Professor de Vôlei (VI)

Voleibol em São Luís (MA)

 

Roberto Pimentel, 16.7.2009.  Aos companheiros, Vejam artigo publicado no site www.sovolei.com /Ultimas/Tempo técnico. Trato do voleibol de praia e cito alguns aspectos da iniciação.

Cláudio, 5.8.2009. Estou fazendo parte da comunidade agora e gostaria de colocar que aqui em São Luís do Maranhão temos um Grupo do Volei que se preocupa com a formação dos alunos e criou um Festivolei, onde crianças de idade de 13 a 14 anos representam o infantil e os 10 a 12 anos representam o mirin. Montamos algumas quadras e reservamos um set para cada grupo poder jogar uns contra os outros. Acreditamos que isso faz com que os alunos possam se sentir muito mais valorizados, pois não existe cobrança técnica nem tática, só o prazer de estar participando e despertando neles o interesse pelo esporte. Somos a maioria dos colégios particulares, mas também temos professores de escolas públicas. Criamos uma competição de infanto masculino e feminino e colocamos os alunos chamados de competição ou seleção para competirem também dando continuidade ao trabalho feito com eles na fase de iniciação nos Festivais. Estamos comprometidos com o bem estar dos alunos sem esperar nada de federação ou de quem quer que seja. Tenho um blog pelo Colégio O Bom Pastor que se chama “blog do cbp” onde vocês irão encontrar fotos dos festivais e das competições criadas pelo Grupo do Vôlei. Aprendemos a dar-mos as mãos e estamos sendo vitorioso por isso. Massificar o voleibol é a nossa meta e estamos dispostos a dar continuidade ao processo.

Roberto Pimentel, 5.8.2009  Recebo com muita alegria a sua mensagem e a de seus colegas. Estão de parabéns pela iniciativa e a resolução de alavancar a atividade física e, por conseguinte, o voleibol, na cidade. Antes de mais nada devo colocar para você(s) que não sou “dono da verdade”, isto é, entrei nesta comunidade para aprender junto com todos. Apenas iniciei o debate colocando o tema “Iniciação ao Voleibol”. Assim, despertado o assunto, as experiências dos colegas vão sendo difundidas e com isto todos nós nos enriquecemos. Portanto, tenho particular interesse em me aprofundar no que fazem. Tentei entrar no blog mas certamente minha pouca intimidade com computadores tenha me impedido. Coloque textualmente o endereço e farei a visita. Preciso e, creio que todos vão querer saber, de mais detalhes e espero que responda às indagações:

1) quantos professores constam do grupo, há mulheres? 2) quantas crianças participam efetivamente? 3) quantas quadras e que dimensões? 4) todos contra todos dentro da categoria? 5) masculino, feminino ou misto? 6) % de meninos e meninas? 7) existe arbitragem, quem a realiza? 8) pais e responsáveis participam? 9) no Festival tem campeões? 10) periodicidade dos Festivais? 11) regras a serem obedecidas, ainda que rudimentares? 12) alunos de escolas publicas convivem (jogam) com os de escola particular? 13) alunos selecionados (de competição) competem além dos Festivais? onde? 14) quem e como treinam os selecionados? 15) e os demais, treinam durante as aulas regulares? Espero não tê-los assustado com tantas perguntas, mas imagino que o relato que fizer dará uma “autêntica aula de vida”. Uma vez mais congratulações e aguardamos os seus dizeres. Um grande abraço à direção pedagógica de sua escola a quem gostaria de conhecer.

Professor de Vôlei (I)

1. Iniciação & Formação na Escola

Há algum tempo dei início a um bate-papo sobre a Iniciação e Formação em voleibol em conceituado site nacional. Foi uma excelente experiência em que pude manifestar-me livremente e perceber o interesse de alguns professores sobre o tema. Depois de já bastante consistente em seu bojo tive a satisfação de perceber que foram copiados na íntegra para outros blogues. Agradeci textualmente aos que me deferiram e me afastei temporariamente, coincidindo com a entrada do meu blogue primitivamente alojado em http://robertoapimentel.blogspot.com/, cuja primeira postagem se deu em 21.9.2009, sob o título “Educação com Qualidade”. Transferi-me em seguida para este verdadeiro site da WordPress,com o qual estou muito satisfeito e aguardando ainda os últimos retoques de meu guru cibernético.

