Procrie na Nuvem

Ensinar é Contar Histórias

Acabo de editar uma apresentação do Procrie com a qual pretendo dar transparência ao meu trabalho, mostrando a todos uma visão e extensão das ações. Atrevo-me a dizer que estou realizado pela aceitação de meus escritos através dos milhares de visitantes. Muito obrigado a todos que me honram com a sua paciência e curiosidade na busca do conhecimento de novas técnicas pedagógicas ou mesmo para conhecer a história do voleibol no Brasil. Segundo o Google Analytics, até ontem, foram mais de 39 mil e em mais 3-4 dias atingiremos a extraordinária cifra de 40 mil visitantes.  

Naveguem por http://prezi.com/9nhuhq5t7coh/procrie/ e confiram como o programa faculta uma boa apresentação para cursos ou palestras. Para aqueles que não estiverem confortáveis com o Prezi vai uma informação: 1) a apresentação já está programada para seguir determinado caminho;  2) para maior conforto, passe o mouse inicialmente em MORE (barra abaixo) e, em seguida, clique em FULLSCREEN – a tela se abrirá por completo. 3) para retornar ao normal, ESC; 4) para avançar ou recuar bastam cliques sucessivos nas setas situadas na barra inferior da tela; 5) particularmente, um clique em qualquer figura leva o leitor ao tema desejado.  

Um detalhe: nefelibatos são aqueles que vivem “com a cabeça nas nuvens”. Na nova era digital é preciso rever o que se pretende dizer ao empregar o termo. Já não mais significa viver distraído. Ao contrário, está se tornando condição necessária a quem usa computadores no trabalho ou no lazer – ou seja, 2 bilhões de pessoas.

Memória do Voleibol em Livro

Jantar de Surpresas e Oportunidades

No último dia 2 compareci ao jantar oferecido pelo patrocinador das seleções brasileiras – Banco do Brasil – no Hotel Everest, na Zona Sul do Rio de Janeiro, com a presença de todos os atletas que, dois dias depois, estariam disputando com a Polônia os dois jogos da fase classificatória da Liga Mundial. Aproveitando a oportunidade, além de aceitar o oferecimento espontâneo do Bernardo para levar um presente a um internauta polonês – Simon – com quem venho intercambiando informações, apresentei a ele e a alguns atletas um exemplar do primeiro volume sobre a História do Voleibol no Brasil. O treinador expressou sua alegria pela lembrança e reconhecimento de tantos atletas anônimos que construíram o que se colhe atualmente. Incentivou-me e elogiou muito o trabalho. Aliás, não só ele, mas todos aqueles a quem pude mostrar rapidamente o livro.

Intercâmbio cultural com a Bulgária

Em particular, o Giba. Com ele, expressei minha intenção de cooptar sua esposa, que é búlgara, para auxiliar-me na tentativa de iniciarmos um intercâmbio cultural/esportivo com a Federação daquele país. Estarei aguardando o contato que me prometeu. Por tudo e pelos comentários, pareceu-me que o jantar revestiu-se de muitos elogios, incentivos e, em alguns casos, até surpresas. Penso que acertei em cheio!

Sófia, Bulgária. Fonte: Wikipédia.
Sófia, Bulgária. Fonte: Wikipédia.

Sófia. Em 1961, por ocasião dos Jogos Universitários Leste-Sul, em Vitória (ES), atuei pela FUFE, a federação universitária do antigo Estado do Rio de Janeiro. Por circunstâncias, além do voleibol, fui convocado às pressas – já no ônibus – para também jogar basquete. Em resumo, fomos vice- campeões nessa modalidade e por pouco não compus o quadro de basquetebol que iria à Bulgária (Sófia) para o Mundial Universitário, a Universíade. Foi pena, pois gostaria de não só participar, como de conhecer uma bela cidade e seu povo. Quem sabe ainda surja uma oportunidade!

Intercâmbio cultural com a Polônia

Kolosinska e Brzostek (Polônia). Foto: Fivb/Divulgação.

Na mesma oportunidade e uma vez que a delegação polaca se encontrava também hospedada no Hotel Everest, entreguei ao team manager, Sr. Wolkowycki Andrzej, uma cópia da postagem em polonês que realizei há pouco. Muito gentil, ofereceu-se para fazer contato com a Federação de seu país – www.pzps.pl – no sentido de divulgar nosso interesse. Enquanto aguardo notícias, já informei ao meu amigo Simon e vejo que as visitas ao Procrie tiveram incremento significativo: atualmente a Polônia ocupa a 3ª posição, com 54 visitas/mês.

Aproveitando o ensejo, vejam as representantes polacas no Mundial de Vôlei de Praia realizado em Brasília (DF), no mês de abril.

Desporto Escolar Base do Desporto Nacional?

Voleibol nas Escolas do Rio de Janeiro      

Sabemos que a história da humanidade se repete. E vejam como poderiam ser evitados muitos percalços nessa difícil caminhada. Quando de várias entrevistas, ou mesmo das consultas em jornais e revistas, em que estive envolvido na construção do livro que estou prestes a lançar sobre a História do Voleibol no Brasil no século passado, deparei-me repetidamente com alusões ao esporte (vôlei) praticado nas escolas. A coincidência entre os depoimentos dos entrevistados recai sempre na tecla de que aprenderam a jogar na escola e, por isso, ela é formadora dos futuros atletas. Tal conclusão e interpretação advêm de indivíduos que atualmente estão em postos chaves do desporto nacional, como no COB, ou próximos de dirigentes em muitas federações esportivas. Como ninguém quer perder o emprego, todos concordam e aplaudem.      

