Glossário (VI, final)

Por fim, apresento alguns termos relativos ao Toque e ao Uniforme.

Lembro aos companheiros que me visitam que esta série estará permanentemente aguardando sugestões para inclusão e/ou correção. Suas contribuições só enriquecerão o Glossário, proporcionando uma visibilidade e compartilhamento deveras relevante. Aguardo-os a todos.

 

 

 

 

TOQUE:   

  • Toque (de bola) – Passe realizado com as extremidades dos dedos, com ambas as mãos. 
  • Toque (na bola) – A bola pode ser tocada com qualquer parte do corpo; não deve ser retida ou conduzida; pode tocar várias partes do corpo,  desde que simultaneamente. 
  • Levantamento – Toque realizado (geralmente o 2º) pelo levantador para um dos atacantes. Excepcionalmente, de manchete.  

 Bater (na bola) – Toque com uma das mãos ou qualquer parte do corpo.

  1. Conduzir ou carregar – Retenção demasiada nas mãos.
  2. Contatos múltiplos – Consecutivos; ocorrem durante ação de bloqueio.
  3. Contatos simultâneos – Ocorrem em ações de defesa de ataques violentos.
  4. Dois toques – (antigo) Falta no toque com ambas as mãos, com ruído; permitido (1994) na primeira bola.
  5. Levantadas – Costas, frente, alta, baixa, de lado, de manchete.
  6. Limpo – Sem falta.
  7. No bloqueio – Tocada no corpo (mão ou braço) do bloqueador.
  8. Toque – Contato com a bola com qualquer parte do corpo.
  9. Toque (por baixo) – Abaixo da linha da cintura.
  10. Toque com os pés – Permitido a partir de 1994.

  

UNIFORME:  Consiste em camisa, calção, meias e tênis; devem ter a mesma cor; o líbero deverá ser diferenciado. 

  1. Faixa (capitão) – Identifica o capitão da equipe.
  2. Numeração – Camisa devem estar numeradas, na frente e nas costas.
  3. Tênis – Da mesma cor em competições da FIVB (adultos).
  4. Uniforme – Similar para todos, exceto o líbero.

Glossário (V)

 

REDE: Divide a quadra em duas áreas ocupadas pelas equipes contendoras.   

  1. Altura – Medida do solo à extremidade superior; atual: 2,43m (masc) e 2,24m (fem).
  2. Banana – Bola que toca a rede no bordo superior e ultrapassa para a quadra adversária.
  3. Entrada (de) – Posição IV (do atleta); extremidade esquerda de ataque.
  4. Espaço aéreo – Espaço livre.
  5. Espaço livre – Espaço acima da área de jogo livre de osbtáculo (mínimo de 7m).                                                                                                                    
  6. Extremidade (ou ponta) – Lateral extrema da rede; próxima à antena. 
  7. Faixa (lateral) – Delimita extremidade da rede (1976).
  8. Medir (a) – Aferir altura regulamentar.
  9. Meio – Posição intermediária.
  10. Montar (a) – Preparar para o jogo; armar ou esticar entre os postes.
  11. Saída – Posição II (do atleta); extremidade direita de ataque.
  12. Tocado (pela) – Resultado de forte cortada.
  13. Tocar (na) – Contato com a rede é falta; exceto acidentalmente (1994).

 SAQUE: Ação de colocar a bola em jogo pelo jogador defesa-direito posicionado atrás de linha de fundo (zona de saque). Primeira manifestação de ataque. 

