Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro
No início da década de 90 apresentei um Projeto à Secretaria de Educação do Rio de Janeiro. Tratava-se de incluir na grade escolar o Minivoleibol com aproveitamento de suas instalações e pessoal praticamente com custos irrisórios. O universo escolar regulava em torno de 600 mil alunos. A introdução se realizaria a pouco e pouco, de acordo com as necessidades da Secretaria. Cursos seriam ministrados aos professores que optassem pelo emprego da modalidade nas respectivas unidades. Quanto ao material a empregar – mini redes – necessárias para um bom aproveitamento dos espaços, seriam cedidas pelo Autor. O Projeto assinalava, inclusive, que o esporte contemplado num primeiro instante tratava-se do voleibol, mas que a pedagogia empregada poderia ser estendida a outros desportos.
Notem que não procurei a Secretaria de Esportes por vários motivos, entre eles, o número de alunos, as instalações e, mais importante, os professores já pertencentes às escolas. Além do mais, as crianças já estariam nos locais das aulas, não implicando duplo deslocamento, o que inviabilizaria o processo.
O Departamento de Educação Física da Secretaria acolheu o Projeto, examinou e exarou a seguinte avaliação:
“Projeto interessante, rico pedagogicamente, que se coaduna com o Núcleo Curricular Básico Multieducação. A atividade básica do projeto é a prática do voleibol de uma forma mais lúdica. Neste sentido, há o favorecimento da participação de todas as crianças, não havendo uma submissão rígida à forma técnica do desporto, possibilitando-se a participação, independente da habilidade individual de cada indivíduo. Em suma, trata-se de uma atividade agregadora cuja metodologia pode ser estendida a outros esportes. A relação custo/benefício pode ser favorável. A Secretaria atenderia inicial e experimentalmente um determinado número de escolas com pouco dispêndio mensal – dentro dos recursos disponíveis – o que pode se tornar uma ação bastante multiplicadora a seguir”.
Infelizmente nunca foi aproveitado.
Teimosamente, em 1995 procurei a Fundação de Esportes, braço da Secretaria de Esportes do Rio. Contratamos a realização do Projeto para 300 crianças durante 3 meses na Praia de Copacabana. Todo o material e professores foram por minha conta e risco. Devida à grande aceitação – aulas às segundas e quartas-feiras – resolvi estender o Projeto por minha conta por aproximadamente 6 meses. As dificuldades burocráticas para renovação com a Prefeitura foram intransponíveis.
Contudo, tivemos a auspiciosa visita de representantes da seleção brasileira feminina, à frente Bernardinho e seu auxiliar, Ricardo Tabach, além do saudoso Bené, técnico e descobridor de tantos talentosos jogadores, inclusive do próprio Bernardo. Na foto, o autor com os três amigos na praia, enquanto as estrelas se misturavam às crianças.