Se analisarmos o contexto em que se formaram tais indivíduos que vieram a praticar o voleibol no Rio de Janeiro, os que ainda estão vivos certamente frequentaram os bancos escolares entre as décadas de 40 e 50. E, outro detalhe, todos eles da classe A, em escolas particulares da Zona Sul da cidade. E mais: frequentavam a praia regularmente, quintal de suas residências. Professores de Educação Física formados pela antiga Escola Nacional de Educação Física eram raríssimos e as escolas se valiam de ex-sargentos com cursos de Monitores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx), localizada até hoje no bairro da Urca. Na década de 40, por exemplo, em um dos melhores educandários da cidade, o Colégio Santo Inácio, os alunos participavam tão somente de uma única aula semanal de EF ministrada por um daqueles monitores. Nesta oportunidade, deveriam estar devidamente uniformizados e eram contemplados com uma sessão de calistenia, seguida da prática futebolística. Em qualquer outra ocasião, dispensados do uniforme, jogavam o futebol e raramente, o voleibol. Nesta época o vôlei encontrou maior difusão nas praias da Zona Sul tendo o Jornal dos Sports contribuído de forma decisiva com a organização de torneios regulares através dos anos. Assim os indivíduos de famílias de posse desfrutavam seu tempo na escola, na praia e, em seguida, nos clubes. E, por tal, diziam paulistas e mineiros, que os cariocas levavam vantagem no voleibol por se formarem jogando nas praias que, em muitos casos, lhes emprestava malícia e maior preparo técnico e físico.   

Voltando aos professores de Educação Física, acrescente-se que a Escola Nacional de Educação Física (ENEF) era a única no Rio de Janeiro e pelo menos até o final da década de 60. Além disso, poucos eram os candidatos a frequentá-la e, pior ainda, raríssimos (talvez cinco) concluíam o curso realizado em três anos. Somente no ano de 1965 é que mais de 30 jovens ingressaram no curso; desses, possivelmente menos de um terço tenham entrado no mercado de trabalho. E raríssimos, para trabalharem em escolas. Assim, se atualmente as escolas não oferecem condições básicas para o desenvolvimento desportivo do alunato, imaginem no século passado. Mas os dirigentes de hoje querem retornar no túnel do tempo, pois muitos deles se destacaram especialmente no voleibol. Só que os tempos são outros e também os indivíduos.   

Como retrato insofismável do início da década de 60, ano em que o Brasil sediou a mais importante competição mundial do voleibol, pode ser aquilatado pelo oferecimento de alguns “técnicos especializados em voleibol” formados no único banco universitário no Rio de Janeiro. Constituíram a Associação dos Antigos Alunos da Escola Nacional de Educação Física e Desportos da Universidade do Brasil (AAAENEFDUB)  e, relacionados os interessados em trabalharem em clubes da cidade, ofereceram seus préstimos através de Nota Oficial da Federação de Voleibol. 

Tendo cursado a ENEF no período de 1965-68, inclusive feito o Curso de Técnica em Voleibol, estranhei a colocação de muitos nomes naquela relação. Apurei que no final da década de 50 era muito comum que os poucos alunos da universidade realizassem vários cursos de pós-graduação após a sua formatura, não só para enriquecer seus currículos, como também para permanecerem na condição de universitários e, assim, se beneficiarem de algumas regalias, como almoço grátis, pagar meia entrada nos cinemas e participar dos Jogos Universitários. Enquanto o curso regular era de três anos, alguns alunos levavam anos para se formar, usando o recurso de “trancar a matrícula”, ou mesmo ter uma única repetência. O leitor poderá identificar alguns poucos nomes de indivíduos realmente militantes do voleibol, como os ex-técnicos de selecionados brasileiros – Adolfo Guilherme (mineiro), Zoulo Rabello, Valderbi Romani (paulista), o árbitro de voleibol Floriano Manhães e as atletas, Margarida Leite e Oswaldira Pons. (História do Voleibol no Brasil, Roberto A. Pimentel) 

“Escolinhas”, um Negócio. Resumindo o que todos já sabem e tornou-se institucional no Brasil nas escolas particulares.      

Existem dois “mundos” no universo escolar – o público e o particular. Em cada um deles participam professores de Educação Física, formados nas mesmas universidades e, imagino, com as mesmas querenças. Ocorre que todos precisam se alimentar, isto é, prover o seu sustento. E, a partir desse detalhe, desenvolve-se toda a celeuma. Acontece que os gestores educacionais não perceberam ainda o valor da MERITOCRACIA e, dessa foram, todos se nivelam e, o que é pior, “por baixo”. De tal forma que em qualquer escola (talvez haja alguma exceção) as aulas de educação física tornaram-se um entrave com todos os problemas e despesas que acarreta:  1) As tradicionais escolinhas de coisa alguma, que só servem exclusivamente para ocupar as crianças com atividades extra-classe e acrescentar uma renda extra à escola e ao profissional. 2) Nas escolas públicas tal medida é considerada “impossível”; como se manteria o professor com o salário que percebe? E os equipamentos? E a dupla jornada dos alunos, incluído seus deslocamentos e/ou alimentação?    

Aconteceu em Niterói. Lá pelo ano de 1993 passei a visitar várias escolas públicas da cidade e a entrevistar-me com seus diretores e, em alguns casos, levado a reunir-me com os professores locais. Era uma iniciativa particular em que oferecia gratuitamente aos educandários o material pertinente para promoverem a iniciação do voleibol através do mini vôlei. Adivinhem o sucedido!     

Inicialmente, a dificuldade imposta pela própria direção em receber-me. Muito ocupadas, quase sempre as diretoras de forma desdenhosa tentavam levar-me a reunir-me com um dos professores de Educação Física e com ele decidir o que fazer. Numa dessas oportunidades, retornei à escola para participar da reunião de professores que estariam tratando do calendário de aulas para o ano seguinte. À distância, parece-me que se tratavam de quatro professoras, inclusive uma delas ex-atleta de voleibol que já me conhecia. Passei às explicações do projeto, inclusive com uma possível participação na praia de Icaraí, próxima ao educandário. Na praia poderiam realizar aulas ou eventos quando bem entendessem, pois também colocaria o equipamento indispensável. Animado com a atenção e querendo despertar nelas o interesse pelo projeto, empolguei-me demasiadamente. Imagino hoje que o mutismo de todas era para pensar o que me dizer a respeito, isto é, como achar palavras para dizer que não tinham qualquer interesse nesse tipo de diálogo, que só lhes acrescentaria trabalho e nenhuma renda. Tive esta certeza quando a professora ex-voleibolista que já me conhecia, esboçou com muita tranquilidade a frase que levou ao término da reunião: “E quem daria as aulas na praia”? Estupefato, aguardei alguns segundos para recompor-me e disse a todas: “É por isto que os professores de Educação Física são tão mal quistos e desconsiderados pelas comunidades”! E encerrei abruptamente a minha participação.      