Início. Tudo começou com pequenino texto que coloquei naquele site transcrito a seguir. Até 27 de agosto do mesmo ano foram computados 22 comentários. A partir de agora estarei apresentando “os melhores momentos” desse diálogo, realizando uma transposição segura para que mais interessados possam se locupletar e se animarem a compartilhar suas experiências. Todos nos enriquecemos. Participe!

Roberto Pimentel, 14.6.2009 – Tenho propostas e alguma experiência a respeito da iniciação ao voleibol, especialmente no ambiente escolar. Coloco-me neste espaço à disposição de tecermos comentários a respeito e nos enriquecer mutuamente.

Guilherme, 15.6.2009 – Muito se escreve e se fala a respeito, mas observo que os modelos são cópias e muito desmotivantes quando colocados em prática. O jogo em si é pouco explorado no início das aulas e os exercícios de fundamentos são cansativos e pouco motivantes para as crianças. O que você acha disto? A aplicação de pequenos jogos com redução de quadra e sem exigências de técnicas apuradas não seria o melhor caminho?

Milton, 15.6.2009 – Penso que a aprendizagem/iniciação ao voleibol está diretamente relacionada ao ambiente aonde este trabalho vai se desenvolver. Na escola, objetivos, procedimentos e conteúdos têm um determinado perfil; em clubes ou escolas de esportes, creio que muda um pouco o quadro. O voleibol por ser baseado em movimentos construídos apresenta alta complexidade na execução dos gestos técnicos, além de alta complexidade na mecânica do jogo. Para tornarmos esta aprendizagem mais interessante, devemos trabalhar com alguma ludicidade para os alunos, pois se ficarmos só na questão estritamente técnica este processo será maçante e afastará muitos alunos. E devemos propor estruturas simplificadas para práticas que usem elementos do jogo, para gerar prazer e sucesso, motivando o aluno e criando pequenos desafios, adequados ao nível de respostas que ele seja capaz de produzir. Penso que os jogos reduzidos é uma estratégia adequada que reúne muitas das características citadas acima.

Roberto Pimentel, 17.6.2009 – Concordo com o que ambos colocaram. Como resolver a questão? Torna-se quase óbvio que devamos buscar uma nova metodologia que contemple soluções imediatas. Existe um caminho que me parece bastante prático e natural. Inicialmente, é preciso que se criem mecanismos de “Atração e Envolvimento” do aprendiz, seja criança ou adulto. Minhas atuações com ambas as faixas me levaram a conquistas sem precedentes. Dessa forma, as aulas viraram verdadeiras “produções” para conquistar os alunos. Tem dado certo e ainda não entendi porque outros professores não o fazem. Como em princípio as crianças querem é se divertir e brincar satisfaço-as nestes quesitos e ainda acrescento:”Quem não fizer bagunça não ganha picolé!” É uma algazarra formidável. Evidentemente, que tudo sobre controle não ostensivo. Uso muita alternância de tarefas e muito material criativo, como pára-quedas, puçás, dezenas de bolas de tênis, biruta, bolas coloridas (de aniversário) que me permitem realizar as brincadeiras. Outro detalhe é o anúncio de que TODOS conseguem jogar a partir da primeira aula. E não os decepciono. Relativamente aos treinos em colégios ou em clubes, foi um assombro quando realizei durante uma semana as mesmas aulas empregadas na escola no Fluminense, do Rio de Janeiro. Ali se desenvolvia talvez a melhor iniciação comandada pelo saudoso Bené, que produziu atletas formidáveis, como Bernard, Fernandão, Badalhoca e Bernardinho, todos da “geração de prata”. Numa próxima aparição darei minha impressão sobre este estado de coisas no desporto brasileiro. Lembrem-se de que a Iniciação nunca mereceu a atenção que lhe deveria ser dispensada.

