Pune: Estudantes Brasileiros?

 

Mulher indianaA Mulher no Esporte… Compartilhamento

Aos amigos brasileiros, indianos e demais nacionalidades moradores de Pune. Estamos vivamente impressionados com a aceitação do Procrie em terras tão distantes e, especialmente, em uma cidade tão importante para o país, onde se concentram a maioria dos estudantes. Certamente, alguns brasileiros. Quantos seriam? Não sabemos ainda, mas apreciaríamos que alguém nos informasse para trocarmos informações sobre diversos aspectos de suas vidas em solo indiano. E, ainda, contribuir para um BOM desenvolvimento de parte da população menos assistida, especialmente as MENINAS.

De nossa parte poderão aquilatar a MISSÃO de que estamos imbuídos – quatro anos em meados de maio próximo – também dirigido a PROFESSORAS e suas ALUNAS, isto é, À MULHER. A esse respeito, postamos artigo em 15/mar./2012, quando tomamos conhecimento da obra da indiana Manisha Malhotra, também ela empenhada no auxílio de garotas desfavorecidas. Vejam o texto referente:

COI entrega prêmios pela contribuição no esporte feminino 

A indiana Manisha Malhotra recebe o Troféu Mundial das mãos de Jacques Rogge em cerimônia realizada na noite desta quinta-feira, em Los Angeles.

Nesta quinta-feira, o Comitê Olímpico Internacional (COI) premiou cinco mulheres e uma organização por suas contribuições com o desenvolvimento da participação feminina no esporte e na administração esportiva, em cerimônia realizada em Los Angeles, nos Estados Unidos. Apresentados na noite inaugural da 5ª Conferência Mundial do Esporte e Mulheres, os troféus foram entregues a um homenageado global e cinco continentais, selecionados pela Comissão do Esporte e Mulheres do COI em uma votação com 52 nomeados. Os inscritos foram enviados pelos comitês nacionais, associações continentais e federações internacionais. A indiana Manisha Malhotra ganhou o Troféu Mundial por sua colaboração no desenvolvimento de garotas desfavorecidas por meio do esporte. Depois de uma carreira profissional no tênis, com participação nos Jogos Olímpicos de 2000, Malhotra começou a oferecer suporte feminino em diversas modalidades como arco e flecha, luta olímpica, boxe, badminton, atletismo, squash e tiro esportivo. Ela viaja por toda Índia, visitando as mais remotas áreas do país a procura de talentos individuas em meios desfavorecidos socioeconomicamente. “Como ex-atleta olímpica, a Sra. Malhotra sabe como o esporte pode ser importante nas vidas de jovens garotas”, afirmou o presidente do COI, Jacques Rogge, que entregou o prêmio à indiana. “A Sra. Malhotra foi, e continua sendo, uma inspiração para todas as pessoas que a conhecem. Eu a aplaudo e a todos vencedores desta noite por tudo que fizeram para ajudar a melhorar as vidas de mulheres ao redor do mundo”, completou Rogge.

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Como Ajudar? 

Naturalmente, precisamos oferecer diretamente a ela e seus amigos nossa contribuição contida no Procrie. Mesmo à distância percebemos nesses 4 anos a importância de levarmos algum conhecimento e experiências novas no Ensino, ainda que desportivo, uma vez que se trata de Aprender a Ensinar (a professores), o que se traduz em Metodologia e Pedagogia. Para terem uma ideia, já fomos convidados para trocar experiências pedagógicas com acadêmicos de Física na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em outras ocasiões, ainda no ambiente universitário, aulas práticas de novos métodos em voleibol, marketing e oportunidades profissionais esportivas. Sendo assim, PEDIMOS a colaboração de quem possa colocar-nos em contato com a Sra. Malhotra a fim de que possamos nos inteirar do que for preciso para desenvolver a sua Missão.

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Ferramentas para um BOM ENSINO

Perceberão que na Categoria Metodologia e Pedagogia os artigos se voltam para QUALQUER área de ensino, não somente esportivo como detalhado neste blogue. Além disso, seria conveniente ter entre seus favoritos o SUMARIO, o que facilitará qualquer busca das matérias ou artigos, atualmente 516. Em alguns momentos, formas de conduzir as práticas, inclusive “como construir equipamentos” de forma simples e econômica.

Estaremos à espera de seus contributos… Até lá!

 

PS: a Europa se mantém preocupada com o lazer e a prática esportiva de crianças, e o povo em geral. Visitem Forum Designed to Move Portugal/, um encontro que se dará em 10/maio próximo em Guimarães, Portugal.