  1. Americano (tipo) – Balanceado, executado de lado para a rede (equipe americana, 1955).
  2. Americano (com corrida) – Balanceado, com deslocamento em direção à quadra.
  3. Área (ou zona) – Atrás da linha de fundo; variou de 3m para os atuais 9m.
  4. Ataque ao saque – Proibido com a bola na zona de ataque e acima do bordo superior da rede (1984).
  5. Balanceado (japonês) – Bola tocada com movimento circular do braço; bola “sem peso” ou flutuante. (ver Flutuante)
  6. Bloqueio (de saque) – Proibido a partir de 1984. (ver Ataque ao saque)
  7. Caçar (jogador) – Tático; dirigido ao jogador deficiente na recepção.
  8. Carregado – Preso ou conduzido.
  9. Colocado – Ver Tático.
  10. Com corrida – Com deslocamento atrás da linha de fundo.
  11. Com defeito – Imperícia do executante.
  12. Com efeito – (inglês, spin serve) A bola ganha velocidade graças ao efeito produzido, dobrando-se o pulso no momento do contato (giro sobre o próprio eixo).
  13. Com força – Forte, violento.
  14. Com salto – Execução mediante salto anterior do atleta. (ver Viagem)
  15. Conduzido (preso) – Sem soltar a bola.
  16. De costas – Atleta coloca-se de costas para a quadra adversária antes da execução.
  17. Direito (de saque) – Ganho pela equipe que marcou um ponto.
  18. Tentativas – Facultadas 2 tentativas na execução, a exemplo do tênis.
  19. Flutuante – Ver Balanceado.
  20. Japonês – Ver Balanceado.
  21. Jornada (nas estrelas) – Trajetória muito alta e, com efeito; bola atinge altura de 25m. (ver paraquedas e spin service)
  22. Lateral – Por baixo, com o executor de lado para a quadra.
  23. Paraquedas – Empregado em 1949-50 (tchecos); altura da trajetória da bola de 8m. (ver Spin service e Jornada)
  24. Por baixo – Executado no nível da cintura.
  25. Por cima – Executado acima do nível dos ombros.
  26. Preso – Execução sem soltar a bola. (ver Conduzido)
  27. Queimar – Bola que toca a rede.
  28. Recepção (do) – 1º toque da equipe após execução do saque adversário.
  29. Sacador – Atleta que momentaneamente ocupa a posição I (defesa-direito)
  30. Saque alto – Trajetória da bola é alta.
  31. Sem peso (balanceado) – Pode ser realizado mesmo com o tipo tênis, ou por baixo.
  32. Serviço – Do inglês service; saque.
  33. Spin service – (inglês) Executado pelos americanos na década de 40, precursor do jornada. (ver Pára-quedas e Jornada)
  34. Tático – Colocado; dirigido a uma determinada área ou atleta.
  35. Tênis – Tocar a bola com uma das mãos acima da linha dos ombros.
  36. Tocando a rede – Permissão a partir de 1995.
  37. Viagem (ao fundo do mar) – Jogador lança a bola para o alto e para frente e, com salto, bate nela em direção à quadra adversária.
  38. Zona de – Inicialmente, delimitada em 3m (1948); posteriormente, em 9m (1994).

  (continua)

Glossário (IV)

Dando seguimento à apresentação do Glossário, apresento alguns termos utilizados a respeito de Jogador e Jogo

JOGADOR: Indivíduo que joga por hábito, profissão ou lazer. 

  1. Atacante – O que produz ataque, geralmente por cortada.
  2. Bloqueador – O que bloqueia ataques contrários; permitido somente aos jogadores de ataque (posições II, III e IV).
  3. Cobrir (um atleta) – Ação de defesa geralmente empregada junto ao(s) bloqueador(es).
  4. Cortador – Aquele que predominantemente executa cortada (ataque).
  5. De ataque – Atacante; momentaneamente nas posições II, III e IV; diz-se também jogador de rede.
  6. De defesa – Momentaneamente nas posições I, V e VI; diz-se também do líbero.
  7. Diagonal (rel. ao jogador) – Relativo à posição na quadra (ordem de saque); posições limítrofes entre atacante e defensor (VI e III; I e IV; II e V).
  8. Levantador – Aquele que predominantemente prepara (levanta) a bola para ser atacada (2º toque de uma equipe).
  9. Líbero – (em italiano, livre); 7º atleta; especializado em defesas e recepção, que não pode atacar, bloquear ou levantar na zona de ataque com as mãos; introduzido na Regra em 1988. No Brasil (1984), era o jogador que atacava do fundo.
  10. Mão-de-seda – De excelente toque de bola; que toca a bola sem ruído ou infração. 
  11. Reserva – Jogador não escalado para o início da partida ou set. 
  12. Titular – Jogador que inicia a partida ou set. 