Formação de Professores (I)

Curso on line?

No site da Veja.com acompanhei esporadicamente as propostas de um seminário com relatos sobre a Formação de professores. Foram vinculados 432 comentários, todos oriundos de professores interessados na melhoria do ensino no País. Infelizmente, quando tentei enviar a minha proposta já estavam encerrados os recebimentos. Todavia, ela “está no ar” neste blogue que compartilho com vocês: “Minha proposta resume-se em Aprender a Ensinar através de uma formação continuada e compartilhada entre professores e acadêmicos. O objetivo é alavancar a ultrapassagem entre a Teoria e a Prática, oferecendo textos e casos vivenciados na busca de solução para um ensino eficiente. Tudo isto tratado na Internet de forma graciosa e transparente”.

Comentários. Reproduzo parte daqueles comentários sobre o tema. Tomem nota do que dizem os nossos colegas sobre o ensino. Evitei consignar o nome dos autores.

1. É tarefa quase utópica proporcionar qualidade em cada canto, pois a qualidade só acontece onde houver boa vontade e sintonia com as metas centrais. Principalmente porque a qualificação docente não está preparada às exigências de novas propostas. (28/05/2009)

2. As faculdades deveriam preparar mais os professores para trabalhar na sala de aula, sou aluno do curso de pedagogia, estou terminando o curso, as matérias não têm nada com o que passamos na sala de aula, tem aluno que sai da faculdade do jeito que entrou simplesmente vazio. (22/05/2009)

3. O texto Formação de Professores diz que apenas 20% das disciplinas do curso de pedagogia dedicam-se a metodologias de ensino. Cabe ressaltar, que a grade do curso, o plano escrito, indica esta porcentagem, mas na realidade este índice é ainda menor. Como ensinar de uma forma diferente, se na própria faculdade apenas criticam o tradicional e não ensinam, de fato, fazer o novo. No curso de medicina ensinam um médico a operar. Já os cursos de pedagogia não ensinam a ensinar. As universidade e faculdades continuam a receber por um serviço que finge que prestam, haja vista que diplomados temos aos baldes. (12/05/2009)

4. A educação em nosso país está longe de chegar ao nível dos países de primeiro mundo, pois falta esforço do governo para que chegue a tal e, não é dando um piso salarial de R$ 950,00 às 40 horas semanais, somente aos professores da rede pública e os da rede particular? (19/05/2009)

5. Todos os professores devem dispor de tempo para reciclagem, aperfeiçoamentos, e especializações em no mínimo a cada dois anos. (15/05/2009)

6. Quando penso em formação de professores não penso só nos profissionais que estão saindo das universidades, mas principalmente nos que estão atuando há tempos sem terem a oportunidade de reciclarem e atualizarem seus conhecimentos e sua prática pedagógica. Portanto, além de valorização e condições de trabalho necessitamos a meu ver de capacitação periódica. (03/05/2009)

7. Investir na formação continuada, dar mais oportunidades para os professores se aperfeiçoarem, garantindo assim a melhoria na qualidade de ensino, investir em cursos de capacitação. (20/04/2009)

8. Promover humanamente os agentes de Educação, fornecendo oportunidade de sólida formação ética e exigindo a transmissão dos valores implícitos, bem como promover a informação multidisciplinar em todos os níveis para educadores e educandos. (14/04/2009)

9. Um professor só aprende a ser professor quando entra numa sala de aula e enfrenta todas as dificuldades e peculiaridades da profissão, pois a faculdade não o capacita. É responsabilidade do professor a sua constante atualização, a procura por especialização e o aprofundamento teórico sobre o que ensinar e como ensinar. O prazer em estudar é intrínseco à profissão, porém, hoje em dia, ser professor é andar em terra de heróis. (09/04/2009)

10. O professor sai despreparado das universidades no sentido de prática docente, então que todas as áreas sejam voltadas para pedagogia, didática e psicologia.  (06/04/2009)

