Voleibol de Praia em Niterói (I)

Rede do Canto do Rio, com Calado, Alfredinho, Mangolão, Newdon, Ferreira, Gonçalves, Calixto, Kiko, em dia de festa.

As Redes (ou campos de jogo)

Rede do Canto do Rio

Grupo de entusiastas, na sua maioria atletas de basquete do Clube Canto do Rio que, aos domingos, recreava-se na praia, em frente à Praça Getúlio Vargas, entre as ruas Miguel de Frias e Álvares de Azevedo, em frente ao cinema Icaraí. Ao lado, vemo-los todos animados uma semana antes do carnaval de 1949 com o famoso Banho à Fantasia. Em sua maioria, atletas de basquete do clube.

Rede Paz e Harmonia

Ao lado da Rede do Canto do Rio, e em frente ao Cinema Icaraí, a Rede Paz e Harmonia, fundada pelo Aníbal possivelmente no final da década de 50, atraía a rapaziada de outros bairros, como Fonseca e Barreto. Ali atuavam e divertiam-se muitos atletas que jogavam somente em clubes de Niterói. Cremos que em torno de 1966, seu Mira, que também participava da rede, resolveu fundar a própria rede, sendo acompanhado por vários adeptos.

Na foto acima, vemos o animado grupo de atletas frequentadores da rede no início da década de 60. Em pé, da esquerda para a direita, Jayme, Sérgio, Homero, Toninho, Mário, Jader, Ricardo, Hudson e Deroca. Agachados, Mário (Banana), Aldrovando, Silésio, Aníbal,…(?), Silênio e, de chapéu, Luís.

Rede do Mira. Miroslav Blakic, ou Mira, um iugoslavo baixinho, forte e troncudo, especialista em mecanismos, consertos e vendas de relógios. Foi responsável pelo grande relógio colocado por muito tempo na Praça Araribóia, no Centro de Niterói. Seu pequeno escritório localizava-se na Rua da Conceição, no edifício Gold Star.  Originariamente, a maior parte dos componentes da Rede são oriundos da Rede do Aníbal, em frente ao Cinema Icaraí. Mais adiante, talvez em 1966, com a desistência do líder de manter a Rede, Mira, um dos que ali atuava, fundou a sua própria Rede, agora próximo à Rua Presidente Backer. Com ele vieram muitos dos adeptos, tais como Jayme, os irmãos Nelson e Neir, Toledo, Oswaldo, Nilo, Sam, Ronaldo Braga e muitos outros. Mantiveram-se durante algum tempo até que, com o crescimento do número de adeptos, Ronaldo Brafa passou a armar sua Rede também aos domingos (só o fazia sábados à tarde). Assim, ganharam todos, pois criaram condições de mais pessoas se divertirem jogando voleibol na praia. Na década de 60, um grupo de aficionados reuniu-se em torno do seu Mira. Em pé, da esquerda para a direita: Baby, Vicente,…(?), Hebert, Jayme, Ronaldo Braga, Renato,… (?), Sam e Paulo (da Ótica Fluminense). Agachados: Oswaldo,…(?), seu Mira, Silvares, Helinho e Edinho.

Redes de Vôlei de Praia

Prática escolar

A partir da década de 40 o Colégio Santo Inácio, no Rio – somente para meninos – deu início timidamente à prática da Educação Física. Um sargento do Exército, com  curso de Monitor da EsEFEx, dava uma aula por mês de ginástica, quase sempre de calistenia, para assegurar o cumprimento da lei. Os alunos somente utilizavam o calção quando dessa única aula. As práticas nos demais dias de futebol, basquete, vôlei e ping-pong estavam restritas aos momentos vagos, sem necessidade do uniforme de ginástica. Fora do ambiente escolar os jovens praticavam o futebol e o voleibol, ambos  nas praias da Zona Sul.  Na foto, a equipe de voleibol do Colégio Andrews na década de 40, destacando-se Gil Carneiro, último à direita.