JOGO: Partida; o jogo sofreu muitas modificações, mas a ideia original da rede entre os dois quadros opostos ficou de pé. 

  1. Ace – (inglês = um ponto) Ponto de saque quando a bola vai diretamente ao solo sem ser tocada por qualquer jogador.
  2. Apontador – Responsável pelas anotações da súmula; mesário.
  3. Aquecimento (bate-bola) – Troca de toques entre jogadores; cortadas utilizando a rede.
  4. Árbitro (1º e 2º) – Denominação a partir de 1957; anteriormente: juiz de baixo e juiz de cima; ou juiz e auxiliar (ver Equipe de arbitragem).
  5. Bandeirinha – Juiz de linha; fiscal de linha; compõe Equipe de arbitragem.
  6. Barreira (cortina, parede) – Situação que antecede o saque, em que os jogadores de ataque da mesma equipe se colocam lado a lado, dificultando a visão dos adversários; proibida em 1959.
  7. Bola de graça – Bola lançada para o adversário sem conotação de ataque.
  8. Bola em jogo – A partir do momento do golpe de saque.
  9. Bola fora de jogo – A partir do momento em que uma falta é assinalada por um dos árbitros.
  10. Bola perdida – Quando não há qualquer possibilidade de recuperação durante um lance da partida.
  11. Boleiro – Menores recrutados para auxiliar na reposição de bolas.
  12. Cadeira (do árbitro) – Antes, cadeira em que o juiz subia para presidir o jogo; assento situado no topo de uma escada (com dois pés).
  13. Capitão – Previsto na Regra; jogador identificado para a função por sua liderança e experiência.
  14. Cartão (de indisciplina) – Indicativo de advertência (amarelo) e punição (vermelho).
  15. Cera (fazer) – Artifício empregado para interromper o jogo.
  16. Chave – Tática de uma equipe efetuada por dois ou mais jogadores; jogada; combinação (termo do basquete, usado nas décadas de 40 e 50).
  17. Condução – Jogador carrega a bola, sob a forma de puxada, ou mesmo no toque demorado; empurrar, puxar.
  18. Cortina – Ver Barreira, parede.
  19. Decisivo (set) – Em inglês, tie-break; 5º set; set de desempate.
  20. Direito de saque – Equipe ganha com o erro do adversário (vantagem).
  21. Disputa – Competição; rivalidade.
  22. Enxugador – Pessoa recrutada para enxugar a quadra.
  23. Equipe (de arbitragem) – 1º e 2º árbitros; um apontador e quatro (dois) juízes de linha.
  24. Equipe (de jogadores) – Limitado a doze atletas; obrigatório 6 na quadra de jogo.
  25. Escrete – Ver scratch.
  26. Esfriar – Fazer cera; provocar retardamento.
  27. Falta técnica – (antiga) Penalidade imposta a um componente da equipe; aplicação do cartão vermelho (atual).
  28. Fair play – (inglês = jogo limpo) Cortesia; conduta adequada.
  29. Fiscal de linha – Ver Equipe de arbitragem (juiz de linha); bandeirinha.
  30. Gandula – Aquele que apanha e devolve as bolas que saem da quadra (boleiro).
  31. Infiltração (penetração) – Deslocamento (após o saque) de um jogador de defesa em direção à rede.
  32. Instruções – Esclarecimentos técnico-táticos passados aos atletas.
  33. Internacional (categoria) – Disputado em três sets vencedores (1950).
  34. Interrupção (do jogo) – Regulamentado no cap. 5 da Regra.
  35. Invasão (de quadra) – Ultrapassar a linha central com os pés ou as mãos.
  36. Invasão (por baixo) – Geralmente, com o pé, que bastava tocar a linha central; posteriormente, mão e pé podem tocar a quadra adversária, desde que também permaneça em contato com a linha.
  37. Jogo (1º, 2º e 3º) – (jogo = set) Era composto de dois jogos; o 3º era o decisivo (melhor de 2 jogos vencedores). A partir de 1957, cinco sets (melhor de 3 sets vencedores).
  38. Jogo de desempate – (ver Decisivo); jogo ou série de jogos entre duas equipes após o torneio regular para determinar o campeão (em inglês, playoff); pode referir-se também ao set decisivo (tie-break).