 

 

A Mulher no Esporte – Uniforme na Praia

 
Afinal, o biquíni sai ou não?
Alguns países são rígidos com a maneira de as mulheres se vestirem. Foto: Getty Images

Há dois dias postamos artigo intitulado A Mulher no Esporte, tratando principalmente sobre decisões da Fivb relativas ao uniforme a ser utilizado no Vôlei de Praia. Reproduzimos parte do artigo e acrescentamos detalhes da reação da dupla norte-americana campeã olímpica em Atenas e Pequim gravado no Terra.

Arábia Saudita não impedirá mulheres de competir em Londres (Deu no Terra, em 5 de abril de 2012)

A Arábia Saudita não impedirá suas cidadãs de competirem nas Olimpíadas, mas não dará apoio oficial, disse o chefe da autoridade esportiva do país, segundo um jornal. A declaração pode indicar uma conciliação entre os religiosos linha-dura da Arábia Saudita e os reformistas em meio à pressão internacional para que o reino conservador apresente uma atleta mulher pela primeira vez na Olimpíada de Londres em 2012. “Não endossamos nenhuma participação feminina saudita na Olimpíada nem nos torneios internacionais”, disse o príncipe Nawaf bin Faisal, chefe da Presidência Geral do Bem-Estar da Juventude, segundo o jornal Al-Riyadh. “A participação feminina saudita será de acordo com o desejo das estudantes e demais vivendo no exterior. Estamos fazendo isso para garantir que a participação esteja dentro da estrutura apropriada e em conformidade com a sharia”, afirmou ele, de acordo com a publicação. Importantes clérigos sauditas com posições no governo e que sempre constituíram uma base de apoio importante para a família real Al-Saud, que governa o país, têm se manifestado contra a participação das mulheres nos esportes. Em 2009, um clérigo disse que as garotas arriscam perder sua virgindade rompendo o hímen caso participem de esportes energéticos. No mês passado, o Comitê Olímpico Internacional disse estar “confiante” de que o principal exportador de petróleo do mundo estivesse trabalhando para enviar uma atleta aos Jogos depois de uma campanha promovida pela entidade Human Rights Watch. A candidata com maior probabilidade de competir sob a bandeira saudita em Londres talvez seja a cavaleira Dalma Malhas. Ela representou o reino na Olimpíada júnior em Cingapura em 2010, mas sem apoio oficial nem reconhecimento.

FIVB – Volei de Praia, Alterações aos equipamentos femininos (Deu no Sovolei, abril de 2012)

A Fivb aprovou na última reunião do CA, uma alteração aos equipamentos femininos para o voleibol de praia, com o objectivo de respeitar os costumes e crenças religiosas das atletas e que entrem já em vigor, incluindo os Jogos Olímpicos. Até agora existiam duas opções, uma peça única ou um biquíni com uma altura máxima de lado de 7 cm. A partir de agora passam a existir mais duas alternativas, um calção até 3cm acima do joelho com camisola de manga ou sem manga.

Tops do vôlei de praia descartam trocar biquínis por trajes desconfortáveis (Deu no Terra, 9 de abril de 2012)

Grandes jogadoras do vôlei de praia se manifestaram, nesta segunda-feira, contra o novo traje a ser utilizado no lugar do biquíni, segundo à Agência AP. Entre elas está Kerri Walsh, que formando dupla com Misty May-Treanor, venceu o ouro nos Jogos de Atenas 2004 e Pequim 2008. Para a americana, o atual traje é mais confortável e permite maior mobilidade. Os biquínis sempre foram utilizados nas modalidades desde que essa foi considerada um esporte olímpico, nos Jogos de Atlanta 1996. De acordo com May, tudo se trata do esporte, e não sobre o que elas estão vestindo. As jogadoras afirmam que preferem o traje de praia, pois facilita nos movimentos e não tem o risco da areia machucar. Com a aprovação da Federação Internacional de Vôlei (FIVB), as atletas poderão escolher em utilizar durante os Jogos Olímpicos de Londres pelo biquíni ou um short e os tops com mangas, parecido com o uniforme do vôlei de quadra. A medida foi tomada já que a cultura de alguns países é rígida com a maneira que as mulheres se vestem.

——————————– Deu no Terra, editado a posteriori, em 11.de abril de 2012.

 Medalhistas veem margem de lucro e democracia em polêmica dos biquínis
Por Gustavo Setti, 11 de abril de 2012. 