As Redes de vôlei no Rio

O voleibol começava a exercer sua influência sobre os jovens, especialmente as moças. Dizia-se que voleibol era para “mulherzinha”. Quanto aos meninos e rapazes, quando não estavam em suas peladas de futebol, não resistiam ao fascínio de arriscar alguns movimentos com a bola na rede. Os menores, filhos de praticantes, observavam atentas as partidas e somente nos intervalos dos jogos lhes era permitido “brincar de jogar” com a bola. Era o início de seu despertar para o esporte, pois era sistemático. Durante longos anos a prática do vôlei na praia fez a diferença entre cariocas e seus maiores rivais, paulistas e mineiros. Dizia-se que eram “ratos de praia”, uma referência à malandragem dos praticantes. Como até hoje, existiam os “donos da Rede”, aqueles abnegados que armavam, desarmavam e administravam a atividade. Em Ipanema, na rede do Ipanema Praia Clube, quem mandava era Rinaldo Toselly. Outros famosos, mais tarde, foram o Frazão, no Posto 6 e, posteriormente, a Tia Leha, em Copacabana. Depois que o Seu Thomás morreu, a rede do Posto 6 foi mantida durante anos pelo Frazão, de quem a Tia Leah herdou a rede. Os rapazes que começavam a se destacar no voleibol de praia – sempre jogado seis contra seis – eram invariavelmente convidados a participar de equipes de clubes, um fato que perdurou por gerações. Esses campeonatos tiveram início em 1945-46, destacando-se diversas Redes, onde atuavam vários ases do esporte, como Paulo Azeredo, José Gil, Corrente, Chrisóstomo, Bicudo, Ferraz (Ipanema Beach Clube); Alberto Damázio de Sá (Betinho) e Pirica (Urca P. C.) e Filipone, da Rede Belfort. Todos integrantes da equipe principal do Fluminense F. C., diversas vezes campeão carioca.

Ratos de Praia. No Rio, alguns privilegiados, com horários de trabalho flexíveis ou simplesmente que não trabalhavam (vagabundos), jogavam duplas diariamente muitas vezes com apostas em dinheiro. Eram chamados Ratos de Praia. Metaforicamente, tinham bastante intimidade com o local em que viviam, isto é, em que atuavam. Carlos Candeias nos dá um depoimento bastante elucidativo daqueles bons momentos na coluna do Fernandão, do Jornal do Brasil Online (14.2.2004):

“Fui rato de praia de 1959 até 1967. Jogava na rede de seu Thomás, quase em frente à Joaquim Nabuco, no Posto Seis, frequentada pela Tia Leah, que depois da morte de seu Thomás criou a sua própria rede, armada mais pra perto da Francisco de Sá. Os frequentadores habituais daquela rede eram simplesmente, além da garotada como eu, jogadores do porte de Átila, Arlindo, Parker, Arnaldo, Dudu, Zé Maria, Lúcio Figueiredo, Vitinho, Feitosa, Bomba, Nuzman, Isnaldo, Cabinha (o rei das quadras e duplas), Naga, Careca, John O´Shea, Jorginho Bettencourt e muitos outros. Era um verdadeiro point desse esporte. Os treinadores compareciam em peso: Heckel, Célio Cordeiro, Sami Mehlinsky (para mim o grande treinador do nosso voleibol), Paulo Matta etc. Quase sempre tínhamos a visita do pessoal de Niterói, como Quaresma, Roberto Canhoto (Pimentel) e Borboleta. Nas férias apareciam Belfort, Fabinho e Urbano Brochado, de Minas. Isso sem falar em figuras folclóricas como Evereste, Jojô Piloto e outros. Daquela rede se poderia montar um time imbatível em termos de Brasil”.