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Lesão e Superação

Problemas médicos

Como os interesses políticos, os favorecimentos e o excesso de atividades podem influenciar e prejudicar o rendimento de um atleta em qualquer modalidade? O médico da delegação tem poder de veto? E o fisioterapeuta é o “faz-tudo”?  

Histórias 

1) Na primeira olimpíada em que o voleibol se fez presente foi em Tóquio, Japão, no ano de 1964. A delegação brasileira masculina se fez presente somente com dez atletas. Dias antes do embarque, o COB informou à CBV sobre esta decisão, alegando contenção de despesas. Nunca foi justificado até porque foi o ano da entrada no poder dos militares e o COB já tinha em suas fileiras vários generais. Aliás, todos os postos chaves do esporte, como o Conselho Nacional dos Desportos (CND). No que se refere à equipe de voleibol, era comentário geral que um dos atletas estava lesionado no joelho ainda nos treinamentos precários no Brasil. Certamente, agravado pelo emprego de exercícios hoje totalmente condenados, como o canguru, além de subidas e descidas de degraus de arquibancadas. Diga-se ainda que a equipe ficou reduzida a seis atletas por contusões durante os jogos.

2) Em 1984, na Olimpíada de Los Angeles, mais uma vez a delegação estava composta com pelo menos dois atletas sem condições ideais para a competição antes de embarcarem e, ainda assim, viajaram. Até então, a seleção era um grupo fechadíssimo em torno de seu treinador que detinha todo o poder. E sabíamos todos que dos 12, somente dez tinham condições de atuar na equipe.  

3) Há muitos anos, em conversa com um dos supervisores da CBV, ele comentava que um dos problemas com o estado físico dos atletas residia na má execução das atividades nos próprios clubes, ou até mesmo, na sua ausência. Quando convocados, tinham que passar por um período de reavaliação e tratamento. Interessante, que anos depois, inclusive com melhor aparato de equipamentos e equipe médica adequada, alguns problemas surgiram na seleção, como o caso de Schanke (?), que saiu de quadra em um jogo pela seleção direto para a mesa de cirurgia de um hospital, com problemas de circulação na mão.  

4) Dois anos após a conquista olímpica de 1992 houve um êxodo dos atletas atraídos pelo milionário voleibol italiano. Não durou muito e após a temporada italiana, creio que ainda em 94, Nuzman promoveu uma festa com toda pompa no Centro Cultural do Banco do Brasil, no Rio, com jornais, TVs, autoridades e convidados. Ele, ainda presidente da CBV, sugeriu e engendrou o retorno dos cinco atletas campeões olímpicos que atuavam na Itália – Carlão, Maurício, Tande, Giovane e Marcelo Negrão. O Banco do Brasil, tendo a frente o seu presidente Andréa Calabi, arcou com as despesas, inclusive os seus salários. A CBV distribuiu os atletas por diversos clubes/empresas. Interessante foi um dos argumentos invocado: “Estaria protegendo os atletas – citou o Tande – de maus tratos, isto é, era obrigado a atuar sem condições físicas adequadas, mesmo estropiado”. O sexto atleta titular daquela olimpíada, Paulão, que não se transferira para a Itália, tornou-se presidente de um clube no Paraná, além de também atuar na equipe que conseguiu a duras penas montar. Foi esquecido solenemente, não tinha carisma e por isso a imprensa não lhe dava a mínima atenção. Caiu no esquecimento. 

5) A história se repetiria após a virada do século: da equipe bicampeã mundial (2006), somente um jogador atuava no país. Para atenuar a busca de dólares e euros no exterior, foi montado um esquema marqueteiro com a principal emissora de TV brasileira para transmissões dos jogos da Liga Nacional. Com isto, os salários em reais tornaram-se razoavelmente competitivos, especialmente por estarem em casa e falarem a mesma língua. Ainda assim, um ou outro abdicou como o jogador Tande que logo após o campeonato mundial da Itália retornou ao seu time na Rússia. Como a situação econômica do país é estável e até invejável diante das maiores economias mundiais, é natural que se possam oferecer melhores salários aos “nossos heróis”. 

6) A emoção de Murilo quando foi anunciado o melhor jogador do Mundial de Vôlei (2010) tinha uma razão. O ponteiro teve de superar ao longo da competição uma dor interminável na panturrilha, que causou cãimbras e o fez jogar no sufoco em algumas partidas. Com o alívio do dever cumprido, o camisa número 8 afirmou que nunca viu a seleção passar por tanta dificuldade em um torneio em que saiu vitoriosa. Foi a mais difícil pelos problemas físicos. Até em 2009 nós conversávamos que nunca tinha acontecido muitos problemas físicos na equipe ao longo das competições, dizíamos que éramos muito sortudos por isso. Mas neste mundial foi complicado. Primeiro já pelo problema do Marlon, que não era um problema físico e sim fisiológico, e ele superou… Depois o problema do Bruno na semifinal, quando sentiu o tornozelo esquerdo e o meu na panturrilha e hoje também sentindo o tornozelo. “Isso é ainda melhor para gente tentar se ajudar em quadra”.  

7) O atleta Giba, desde os jogos da Liga não atuava e não atuou efetivamente nesse mundial, possivelmente poupado por motivos médicos. Passou a ser o “segundo” do técnico, dando apoio e instruções aos seus colegas. Todavia, no Brasil, deixou escapar uma brincadeira pouco saudável para um atleta de seu nível: “Creio que a Fivb deveria daqui para frente realizar um campeonato mundial com todos os outros países; aquele que vencer, disputará com o Brasil quem será o campeão”. Lamento, mas notei certa empáfia em suas palavras. Como deve ser difícil voltar a por os pés no chão após vôos tão altos! E lembrar que em 2002 foi pego no exame antidoping na Itália, fato este abafado na grande imprensa, inclusive com a ida de um bombeiro à Bota. Certamente a divulgação do fato comprometeria a boa imagem do garoto-propaganda do patrocinador oficial.       

