
Introdução
Reporto-me a um trabalho de 1996 da Federazione Italiana Pallavolo (FIPAV), ” Mini vôlei, um Jogo”¹, um instrumento técnico-didático endereçado a todos os docentes, aos instrutores e animadores de qualquer entidade ou escola que se ocupe da Educação através do movimento e do esporte. O conteúdo é composto de uma série de unidades didáticas que serviram de instrumento, de estímulo e uma linha de ação para quem proporá aos seus alunos a atividade de Mini vôlei. Estarei apresentando um resumo da metodologia empregada e disponível aos interessados para dirimir dúvidas e descortinar novos caminhos.
Mini vôlei. O Mini vôlei é um jogo-esporte de situação, no qual afluem e se agrupam esquemas motores estáticos e dinâmicos, a capacidade condicional, a capacidade coordenativa, os aspectos da esfera cognitiva e emocionais. Esses concorrem, todos juntos, para conseguir novas habilidades motoras e para determinar o comportamento motor-relacional, que representa uma das formas de expressão de comunicação da personalidade do aluno. A criança, como pessoa, está no centro da atividade proposta por este livro: o aluno é o protagonista; a bola é um brinquedo; o jogo vem antes da técnica; e a técnica se aprende jogando.
Estruturação da Atividade. O curso é predominantemente prático e usa o jogo como instrumento principal do trabalho. Partindo do jogo simples, com a progressiva aquisição da habilidade, passa-se aos jogos mais complexos. Com o sistema de 1 contra 1 pode-se jogar Mini vôlei desde a primeira aula. O professor, dado o pouco tempo disponível e os espaços frequentemente exíguos, deverá dispor de: uma boa organização da classe; a divisão dos grupos (1 contra 1, 2 contra 2, 3 contra 3); o emprego de rodízio de alunos nas funções de árbitro e “marcador de pontos”; o uso de elástico aonde não existe uma rede longa (25m, 30m, 35m …); a delimitação do campo com giz ou fita adesiva, utilizando medidas de modo funcional quanto ao objetivo a atingir. A organização da lição deve prever sempre um jogo que caracterize a própria lição. Cada jogo prevê a demonstração, aonde se emprega em linhas gerais o jogo. Às vezes pode-se também renunciar às explicações e mostrar o gesto de modo global; a aplicação, aonde são individualizadas as dificuldades principais e assinaladas às crianças, ou com uma nova demonstração coletiva ou encarregando um colega da correção de outro. Essas fases devem ser breves e, adquiridas as habilidades simples requeridas, passa-se imediatamente ao jogo aplicado, que empenha mais intensamente os alunos no aprendizado. Os alunos, além do comportamento técnico são também exigidos: no controle da pontuação; no controle do próprio campo; no estudo da posição do adversário, com o consequente desenvolvimento do nível de percepção e de aquisição de conceitos táticos elementares. Naturalmente, cada vez que se observam os erros, devemos corrigi-los e, eventualmente, com outros jogos específicos. A progressão metodológica parte do 1 contra 1 para passar a 2 contra 2 e encerrar com 3 contra 3. Quando o grupo etário (da classe escolar especificamente) tiver experimentado os jogos base 1 contra 1, passar-se-á ao 2 contra 2, que representa o núcleo mais restrito possível de jogadores, mas contém já todas as características do jogo de equipe: a divisão do campo com o colega; a triangulação do passe; o levantamento para o ataque; a tática de jogo. Passa-se então e para concluir o ciclo, ao 3 contra 3 e ao 4 contra 4.
DA EDUCAÇÃO MOTORA AO MINIVÔLEI – 10 unidades didáticas: momentos de um caminho
O material que compõe as 10 lições provem de uma pesquisa conduzida sobre publicações e/ou produção direta ou indireta da FIPAV. Às vezes é também reportada a experiência original de algumas realidades locais da estrutura federal (Comitês Municipais) que autonomamente organizaram e geriram, nestes últimos anos a atividade do mini vôlei voltada para a sociedade esportiva e proposta ao mundo escolar como um serviço de suporte à atividade curricular da instituição. No ano do cinquentenário de sua fundação – ocorrida em 1946 – a Federazione Italiana Pallavolo quer festejar recordando a sua história, mas olhando principalmente para os 50 anos futuros. E, então, a FIPAV retorna a uma linha que se havia enfraquecido para prosseguir com renovado impulso investindo ainda mais no setor promocional escolar e juvenil. Este breve guia está aberto às eventuais e sucessivas atualizações, numa ótica de formação cultural permanente. As unidades didáticas são 10 flashes de um caminho, uma idéia para trabalhar com as crianças, fazendo-as jogar imediatamente em qualquer ambiente e com equipamento simples e facilmente encontrado. O material recolhido é também fruto de uma longa e consolidada colaboração com o mundo da escola que frequentemente aceitou as propostas e os progressos da FIPAV reconhecendo nisso a originalidade, a renovação e o valor educativo.
¹ Tradução livre do autor e Floriano Salvaterra Neto.
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