Pedagogia Experimental

Um Novo Caminho   

Momento de síntese de pensamentos radicados numa cultura técnica e esportiva diversa. O material oferecido é um instrumento didático para um aprendizado duradouro, que se impõe por sua originalidade, renovação e valor educativo. O mini vôlei é revelado como um caminho dos mais promissores para a prática da Educação Física no sistema escolar.

Desenvolvimento das Atividades

Planejadas com bases técnicas, desenvolvem-se em situações naturais, espontâneas e prazerosas, explorando vivências corporais através de brincadeiras, jogos, diversos brinquedos e materiais. No futuro, o aluno precisará ser criativo, crítico, agir com autonomia e competência, saber transformar seus conhecimentos em soluções para resolver problemas e desafios. Enfim, tornar-se apto a trabalhar em equipe.

Progressão do Campo de Jogo 

Aulas consistentes com exercícios na forma de contestes atraem muito mais adeptos para o jogo. Já produzi textos sobre a prática metodológica e pedagógica (ver Categoria “Metodologia e Pedagogia”).  O Professor terá sempre em mente que as dimensões das quadras de jogo (largura e profundidade) não são rígidas, mas que devem oferecer melhores condições de desenvolvimento aos alunos nas respectivas fazes de seu aprendizado. Naturalmente, dependendo também das condições físicas e de equipamento.

 

 

 

 

Características e Regras 

O minivôlei é um jogo coletivo praticado por duas equipes com dois ou mais jogadores num campo medindo 12m x 5m. Nas competições pode-se jogar com 2 contra 2 (2×2), 3 contra 3 (3×3), e eventualmente, 4 contra 4 (4×4).  As pequenas regras que o professor vai a pouco e pouco introduzindo deve ser conversada com os próprios alunos que indicarão o melhor caminho. É interessante que desde o início aprendam a executar o “saque por baixo” a fim de evitar erros e pequenos acidentes; além disso, é mais provável um jogo com maiores ralys.

 

Interesse e Colorido Emocional

ginasio-escolar-colorido-reduzido Se um mestre quer que algo seja bem assimilado deve preocupar-se em torná-lo interessante. Somos do ponto de vista que a velha escola era antipsicológica, uma vez que era igualmente desinteressante. A memória funciona de modo mais intenso e melhor naqueles casos em que é envolvida e orientada por certo interesse. Entende-se interesse como um envolvimento interior que orienta todas as nossas forças no sentido do estudo de um objeto. Os psicólogos comparam o papel do interesse na memorização com o do apetite na assimilação do alimento. O interesse produz o mesmo efeito preparatório sobre o nosso organismo durante a assimilação de uma nova reação. Toda pessoa sabe que efeito inusitadamente aumentativo exerce o interesse sobre o psiquismo.

 

 Aulas: Jogos e Exercícios

O papel seguinte do interesse consiste na função unificadora que ele exerce em relação aos diferentes elementos de assimilação do material. O interesse cria um encaminhamento permanente no curso da acumulação da memorização e acaba sendo um órgão de seleção em termos de escolha das impressões e sua união em um todo único. Por isso é de suma importância o papel desempenhado pela atitude racional da memorização em função do interesse. Por que então não incluir pequenos jogos ou até mesmo jogos populares como a peteca nas aulas? No dia a dia da escola pode tornar-se prática comum nos recreios.

Aprender Brincando e Jogando  

Exercícios lúdicos, na forma de contestes, atraem muito mais adeptos para as brincadeiras e o próprio jogo. A participação maciça da classe facilitada por múltiplas tarefas, promove a integração entre os alunos, professores e seus responsáveis. Podem e devem participar meninos e meninas. Para manter o interesse e atrair mais gente para nossas aulas, vale até a utilização de um paraquedas; as aulas tornam-se mais atraentes e divertidas. Esta é uma técnica empregada na cooptação: uma novidade sempre tem o seu lugar no imaginário dos alunos.

Centro de Treinamento de mini voleibol; Praia de Copacabana, Rio (1995).

    

      

       

  

Voleibol Escolar na “Ilha Encantada”

Mensagem ao presidente da Federação Maranhense de Voleibol, ao “Grupo do Vôlei” e aos professores da rede pública estadual. 

Prezado Biguá,

Estou de volta ao seu blogue. Fiquei pesaroso pela notícia do falecimento do Nereu, meu amigo de longa data. Que o Senhor o tenha na sua PAZ e que conforte sua família e amigos.