 

Investimentos: Esportes ou Educação?

Esporte ou Educação, de que precisamos? 

O caso sui generis em que se encontra a nossa ex-senadora, que foi candidata à presidência Marina Silva, nos dá uma dimensão do que o povo brasileiro terá pela frente nos próximos dias e até a realização das Olimpíadas no Rio de Janeiro em 2016. Teremos que votar no 2º turno em um dos dois candidatos, mas o peso dos votos que teve, quase 20%, provavelmente para o lado que se inclinar poderá determinar quem será o novo presidente. E numa de suas últimas declarações, solicita aos seus eleitores que manifestem suas inclinações. É o que se poderia dizer um plebiscito particular de seu Partido Verde.

E que tal sugerir ao atual governante ou aos seus comandados do Ministério dos Esportes, da Educação e outros, que também administrassem uma consulta popular para deliberar sobre o tema ESPORTE  ou EDUCAÇÃO. A importância de uma consulta se justificaria pelo montante a ser gasto e possíveis prejuízos principalmente à classe menos favorecida que não tem um sistema educacional à altura dos eventos próximos – Copa do Mundo de Futebol e Olimpíadas. Sem falar na SAÚDE e outras cositas mais.

O que querem para o Brasil“?:      Esporte (SIM)  (NÃO)  x  Educação (SIM)  (NÃO)

Imagino que pelo montante inicial da dinheirada que será gasta muitas razões serão apresentadas neste blogue em “Comentários”. Por favor, não se excedam, pois o espaço é restrito; sejam moderados!  

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Colhi na Internet notícias interessantes para a divulgação do Procrie em escolas, universidades e comunidades comprometidas com Educação & Esporte. Trata-se do XV Seminário de Comunicação do Banco do Brasil, realizado no Centro de Convenções ABIMAQ, na Av. Jabaquara – São Paulo, entre 15 e 17 de setembro de 2010. Eis uma síntese do que foi divulgado em http://bancodobrasilnoseventos.wordpress.com:

Investimentos em Esportes: Como Mensurar o Impacto nos Negócios. A palestra que encerrou o XV Seminário de Comunicação do Banco do Brasil, com o tema “Investimentos em Esportes: Como Mensurar o Impacto nos Negócios”, foi apresentada pelo publicitário e diretor presidente da J. Cocco Comunicação Integrada, José Estevão Cocco, pelo ex-técnico de vôlei e consultor em marketing esportivo, José Carlos Brunoro, e pelo diretor e proprietário da Agência Let’s Play e professor de marketing esportivo da ESPM, Marcelo Palaia. Várias pesquisas sobre o assunto foram apresentadas durante a palestra, provando que os investimentos em esporte são realizados com bastante frequência pelas mais diferentes empresas.

O professor de marketing esportivo, Marcelo Palaia, citou as principais ações de marketing que as empresas devem utilizar para perpetuar e globalizar a marca: recall, ativação e objetivos. A utilização de logos e emblemas em uniformes das equipes esportivas é outra ação de retorno imediato para lembrança de marcas e produtos. É por este motivo que as empresas brigam entre si para fecharem acordos de patrocínios, principalmente em períodos de copa do mundo, olimpíadas e outros eventos esportivos. “Os investimentos em esportes rendem para as empresas um retorno quatro vezes maior do que o valor inicial aplicado”, completou Marcelo.

De acordo com José Carlos Brunoro(*) os investimentos em esportes ajudam as empresas a viabilizarem seus projetos, resultando no crescimento dos produtos e das marcas produzidas por essas instituições. Outro ponto importante dos investimentos em esportes é a expansão de mercado pelos meios de comunicação, inclusive nas mídias sociais. Atualmente, as empresas realizam grandes investimentos em mídias sociais e utilizam as parcerias esportivas para estimularem a publicidade e o conhecimento de marca entre os internautas.

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(*) Consta do livro (no prelo) “História do Voleibol no Brasil, séc. XX“, de Roberto A. Pimentel, 1.200 págs.

José Carlos Brunoro. Professor de Educação Física, trabalhava no Serviço Social da Indústria (SESI) de Santo André (SP) quando realizei um Curso de Mini Voleibol de três dias (12/1974), destacando-se como o melhor aluno. Além de técnico de vôlei da Pirelli e da seleção brasileira, Brunoro ocupou o cargo de gerente de esportes do clube de Santo André e de diretor de esportes da Parmalat para a América do Sul. Foi ele quem viabilizou a implantação da vitoriosa parceria Palmeiras/Parmalat. Com o sócio José Estevão Cocco, formaram a Brunoro&Cocco Sport Business, empresa de marketing esportivo. Entre outras ações, dividem a assessoria de marketing da Confederação Brasileira de Basquete.

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Quem sabe, agora, profissional realizado, consultor de marketing esportivo, possa ele retribuir aquelas simplórias aulas por aconselhamentos marqueteiros para que o Procrie possa difundir a sua missão de Ensinar e Educar por todo o País. Vamos torcer e aguardar, mas trabalhando com muita persistência, sem acomodamentos.

Viagem no Tempo

 

Visitantes ao Procrie no Leste Europeu. Fonte: Google Analytics.

De Niterói ao Leste Europeu          

Ao que parece, o Leste Europeu começa a assinalar interesse pelo voleibol brasileiro. Ou, como diz um sobrinho meu, tem brasileiro por lá. Fico muito satisfeito e agradeço ao Google Translate a oportunidade de estar ao mesmo tempo em várias partes do mundo. É mais um estímulo a dar  continuidade à linha pedagógica que tracei. Não percebo o esporte como fonte de renda, um negócio, embora seja uma das três principais indústrias da era moderna, movimentando bilhões de dólares. Os leitores certamente estão envolvidos pelo enfoque educacional e confesso que me espelho nos ensinamentos do francês Jean Le Boulch e sua Psicocinética.                           

