

O autor e a língua inglesa
Vislumbrando o mapa dos EUA (Google Analytics) em que estão consignadas as cidades (218) com visitantes ao Procrie, ao tempo em que me enche de orgulho, sou tomado de lembranças e fatos corriqueiros, mais que por isto, destacáveis neste momento de evocação.
O que é mais fácil, aprender inglês ou jogar voleibol?
Uma delas ocorrida no final da década de 80. Recebi à tarde um telefonema do Supervisor Técnico da Confederação Brasileira de Volley-Ball (CBV) interessado em conversarmos sobre um convite que faria. Prontamente atendi e minha surpresa foi grande. Em poucas palavras, de forma taxativa, retransmitiu o convite que o presidente Carlos A. Nuzman me endereçou: “a CBV convida-o a realizar um curso de inglês”. Pego de surpresa, a primeira reação foi “por que eu”? E o argumento que se seguiu do funcionário não se fez esperar: “o presidente precisa de um técnico que fale inglês, e para acelerar as coisas, é muito mais fácil que você aprenda inglês do que ensinar técnicas de voleibol a quem saiba falar o idioma”. Fiquei bastante envaidecido, mas infelizmente não se concretizou e até hoje nada sei da língua inglesa… e mesmo de voleibol, pois aprendo cada dia coisas novas que tento retransmitir!
Edição internacional?
Outra, quando há pouco dediquei um exemplar da História do Voleibol no Brasil a um amigo, professor e técnico de voleibol nos Estados Unidos, Frederico Marcondes. Já vovô, recebeu o green card, que lhe concede a cidadania americana, tendo cantado o hino nacional americano e jurado fidelidade à bandeira. Esteve no Rio de Janeiro de férias em visita a seus familiares e numa bonita manhã ensolarada encontramo-nos na orla da praia de Ipanema. Prestei-lhe a homenagem ofertando-lhe a obra e, imediatamente recebi elogios surpreendentes, entusiasmados mesmo, pois não esperava um livro tão alentado e com tantos detalhes. Após as primeiras impressões comentou com muita simpatia: “Pôxa, este livro deveria estar também editado em inglês; percorreria o mundo”!
Voleibol, peteca e indiaka…
E por último, embora cronologicamente a primeira delas, foi em 1975, durante o 1º Simpósio Mundial de Mini Voleibol da Fivb na cidade de Ronneby, Suécia. Foram oito dias de palestras e demonstrações bastante concorridas. Sabia de antemão que poderia candidatar-me a discorrer sobre um assunto que palpitava em minha cabeça, a utilização do jogo de peteca no convite às crianças para o voleibol. Já realizava a experiência na Praia de Icaraí, em Niterói, com crianças. Antecedendo o embarque, compus uma bateria de slides com fotos dos equipamentos utilizados e, como não poderia deixar de ser, como ilustração valiosa de adultos atuando nas praias do Rio – Copacabana e Ipanema – origem do jogo no estado. Vali-me do auxílio como intérprete do vice-presidente da Fivb à época, o mexicano Ruben Acosta, com quem já almoçara e travara alguns diálogos durante o simpósio. E não decepcionamos especialmente nos momentos em que as fotos exibiam corpos esculturais de belas mulheres ao lado da quadra de jogo. Para eles, europeus, a peteca estava batizada como INDIAKA. Passados alguns meses (estávamos em julho) recebi inúmeros pedidos de professores canadenses interessados em adquirir as indiakas. Ficou impossível atendê-los uma vez que as mesmas eram fabricadas artesanalmente por um praticante já velhinho. E até hoje ainda jogamos peteca na praia, inclusive compus um pequeno estudo que está à espera para ser editado e publicado.
Percebo hoje que tudo valeu a pena. Não me abati no primeiro episódio por não frequentar aulas de inglês e, no outro, o elogio embutido nas palavras do amigo. Valeu à pena ter continuado a me aprofundar no ensino do voleibol. E como afirmam os internautas, nada que o Google não resolva! Continuo a me valer dele e com certeza os visitantes que me honram e que desconhecem o idioma pátrio.
Até breve! …. Goodbye!