Vôlei na Praia de Icaraí

Como disse anteriormente. a primeira Rede data de 1937; era a do IPC. O esporte tinha duas vitrines em Nictheroy: a primeira, o próprio clube, berço para o seu desenvolvimento; a segunda, a praia de Icaraí, onde até nossos tempos foi transformada em imenso quintal recreativo. Embora houvesse discussões quanto ao placar, a escolha dos times, os lances dúbios, tudo era encarado da forma mais amistosa possível, sendo raríssimos os casos de desavenças graves. O vôlei era praticado essencialmente por laser e dispensada a arbitragem: os próprios jogadores se policiavam e assinalavam suas próprias faltas. Aliás, a regra era devidamente modificada para que se permitisse um jogo fluido e alegre, com ralis longos: “valia tudo, exceto tocar na rede e xingar a mãe!” O voleibol praticado na praia em Nictheroy restringia-se aos domingos, o que contribuía, não só para um bom preparo físico – jogar na areia fofa é muito estafante – como acrescentava excelente desenvolvimento tático, uma vez que “valia tudo” nas partidas. Para colocar a bola no chão da quadra adversária era preciso, além de tudo, imaginação e criatividade. Esta prática favoreceu e fez diferença durante muitos anos nos confrontos contra paulistas ou mineiros. Em suma, eram quatro treinos por semana – acrescentou-se o sábado a partir do início da década de 60 –, sendo que o preparo físico era dado pela prática na areia. Formava-se uma geração bastante competente que, em disputas contra os melhores atletas do Rio competiam de igual para igual, muitas vezes até em vantagem. Foi o período dos torneios de praia do Jornal dos Sports nas areias de Copacabana. Como os melhores atuavam em times cariocas, principalmente Botafogo, Fluminense, Tijuca e América, não havia bairrismo ou qualquer tipo de rivalidade, muito pelo contrário. Neste período surgiu então a expressão carinhosa “Nitctheroy, celeiro de craques”.   


Intercâmbio na América do Sul

  

Amistosos no Cone Sul

Na década de 40 teve início o intercâmbio entre clubes na América do Sul. Em 1947 a equipe principal masculina do Fluminense F. C. realizou jogos amistosos com equipes uruguaias e argentinas, não sem antes passar por Porto Alegre (RS). E o Jornal dos Sports, que já incentivava o voleibol de praia, registrou a notícia: “Em demanda do Prata, onde realizarão uma série de embates internacionais, seguem hoje por via aérea os integrantes da equipe de volleyball do Fluminense. Todos eles tiveram atuação de relevo no I Torneio de Volley de Praia, de iniciativa do JORNAL DOS SPORTS. São eles: Paulo Azeredo, técnico do team tricolor e que fez parte da Rede Ipanema Beach Clube; Gil e Corrente, do mesmo quadro; Betinho, do Urca P. C.; Filipone, da Rede Belfort; Chrisóstomo, Bicudo e Ferraz, do  Ipanema B. C., e Pirica, do Urca. Uma turma realmente capacitada”.

Na foto à esquerda, o team do Fluminense em sua excursão ao Rio da Prata antes de uma de suas atuações contra a equipe uruguaia dos Bohemios. Bicudo (58), Paulo Ferraz (Paulista, 32), Hélio (Corrente, 65), Filipone (64), Gil (38), João (51), Gilberto (Betinho, 47), Pirica (48) e o técnico Paulo Azeredo. Na outra foto, momento de confraternização entre os atletas brasileiros e argentinos. A equipe tricolor atuou contra o scratch argentino em Buenos Aires no dia 19.4.1947, tendo vencido a partida por 2×0, com parciais de 15×7 e 15×0.  Atuaram (51) João Crisóstomo, (64) Giuseppe Filipone, (47) Alberto Damázio de Sá (Betinho), (38) José Gil, (65) Hélio Cerqueira (Corrente), (48) Gilberto Cunha (Pirica), (32) Paulo Ferraz (Paulista) e (58) Alfredo Bicudo, e o técnico Paulo Azeredo.

