Por Que Estudar na Universidade de Harvard?

 

A ESCOLA QUE FUNCIONA 

Entrevista a Katherine Merseth

A americana Katherine Merseth, 70 anos, tornou-se proeminente na área da educação com uma dezena de livros. Na Universidade de Harvard é diretora do Programa de Formação de Professores, e ganhou projeção por um feito raro: faz todo mundo querer dar aulas. A fórmula se baseia na atração de jovens recém-formados, das engenharias às ciências biológicas, que ali aprendem a ensinar crianças de escolas públicas, onde vão trabalhar depois.

À frente de um dos cursos mais concorridos de Harvard, a prestigiada educadora diz que treinar gente talentosa para dar aulas é a fórmula para qualquer país trilhar o caminho do crescimento.

Leia mais:

https://acervo.veja.abril.com.br/index.html#/edition/37079?page=10&section=1

  • por Monica Weinberg, VEJA, 16/mar/2016

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AOS VESTIBULANDOS…

“Pra quem por acaso não passar no ENEM, que tal ir direto para Harvard?”

 

Universidade de Harvard oferece cursos online gratuitos

Fazer um curso da Universidade de Harvard, uma das instituições de maior prestígio em todo o mundo, pode não ser tão difícil quanto você imagina. Isso porque a universidade oferece uma série de cursos online – e gratuitos – abertos a toda a sociedade.

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Os cursos são em inglês e possuem temas variados, que vão desde artes e história até negócios, computação e análise de dados. As aulas estão disponíveis na plataforma edX, resultado de uma parceria de Harvard com o MIT (Massachussets Institute of Technology). Para participar, é preciso apenas fazer um cadastro no site.

Leia mais:

http://educacao.uol.com.br/listas/universidade-de-harvard-oferece-cursos-online-gratuitos.htm

 

 

Cultura, Educação & Esporte, Lazer – Do Desenvolvimento à Maturidade

Prezi parte II português

Palavras-chave (Tags):  Cultura, Educação, Engenharia Pedagógica, Ensino Fundamental, Esporte, Formação Profissional Continuada, Lazer.

 

Quem Faz

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  ROBERTO AFFONSO PIMENTEL (nov./1939)

 Autodidata, é pioneiro do Mini Voleibol no Brasil

 

 

Livros e blog

História do Voleibol no Brasil – 1939-2000, 2 vol., 1.047 p.

Villa Pereira Carneiro – História de Niterói, 400 p.

Intercâmbio Comercial Brasileiro – Estatística, 4 vol., 25 mil exemplares

Procrie – http://www.procrie.com.br – EaD, formação profissional continuada

Prezi    –  site exclusivamente educacional

 

Aulas e Palestras

Projetos no Brasil em diversas cidades

Aulas em universidades

Atuações em escolas, praias, clubes, morros, favelas

 

Formação & Trabalho

Banco do Brasil – 1963 a 1991; Comércio Exterior, Diretoria Internacional

Professor de Educação Física – ENEFD (UFRJ), 1967

Pós-graduado Técnica de Voleibol – ENEFD (UFRJ), 1968

Atleta de alto nível em voleibol; técnico de diversas equipes

 

Participação internacional

1º Simpósio Mundial de Mini Voleibol da FIVB, Suécia – 1975

Congresso de Mini Voleibol, Federação Argentina, Buenos Aires – 1984

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Apresentação

– por Arlindo Lopes Corrêa

 

Roberto Pimentel tem uma longa lista de serviços prestados ao esporte, em especial ao voleibol, ao qual se dedicou, com grande sucesso, inicialmente como atleta de alto nível técnico e posteriormente como professor e treinador. Apaixonou-se pelo minivoleibol, cujas potencialidades desvendou com clareza e muito lutou pela sua disseminação teórica e prática no Brasil. Após trabalho longo e árduo foi além, tornando-se o mais abrangente historiador do esporte da rede no Brasil. A seguir abraçou com ardor a causa da educação e explora suas íntimas relações com o esporte, dando contribuição valiosa à melhoria da qualidade do ensino. Seu site/blog na web internacionalizou sua influência, atravessando fronteiras e beneficiando um grande número de aficionados, professores e técnicos de voleibol. Agora, um passo adiante e Roberto Pimentel brinda-nos com seu Manual elaborado para aqueles que se dedicam às atividades docentes, nele apresentando ideias inovadoras, caminhos criativos e colocando à disposição dos leitores o resultado de sua vasta investigação sobre os temas abordados. Roberto Pimentel é um benemérito do voleibol e merece o agradecimento e a admiração de todos os desportistas.

