejam  ressaltadas outras qualidades da atleta, seus progressos na qualificação técnica deste fundamento e a sua ajuda em outros procedimentos. O elogio é a chave da motivação! Mais à frente (item 21, “Como motivar uma equipe”), falarei a respeito.