A equipe clube retornaria em 1950 a Montevidéu com os atletas Átila, Hugo, Berni, Gil, Newton, Gilson, Jonjoca, Pirica e Sérgio e, uma terceira vez, em 1957, também a Buenos Aires, na disputa do torneio internacional “Copa C. A. River Plate”. Essa excursão invicta contou com Gil, Átila, Parker, Gustavo, Gilberto, Ronaldo, Mário, Paulo Ferraz, João Luiz e Arlindo. Paulo Azeredo, o técnico, sempre à frente da equipe. Curiosamente, ao finalizar o último jogo, um grupo da Marinha brasileira do navio transporte Barroso Pereira deu uma volta na quadra juntamente com os jogadores tricolores, recebendo os aplausos dos espectadores.

A equipe titular: (3) Gil, (9) Garcia, (7) Parker,  (6) Átila,  (5) Gilberto e (12) Ronaldo.

Caminhos da Praia

Vôlei na Praia

O Circuito Banco do Brasil de Vôlei de Praia, disputado desde 1992, espalha seus frutos pelo mundo. A prova de que ele é hoje o maior circuito de todos são as últimas conquistas das duplas brasileiras no exterior. O resultado foi um grande sucesso que permanece até hoje. Com esse apoio o talento dos atletas brasileiros ficou mais evidente. E os resultados não demoraram a aparecer. Sucesso de público, criação de ídolos, as torcidas organizadas, tudo isso contribuindo para que mais e mais jovens desejem participar de alguma forma desse grande “circo” do vôlei de praia. A CBV vem realizando  estudos  para incentivar o aprendizado do voleibol, preparando uma nova geração de talentos.

Técnico de Vôlei de Praia.  A partir dessas perspectivas, a CBV inovou, também, ao realizar o 1° Curso para Técnicos de Vôlei de Praia – Iniciação e Alto Nível – na Escola de Educação Física do Exército, no Rio, no período de 28/8 a 4/9/98, para cerca de 60 alunos e professores. A partir de agora, nos próximos Circuitos, será permitida a presença do técnico junto aos atletas durante todo o transcorrer da competição. É outra novidade a ser implantada e levada posteriormente à FIVB. Com isto, reforça-se a imagem da figura do técnico, ao tempo em que se valoriza a sua atuação profissional. É um novo mercado, regulamentado e assistido.

Histórico. Os primeiros passos foram dados em 91, quando o autor programou o 1° Curso de Mini vôlei em praias de Fortaleza, Recife, João Pessoa e Niterói – ao todo, 1.200 alunos. Já agora, a orla do Rio de Janeiro tem cerca de 300 crianças regularmente aprendendo e descobrindo os segredos desse esporte espetacular.

Projeto do 1º Curso de Mini Voleibol em Praias no Brasil

Objetivo. Continuar atraindo mais crianças a este amplo e prazeroso mundo do vôlei. Através de profissionais especializados da área de Educação Física acompanhar as crianças desde sua iniciação até o aprimoramento de suas técnicas. Além disso, prestar serviços em obras filantrópicas, tal como as realizadas com alunos excepcionais da APAE-Niterói há vários anos. O Programa a ser desenvolvido prevê atuações em diversas escolas através de convênios, inclusive com material específico para a prática do minivôlei.

Características

1. Expectativa de Público

Transitam diariamente pelos calçadões das praias de Icaraí considerável número de pessoas:

Assistência direta 400 pessoas
Horário de lazer 600 pessoas
Horário de rush 12.000 pessoas
Total de público 13.000 pessoas

2. Período: 6 ou 12 meses, renováveis – Aulas: 4as e  6as feiras Horário: 17h às 18h; 18h às 19h; 19h às 20h

3. Local: Praia de Icaraí – entre as ruas Belizário Augusto e Oswaldo Cruz – área provida de refletores.

4. Área: Aproximadamente de 108m x 70m, equivalente ao campo do Maracanã.