  39. Jogo na rede – Ações dos atletas ao longo da rede durante uma partida.
  40. Juiz – Ver Árbitro (1º e 2º).
  41. Juiz (de baixo) – Ver Equipe de arbitragem.
  42. Juiz (de cima) – Ver Equipe de arbitragem.
  43. Juiz (neutro) – Ver Equipe de arbitragem.
  44. Juiz (principal) – Ver Equipe de arbitragem.
  45. Líbero – 7º jogador com funções predefinidas na Regra (1997); anteriormente, no Brasil, atacante que não recepcionava o saque.
  46. Melhor de dois – Ver Jogo
  47. Melhor de três – Ver Jogo
  48. Mesário – Apontador (ver Equipe de arbitragem)
  49. Minivoleibol – Pedagogia específica para ensino de crianças.
  50. Nível – Qualidade técnica de uma equipe ou jogador.   
  51. Parede – Ver Barreira, cortina.
  52. Partida – Jogo; composta de três a cinco sets.
  53. Pedido de tempo – Interrupção regulamentada (Cap. 5 da Regra).
  54. Penetração – Ver Infiltração.
  55. Posição (dos jogadores, sentido anti-horário) – Linha de ataque (na rede: II, III, IV) e linha de defesa (V, VI, I).
  56. Placar – Indica a contagem dos pontos; é da responsabilidade do apontador.
  57. Ponto morto – Área da quadra desguarnecida. (ver Zona morta).
  58. Pontos por rali – Cada infração é ponto para o adversário (1988); substituiu o sistema “com vantagem”.
  59. Jogo por tempo – Experiências internacionais (1ª) em 1941; no Brasil em 1997, abandonada em 1998.
  60. Posição do jogador – Relativo à ordem de saque durante o saque.
  61. Preliminar – Partida que antecede um outro jogo principal.
  62. Pressão da bola – Pressão interna contida na câmara de ar.
  63. Rali – (inglês rally = duelo) Tempo em que a bola permanece em jogo decorrente do saque até alguma infração.
  64. Rodízio – Movimento dos jogadores em sentido horário para ocupar novas posições na quadra; rotação.
  65. Rotação – Ver Rodízio.
  66. Scracht – (inglês = escrete) Seleção; muito difundido nas décadas de 50 e 60.
  67. Set – (inglês = set) atualmente divisão do jogo até o 25º ponto (ou 15º). No Vôlei de Praia = 21 e 15 pontos.
  68. Set decisivo (tie-break) – Atualmente o 5º set; último (jogo) de desempate de uma partida.
  69. Set point – (inglês = último ponto) Momento em que uma equipe tem a oportunidade de ganhar o set.
  70. Set(s) vencedor(es) – Forma de disputa; necessário vencer 3 sets para ganhar a partida.
  71. Sorteio – Realizado antes do jogo e antes de um set decisivo.
  72. Sinalização – Comunicação gestual entre os intervenientes de uma partida.
  73. Sistema de – Composição tática de uma equipe: 3×3, 4×2, 5×1.
  74. Súmula – Documento oficial de registro da partida.
  75. Tempo da TV – Previsto na Regra no 8º e 16º pontos dos 4 primeiros sets; tempo comercial.
  76. Tempo de descanso – Paralisação do jogo a pedido do técnico ou capitão; tempo técnico. (ver Pedido de tempo)
  77. Tempo entre sets – Intervalo para troca de quadra das equipes.
  78. Tempo comercial – Ver Tempo (da TV).
  79. Tempo técnico – Ver Pedido de tempo.
  80. Tentativa de saque – Experiência encerrada (Brasil, 1998); duas tentativas.
  81. Tie-break – (inglês) Set (5º) decisivo de uma partida.
  82. Time – (inglês, team) Aportuguesado: equipe.
  83. Tocar a rede – Qualquer toque com o corpo ou parte dele.       
  84. Troca (de posição) – Relativo à posição da ordem de saque.
  85. Vantagem (sistema de) – Equipe ganha o direito de sacar; término em 1997 (ver Direito de saque).
  86. Virar (a rede) – Atacante tem sucesso no ataque e ganha a vantagem.
  87. Voltar o ponto – Repetição de rali.
  88. Voltar o saque – Ver Voltar o ponto; utilizado no sistema de vantagem.
  89. Zona morta – Região da quadra temporariamente desguarnecida; ponto morto.
  90. W.O. – (inglês Walk Over = passar por cima) Abreviação (WO); competição ganha devido à ausência do oponente.