Quando me iniciei propriamente no voleibol, um rapazinho de 18 anos de idade, os mais velhos falavam-me sobre a excelência do esporte nos países do Leste Europeu, sob forte influência política (e dominadora) da URSS. Dizia-se que os atletas de suas seleções eram mantidos pelo Estado, colocados em quartéis e contemplados com patentes de oficiais. Estavam dispensados de todo o serviço militar para dedicarem-se exclusivamente a treinar. Essas histórias foram repassadas às gerações seguintes e serviu de postulado para a nossa revolução no início da década de 80. Demos o grande passo para o profissionalismo declarado, pois até então era disfarçado e, por isso denominado “marrom”.                          

Aleksandra Tchoudina recebe o troféu de campeã mundial em 1956.

Foi-se o tempo em que nos deslumbrávamos com as equipes soviéticas, tchecas e polonesas como meus olhos apreciaram em 1960 no ginásio do Caio Martins, em Niterói. Ou mesmo nos treinos entre jogos no ginásio do IPC, na Praia de Icaraí. Ali conheci a famosa Aleksandra Tchoudina, campeã em Paris (1956) e atleta olímpica no atletismo. Desses treinos no ginásio do IPC, um dos poucos existentes à época em Niterói, recordo-me de um levantador da Romênia, com 1,90m e talvez o mais alto entre todos os especialistas. Não pude deixar de me comparar a ele, uma vez que eu já treinava levantamentos, era possuidor de um bom toque de bola, 1,92m de altura e com a vantagem de atacar com o braço esquerdo (sem ser canhoto). Assaltou-me uma pontinha de vaidade ao pensar que mais adiante poderia ser igual e até superá-lo. O clube niteroiense, protagonista de grandes feitos em vários esportes, transformou o piso de seu ginásio em quadra de saibro para tênis, jogo pelo qual os poucos sócios remanescentes ainda devotavam alguma atenção. Atualmente, o desastre maior: o clube morreu! Sua sede foi vendida para uma imobiliária e um novo prédio cobrirá da memória tantas histórias. Felizmente, resgatei algumas delas em “Voleibol em Nictheroy”.                              

Equipe do Spartak, com os destaques Lasnika e Pavel Schenk, primeiro e segundo ao fundo.

Não cheguei a ver a excelente equipe tcheca, vice-campeã naquele mundial. Só os veria atuando em dezembro de 1966, quando o time do Spartak realizou alguns amistosos no Rio. Nesta oportunidade perdeu na estreia para o Botafogo, comandado por Jorge Bettencourt (Jorginho) e capitaneado pelo excelente Quaresma.                     

Equipe do Botafogo, vendo-se os dois primeiros, Jorginho e Quaresma.

Para se aquilatar a importância desse time, remonto ao ano de 1946, quando em janeiro o Spartak de Praga jogou na Polônia, sinalizando após anos de guerra que havia quebrado um jejum de jogos e contatos e ocorria a necessidade da criação de uma organização internacional de voleibol. Por ocasião de um amistoso entre a Tchecoslováquia e a França (26/8), um encontro teve lugar em Praga entre os representantes das federações tcheca, francesa e polonesa. O encontro redundou no primeiro documento oficial da futura FIVB, com a criação da comissão da organização da Federação Internacional, a promoção de um Congresso Constituinte, e a decisão de lançar um Campeonato Europeu ou Mundial o mais breve possível. Os diretores de voleibol tiveram o reconhecimento da USVBA, sendo que o jogo já se constituía no quinto esporte de equipe mais fomentado nos EUA.                         

Mas adiante, talvez em 1975, vi Feitosa, então treinador da seleção brasileira masculina, a elaborar um filme didático tendo como protagonistas os atletas da seleção búlgara que nos visitava para amistosos. Nunca soube se levou a contento a obra. No mesmo ano, entretanto, recebemos a visita do organizador da revolução tática mundial, o técnico Yasutaka Matsudaira, que nos brindou com um filme bem elaborado sobre o treinamento de suas equipes. Possuo talvez a única cópia telecinada.      

 

Situações Inéditas e Hilárias

Arbitragem e Estórias

A partir dessa postagem, estarei consignando a pouco e pouco alguns lances, situações cômicas, facetas resultantes de equívocos e, às vezes, até constrangedoras que pontificaram e marcaram época ao longo do tempo ajudando-nos a contar essas “estórias”.  Inclusive aspectos polêmicos que envolveram a interpretação das Regras do jogo em tribunais esportivos. Vejam algumas delas.

1. Década de 40, durante um jogo do campeonato de Niterói (RJ), um dos atleta pediu permissão ao juiz para ir ao banheiro e foi atendido; enquanto isso o jogo esteve paralisado aguardando o seu retorno. Era bastante comum as equipes terem no máximo oito atletas e, neste caso, estava reduzida ao mínimo (seis), sem dispor de qualquer reserva. Para que não deixassem de atuar, o juiz agiu com bom senso e o jogo continuou tranquilamente, o que bem reflete o consenso de uma bela época, por isto denominada de “Romântica”. Em outras ocasiões, com o consentimento da equipe adversária, era permitida a inclusão de um atleta da 2ª Divisão (atuavam na preliminar) para completar os seis jogadores indispensáveis ao jogo.

2. Década de 50, partida entre os clubes Vila Isabel e América, e um dos destaques era o atleta Jorginho, que atuava pelo Vila e compôs a seleção brasileira de 1956. Num lance de defesa da sua equipe, o que parecia uma bola perdida, Jorginho conseguiu recuperar a bola e lançou-a alta junto à rede (2º toque). Aguardou que um dos companheiros completasse a jogada, o que seria o ataque (3º toque), mas como ninguém tomou a iniciativa, irritou-se já que seu esforço foi em vão e o ponto já estava perdido. Lançou-se em direção a bola e atacou-a com raiva e violência. A equipe do América ficou aguardando apenas o apito do árbitro confirmando a vantagem a seu favor. Entretanto, para surpresa geral, o juiz Pedro Moraes Sobrinho, distraído, validou o lance, atribuindo o ponto ao Vila Isabel.