Atendendo ao seu convite… “Estivemos reunidos (FMV e Grupo do Vôlei)  no Colégio Educator (…) estamos  aproveitando a oportunidade para convidar alunos dos cursos de Educação Física, das escolas particulares e da UFMA, técnicos formados, capacitados…” Tecerei alguns comentários como contributos ao “planejamento” que poderão realizar para o desenvolvimento da modalidade. E a partir das primeiras avaliações, estender o projeto para o estado. Os senhores, melhor do que ninguém saberão como proceder. Encarem minha participação como um ato de compartilhamento, de vontade de ajudar.

Tenho mantido breve diálogo com o Leopoldo Vaz no (no CEV) a respeito do desenvolvimento do voleibol no Maranhão. Aproveitei e dei uma lida em outras postagens suas. Interessei-me pela notícia da reunião com o Grupo do Vôlei e com a implantação dos centros Viva Vôlei. Acrescento que há algum tempo acompanho o vôlei escolar em São Luis através do blogue do Colégio O Bom Pastor, editado pelo Professor Cláudio José Reis de Brito, um dos integrantes daquele grupo. Muito tempo já passado, também entabolei conversações com o Professor Geraldo Magela a respeito do emprego do mini voleibol escolar. Percebo um excelente clima de cooperação entre os interessados. Como também é esta a minha intenção, atrevo-me a compartilhar minhas experiências no ramo e, certamente, enriquecer-me.

Numa das minhas primeiras participações no blogue do “Bom Pastor” reparei que o vôlei estava sendo desenvolvido “apenas” entre escolas particulares. Além disso, havia ruídos em relação aos JEMs, alguns problemas de gestão (e possivelmente de interesses) impediam uma abrangência maior. Quando indaguei ao Professor Cláudio sobre a “quantidade” de alunos que participavam dos jogos, ou mesmo das atividades na escola, ficou de realizar um levantamento e responder-me em seguida. Creio que não houve tempo para fazê-lo devido às suas múltiplas atividades. Mas, por comentários de terceiros, cheguei à conclusão de que o universo de praticantes é restrito, inclusive com velada discriminação à participação de alunos das escolas públicas. Estas, com problemas não resolvidos pelos gestores públicos, que agora se propõe a prestigiar e organizar os JEMs. Imagino que o apoio da Federação se dará basicamente com mera divulgação, o que sem dúvida poderá facilitar a obtenção de algum patrocínio. Creio ter lido comentário sobre a situação financeira que, como todas as demais federações, carecem de verbas que a CBV não repassa. Por outro lado, a implantação de centros Viva Vôlei em todo o estado é um assunto deveras delicado pelo valor a ser despendido na operação. Além do mais, uma vez que está voltado para atender a “crianças carentes”, certamente serão instalados em escolas públicas, repletas de problemas. Que uso seus professores farão dos equipamentos? Os cursos de formação de instrutores oferecidos estão muito aquém do que é preciso para lidar com crianças que precisam muito mais do que se exercitar numa redinha de voleibol. Existem outros meios muito mais econômicos para atender esta população desassistida, inclusive aos seus professores, pessimamente remunerados. Informo ao prezado presidente que tive experiências gratificantes ao realizar curso de formação para professores de escolas públicas no Rio e, solidariamente, coloquei-me à disposição da Secretaria Municipal para acompanhá-los em seu trabalho nas escolas, dando-lhes apoio pedagógico e moral. Sozinhos jamais conseguirão chegar a bom termo naquele mister. A criação de meu site – www.procrie.com.br – é o testemunho desta minha preocupação: prestar serviço pedagógico a quem estiver interessado.  

O Leopoldo Vaz colocou no CEV um apelo feito pela Professora Clherismar e do “grupo da rede municipal” no sentido de obter assistência técnica voltada para “implementar as práticas esportivas”. Diz ele, ainda, que aguarda o resultado da reunião realizada na AABB com dirigentes da Federação e representantes do “grupo do vôlei”, ao tempo que me apresenta àquela professora consigna minha intenção de ajudar no que for possível. Veja a seguir o texto completo postado no CEV.

Atletismo Escolar – Como Planejar?

