Inicialmente, o conhecimento do objeto – a bola – é necessário. Não se pode familiarizar a criança com o objeto se lhe pedimos que o atire ou rebata. Assim, o professor possibilitará ao aluno desenvolver uma habilidade geral no manejo da bola. Ainda mais: o corpo é emissor e receptor, daí a necessidade de domínio das trajetórias da bola. Esta assertiva sentida por nossos antecessores está traduzida na metáfora: “Durma com a bola”. No desenvolvimento dos exercícios procurar despertar e manter constante o interesse dos alunos, organizando-os sob a forma de jogos e competições – contestes –, que lhes permitam aprender sempre jogando e não os obriguem a um treinamento rígido.
Características
1. Equilíbrio. Busca da posição de base em deslocamentos mantido o ritmo. Aquisição de uma posição básica para o toque; precisão na direção de envio da bola; corpo emissor e receptor (deslocamento); enriquecimento por multiplicação de soluções a partir de cada problema.
2. Manejo. Passes de toque, de manchete visando a construção de ataque. Apropriar-se da bola: domínio no toque; recordes pessoais no manejo de bola; competições 1×1 e 2×2.
3. Prática. Vivência, enriquecimento de experiências. Resultados: aperfeiçoamento do esquema corporal; tomada de consciência sobre o contexto (soluções e criatividade); combinações táticas; combatividade (adversários) e sociabilidade (companheiros).
4. Cuidados. Propiciar ao professor, mesmo o não-especializado, realizar aulas consistentes e produtivas. Criar a possibilidade de jogar o voleibol de um modo recreativo; aumentar o interesse por jogos e competições.
Metodologia
Livre exploração. Descoberta guiada. Escolha e adequação de tarefas.
Considere-se:
Atividades: o aluno é protagonista; a bola é um brinquedo; o jogo vem antes da técnica; a técnica aprende brincando; a tática aprende jogando.
Estrutura: o jogo é o instrumento principal; jogos simples inicialmente; jogos complexos; conhecimento das regras e controle da pontuação.
Organização: demonstrar linhas gerais (gesto global); individualizar principais dificuldades com demonstração coletiva; colega corrige o outro.
Categorias: 8-11 anos; 12-13 anos; turmas mistas e homogêneas (iniciantes, médios e avançados); interesses e disponibilidade de horários; mínimo de três campos de jogo.
Ciclo de Etapas
Uma etapa (mês) = 10h de aulas (8 aulas/1h 15min); grupos podem ser 1×1, 2×2, 3×3, 4×4.
1) 6-8 etapas anuais, conservando diferentes conteúdos; 2) conteúdos programáticos, retroceder ou avançar; 3) organização dos grupos e características dos alunos; 4) intervenções do professor; 5) etapa inicial supõe primeiro contato com o vôlei; 6) mudança de etapa supõe superar objetivos anteriores.
Aulas: estímulos adequados; demonstração e retorno; quantificar nível de stress.
1ª aula = apresentação, material, funções e tarefas.
2ª aula à 7ª aula = resolução de problemas.
8ª aula = Festival e avaliação com alunos.
Programação de Aulas
Objetivo Familiarização, conhecimento e manipulação da bola.
Material e meios Uma bola para cada criança dispersa livremente, rede separando 1×1.
Que faço? Eu e a bola; eu, a bola e o ambiente.
Controle da bola Exercícios com deslocamentos; bola lançada após um ou mais toques.
Conceito Troca de bolas; pontuação; saque e lançamento; defesa do meu espaço.
Problemas Bola cai regularmente; aluno não se move a tempo de pegá-la.
Solução Alunos criam os movimentos. Enquanto isto avaliar o ritmo de execução.

Exemplo: duas filas contrapostas (1×1), com ou sem a rede: 1) pegar a bola após um, dois ou três toques e no ar; 2) controlar a bola nos deslocamentos; 3) lançar de várias formas ao colega (precisão); 4) lançar e segurar a bola após um toque; 5) lançar para o alto e segurá-la no ar: em pé, sentado, de joelhos, deitado, de costas; 6) lançar a bola para o alto, bater palma, à frente, atrás e frente-atrás.
- Atividades. Propor atividades lúdicas, com variados tipos de jogos; catalogar formas. P.ex., dividir a classe metade para cada lado (1×1); uma bola para cada dois alunos; enviar a bola livremente sobre a rede; a bola é segura e relançada de toque; jogar segurar e lançar ao outro campo saltitando; realizar rodízio entre alunos e posições.
- Variação: obrigatório um passe para si mesmo (se 1×1, lança para o alto e recolhe) ou colega, que atira a bola com salto para o outro lado.



Interação e Construção do Conhecimento