5. Faixa Etária: Crianças dos 8 aos 13 anos.

6. Apoio: Prefeitura de Niterói.

7. Coordenação: Prof. Roberto A. Pimentel.

8. Espaço Publicitário: Placas promocionais – 2m x 0,80m e painel 2m x 3m, removíveis; Camisetas… 350

9.Convênios & Parcerias: Colégios públicos e entidades promotoras de ações sociais; Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE

10. Custo: Processos normais de propaganda em eventos, com objetivo primordial de exclusividade. Poderá ser subdividido em cotas proporcionais no caso de copatrocínio.

Obs.: descortina-se amplo campo de atuação dentro de colégios conveniados com o Programa

Justificativa & Atribuições

1. Descrição

Nome: Mini vôlei

Apoio: Prefeitura Municipal de Niterói

Patrocínio: (a definir)

Coordenação: Prof. Roberto A. Pimentel

Objetivos: Promover o aprendizado e incentivar a prática esportiva; Divulgar novas técnicas de ensino do vôlei

Estratégia: Ensino dos principais fundamentos e de tática elementar; Vivenciar o voleibol; Enriquecimento por multiplicação de soluções; Estímulo à obtenção de recordes pessoais.

Período:                                        Início                término

Local:  Praia de Icaraí                   ……                    …….

Horário:                                   4ªe 6ª, das 17h às 20h

Clientela:           300 crianças, de ambos os sexos, de 8 a 13 anos

2. Organização e Definição de Atribuições

Coordenador Geral: Planejar o projeto; Administração contábil e financeira; Programar as atividades; Garantir a interação e montagem entre os setores; Compor a equipe de trabalho; Estabelecer contrato com o(s) patrocinador(es); Estabelecer contato com Prefeitura; Convênios com Universidades; Produção de “memória” em vídeo.

Administração: Providenciar local para a execução do evento; Dar ou obter a devida autorização oficial; Providenciar a respectiva iluminação do local; Promover o evento junto à mídia, autoridades e público; Providenciar a segurança no momento das aulas; Solicitar acompanhamento médico (primeiros socorros).

Serviços: Montar e desmontar os equipamentos no local do evento; Garantia do local  pronto ½ hora antes do início da 1ª aula; Cuidar pela conservação e guarda de todo equipamento; Permanecer junto ao local durante todo o período de aulas; Atender às solicitações da Administração e Coordenação;

Coordenação Técnica: Elaborar o planejamento técnico geral e os planos de aula; Instruir supervisor e professores sobre o planejamento; Relacionar os recursos materiais necessários; Acompanhar a aplicação do Projeto;  Apoio na obtenção de parceiros comerciais (patrocinador); Avaliar e reciclar os professores e estagiários; Acompanhar a montagem do apoio administrativo; Organizar torneios de exibição periodicamente.

Professores: Ministrar o plano de aula de acordo com o planejamento; Organizar as atividades dos alunos, da chegada à saída; Verificar a apresentação dos alunos; Zelar por todo o material de aula disponível;

Assessoria de comunicação: Supervisão Técnica; Garantir a aplicação do planejamento de aulas.

3. Estrutura

Pessoal: 1 Coordenador (professor) – 10 Estagiários – 4 Auxiliares

Material: 40 bolas de voleibol – 40 bolas de tênis – 10 bolas de medicine-ball  – 10 mini rede, marcação etc. – 10 aros ginásticos – 2 cordas elásticas – 14 puçás – 10 petecas – 1 biruta – 6 sacos (guarda de material) – 1 bomba – 5 sacos de bola

Festival de Minivôlei. O Festival de Minivôlei destina-se a crianças de ambos os sexos, matriculadas regularmente no Curso. O objetivo desse Festival é incentivar o contato social e fomentar o desejo da prática esportiva ao ar livre. Apresenta-se, também, como oportunidade de divulgação de novas técnicas de ensino. A previsão é de uma clientela de 300 crianças, distribuídas por sexo e faixas etárias, em horários distintos, assim constituídas:

Masc.              10-11 anos                   24 crianças

12-13 anos                   24 crianças

Fem.                10-11 anos                   24 crianças

12-13 anos                  24 crianças

Nota: crianças de 9 anos terão torneio especial.