11. Cursando o 5º semestre de Pedagogia em uma renomada universidade estou boquiaberto não só com a falta de conhecimentos básicos dos meus professores (todos com mestrado ou doutorado), como dos alunos, meus colegas, que dentro em pouco estarão a ensinar (?) crianças por todo o Brasil. Os textos impressos, produzidos pelos meus professores, além de oscilarem entre uma retórica estéril e cansativa e um engajamento e proselitismo político anacrônico e patético, são tão mal escritos, com tantos e graves erros de português, que me produzem um sentimento que pendula entre tristeza e desespero. A formação dos professores é uma farsa. Somente altos salários e ótimas condições de trabalho, juntamente com uma avaliação rigorosa e constante do desempenho docente, podem atrair e manter mentes brilhantes no magistério e mudar a triste realidade do ensino no Brasil. Todo o resto é piada, são medidas paliativas que só atrasam o enfrentamento da realidade e dão a falsa noção de que se está fazendo algo pelo ensino, quando os fatos mostram que ele está cada dia pior. (04/04/2009)

12. Formação de professores, Curso on line. A própria pedagogia não ensina a ensinar. Oferecer oportunidades de formação em serviço pode ser uma oportunidade de cobrir a lacuna deixada pelos cursos de graduação e atender o professor que está atuando na rede. Cursos on-line são uma solução viável e prática, tive oportunidade de participar de um curso de formação que foi oferecido em parceria entre a Puc- SP e a Secretaria de Educação do Estado e devo afirmar que foi de boa qualidade.

13. O grande problema do ensino nas escolas está centrado num aspecto fundamental para a aprendizagem: como ensinar, como diagnosticar que houve aprendizagem. O pensar, a criatividade e a pesquisa deveriam ser os grandes agentes de transformação pessoal do educador. A avaliação realizada pelo aluno deverá ser um termômetro de como está ensinando. Respostas criativas e inovadoras, sem perder o cerne da questão deverá ser o ponto de partida para avaliar o seu desempenho como profissional da educação. (23/03/2009)

14. Concluímos um curso de pós e a tese da TCC foi ” Quem educa o educador”? Constatamos que durante os anos de estudos para a graduação do professor são pouquíssimas as disciplinas que abordam a questão da formação pedagógica. Como ensinar? Como posso transformar o espaço da sala de aula, as aulas, o convívio com meus alunos de forma que a interação e, o estímulo ao estudo aumente. A vontade, a responsabilidade de fazer com que isso aconteça é que deve ser trabalhado com os professores. Isso pode até constar em manual de ensino. Mas deveria existir, sim, uma categoria de professores que convivessem com os professores dia a dia e os ensinassem como ensinar. (18/03/2009)

15. A questão não é apenas metodológica, mas a relação direta entre a teoria e a prática. Mesmo que se amplie a carga horária das metodologias, corre-se o risco de fazê-la alienada. Não se trata de ampliar horas de estágio. O fundamental é dar sentido e significado aos conteúdos que não têm, a rigor, nenhuma participação do aluno. (18/03/2009)

16. Sou professora, pedagoga e pós-graduada em docência do ensino superior. Percebi que a área mais importante da universidade é a pedagogia e ali não existe a Formação e sim a informação de professores. Infelizmente as universidades viraram comércio, pois muitas têm um quadro de professores que nunca colocaram os pés em uma sala de aula, e a pergunta só a teoria forma ou informa? Como posso ajudar a orientar os futuros professores se eu não tenho a prática, isso acontece também com os estágios que os alunos são obrigados a fazer, mas com uma supervisão teórica e volto a questionar e a prática, onde foi parar? (18/03/2009)

E agora? Tem alguma sugestão?

De minha parte dei o ponta pé inicial, isto é, criei algo similar a um “Curso on line” como proposto por um dos professores. Se vai dar certo, depende de você. Estarei ao aguardo dos comentários para voltar ao assunto. Até lá.

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Voleibol Escolar na “Ilha Encantada”

Mensagem ao presidente da Federação Maranhense de Voleibol, ao “Grupo do Vôlei” e aos professores da rede pública estadual. 