(continua)

 

Glossário (III)

Dando continuidade aos textos sobre o Glossário, apresento desta feita a terminologia empregada em Bloqueio e Bola

BLOQUEIO: Movimento defensivo permitido somente aos três jogadores de ataque que, com braços e mãos erguidos sobre a rede, tentam evitar o ataque adversário. 

  1. Atrás do – Área geralmente desprotegida e propícia à largada.
  2. Cobertura – Proteção à área desprotegida atrás do(s) bloqueador(es).
  3. De saque – Proibido em 1984; inclusive o seu ataque na área dos 3m.
  4. Duplo – Movimento de 2 jogadores numa mesma ação junto à rede para impedir o ataque adversário; invenção tcheca (1938).
  5. Explorar – Ação do atacante direcionando a cortada contra as mãos do oponente com a intenção de, a seguir, não possibilitar sua recuperação.
  6. Invasão – Criada em 1951, consolidada após as Olimpíadas de 1964.
  7. Linha de – Ou linha de ataque, ou linha limite (1950); impedia que jogadores altos (na defesa) viessem a bloquear junto à rede.
  8. Ofensivo – Levar as mãos até próximo da bola (invadido) para interceptar o ataque na quadra adversária (toco).
  9. Simples – Movimento de um jogador numa mesma ação junto à rede para impedir o ataque adversário.
  10. Toco – Realizado próximo à bola, que resulta direcionada diretamente para baixo, próxima aos pés (dos oponentes) e à rede.
  11. Toque no – Não mais computado entre os 3 permitidos para uma equipe (1976).
  12. Triplo – Movimento de três jogadores numa mesma ação junto à rede para impedir o ataque adversário.

BOLA:  Esférica, com capa feita de couro flexível e a câmara interior feita de borracha ou material similar. 

  1. Bico – Equipamento que compõe a bomba; a ser introduzido na válvula.
  2. Bomba – Aparelho com que se enche a câmara de ar.
  3. Câmara de ar – Invólucro interior de borracha, enchido com ar e pressão determinada pela Regra; bexiga, câmara de borracha.
  4. Cordão (com) – Produz o fechamento manual dos gomos sobre o apêndice da câmara (tripa) (anterior a 1950).
  5. De graça – Devolução ao adversário sem intenção de ataque (pôr em jogo).
  6. Em jogo – Após o apito do árbitro para reinício do jogo e até que ele apite interrompendo a jogada.
  7. Fora – Bola que toca o solo fora dos limites da quadra.
  8. Gomos (com costura) – Identificam a forma de confecção da bola; as costuras passam por suas extremidades; de couro ou material sintético.
  9. Gomos (sem costura) – Gomos são colados à fina teia entre a câmara de ar e o tecido sintético superficial.
  10. Morta – Identificada pela interrupção de um lance pelo silvo do apito  do árbitro.
  11. No ar – Considerada em jogo.
  12. Por em jogo – Ver De graça.
  13. Por fora (da quadra) – Momentaneamente fora dos limites da quadra, mas ainda em jogo.
  14. Sem cordão – Totalmente costuradas a mão e com válvula; a partir de 1950.
  15. Válvula – Parte da câmara de ar que permite a introdução do ar e a respectiva calibragem; local em que se introduz o bico da bomba.