 

Expectativa das Arbitragens em 1956

Acerca das impressões de José Gil Carneiro de Mendonça a partir de suas expectativas quando se dirigia ao Mundial de Paris, em 1956:

(…) “De qualquer maneira, a lição nos será utilíssima e o nosso vôlei muito progredirá com os ensinamentos que lá iremos colher. E, finalmente, poderemos saber realmente como se ‘apita’ em voleibol”.

Como se depreende, as queixas para o desenvolvimento técnico recaíam no aspecto das arbitragens que, como os atletas, ressentiam de um maior intercâmbio. As jogadas de ataque conhecidas hoje como bolas chutadas seriam impossíveis no Brasil de 56, uma vez que a precisão esperada do levantador dependeria do seu toque na bola de uma forma dita carregada, impossível aos olhos dos árbitros. Tempestivamente assinalariam bola conduzida.

Este e outros aspectos permitiam aos árbitros “decidirem” lances das partidas segundo o seu humor ou, o mais provável, sob as ameaças e pressão das torcidas locais. Assim quando o “mando de campo” era de determinada equipe, as invasões de bloqueio, que não eram permitidas pelas Regras, eram assinaladas preponderantemente contra a equipe adversária. Na partida de retorno, então no ginásio da outra equipe, o mesmo fato se repetia, sempre para o time que tivesse o “mando de campo”.  Não existia uma uniformidade nas arbitragens e os protagonistas pouca instrução técnica tinham a respeito. Sempre foi uma “segunda” fonte de receita para aqueles que se propunham a arbitrar. E a Federação contemporizava as falhas argumentando a pouca disponibilidade no mercado de indivíduos para a tarefa. De fato, não existia igualmente uma Escola de árbitros.

Se gostaram do tópico, entrem no blogue e comentem. Estarei ao aguardo de suas “estórias”, pois me foram contadas por árbitros e atletas.

Arbitragem no Rio, 1987-88

1987 

Dando sequência à série de dados e nomes que ajudaram a construir a História do Voleibol no Brasil e invariavelmente nunca lembrados, apresento extensa relação dos “homens do apito” no final da década de 80, sensivelmente agitada pelos feitos da seleção masculina. Esta é mais uma justa homenagem que resgato. Obrigado a todos e, se cometi alguma injustiça nas citações peço compreensão e perdão. 

Árbitros. Antônio Carlos da Silva, Arizoli Nascimento, Carlos Eduardo Assis, Carlos Eduardo Mansur Gomes, Edson Costa, Edson Lemos Felicíssimo, Elisabeth Py Klein, Eronildo Correa da Silva, Faissal R. Raydan, Humberto Ibrahim Gonçalves, Jefferson Pinto Serra, João Franklin, Jones Alves Bulhões, José de Sant’Anna Menescal, Josebel Guimarães Palmeirim, Luiz Alberto Camões, Luiz Carlos do Amaral, Murilo Aguiar, Nei Marques Coutinho, Nereu Marques, Paulo Piccolo, Paulo Roberto Queiroz Lima, Ricardo Gomes, Roberto Barbosa da Silva, Roberto Rodrigues dos Santos, Roberto Vasconcellos, Sérgio Luiz Cantini, Wellington Feitosa.

Conceito dos Árbitros; No início de ano de 1988, o Diretor de Árbitros, Cel. Carlos Reinaldo Pereira Souto, fez publicar na NO nº15 (3.3.88) a conceituação sobre os 28 oficiais que prestaram serviços à FMV na temporada anterior (ver acima). Por motivo óbvio, deixo de transcrever a opinião do diretor: “Os demais integrantes do quadro de árbitro da FEVERJ carecem de experiência e principalmente necessitam de maior prática; têm ainda um caminho a percorrer antes de atingir um nível Nacional”.

1988

Os árbitros eram convocados através de Nota Oficial (NO) para todo e qualquer evento, inclusive reuniões para tratar assuntos diversos. Veja um desses instantes. Entenda-se aqui que “Árbitros” está subentendido a “Equipe de Arbitragem”. 

Ficha de Chamada da Reunião de Árbitros (às 20h, na Hebraica, 92 árbitros)

Amauri Batista Duarte, Ana Cláudia Pereira Lopes, Ana Cristina da V. Cabral Pinto, André Maurício Conceição Martins, Andrea Luíza Bastos, Ângela de Carvalho Mattos, Antônio Barbalho de Souza, Antônio Carlos Martins A. Marques, Antônio Carlos da Silva, Antônio Carlos Neves de Carvalho, Arizoli Carvalho do Nascimento, Bruno Antoun Collares, Carlos Eduardo Francisco de Assis, Carlos Eduardo Mansur Gomes, Carlos Eduardo Silveira, Carlos Salvaterra Pinheiro, César Augusto Dias Costa, Cláudio Jorge Yunes, Cláudio Bernard R. da Conceição, Cleber Tourinho, Edson Aragão Cardoso, Edson Gagliard, Edson Lemos Felicíssimo, Edson Soares Pereira, Eliana Machado A. do Rego, Elisabeth Py Klein, Elzir Martins de Oliveira, Eronildo Corrêa da Silva, Faissal Rafik Merched Raydan, Fernanda Simone Paiva, Flávio Valença Ribeiro, Glória Maria Soares, Gontran de Carvalho Neto, Guilherme Lima Jatobá, Heloísa Vieira Simões, Humberto Ibrahim Gonçalves, Isair Baptista G. Vasconcellos, Ivone Charles da Luz, Jane de Souza Guimarães, Jefferson Pinto Serra, João Carlos M. de Souza, João Francelino da Silva, João F. C. Ferreira Neto, Jones Alves Bulhões, Jorge Roberto Ruffoni, José Sant’Anna Menescal, Josebel Guimarães Palmeirim, Lúcia de Carvalho Machado, Lúcia Imbrósio, Luciene Bastos, Luiz Alberto Camões, Luiz Antonio Tôrres, Luiz Carlos do Amaral, Luiz Fernando dos Santos, Luiz Roberto da Silva, Marcelo Luiz C. Damasco, Marcos Gaertner, Maria Amélia V. Bôas Agra, Maria da Conceição Piccolo, Maria Izabel B. de Moraes, Mauriza Pedroso Mazza, Murilo Lima de Aguiar, Natalino G. de Souza Filho, Nei Marques Coutinho, Nereu Martins Marques, Paulino Lima, Paulo Piccolo, Paulo Roberto Queiroz Lima, Paulo Roberto Saraiva, Paulo Solimar Alves C. Lima, Régis Fonseca, Ricardo Ferreira Gomes, Ricardo Nunes Borga, Roberto Barbosa Silva, Roberto Rodrigues dos Santos, Roberto de Vasconcellos, Ronaldo da Silva Figueiredo, Rosane Pereira Guimarães, Ruben José da Silva Filho, Sérgio Luiz Cantini, Sérgio Luiz da Silva Paraná, Silene Bento Faria Rodrigues, Sylvia Cristina de Assis Beja, Tereza Christina B. Ferreira, Tereza Moreira, Tereza Pires, Thereza Ferreira, Tony Chung Chan, Vera Lúcia Cardoso Prieto, Wellington Silva Feitosa, Wilmar Antonio Cerca Peixoto, Wilson Bezerra de França.