Prezado Biguá,

Estou de volta ao seu blogue. Fiquei pesaroso pela notícia do falecimento do Nereu, meu amigo de longa data. Que o Senhor o tenha na sua PAZ e que conforte sua família e amigos.

Atendendo ao seu convite… “Estivemos reunidos (FMV e Grupo do Vôlei)  no Colégio Educator (…) estamos  aproveitando a oportunidade para convidar alunos dos cursos de Educação Física, das escolas particulares e da UFMA, técnicos formados, capacitados…” Tecerei alguns comentários como contributos ao “planejamento” que poderão realizar para o desenvolvimento da modalidade. E a partir das primeiras avaliações, estender o projeto para o estado. Os senhores, melhor do que ninguém saberão como proceder. Encarem minha participação como um ato de compartilhamento, de vontade de ajudar.

Tenho mantido breve diálogo com o Leopoldo Vaz no (no CEV) a respeito do desenvolvimento do voleibol no Maranhão. Aproveitei e dei uma lida em outras postagens suas. Interessei-me pela notícia da reunião com o Grupo do Vôlei e com a implantação dos centros Viva Vôlei. Acrescento que há algum tempo acompanho o vôlei escolar em São Luis através do blogue do Colégio O Bom Pastor, editado pelo Professor Cláudio José Reis de Brito, um dos integrantes daquele grupo. Muito tempo já passado, também entabolei conversações com o Professor Geraldo Magela a respeito do emprego do mini voleibol escolar. Percebo um excelente clima de cooperação entre os interessados. Como também é esta a minha intenção, atrevo-me a compartilhar minhas experiências no ramo e, certamente, enriquecer-me.

Numa das minhas primeiras participações no blogue do “Bom Pastor” reparei que o vôlei estava sendo desenvolvido “apenas” entre escolas particulares. Além disso, havia ruídos em relação aos JEMs, alguns problemas de gestão (e possivelmente de interesses) impediam uma abrangência maior. Quando indaguei ao Professor Cláudio sobre a “quantidade” de alunos que participavam dos jogos, ou mesmo das atividades na escola, ficou de realizar um levantamento e responder-me em seguida. Creio que não houve tempo para fazê-lo devido às suas múltiplas atividades. Mas, por comentários de terceiros, cheguei à conclusão de que o universo de praticantes é restrito, inclusive com velada discriminação à participação de alunos das escolas públicas. Estas, com problemas não resolvidos pelos gestores públicos, que agora se propõe a prestigiar e organizar os JEMs. Imagino que o apoio da Federação se dará basicamente com mera divulgação, o que sem dúvida poderá facilitar a obtenção de algum patrocínio. Creio ter lido comentário sobre a situação financeira que, como todas as demais federações, carecem de verbas que a CBV não repassa. Por outro lado, a implantação de centros Viva Vôlei em todo o estado é um assunto deveras delicado pelo valor a ser despendido na operação. Além do mais, uma vez que está voltado para atender a “crianças carentes”, certamente serão instalados em escolas públicas, repletas de problemas. Que uso seus professores farão dos equipamentos? Os cursos de formação de instrutores oferecidos estão muito aquém do que é preciso para lidar com crianças que precisam muito mais do que se exercitar numa redinha de voleibol. Existem outros meios muito mais econômicos para atender esta população desassistida, inclusive aos seus professores, pessimamente remunerados. Informo ao prezado presidente que tive experiências gratificantes ao realizar curso de formação para professores de escolas públicas no Rio e, solidariamente, coloquei-me à disposição da Secretaria Municipal para acompanhá-los em seu trabalho nas escolas, dando-lhes apoio pedagógico e moral. Sozinhos jamais conseguirão chegar a bom termo naquele mister. A criação de meu site – www.procrie.com.br – é o testemunho desta minha preocupação: prestar serviço pedagógico a quem estiver interessado.  

O Leopoldo Vaz colocou no CEV um apelo feito pela Professora Clherismar e do “grupo da rede municipal” no sentido de obter assistência técnica voltada para “implementar as práticas esportivas”. Diz ele, ainda, que aguarda o resultado da reunião realizada na AABB com dirigentes da Federação e representantes do “grupo do vôlei”, ao tempo que me apresenta àquela professora consigna minha intenção de ajudar no que for possível. Veja a seguir o texto completo postado no CEV.