Prezado Leopoldo, Apreciei deveras o texto acima e o convite aos professores a planejar e participar de atividades escolares mais condizentes e profícuas. Algumas entidades internacionais estão apresentando “programas” para escolares, no intuito de angariar mais e mais adeptos. No caso da CBAt, conheci seu presidente há muito quando ainda militava no desporto universitário, através dos programas de iniciação deflagrados pelo SESI Nacional, a partir de sua sede no Rio de Janeiro. Pessoa inteligente, educada e de muito valor moral. Nesta época, fui coordenador de voleibol dos programas realizados principalmente no Nordeste e lancei as bases de um plano nacional para o ensino do voleibol PARA TODOS: o Mini Voleibol. Creio que estava muito à frente do meu tempo, pois somente no ano seguinte (1975), a FIVB realizou o I Simpósio Mundial de Mini Voleibol (Suécia), ao qual compareci e realizei palestra. Durante anos fui a única voz que clamava neste deserto de “cabeças” (dirigentes) do esporte. Mesmo amigo do Nuzman, pouco consegui. Fiz muita coisa solitariamente na “minha praia”, em Niterói e no Rio. Tornei-me referência na área na comunidade do voleibol carioca. Somente muitos anos mais tarde, o Ary Graça convidou-me para coordenar tecnicamente o programa Viva Vôlei da CBV. Desliguei-me em seguida, pois se opunham questões filosóficas e mercantilistas. Bem sabe de minhas participações neste CEV, pois me recomendou em blogues de seus colegas maranhenses para que participassem das discussões acerca da iniciação do voleibol, tema que dei partida para discussões. Parece que os colegas não se interessaram. Vejo agora que nos conclama com grande apetite: (…)  Mãos à obra… depois podemos trabalhar com o Grupo de Voleibol, com os amigos do Handebol,… ”Quando chegar a vez do Grupo do Voleibol, caso haja interessados, estarei pronto para colaborar e a servir no que for preciso. Aliás, coloquei “no ar” um novo blogue exatamente neste sentido, cujo endereço é www.procrie.com.br (em fase experimental). Trata-se do PROJETO DE UM CENTRO DE REFERÊNCIA EM INICIAÇÃO ESPORTIVA virtual, que poderá ter a participação de qualquer interessado. As premissas pedagógicas já estão ali para serem discutidas, criticadas e, se aceitas, colocadas em ação. Espero contar com sua divulgação e, quando fizer sua visita, deixe o seu comentário, bastante importante para mim devido à sua experiência e valor incontestável. Parabéns uma vez mais pela iniciativa e tomara que os seus sonhos se realizem. Roberto Pimentel.

Acrescento trecho de informações pertinentes sobre a situação do esporte colegial em São Luís, extraídas do próprio blogue do Leopoldo, em 4.2.2010, que imagino seja do conhecimento de todos.

“Oliveira Ramos
Ótima pergunta a se fazer aos dirigentes atuais do Atletismo maranhense. Onde anda a Federação? Onde anda a SEJUSP? Onde andam os professores de educação física? Esses sei que estão nas escolas, mas tão sem condições de trabalho que dá pena! Quando algum quer fazer uma coisa, mínima que seja, para dar conta do salário que recebe, tem pelo menos 10 outros dizendo que não dará certo e envenenando as direções, dizendo que só quer aparecer… pois pelo mínimo que façam, aparece como um grande trabalho, pela nulidade do trabalho dos outros – nenhum! Essa nossa realidade… mormente depois que a política de valorização das escolas particulares, com as mudanças implementadas a partir da administração do meu amigo, Emilio Moreira – Judô – na Coordenação dos JEMs… valorização e preferência das equipes de escolas particulares, onde as escolas publicas foram alijadas… de qualquer disputa… ‘roubo’ de atletas – os bons – das escolas públicas, com ofertas de bolsas nunca completas e depreciativas, desses alunos-atletas – não conseguem se adaptar`ao novo status de ‘menino riquinho’ – vide o caso do Tião, da Nildes e de tantos outros… se entusiasmaram com os bem de vida e não tenham nem onde morar – aquela não era a sua vida… sem apoio psicológico a essas crianças… Hoje, é o Bolsa Atleta, em que parte dos recursos auferidos pelos alunos-atletas é ‘dividido’ com o técnico… posso citar casos…mas é isso aí, onde tem trabalho, aparece…”

Enquanto aguardo a manifestação da Professora Clherismar, coloco-me em expectativa para conhecer (se me for permitido) as deliberações traçadas na reunião da AABB.

Entre algumas contribuições que posso lembrar, recomendo a leitura do artigo “Mini voleibol na escola” postado em www.procrie.com.br/minivolei   Estou dando ciência ao Leopoldo e ao Cláudio José do teor deste texto, enquanto reitero todo o meu apoio aos que desejam sinceramente a melhoria do ensino no estado. Roberto Pimentel.