A Federação Internacional de vôlei (FIVB) confirmou, no final de março, que as jogadores de praia poderão escolher entre utilizar shorts e tops com mangas ou o tradicional biquíni durante os Jogos Olímpicos de Londres. A justificativa dada pela FIVB foi que as mulheres de países com tradições culturais mais rígidas pudessem participar da Olimpíada com essa mudança. De acordo com Adriana, medalha de prata em Sydney 2000 e Atenas 2004, o objetivo é proporcionar maior participação das mulheres na modalidade. “É o principal propósito: não ter restrição para que todos os países possam participar no mundo olímpico, criar situações favoráveis para a participação das mulheres em Jogos Olímpicos. Enfim, para que você tenha a igualdade dos gêneros principalmente no ramo dos esportes”, afirmou.

A decisão causou polêmica, e as ex-atletas Jackie Silva, Adriana e Shelda, todas medalhistas em Olimpíadas, opinaram sobre o novo traje, falando desde a democratização da modalidade à possibilidade de margem de lucro, com mais espaço para patrocínio.

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A Mulher no Esporte

E a luta continua…

1 – Arábia Saudita não impedirá mulheres de competir em Londres (Deu no Terra, em 5 de abril de 2012)

A Arábia Saudita não impedirá suas cidadãs de competirem nas Olimpíadas, mas não dará apoio oficial, disse o chefe da autoridade esportiva do país, segundo um jornal. A declaração pode indicar uma conciliação entre os religiosos linha-dura da Arábia Saudita e os reformistas em meio à pressão internacional para que o reino conservador apresente uma atleta mulher pela primeira vez na Olimpíada de Londres em 2012. “Não endossamos nenhuma participação feminina saudita na Olimpíada nem nos torneios internacionais”, disse o príncipe Nawaf bin Faisal, chefe da Presidência Geral do Bem-Estar da Juventude, segundo o jornal Al-Riyadh. “A participação feminina saudita será de acordo com o desejo das estudantes e demais vivendo no exterior. Estamos fazendo isso para garantir que a participação esteja dentro da estrutura apropriada e em conformidade com a sharia”, afirmou ele, de acordo com a publicação. Importantes clérigos sauditas com posições no governo e que sempre constituíram uma base de apoio importante para a família real Al-Saud, que governa o país, têm se manifestado contra a participação das mulheres nos esportes. Em 2009, um clérigo disse que as garotas arriscam perder sua virgindade rompendo o hímen caso participem de esportes energéticos. No mês passado, o Comitê Olímpico Internacional disse estar “confiante” de que o principal exportador de petróleo do mundo estivesse trabalhando para enviar uma atleta aos Jogos depois de uma campanha promovida pela entidade Human Rights Watch. A candidata com maior probabilidade de competir sob a bandeira saudita em Londres talvez seja a cavaleira Dalma Malhas. Ela representou o reino na Olimpíada júnior em Cingapura em 2010, mas sem apoio oficial nem reconhecimento.

2 – FIVB – Volei de Praia, Alterações aos equipamentos femininos (Deu no Sovolei, abril de 2012)

A Fivb aprovou na última reunião do CA, uma alteração aos equipamentos femininos para o voleibol de praia, com o objectivo de respeitar os costumes e crenças religiosas das atletas e que entrem já em vigor, incluindo os Jogos Olímpicos. Até agora existiam duas opções, uma peça única ou um biquíni com uma altura máxima de lado de 7cm. A partir de agora passam a existir mais duas alternativas, um calção até 3cm acima do joelho com camisola de manga ou sem manga.

3 – Maria Auxiliadora Varela Fernandes (Zombinha)

Acervo Iracy Cerejo (Siça).

Se Niterói era um celeiro de craques em voleibol, sem dúvida Zombinha foi um dos maiores destaques. Nesse início de ano, faleceu a extraordinária jogadora de voleibol Maria Auxiliadora Varela Fernandes, que defendeu as cores do Clube de Regatas Icaraí durante muitos anos na década de 40. Além de volista, termo da época, foi campeã de natação, competiu nos Jogos da Primavera em diversos esportes, inclusive remo. No livro a História do Voleibol no Brasil (vol. I), consta breve referência à sua atuação em Quem é Quem: “Maria Auxiliadora Varela Fernandes, Zombinha (1932 -2012) – Zombinha, nascida em Niterói em 1932. Em 1945 já estava no vôlei e chegou a ser pentacampeã niteroiense, tendo participado de torneios em Friburgo, Cambuquira, Belo Horizonte, São Paulo, Santos e Montevidéu. Foi convocada para a seleção de 51 com vistas ao 1° Sul-Americano: “minha maior aspiração…, ser campeã Sul-Americana de voleibol” (Jornal dos Sports, 17.9.50). Infelizmente, foi dispensada durante os treinos preparatórios.

Na foto da década de 40, a equipe do Clube de Regatas Icaraí em Cambuquira (MG), destacando-se Adayr (12, primeira em pé, seleção brasileira em 1951, ) e, agachada, Zombinha (2ª da esquerda para a direita).