Datas previstas para a realização do Festival…….. (enumerá-las).

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Vôlei de Praia, Origem (II)

 

 

 

 

 

 

Vôlei nas praias do Rio de Janeiro

Os torneios permaneceram na década de 60 sempre incrementados pelo Jornal dos Sports. Podíamos ver a rapaziada, inclusive alguns de seleção brasileira, participando e abrilhantando os jogos no Posto 5 (Rede GRADE) ou no Posto 6 (Rede do Seu Thomás) em jogos de sexteto masculino ou misto. O time se chamava GRADE porque ficava todo mundo encostado na grade de um prédio, no Posto 5; significava Grupo Recreativo dos Amigos Desocupados da Esquina, bem ao espírito irreverente dos cariocas.

Fotos

Na foto à esquerda, de 1963, a equipe da Rede do Seu Thomás. Em pé, à esquerda, Arnaldo, Delano, Célio, Barata, Idácio e Nuzman. Agachados, Emílio, Bob, Paulo Roberto (Bebeto) e Borba. Arnaldo relata que nessa oportunidade “Bebeto de Freitas era um garotinho de uns 14-15 anos, muito chato, que ficava pedindo para jogar o tempo todo. Acabávamos deixando, só para ele parar de nos encher. E se tornou um craque”. Acrescente-se que em 1966 Arnaldo foi atuar profissionalmente em Israel pelo Hapoel Petach-Tikva e pela seleção de Israel, tendo retornado ao Brasil somente no final de 1967. Participou de torneios por toda a Europa e até ganhou troféu de melhor jogador em jogos na Bélgica.

Na outra foto de 1964, o time misto do Icaraí Praia Clube (Niterói) em Copacabana, sempre um dos grandes vencedores dos torneios que disputou. Da esquerda para a direita, Nelson, Ronaldo Braga, Roberto Pimentel, Sérgio e Jorginho. Agachadas, Marilda, Marina Celistre e Marly. Nesse ano, a direção do torneio houve por bem limitar a participação de atletas federados: foram permitidos somente dois por equipe. Quaresma, que não aparece na foto, também integrava o time.

Vôlei de Praia, Origem (I)

1. Estrelas do Cooperação Esporte Club nas areias da Praia de Copacabana (22.12.1951), quando participavam de torneio. Entre elas, da esquerda para a direita, Marion (3ª), Osvaldira (5ª), seguida de Yrani e Marly. 2. Time misto da Rede Urca num dos torneios de Vôlei de Praia em Copacabana. Da esquerda para a direita, José Gil, Oswaldira, Coqueiro, Terezinha, Evereste, Wilma e Betinho.

Breve história

Aproximadamente 40 anos depois de inventado por Morgan na Costa Leste dos EUA, a modalidade ganhou sua versão de praia, na Califórnia, Costa Oeste. Jogava-se, então, seis contra seis. Posteriormente, ganhou a versão do dois contra dois. Surgida nas areias americanas como diversão de soldados na década de 30, a paixão praiana transformou-se em febre nos anos 90 e contagiou nada menos do que 40 países do mundo, onde o esporte é praticado atualmente. Por vários anos o vôlei de praia era praticado só por soldados americanos. A partir da década de 50 surgiram os circuitos de competições em cinco praias californianas. O primeiro torneio profissional aconteceu numa delas, em 1976.

