Inauguração de Brasília
Relevação de Faltas Disciplinares. Nota Oficial da FMV nº 59, de 23 de maio de 1960: Tendo o Conselho Nacional de Desportos tomado a deliberação de relevar as penas impostas pelos Tribunais de Justiça Desportiva do país, em virtude da inauguração de Brasília, e determinando que se cumpra tal ato na forma do art. 167, do Código Brasileiro de Football, ficam relevadas as faltas disciplinares praticadas até a data mencionada, por associações, dirigentes, atletas etc., tudo de acordo com o que contém no aludido dispositivo.
Independentemente de qualquer providência da Federação, o filiado Botafogo F. R., calcado na resolução acima, solicitou ao Conselho Nacional de Desportos (CND) a relevação das penas impostas a três de seus atletas. A FMV, na NO nº 67, de 7.6.1960, informa:
VI – Resolução do Conselho Nacional de Desportos. “Atendendo ao pedido do Botafogo de Futebol e Regatas, que teve atletas suspensos pelo Tribunal de Justiça dessa Entidade, vimos comunicar que o CONSELHO NACIONAL DE DESPORTOS, em sessão plenária hoje realizada, resolveu, interpretando a decisão pública no ‘Diário Oficial’ de 9 de maio do corrente ano que concedia relevação de penalidades, estendeu os benefícios dessa decisão aos atletas ANTÔNIO JOSÉ CLEMENTE, ALDO JOSÉ CANECA e ANTÔNIO JOSÉ VAGHI”.
a) Manoel Maria Paula Ramos – Vice-Presidente em exercício da Presidência.
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Ministério da Marinha
Nota Oficial nº 65, de 3 de junho de 1960:
Circular do Ministério da Marinha. O Ministério da Marinha, por intermédio da Circular nº 010/60, comunica a esta Federação que face às determinações do Conselho Nacional de Desportos, conforme Circular nº 34, de 21.5.1946, nenhum elemento da Marinha poderá ser incluído nas representações esportivas civis, sem a devida permissão do Centro de Esportes da Marinha. Assim sendo, os filiados a esta Entidade que contiver em seu plantel de Volley-Ball elementos pertencentes a nossa Marinha de Guerra, deverão dirigir-se a esta Entidade, por escrito, solicitando a forma de legalização dos mesmos.
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Histórias
- Estreante no campeonato carioca de 1963, a equipe masculina da AABB-Rio sofreu assédio constrangedor da plateia quando de sua estreia no campeonato carioca contra o Fluminense. Alguns torcedores tricolores atiraram moedas sobre os atletas, tecendo impropérios contra a condição de “profissionais” de alguns jogadores que se transferiram para aquela agremiação a troco de emprego no Banco do Brasil. Interessante e felizmente que nada ocorreu com a equipe feminina da mesma Associação.
- Jogo entre o C. R. Icaraí e a AABB-Rio, ginásio do Caio Martins, 1961: depois de defesa desastrada, a bola tocou na tabela de basquete e retornou à quadra; foi devolvida sem que tocasse o solo; do outro lado um dos atletas segurou-a e enviou-a para o sacador. O juiz, um amador e em estado de embriaguez, validou o lance e ainda advertiu o atleta por reter a bola.
- Ano de 1962, após o retorno do Mundial da Rússia. O árbitro Newton Leibnitz (Chapinha), que não participara desse mundial, muito pretensiosamente e por “ouvir falar” (o árbitro do Brasil foi Walter Alves), resolveu que a recepção de saque no campeonato carioca doravante seria realizada por manchete, já que grande parte das equipes do Leste europeu e japonesas assim estava procedendo. Numa dessas partidas, Victor Barcellos, levantador muito habilidoso e figurante da equipe brasileira naquele evento, preparou-se para realizar uma recepção por toque, fez todos os movimentos preparatórios de flexão de pernas, elevou os braços e, no último instante, lembrou-se da advertência. Num gesto de pura criatividade, retirou as mãos e cabeceou a bola para um companheiro. Chapinha, que já estava predisposto a impor suas decisões, não conseguiu reter o ímpeto, assoprou seu apito e marcou “dois toques” do jogador.