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A Mulher no Esporte – Parte 2

Participação das Mulheres
Acreditam vocês que possamos encontrar “talentos” pedagógicos entre mulheres e professoras, ainda que não tenham sido atletas olímpicas, para difundir o gosto pelo esporte no interior do Brasil?  Pois, acreditem, esse foi um dos primeiros desafios pelo qual me predispus a compor este blogue: “Quero levar o máximo de conhecimento à professorinha que atua na selva amazônica”.  Vejam este compromisso exarado uma vez mais em “Desenvolvimento do Vôlei Brasileiro” (23.2.2012). 

Notem que usei o termo professorinha em sentido carinhoso e gentil, pela dedicação e apego à missão a que se dispõe a servir.  

Foto: Reuters

COI entrega prêmios pela contribuição no esporte feminino
Deu no Terra, 17 de fevereiro de 2012

A indiana Manisha Malhotra recebe o Troféu Mundial das mãos de Jacques Rogge em cerimônia realizada na noite desta quinta-feira, em Los Angeles.

Nesta quinta-feira, o Comitê Olímpico Internacional (COI) premiou cinco mulheres e uma organização por suas contribuições com o desenvolvimento da participação feminina no esporte e na administração esportiva, em cerimônia realizada em Los Angeles, nos Estados Unidos. Apresentados na noite inaugural da 5ª Conferência Mundial do Esporte e Mulheres, os troféus foram entregues a um homenageado global e cinco continentais, selecionados pela Comissão do Esporte e Mulheres do COI em uma votação com 52 nomeados. Os inscritos foram enviados pelos comitês nacionais, associações continentais e federações internacionais. A indiana Manisha Malhotra ganhou o Troféu Mundial por sua colaboração no desenvolvimento de garotas desfavorecidas por meio do esporte. Depois de uma carreira profissional no tênis, com participação nos Jogos Olímpicos de 2000, Malhotra começou a oferecer suporte feminino em diversas modalidades como arco e flecha, luta olímpica, boxe, badminton, atletismo, squash e tiro esportivo. Ela viaja por toda Índia, visitando as mais remotas áreas do país a procura de talentos individuas em meios desfavorecidos socioeconomicamente. “Como ex-atleta olímpica, a Sra. Malhotra sabe como o esporte pode ser importante nas vidas de jovens garotas”, afirmou o presidente do COI, Jacques Rogge, que entregou o prêmio à indiana. “A Sra. Malhotra foi, e continua sendo, uma inspiração para todas as pessoas que a conhecem. Eu a aplaudo e a todos vencedores desta noite por tudo que fizeram para ajudar a melhorar as vidas de mulheres ao redor do mundo”, completou Rogge.

Além do prêmio Mundial de Malhotra, cinco troféus continentais foram atribuídos:
Troféu do COI para África: Peninnah Aligawesa Kabenge (Uganda)
Troféu do COI para as Américas: Bradesco – Programa e Centro de Esporte e Educação (Brasil)
Troféu do COI para Ásia: Zaiton Othman (Malásia)
Troféu do COI para Europa: Aikaterini Nafplioti-Panagopoulos (Grécia)
Troféu do COI para Oceania: Roseline Blake (Ilhas Cook)

 

Liga Europeia Feminina: Evolução?

A Mulher no Esporte

Aspectos Técnicos e Táticos – Evolução do Jogo – Melhor Atleta – Mulher no Esporte

 

No dia 14 do corrente (ver Comentários), uma internauta indagou-me: “Quais foram os jogadores de voleibol mais importantes em cada década no Brasil”? O que você responderia? Provavelmente recorreríamos à memória e depois ao Google para renovarmos a listagem dos atletas de seleção e, dali realizarmos a escolha que, provavelmente, recairia no nome mais badalado pela mídia, ou o jogador mais bonito, mais forte, mais sexy etc. Além disso, em “jogadores” estariam embutidos homens e mulheres? E aí a resposta estaria complicadérrima. No que se refere às mulheres, alguns sites e imprensa inventaram eleger a mais bonita e as musas. Estariam se tornando “atleta-objeto”? Percebam a influência da própria Fivb ao determinar o modelito de uniforme das equipes, especialmente femininas, inclusive no vôlei de praia.