   (continua)

 

Evolução do Jogo e Linguagem (II)

Terminologia (no Brasil)

A arbitragem passou a ser definida pela FIVB a partir de 1953 e constantemente é revisada. Em 1980, no seu 17º Congresso, ficou estabelecido que as Regras do jogo fossem traduzidas para três linguagens: francês, inglês e espanhol. A FIVB também decidiu que o Congresso Técnico realizado por ocasião das Olimpíadas é o fórum ideal para qualquer alteração das Regras. 

A TV Entra em Cena. Atualmente está também disponível na Internet. Para se comunicar com os jogadores os árbitros utilizam preponderantemente sinais convencionais incluídos no livro das Regras. Entretanto, entre os próprios atletas, técnicos, aficionados e público em geral, existe uma linguagem bem específica, dominante, que determina e qualifica as ações e seus intérpretes durante uma partida de voleibol. Reforçando este pensamento, recordo-me de que o locutor Luciano do Valle, tão logo negociou com a CBV as transmissões das partidas de voleibol a partir da campanha do Sul-Americano no Brasil (Sto André- SP, 1981), apressou-se em conhecer o jargão voleibolístico para evitar gafes. Foi uma preocupação louvável de sua parte e bastante profissional. A firma de Luciano era a Novo Ciclo, ele ainda locutor esportivo da TV Globo e este foi o início de uma nova era do voleibol no país com a entrada da TV na transmissão dos jogos.

Acompanhem a partir desse momento o Glossário que lhes preparei: 

ATAQUE: Toda ação de enviar a bola para a quadra adversária, exceto saque e bloqueio.