Atletismo Escolar – Como Planejar?

Prezado Leopoldo, Apreciei deveras o texto acima e o convite aos professores a planejar e participar de atividades escolares mais condizentes e profícuas. Algumas entidades internacionais estão apresentando “programas” para escolares, no intuito de angariar mais e mais adeptos. No caso da CBAt, conheci seu presidente há muito quando ainda militava no desporto universitário, através dos programas de iniciação deflagrados pelo SESI Nacional, a partir de sua sede no Rio de Janeiro. Pessoa inteligente, educada e de muito valor moral. Nesta época, fui coordenador de voleibol dos programas realizados principalmente no Nordeste e lancei as bases de um plano nacional para o ensino do voleibol PARA TODOS: o Mini Voleibol. Creio que estava muito à frente do meu tempo, pois somente no ano seguinte (1975), a FIVB realizou o I Simpósio Mundial de Mini Voleibol (Suécia), ao qual compareci e realizei palestra. Durante anos fui a única voz que clamava neste deserto de “cabeças” (dirigentes) do esporte. Mesmo amigo do Nuzman, pouco consegui. Fiz muita coisa solitariamente na “minha praia”, em Niterói e no Rio. Tornei-me referência na área na comunidade do voleibol carioca. Somente muitos anos mais tarde, o Ary Graça convidou-me para coordenar tecnicamente o programa Viva Vôlei da CBV. Desliguei-me em seguida, pois se opunham questões filosóficas e mercantilistas. Bem sabe de minhas participações neste CEV, pois me recomendou em blogues de seus colegas maranhenses para que participassem das discussões acerca da iniciação do voleibol, tema que dei partida para discussões. Parece que os colegas não se interessaram. Vejo agora que nos conclama com grande apetite: (…)  Mãos à obra… depois podemos trabalhar com o Grupo de Voleibol, com os amigos do Handebol,… ”Quando chegar a vez do Grupo do Voleibol, caso haja interessados, estarei pronto para colaborar e a servir no que for preciso. Aliás, coloquei “no ar” um novo blogue exatamente neste sentido, cujo endereço é www.procrie.com.br (em fase experimental). Trata-se do PROJETO DE UM CENTRO DE REFERÊNCIA EM INICIAÇÃO ESPORTIVA virtual, que poderá ter a participação de qualquer interessado. As premissas pedagógicas já estão ali para serem discutidas, criticadas e, se aceitas, colocadas em ação. Espero contar com sua divulgação e, quando fizer sua visita, deixe o seu comentário, bastante importante para mim devido à sua experiência e valor incontestável. Parabéns uma vez mais pela iniciativa e tomara que os seus sonhos se realizem. Roberto Pimentel.

Acrescento trecho de informações pertinentes sobre a situação do esporte colegial em São Luís, extraídas do próprio blogue do Leopoldo, em 4.2.2010, que imagino seja do conhecimento de todos.

“Oliveira Ramos
Ótima pergunta a se fazer aos dirigentes atuais do Atletismo maranhense. Onde anda a Federação? Onde anda a SEJUSP? Onde andam os professores de educação física? Esses sei que estão nas escolas, mas tão sem condições de trabalho que dá pena! Quando algum quer fazer uma coisa, mínima que seja, para dar conta do salário que recebe, tem pelo menos 10 outros dizendo que não dará certo e envenenando as direções, dizendo que só quer aparecer… pois pelo mínimo que façam, aparece como um grande trabalho, pela nulidade do trabalho dos outros – nenhum! Essa nossa realidade… mormente depois que a política de valorização das escolas particulares, com as mudanças implementadas a partir da administração do meu amigo, Emilio Moreira – Judô – na Coordenação dos JEMs… valorização e preferência das equipes de escolas particulares, onde as escolas publicas foram alijadas… de qualquer disputa… ‘roubo’ de atletas – os bons – das escolas públicas, com ofertas de bolsas nunca completas e depreciativas, desses alunos-atletas – não conseguem se adaptar`ao novo status de ‘menino riquinho’ – vide o caso do Tião, da Nildes e de tantos outros… se entusiasmaram com os bem de vida e não tenham nem onde morar – aquela não era a sua vida… sem apoio psicológico a essas crianças… Hoje, é o Bolsa Atleta, em que parte dos recursos auferidos pelos alunos-atletas é ‘dividido’ com o técnico… posso citar casos…mas é isso aí, onde tem trabalho, aparece…”