Conceituar o que vem a ser um bom jogador de voleibol é tarefa bastante árdua e talvez não se chegue à conclusão alguma. Mas alguns parâmetros, determinados pelas respectivas épocas em que atuaram possam nos conduzir por um caminho razoavelmente inteligente. Percebam que não estaremos nomeando, personificando um atleta, mas esboçar o que poderia vir a ser um “bom jogador de voleibol”. Para fazer´nos entender, certamente precisaria de muito mais tempo e espaço dada a profundidade do tema. Mas vamos conduzindo esse nosso bate-papo devagar, sem pressa, e colocando na tela o que nos vem à cabeça.

Para começar, vou tirar alguns exemplos da partida que assisti pela TV nesse último dia de fevereiro entre as equipes femininas do Bergamo e do Villa Cortese pela Final Four da Liga dos Campeões 2012 CEV, em que o Villa venceu no golden set, após ter perdido a partida por 3×2. Este “set de ouro” faz parte do regulamento dos campeonatos promovidos pela CEV no caso de empate  nos dois jogos do torneio classificatório.

 

Guardadas as devidas proporções, cito um exemplo muito nítido em minha mente, quando no início dos anos 1970 era treinador da equipe feminina do Tijuca T. C., no Rio de Janeiro. Nesse período, as mesmas atletas disputavam os campeonatos juvenis (até 18 anos) e de 1ª divisão. Como se pode aquilatar será muito difícil e audacioso compará-las com as atletas das equipes italianas, recheadas de atletas também de outras nacionalidades. Enfim, são profissionais do ramo e com um lastro invejável de experiência internacional, bem como seus técnicos.

Todavia, será que muitos  treinos e jogos internacionais, equipamentos, bolas, uniformes, equipe técnica e médica, fazem muita diferença na concepção de um treinador no que diz respeito ao lado técnico? Se ele influenciasse na Formação de suas atletas como procederia? Digo isto porque vi o técnico do Villa se esgoelar nos tempos técnicos a dizer para uma das suas atletas – a ponteira na posição IV – que se esforçasse para pelo menos colocar a bola dentro da quadra adversária e não no bloqueio duplo que insistentemente impedia seus ataques. Em outras situações, sempre produzidas pelo mau passe, as bolas eram levantadas (ou lançadas para o alto) de manchete, prejudicando tudo o que fora treinado “em casa”. E, nessas situações o que fazer? Quase sempre os erros se sucedem de maneira já agora aceitável, pois as duas equipes se equivalem em ambas as concepções. Por isto, relembro – 1963 – o querido e já falecido Zoulo Rabello a nos ensinar: “Ganha quem erra menos”! Dessas colocações podemos abstrair o seguinte: “Por que erram tanto as atletas atuais, com tantos recursos técnicos e materiais à disposição, com treinadores capazes e estudiosos?

Um exemplo de acuidade técnica passamos a ensinar àquelas meninas, tendo iniciado pela levantadora – na foto, nº 2, – que passou a ser minha demonstradora para as demais e, logo a seguir, para a equipe masculina do mesmo clube que também treinava. Nessa época, o voleibol no Rio de Janeiro era jogado somente às terças e quintas-feiras, não comportando mais do que 2 horas de treinamento para uma equipe. Mostrei-lhe que em todos os jogos, não importa que equipes, a incidência de recepções mal realizadas quase sempre implicavam em devolução da bola à quadra adversária por manchete. E sempre lançando a bola o mais alto possível; será que acreditam que a altura prejudica a recepção? É bem possível, pois até nossos dias o fato se repete em grande intensidade. O que fazer?

Orientei-a no sentido do que eu já fazia em jogos oficiais e na praia: lançava a bola de toque, buscando os claros ou vazios, e principalmente, nas proximidades do levantador adversário, nunca sobre ele. Nessa época também existia uma máxima entre os atletas de que “a segunda bola é do levantador”, exaustivamente repetida até hoje. Dessa forma, qualquer lançamento com altura mínima nas imediações daquele atleta envolvia um grave problema a ser resolvido: quem deve defender (tocar) em primeiro lugar, o levantador ou um outro atleta? Assim, com um ataque tão singelo, criávamos um problema de difícil solução, e quase sempre tínhamos a bola de volta sem ataque. Percebam que se o levantador assumisse a recepção, para onde remeteria a bola? Quem levantaria a seguir? Quase sempre tentavam o atacante mais próximo – meio de rede, III – ou lançavam a bola para o alto contando que algum companheiro de defesa infiltrasse e efetuasse o levantamento. Certamente, a pior solução. Se o meio de rede recebesse o levantamento jamais teria condições facilitadas de ataque, uma vez que são jogadores mais lentos e adestrados para ataque com corrida, isto é, precisam de espaço e tempo já incorporados à sua técnica de ataque. Não tendo condições de ataque, tentariam um levantamento para um outro companheiro, o que sabemos todos, seria sempre uma lástima e, se bem sucedido, torna-se presa fácil para os bloqueadores. 