  1. Aquela (between) – Jogador do meio da rede salta para bater bola chutada, mas o ataque é executado pelo jogador da entrada, que bate entre o levantador e aquele.
  2. Balanceada (de gancho) – Usada na década de 50 (ver Ataque de gancho).
  3. Batida de mão fechada – Com o punho cerrado; mão fechada.
  4. Batida – Toque com uma das mãos na bola com violência; principal meio de ataque.
  5. Bola alta – Com levantamento alto.
  6. Bola carregada – Conduzida, puxada.
  7. Bola chutada na ponta – Após levantamento de bola rápida na extremidade da rede.
  8. Bola chutada no meio – Após levantamento de bola rápida no centro da rede; pelo meio.
  9. Bola chutada – Após levantamento com bola rápida e trajetória baixa.
  10. Bola de 2 tempos – Finta do cortador: finge saltar para bola de tempo e salta num segundo tempo.
  11. Bola de fundo – Realizado atrás da linha de ataque pelo jogador de fundo (de defesa).
  12. Bola de prima – Ver Bola de primeira.
  13. Bola de primeira – Primeiro passe proporciona um ataque; levantada direta para um dos atacantes, sem passar pelo levantador.
  14. Bola de saída – Ataque na saída de rede.
  15. Bola de segurança – Com levantamento alto na extremidade da rede.
  16. Bola de tempo – Com levantamento baixo e rápido e junto ao levantador; mexicana; tempo na frente e tempo atrás.
  17. China – Realizado com corrida e salto numa só perna, quase sempre com levantamento atrás do levantador.
  18. Com força – Potente, forte.
  19. Combinado – Série de combinações de uma equipe.
  20. Conduzida – A bola permanece tempo demasiado na mão; é retida.
  21. Cortada – Batida (saltando) com uma das mãos na bola em direção à quadra contrária.
  22. Cortada com corrida – Ver China.
  23. Cortada de soco – Batida na bola com a mão fechada (ver Cortada).
  24. Cravar (cravada) – A bola toca o solo adversário próximo à rede; violenta.
  25. De fundo – Executado por um jogador de defesa, com salto atrás da linha dos 3m.
  26. Degrau – Rápido; 2 jogadores saltam quase simultaneamente.
  27. Deixadinha – Leve toque na bola, buscando espaço vazio próximo à rede; largada.
  28. De segurança – Com levantamento alto numa das extremidades da rede.
  29. Diagonal – Indica a direção da bola em relação à linha lateral.
  30. Dismico – Finta na bola de tempo (meio); 2º jogador (saída) ataca por trás daquele (no meio da rede).
  31. Dismico da chutada – Levantamento da dismico (2º) é rápido.
  32. Do saque – Saques lentos, com trajetória próxima à rede, podiam ser bloqueados ou atacados (até 1984).
  33. Enfiada – Mão espalmada, com leve retenção da bola (ver Puxada).
  34. Entrada (de rede) – Na posição IV; quase sempre “De segurança”.
  35. Explorar (o bloqueio) – Intencionalmente, lançar a bola para que toque o bloqueio e caia fora do campo.
  36. Finta – Movimento para iludir o adversário.
  37. Gancho (de) – Executado com movimento giratório do braço.
  38. Largada – Ver Deixadinha.
  39. Manivela – Ver Ataque de gancho.
  40. Mão espalmada – Usada inicialmente para puxadas; a mão aberta é empregada para todos os ataques.
  41. Meia batida – Ver Sem força.
  42. Meia bola – Próxima ao atacante, nem alta nem baixa.
  43. Mexicana – Cortada rápida junto à rede, pelo meio da quadra; bola de tempo.
  44. Paralela – Indica direção da trajetória da bola no ataque em relação à linha lateral. 
  45. Ponta – Executado numa das extremidades da rede (entrada ou saída).
  46. Prima (de) – Ver Bola de primeira; nomenclatura abreviada. 
  47. Primeira (bola) – Simulação de cortada para ludibriar bloqueio; um segundo jogador realiza o ataque.
  48. Primeira (de) – Ver Bola de primeira.
  49. Puxada – Mão espalmada, com leve retenção da bola (ver Enfiada).
  50. Rápido combinado – Combinações de ataque da equipe com jogadas rápidas.
  51. Saída (de rede) – Lateral direita da rede; posição em que o jogador sairá da rede para o saque (posição II).
  52. Sem força – Executado sem emprego de força; utilizada por jogadores muito técnicos.
  53. Socada – De soco; cortada com a mão fechada.
  54. Tempo (de) – Ver Bola de tempo.
  55. Tempo de bola – Conjugar a aproximação, o salto e o toque na bola.
  56. Xeque – Bola que ultrapassa a rede e propicia ataque imediato do adversário.

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(continua)

 

Evolução do Jogo e Linguagem (I)

Praxiologia

A Praxiologia é “uma ciência ou teoria epistemológica que estuda as ações humanas, o comportamento e suas leis, induzindo conclusões operacionais”. Neste instante ela nos propõe a realização de uma verdadeira radiografia do jogo de voleibol quando buscamos desvendar seus segredos e sua riqueza gestual. Como participante e observador privilegiado, mostro aos leitores as ações motrizes, os relacionamentos e o íntimo dessa atividade.

Expressão corporal. Para tanto, sirvo-me da contribuição de Jean Le Boulch que nos ensina que o ato de se expressar consiste em exteriorizar uma ideia e um sentimento por uma reação corporal inconsciente, mas controlada, possuindo um caráter de evidência para o interlocutor. Apesar das possibilidades de inibição e de controle que se podem exercer sobre a mímica e a gestualidade, apesar das possibilidades de simulação e de dissimulação, a expressão do corpo revela mais sobre a pessoa do que a expressão oral. A atitude positiva ou negativa para com outrem se manifesta necessariamente por reações tônicas que se inscrevem nos músculos do rosto: “Olha a cara que ele fez!”. Concluindo ele nos fala:  

 “(…) A expressão somática e, particularmente, as variações tônicas traduzem fielmente as reações afetivas e são, portanto, significativas do modo como é vivida a relação consigo mesmo e com outrem. O homem é inseparável da expressão pela qual ele se revela a outrem”.