Taxas de Arbitragem

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Discriminação        Válidos até 31/3/1988         Válidos até 31/12/1988
                  Cz$ (Cruzados) (*)  OTN (**)  Cz$ (Cruzados)     OTN     
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Árbitros
Internacional         1.275,00         2,13        6.320,00        2,13
Nacional                833,00         1,39        4.125,00        1,39
Aspirante a Nacional    680,00         1,13        3.350,00        1,13
Regional A              527,00         0,88        2.610,00        0,88
Regional B              374,00         0,62        1.840,00        0,62
Regional C              306,00         0,51        1.515,00        0,51
Regional D              255,00         0,42        1.245,00        0,42
Estagiário              204,00         0,34        1.000,00        0,34
Apontadores            
Categoria Extra         714,00         1,19        3.530,00        1,19
Categoria A             680,00         1,13        3.350,00        1,13
Categoria B             595,00         0,99        2.940,00        0,99
Categoria C             340,00         0,56        1.660,00        0,56
Estagiário              170,00         0,28          830,00        0,28
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Fonte: NO da FMV nº1/88, de 5.1.1988.
(*) – Moeda criada pelo Plano Cruzado em 28/2/86. 1 Cz$ = mil cruzeiros novos.
(**)– Obrigações do Tesouro Nacional – por conta do Plano Cruzado (congelamento de preços), a ORTN mudou para OTN e foi congelada durante o período de 1 ano com o valor de Cz$ 106,40. 

Observações: 1) Em jogos extras, que definam o campeão do turno, returno e o campeonato, as taxas serão majoradas em 100%.  2) Em jogos amistosos, as  taxas serão majoradas em 50%.  3) Em jogos no interior do Estado, as taxas serão majoradas em 100%; os árbitros serão ressarcidos das despesas de pousadas (quando for o caso), alimentação e transporte.  4) O Filiado que solicitar um árbitro para acompanhar a sua delegação responsabilizar-se-á por uma diária de 5,00 OTN.  5) Em jogos televisados, o direito de arena será negociado para cada caso.  6) Em jogos interestaduais da categoria Adulto, as taxas serão majoradas em 200%; nas demais categorias, em 100%.  7) Em jogos amistosos internacionais as taxas serão majoradas em 300%.

Material e Equipamentos (II)

Proteção aos pés

Existem três coisas de que o pé necessita, nas quais um calçado pode ajudar:

amortecimento

proteção

tração

 

 

Etapas da pisada. (Considerações relativas à corrida. Fonte: Internet)

Impacto – Chegada do pé ao solo nos deslocamentos. Coloca-se até 7 vezes o peso do corpo no calcanhar. É necessário amortecer este impacto.

Aterrisagem – O pé inteiro chega ao solo. Precisamos de estabilidade (equilíbrio) na entressola.

Impulso – Empurramos o chão para iniciar um novo movimento.

Características básicas. Análises e recomendações de pesquisadores a respeito das características que um tênis de alta performance deve ter.

Amortecimento – Corredores pisam com uma força de 2 a 3 vezes o peso do próprio corpo, jogadores de tênis chegam a pisar com uma força de até 4 vezes o próprio peso e os jogadores de basquete atingem uma força de até 10 vezes. Para estes atletas é importante que exista um sistema de amortecimento que neutralize o maior número possível de forças e impactos, evitando assim uma possível lesão. No caso de atletas de voleibol, em que os saltos são constantes, destacam-se dois momentos de extrema importância: o momento da impulsão e da queda no solo, esta última quase sempre realizada num dos pés.

Estabilidade – É a habilidade que o calçado tem de manter o centro do pé firme em relação à entressola durante o movimento. Ë adquirida através de materiais como poliuretano, couro natural, estabilizadores e entressolas pré-moldadas com paredes laterais (Footframe).

Durabilidade – Refere-se à resistência e ao tempo de vida dos materiais utilizados nos produtos. Alguns atletas com estilo agressivo necessitam de calçados capazes de suportar movimentos bruscos e destruidores.

Leveza – Influi diretamente na performance do atleta. Quanto mais leve o calçado, maior será o conforto e o desempenho do atleta.

Flexibilidade – Proporciona conforto, agilidade e maior articulação dos movimentos dos pés, contribuindo para o melhor desempenho do atleta.

Tração – Refere-se à aderência do solado do calçado ao solo, proporcionando maior firmeza e arranque para o atleta. Para terrenos acidentados, um solado com cravos proporciona maior tração.