Depois dela, passamos esse aprendizado para as demais e, como seus jogos eram preliminares da equipe masculina, também para eles, com excelentes demonstrações práticas. Nunca vi outra equipe fazer o mesmo e, até hoje, uma raridade em nível internacional. No jogo em questão – Bergamo vs. Villa Cortese – em três sets que pude ver, foram perto de dez devoluções por manchete e nenhum ataque à levantadora. Essa atleta tijucana tornou-se professora de Ed. Física e, imagino, jamais esqueceu daqueles ensinamentos que, ao longo de sua vida profissional devem ter sido enriquecidos com suas contribuições inteligentes.

Para não nos alongarmos demasiadamente pois, como dissemos no início, a evolução técnica e tática do voleibol tem suas épocas bem definidas, devolvo a questão: Quem é a melhor jogadora na sua época? Seriam somente as selecionáveis? Além disso, será que os dois técnicos italianos sabem disso? Imagino que sim, apenas não houve tempo para treinar. E vocês, o que acham?

Conversa com um Professor

Mensagem de um internauta

Estou feliz e orgulhoso pela oportunidade que me oferece de poder conversar um pouco com você a respeito de nossa atividade – o aprendizado do Movimento – que realizamos através e para o voleibol.

Técnicos de Voleibol. A formação de um técnico em voleibol visa tão somente desenvolver indivíduos para aquele esporte. Na minha visão, o professor tem uma missão muito ampliada e que não é percebida ou valorizada pela sociedade. Calcado nesta premissa, dei início á divulgação de uma metodologia que contempla um repertório de exercícios que ajudam o educador no início da aplicação do método. Esses exercícios jamais devem ter o significado imperativo de um programa e podem ainda ser questionados em consequência de outras experimentações. Entretanto, mais que os exercícios em si, é seu significado e alcance que estão em jogo e que gostaria de precisar, garantindo a cada educador encontrar sozinho os meios adaptados a seus diferentes grupos de alunos, às suas condições de trabalho e à sua própria personalidade. Em contrapartida, o que é passado nos atuais cursos de voleibol são informações e conhecimentos “estáticos” pouco digeridos pelos futuros técnicos que, à medida de seus sucessos esportivos, tornam-se auto-suficientes.

Para estar sempre aprendendo a ensinar é necessária uma busca incessante pelo conhecimento. A criança não é um adulto em miniatura. Cabe ao seu educador proporcionar ao grupo condições para experiências levando em conta seus interesses. E, na forma de realizar essa tarefa, cumpre observar que as explicações, as demonstrações, nem sempre ajudam a criança, mas ao contrário, perturbam-na e limitam sua própria experiência. O tatear experimental é, então, uma aplicação desse princípio pedagógico fundamental.

Trabalho de Base e Formação. Acredito que a educação pelo movimento assumirá o seu verdadeiro lugar na escola primária quando o professor se der conta de que ela permite, associada a outros meios educativos, uma aprendizagem mais facilitada do “saber fazer”. Estamos trabalhando nesta convergência. Temos projetos para secretarias de educação focados para a realização dessas pesquisas no Ensino Fundamental que pode ser implementado imediatamente, passando pela formação dos mestres e educadores em geral. Será necessário, além de um curso inicial, um acompanhamento durante o ano letivo. Paralelamente, desenvolvendo outros projetos em áreas comunitárias (praia, praças etc.) contemplando 300 crianças de 8-13 anos de idade. Ambos podem estar interligados, complementando-se na divulgação da nova metodologia. Tudo isto fazendo parte da missão do Centro de Referência de Iniciação Esportiva – CRIE que já lançamos, uma experiência inédita no País. O Procrie tem propostas vanguardistas e independentes. Propõe-se à pesquisa e busca de metodologias que nos auxiliem na difícil tarefa de educar pelo movimento.

O Futuro do Esporte. Parece-nos que tudo tem início na formação do educador, seja ele mestre, técnico, instrutor ou leigo. A partir de seus conhecimentos – não de resultados competitivos ou de modelos copiados – ele poderá conduzir o seu grupo através de técnicas pedagógicas mais adequadas. O trabalho não deverá ter um significado imperativo de programa. São apenas sugestões a serem trabalhadas na fase escolar permitindo ao educador encontrar, ele mesmo, os meios adaptados para cada criança ou para um grupo de alunos, sempre respeitando suas condições de trabalho e sua própria personalidade. Nessas condições, VOCÊ estará auxiliando e contribuindo na construção de descobertas e avanços na área. FAÇA PARTE DESSE TIME. Entre para o CRIE!