Realizando certos gestos, os indivíduos fornecem indícios a outros indivíduos que lhes respondem. É desse modo que o comportamento não verbal aparece como um elemento importante da comunicação e da percepção de outrem. Nessa troca de pessoa a pessoa, a linguagem oral e a linguagem gestual estão intricadas; a linguagem por gesto reforça na maioria das vezes a linguagem falada e acentua-lhe o lado expressivo. Esta associação da palavra e da mímica decuplica as possibilidades de projetar-se e de expressar-se. Mas, inversamente, a existência destas duas linguagens complementares pode acarretar discordâncias voluntárias ou inconscientes: às vezes a mímica trai sentimentos desmentidos pelas palavras.

Evolução do Jogo. Faço um alerta aos leitores mais jovens para que estejam atentos à terminologia que encontrarão nos textos a seguir. Muitos termos traduzem a concepção, a forma e até a técnica empregada no voleibol desde longa data. É evidente e praticamente impossível realizar um glossário completo, mas como base para um trabalho mais exaustivo de mestrandos – voleibol ou linguística – creio que já é um bom começo. Peço desculpas aos meus leitores de outras regiões deste nosso imenso Brasil por só ter contemplado termos utilizados no Rio de Janeiro, mas como sabem, é aqui a “minha praia”. Assim sendo, acompanhem-me nesse périplo e ajudem-me na recordação dos fatos. 

Comunicação em Voleibol. No glossário procuro traduzir diversos aspectos de comunicação nesse relacionamento entre os personagens, pois para entendermos a fala de alguém não é suficiente que entendamos suas palavras, mas temos que compreender o seu pensamento e, mais ainda, precisamos conhecer a sua motivação: “entre a palavra e a intenção existe um grande abismo”.  Há uma estreita relação entre o pensamento e a palavra num processo vivo, uma vez que o pensamento nasce através das palavras. Porém, esta relação não é algo já formado e permanente; surge ao longo do desenvolvimento do indivíduo e também se modifica.

Entendimento. O entendimento mútuo pode ser obtido por meio de uma fala completamente abreviada quando duas mentes se ocupam do mesmo sujeito. Ao contrário, mesmo com a fala integral, pode ocorrer a falta total de entendimento, uma vez que os pensamentos das pessoas seguem trajetórias diferentes. Quaisquer pessoas que atribuem significado diferente à mesma palavra ou que sustentam pontos de vista diferentes não conseguem se entender. Como Tolstoi notou, “aqueles que estão acostumados ao pensamento solitário e independente não aprendem com facilidade os pensamentos alheios e são muito parciais quanto aos seus próprios; mas as pessoas que mantêm um contato mais estreito aprendem os complexos significados que transmitem uma à outra, por meio de uma comunicação lacônica e clara, que faz uso de um mínimo de palavras”. (Vigotski)

Sentido da palavra. As palavras têm um significado definido e constante, mas num determinado contexto podem adquirir um sentido intelectual e afetivo muito mais amplo; esse enriquecimento que o sentido lhes confere a partir do contexto é a lei fundamental da dinâmica do significado das palavras. Dependendo do contexto, uma palavra pode significar mais ou menos do que significaria se considerada isoladamente: a) mais, porque adquire um novo conteúdo; b) menos, porque o contexto limita e restringe o seu significado. Além disso, a inflexão revela o contexto psicológico dentro do qual uma palavra deve ser compreendida. Quando o contexto é claro fica possível transmitir todos os pensamentos, sentimentos e até mesmo toda uma sequência de raciocínios em uma só palavra. (Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem, Vygotsky, Luria, Leontiev, 1988)

(continua)