Ajuste – Acomodar centralizadamente e com firmeza o pé ao calçado proporciona maior estabilidade e conforto, resultando maior desempenho. Calçados para prática de basquete e voleibol precisam se ajustar firmemente aos pés, pois nestes esportes o atleta executa muitos saltos e movimentos laterais, aumentando a possibilidade de lesões.

A Moda. No período que chega até meados da década de 60, eram raros os fabricantes, a indústria de calçados era incipiente e os modelos de tênis ainda duros e pouco amoldáveis aos pés. O hábito ou a moda de usar tênis só se instalou no Rio de Janeiro no final da década, junto com o jeans, substituto das calças americanas, com sua marca mais famosa Lee. O movimento estudantil (França), os Beatles e a pílula anticoncepcional mudaram o mundo, revolucionando velhos costumes e imprimindo uma nova filosofia de vida, especialmente entre os jovens. E os costumes, a forma de se vestir, não ficaram de fora, passando a um jeito irreverente de ser. Com as calças jeans, vieram também os tênis de diversos matizes e formatos. Já na década de 50 o rock and roll havia mexido com a cabeça dos jovens e o cinema americano moldava uma vez mais comportamentos estereotipados no mundo.

Tênis de basquete. Desde a década de 40 o basquete era o segundo esporte mais praticado no país. Dessa forma, era natural que os novos atletas de voleibol não tivessem opções maiores na escolha dos calçados, quase todos voltados para aquela modalidade: artefato de solado emborrachado e pesado, sendo a parte superior de lona de cor preta e cadarços que se estendiam até próximo do tornozelo. A sola continha ranhuras que preveniam deslizamentos.

A partir da década de 50, à reboque do início da industrialização do país, começaram a surgir os tênis brancos bem mais caros do que as populares congas, calçados frágeis, de solado ainda de borracha, com uma tênue lona colada na parte superior. Nesse período, havia exigência tanto nas escolas, como nas partidas oficiais, que os indivíduos utilizassem somente tênis brancos. Como a cor não era adequada para muitos – existiam modelos de várias cores – os jovens utilizavam o recurso de um giz próprio para alterar a coloração da lona nas aulas de Educação Física. Também não era raro que um ou mais atletas treinassem descalços em situação emergencial porque um dos calçados oferecesse desconforto ou tivesse chegado ao seu limite de utilização.

Material e Equipamentos (I)

Piso

Para a prática do voleibol – competitivo ou de lazer – destaco primacial importância para dois aspectos: os pés e o piso onde atuam. Da conjugação dos fatores em ação pode-se prevenir uma série de consequências nefastas que, inclusive, concorrem para afastar definitivamente o indivíduo da prática. Um dos exemplos maiores refere-se à prática do voleibol em terreno gramado. Entretanto, jogava-se primordialmente em quadras com piso de terra e muita poeira. Algumas recebiam camadas de saibro para melhorar e uniformizar o terreno, mas ainda assim a poeira emergia durante a movimentação dos jogadores. Pior ainda se um atleta tivesse qualquer queda. Era necessário utilizar o recurso de molhar a quadra com uma mangueira para dar continuidade ao jogo e garantir a integridade física dos envolvidos. A marcação da quadra era com cal virgem e os juízes enfrentavam grandes dificuldades em identificar bolas fora ou dentro, muito também por sua posição ao lado do suporte da rede, desprovido da respectiva cadeira. (Fonte: História do voleibol em Minas Gerais, Federação Mineira de Voleibol.). E, pelo relato de Paulo Matta na excursão que a seleção brasileira realizou em 1969, a pobreza (como diria o saudoso Bené) não era exclusividade nossa: “Dando continuidade à excursão, realizamos dez jogos pela Tchecoslováquia, um ano após a invasão feita pela URSS (…) A equipe ficava alojada nas casas reservadas a estudantes e houve jogos até em quadra de saibro”.

Fazendo parte obrigatória do uniforme, o tênis traz em si a imagem de zelo, conforto e cautela com a saúde dos praticantes. Infelizmente, por questões até econômicas, o material empregado no piso das quadras não acompanhou a evolução do calçado no que tange à segurança e conforto dos atletas. Por total falta de conhecimentos, não cabe fazer qualquer análise sobre as sequelas que o voleibol provoca nos seus praticantes contumazes. Deixo para que outros, de competência reconhecida, façam-no o mais breve possível de modo a que se possa reduzir ao mínimo qualquer dano ao indivíduo.

Máquina Maravilhosa. O pé é a máquina de locomoção mais perfeita que existe. É composto por ossos, músculos, tendões e ligamentos de uma forma muito complexa. Essa complexidade resulta em movimentos tais como caminhar, correr, saltar e chutar. Ao lembrar a sensação de alívio que sentimos ao tirar os sapatos depois de um longo dia de trabalho, fica fácil perceber como só o pé é capaz de trazer algumas sensações: ele sente muito melhor o chão, respira melhor, dobra-se facilmente. Se analisarmos agora nosso pé quando está calçado, podemos perceber que o pé tem características que calçado nenhum pode melhorar: pode, no máximo, manter.

Calçado. É uma peça do vestuário com a função primária de proteger os pés do meio ambiente. Tipos: bota, chinelo, salto alto, sandália, sapato, tamanco, tênis.

Tênis.  É um tipo de calçado construído com o propósito inicial de ser utilizado como acessório na prática de esportes. Possui características flexíveis e confortáveis e normalmente confeccionado em conjugações de lona e borracha (atualmente, também com outros materiais). A sua utilização não se restringe por estes dias ao uso nestas práticas, mas aparece normalmente associado a indumentárias mais informais.

Origem do Tênis. Em 1839, foi descoberta nos EUA a fórmula de preservação da borracha. Era o processo de vulcanização, inicialmente utilizado por Charles Goodyear para melhorar a qualidade dos pneus que sua empresa fabricava. Algumas indústrias de calçados começaram então a substituir seus solados de couro pelos de borracha. Os novos calçados, mais leves e confortáveis, passaram a ser usados pelos bem-nascidos cidadãos da Costa Leste do país, em seus jogos de críquete. Eram conhecidos como CRICKET SANDALS.