Vôlei para homens

– “A quantidade de alunos na divisão masculina é o nosso maior problema, pois a maior parte em nosso estado faz futsal e natação, então só conseguimos dois níveis no masculino”.

– Cada região desse extenso País tem suas características culturais. É bem possível que a não aceitação do voleibol esteja nessas raízes. Verifique como era no passado e indague a respeito, especialmente nas áreas mais pobres. Lembre-se do que dizem os MACHISTAS: “futebol é para homem!” São pequeninas grandes coisas que dificultam um avanço. Como é do local, tenho certeza de que poderá realizar uma pesquisa nesse sentido e, descobertas as causas, sugerir e implementar mudanças, sem radicalizar. Imagino que nada melhor para atrair HOMEM do que uma MULHER. Assim, proceda a uma co-educação, desenvolva trabalhos, inclusive sociais – festas, bailes, teatro, cinema – com a participação de meninos e meninas. Valorize a participação deles e consiga que sejam arautos das suas realizações. O esporte será uma consequência. Aqui no Rio de Janeiro também a participação das meninas é muito grande, em torno de 85% de qualquer curso aberto ao público. Seria interessante criar formas de atraí-los. Uma delas consiste em proceder a DESAFIOS. Daí a importância de uma boa educação escolar, com turmas mistas e jogos entre meninos e meninas participando igualmente.

A Mulher no Esporte

Equipe colegial de Niterói, década de 40

A Mulher no Esporte        

Nas décadas de 40 e 50 o voleibol era praticado mais pelos homens, embora em alguns centros tivesse a pecha de ser praticado por muitos homossexuais. E, em alguns casos, por algumas mulheres chamadas de paraíbas[1]. Este estado de coisas permaneceu por muito tempo, mesmo no Estado do Rio de Janeiro, haja vista o caso de alguns atletas dito “assumidos” que sofriam discriminação em alguns clubes. Contudo, o tempo passou e muitos costumes foram mudando e se liberando. Quando uma moça se transferia para algum clube era necessário que os pais zelassem para que não fossem assediadas, não por homens, mas por jogadoras. Nesse sentido, havia uma rede de informações e intrigas. Aliás, isto não é característico somente daquele período, mas atinge até nossos dias, agora também no voleibol de praia. Desse período declarados eram somente Bené e Borboleta, reconhecidamente por todos como excelentes indivíduos e que nada deixavam a desejar no trato com os companheiros; eram transparentes seus trejeitos e falas. A este respeito a revista VEJA (ed.1992, ano 40, n° 3, de 24.01.2007) publicou em sua página de obituário: “O jogador de vôlei Luiz Cláudio Alves da Silva, o Lilico, um dos primeiros atletas brasileiros a se declarar homossexual. ‘Sou gay e jogo como homem’, dizia. Lilico chegou a atribuir o fato de não ter sido escalado para as Olimpíadas de 2000 à sua opção sexual. Depois, retratou-se. Dia 13, aos 30 anos, em consequência de um derrame, em São Paulo”.        

Retrocedendo no tempo, reportemo-nos ao início de novembro de 1951 e examinemos os comentários e impressões de Paulo Quintino dos Santos, no jornal O Estado de Minas, de Belo Horizonte (MG): “Nosso vôlei feminino já fez uma época, que Minas não seguiu: a época paraibana do volibol. Houve tempo em que o nosso volibol feminino era no Brasil uma força que espantava. Já fomos bicampeões. As moças de antigamente, sob as ordens de Silvio Razo, abriam no esporte brasileiro uma nova época de técnica na bola ao ar. Celia Federcini foi apelidada de Lelé, quando aquele futebolista lhe era um discípulo em seus petardos no futebol. Tivemos Pequenina Azevedo, hoje empolgando o esporte carioca no tênis, no vôlei e em outros esportes. Roma Zanzoni, maravilha de Uberaba, Ivone Gualberto, Maria José Passos, Julinha, de Uberlândia, enfim, algumas esportistas que deixaram insertas em nosso esporte páginas inesquecíveis. O Paissandu se superlotava em 46, nas noitadas do brasileiro de volibol ganho por nós. Era quando a época nos dava um lugar de destaque sem igual no esporte brasileiro. Por causa do nível técnico revolucionador de nossas moças, no domínio individual e na eficiência maravilhosa dos conjuntos cientificamente formados. Posso dizer que o nosso vôlei feminino fez uma época. Deixou aberto o caminho para o progresso de outros centros. Centros que antes aprenderam conosco e que hoje nos ensinam. Porque evoluíram e nós regredimos. Quando podíamos, mesmo perdendo as maravilhas de outrora, acompanhar o desenvolvimento do volibol, um esporte que no âmbito nacional experimentou incrível ascendência técnica, em quatro ou cinco anos de difusão. Não acompanhou, porém, o progresso de outros centros.         