Enquanto aguardo a manifestação da Professora Clherismar, coloco-me em expectativa para conhecer (se me for permitido) as deliberações traçadas na reunião da AABB.

Entre algumas contribuições que posso lembrar, recomendo a leitura do artigo “Mini voleibol na escola” postado em www.procrie.com.br/minivolei   Estou dando ciência ao Leopoldo e ao Cláudio José do teor deste texto, enquanto reitero todo o meu apoio aos que desejam sinceramente a melhoria do ensino no estado. Roberto Pimentel.

Ensinar é uma Arte

Visita da seleção feminina de vôlei, praia de Copacabana, 1995. Foto: Roberto Pimentel, Bené, Bernardo e Ricardo Tabach. Encantado, o técnico adquiriu o equipamento para o Rexona.

Este blog está colocado à sua disposição para trocarmos ideias. Minha intenção é compartilhar conhecimento e experiências com todos aqueles que se interessam pelo ensino dos desportos, especialmente o voleibol. Se necessitar indagar algo, tirar alguma dúvida ou mostrar suas atividades manifeste-se, entre em contato.

A divulgação da interpretação de fatos que vivenciei ao longo dos anos será tratada à luz da psicologia pedagógica e compartilhada com todos. Nesta ação espero diagnosticar as necessidades de cada aprendiz – professor ou aluno – e como atendê-las depois de descobertas. Em alguns momentos de reflexão fico a pensar se tais exigências podem ser consideradas realizáveis quando um único adulto tem a obrigação de atingir metas a serviço de vinte, trinta e, até mesmo milhares de crianças.

A ideia inicial recaiu após minha leitura do trabalho de alguns estudantes portugueses sobre G. Pólya. Ele nos leva a pensar no significado de certos conceitos e nos convida a ilustrá-los concretamente com base na nossa própria história. Como você neste momento também participa desta conversa, aguardarei sua opinião e assim, juntos, passarmos a compartilhar novos conhecimentos em auxílio à “arte de ensinar”.

George Pólya (1887-1985) foi um matemático húngaro. Não é sempre que um grande matemático se interessa pelos currículos e pelos métodos de ensino da matemática no ensino secundário. A esse respeito, Pólya é quase uma exceção. Daí o interesse das traduções de dois célebres textos sobre o ensino da matemática: How to solve it (1945) – em que nos diz como resolver problemas de todos os tipos, mesmo os que não são de matemática – e o capítulo XIV do livro Mathematical Discovery (1962-64). As traduções foram realizadas por Elisa Mosquito, Ricardo Incácio, Teresa Ferreira e Sara Cravo. A revisão, por Olga Pombo. Peço permissão aos pesquisadores portugueses que me proporcionaram conhecer parte do pensamento de Pólya para estabelecer um pretenso diálogo construtivo com professores brasileiros a respeito do ensino do desporto em geral e a prática escolar. Àqueles que me honram com a sua leitura, minhas desculpas por estar falando na primeira pessoa, a intenção é relatar experiências e, em contrapartida, “ouvir” o que têm a me contar.

Educar é contar histórias?

Nas páginas que se seguem realizo uma digressão pedagógica aplicável a qualquer desporto, especialmente o voleibol, minha praia. Para os que julgarem pertinente, sirva este diálogo com Pólya (e outros mestres) de transposição para um ensino mais eficiente, original e criativo. Assim, considerem essas histórias apenas e acerca da minha experiência e opinião. Estarei aguardando suas considerações.