Nos EUA, Charlie Saikley, conhecido como “o poderoso chefão” do vôlei de praia, foi quem popularizou o esporte com o lançamento de seu primeiro grande torneio, o Manhattan Beach Open; ele morreu aos 69 anos. Professor durante 40 anos, Saikley também coordenava uma série de programas recreativos na cidade de Manhattan Beach, próximo a Los Angeles Foi cofundador do Manhattan Beach Open, em 1960, na época uma competição amadora, e comandou o evento por muitos anos. O torneio tornou-se profissional nos anos 80. Para o atual coordenador, Leonard Armato, ele moldou aquele torneio, que se tornou famoso tanto para os jogadores como para os fãs. Antes de Saikley, o vôlei era um esporte majoritariamente de quadra, constituindo-se o vôlei de praia uma simples forma amadora no sul da Califórnia. Charlie ajudou a tornar um esporte pequeno em algo que alcançou padrão internacional. O vôlei de praia viria a se tornar esporte olímpico em 1996 e hoje em dia é um dos melhores esportes dos Jogos Olímpicos.

Voleibol nas praias do Rio de Janeiro

Durante décadas o vôlei de praia foi visto apenas como uma distração de final de semana, praticado por milhares de pessoas em toda a orla marítima, principalmente no Rio de Janeiro e em Niterói. O Jornal dos Sports foi um dos maiores incentivadores dessa prática, tendo realizado diversos campeonatos de sextetos, masculino, feminino e misto, durante pouco mais de duas décadas em Copacabana. Como até hoje, existiam os “donos da Rede”, aqueles abnegados que armavam, desarmavam e administravam a atividade. Em Ipanema, na rede do Ipanema Praia Clube, quem mandava era Rinaldo Toselly. Outros famosos foram Seu Thomás,  Frazão e, posteriormente, a Tia Leha, no Posto 6, Copacabana. Os rapazes que começavam a se destacar no voleibol de praia – sempre jogado seis contra seis – eram invariavelmente convidados a participar de equipes de clubes, um fato que perdurou por gerações. Esses campeonatos tiveram início em 1945-46, destacando-se diversas Redes, onde atuavam vários ases do esporte, como Paulo Azeredo, José Gil, Corrente, Chrisóstomo, Bicudo, Ferraz (Ipanema Beach Clube); Alberto Danúzio de Sá (Betinho) e Pirica (Urca P. C.) e Filipone, da Rede Belfort. Todos integrantes da equipe principal do Fluminense.

Posto 6

Depois que o Seu Thomás morreu, a rede do Posto 6 (final da praia) foi mantida durante anos pelo Frazão, de quem a Tia Leah herdou e deu continuidade. Carlos Candeias nos dá um depoimento bastante elucidativo daqueles bons momentos na coluna do Fernandão, Jornal do Brasil Online (14.2.2004):

Ratos de praia [1]

“Fui rato de praia de 1959 até 1967. Jogava na rede de seu Thomás, quase em frente à Joaquim Nabuco, no Posto Seis, frequentada pela Tia Leah, que depois da morte de seu Thomás criou a sua própria rede, armada mais pra perto da Francisco de Sá. Os frequentadores habituais daquela rede eram simplesmente, além da garotada como eu, jogadores do porte de Átila, Arlindo, Parker, Arnaldo, Dudu, Zé Maria, Lúcio Figueiredo, Vitinho, Feitosa, Bomba, Nuzman, Isnaldo, Cabinha (o rei das quadras e duplas), Naga, Careca, John O´Shea, Jorginho Bettencourt e muitos outros. Era um verdadeiro point desse esporte. Os treinadores compareciam em peso: Heckel, Célio Cordeiro, Sami Mehlinsky (para mim o grande treinador do nosso voleibol), Paulo Matta etc. Quase sempre tínhamos a visita do pessoal de Niterói, como Quaresma, Roberto Canhoto (Pimentel) e Borboleta. Nas férias apareciam Belfort, Fabinho e Urbano Brochado, de Minas. Isso sem falar em figuras folclóricas como Evereste, Jojô Piloto e outros. Daquela rede se poderia montar um time imbatível em termos de Brasil”.


[1] Como eram denominados os frequentadores assíduos (dias de semana, 2ª a 2ª) das redes de voleibol na praia.