O Progresso Que Não Sentimos. O troféu ‘Lira Filho’ que a cidade assistiu nesses últimos dias serve para mostrar outra vez que nós não procuramos seguir os passos do volibol feminino. Em São Paulo, no ano 48, começou a grande derrocada do volibol. No campeonato seguinte ao bi, lá perdemos a hegemonia e a crença em nossas moças. Nós, mineiros, porque sentia-se em São Paulo, em 48, que os outros centros progrediam e nós ficamos na mesma escola clássica dos primórdios do volibol brasileiro. Implantou-se definitivamente no vôlei, depois da queda das mineiras, em 48, a época paraibana. A escola clássica que nas montanhas formou six formidáveis não teve força para suportar a carga dos braços atleticamente desenvolvidos dos monstrinhos de São Paulo e do Rio. Se continuassem as clássicas propriamente ditas, com o mestre Silvio Razo, poderia ser que a frente fosse feita. Mas o afastamento das volistas de velha guarda acabou com o volibol de Minas. Pela razão simples de que a época paraibana não teve em Minas seguidoras. Nem poderia ter, porque praticamos no setor feminino, um esporte ainda por desenvolver-se.         

A escola clássica e seu fim em 46 e 48. Enquanto estava o vôlei nacional em seus primórdios técnicos, a classe e as figuras ímpares de atacantes que possuíamos, eram absolutas. Com a masculinização do vôlei feminino, nós aqui de Minas tínhamos mesmo de ficar atrás, sem desenvolver o intercâmbio, sem ter material humano de paraíba e técnicos do mesmo calor e fogo de Silvio Razo.         

De 48 até hoje. Depois que caímos em São Paulo, perdendo a hegemonia de dois anos, até hoje ficamos tão estacionários como os preços de passagens de bonde. Se progredirmos um tostão quase nada disso valeu, perto do rápido e sempre crescente progresso do vôlei paulista, carioca, gaúcho e mesmo fluminense. Houve mais aquela negra campanha de 49, no Brasileiro Extra de São Paulo, reprise do fracasso de 48, aumentada. Em 49, mais que em 48, começou-se viver o drama do nosso vôlei feminino. A perda da hegemonia em 48 poderia ter sido um fenômeno natural do esporte. Tinha-se pelo menos esta esperança. Mas o triste papel das moças de 49 exibiu que a queda teria influído enormemente até durante vários anos. Como, aliás, está sendo comprovado”. 

O texto foi mantido conforme publicado; a reportagem é seguida de foto da equipe feminina de voleibol do Botafogo que compareceu ao torneio em Minas com o subscrito: “Essas moças que jogam vôlei, basquete, lançam peso, saltam altura, correm nas raias etc., positivamente possuem mais credenciais que as humildes mineiras para aguentar e vencer uma luta de bola ao ar”.     

Equipe do C. R. Icaraí, com os destaques Adayr (2ª à esquerda) e Norma (6ª)

O Clube de Regatas Icaraí participou de um quadrangular neste ano, em Belo Horizonte, nos dias 2, 3 e 4 de novembro de 1951, contando também com as equipes do Botafogo, Pinheiros e Minas Tênis Clube, na disputa do troféu “João Lira Filho”: (…) Pelo Botafogo, irá Roma, também campeã sul-americana. Do Pinheiros, de São Paulo, destaque para Coca, considerada uma das melhores jogadoras de vôlei do país. (…) A equipe do Icaraí conta em suas fileiras com uma integrante do selecionado brasileiro que levantou o título máximo da América do Sul. Trata-se de Adayr, uma cortadora de reais predicados técnicos, além de Norma Vaz, ex-volista de Uberlândia, integrando a delegação do Icaraí.  (…) Os ingressos serão cobrados da seguinte maneira: cadeira de pista, Cr$ 50,00; cadeira de arquibancada, Cr$ 30,00; arquibancadas, Cr$ 10,00; senhoras, senhoritas e sócios do Minas, Cr$ 5,00.         

Outro destaque, agora de caráter tático, refere-se à reportagem extraída também do “Estado de Minas”, publicado em 7 de novembro daquele ano: “A equipe do Minas surpreendeu a todos aqueles que foram ao estádio da Feira. Com um quadro formado por cinco cortadoras, sendo que duas funcionavam como levantadoras, o clube de Santo Antônio soube tirar proveito desse fator em dois jogos”.         


[1] Popular; mulher macha, mulher macho; operário de construção civil, não qualificado.