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Arlindo Lopes Corrêa é engenheiro, pós-graduado em economia, com vasto currículo nacional e internacional: Estudos para Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento; Secretário Executivo da Fundação Movimento Brasileiro de Alfabetização – MOBRAL, e depois Presidente, de 1974 a 1981; Membro do Conselho Federal de Educação; Diretor do Sistema Nacional de Radiodifusão Educativa da Fundação ROQUETTE PINTO; Consultor para Educação e Recursos Humanos (OEA); Consultor e Membro em inúmeras participações para a UNESCO em diversos países. ——————–

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Villa Pereira Carneiro

 

Editado em 2008 (400 pág.), o autor descreve cenas e personagens do bairro em que nasceu e lá permaneceu até 1974; a gente e os fatos retroagem ao período 1920-1950. A Villa Pereira Carneiro, com aproximadamente 160 residências, é ainda um recanto bucólico de Niterói. Construída nos anos 1920, pretendia servir de moradia para os operários da Cia. Comércio e Navegação, do Conde Pereira Carneiro. De curioso, o primeiro encontro do autor com Bené (1952), que ali realizava treinos de voleibol aos sábados.

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História do Voleibol no Brasil – Volume I

Primórdios do voleibol

Evolução das regras

Federação do Rio de Janeiro

Campeonatos brasileiros

Índice onomástico

História do Voleibol no Brasil – Volume II

 Competições internacionais

Cenário nacional e CBV

Federações internacionais

106 anos de história (1895-2000)

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 Aos Novos Professores…

 

 Contributo à disciplina Educação Física e Esporte

Ponte entre neurocientistas e docentes: conhecimento de laboratório para a sala de aula

Formação profissional continuada utilizando TICs; conceitos pedagógicos criativos

 

————————– Aguardem!

 

 

capas dupla história do vôlei

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Fator Olímpico

Roberto Pimentel no Favela Bairro, Rio de Janeiro.

Oportunidades de Trabalho         

Acabo de ler na Revista Endeavor (nov./2010) sobre a difusão de uma metodologia de ensino baseada no método norte-americano Fast Trac, da Fundação Kauffman, com programas implementados no Ibmec, Rio de Janeiro, na PUC do Rio Grande do Sul e no Insper, em São Paulo. Conforme a revista até o fim do ano deverá estar em 15 das principais universidades do país. Segundo o Global Entrepremnewship Monitor (GEM), desde o ano passado o número de empreendedores por oportunidade ultrapassou o de empreendedores por necessidade. E quanto mais desses empreendedores tivermos, mais emprego, renda e desenvolvimento vamos gerar.  (ver artigo “Empreendedorismo”, de 19/11)          

A revista Veja (nº 47, 24.11.2010) publicou recentemente reportagem de Roberta de Abreu Lima e Ronaldo Tavares, sob o título “Uma Chance de Ouro”. Ela trata da formação de indivíduos face às oportunidades de trabalho e emprego para milhares de brasileiros com o advento do Campeonato Mundial de Futebol de 2014 e das Olimpíadas em 2016,  ambos no Brasil. Muitos já passam a escolher cursos capazes de prepará-los para o novo mercado que se descortina. Claro que a afluência às Faculdades que tratem do assunto estará em alta (estima-se em 50%). Para aliviar os momentos de incerteza na procura do primeiro emprego, os Jogos certamente vão alavancar muitas realizações.            

Fator Olímpico. O respaldo está na vasta experiência internacional, pois países que sediaram eventos esportivos dessa envergadura experimentaram ciclos econômicos antes e depois dos jogos. Estimativas da Fundação Instituto de Administração (FIA) indicam que, só os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, surjam 120 mil postos de trabalho por ano no Brasil inteiro. Elevar o número de profissionais qualificados será pré-requisito para potencializar os ganhos com os Jogos.            

Ensino Universitário. Nos últimos meses dezenas de universidades passaram a adotar temas esportivos em sua tradicional grade de cursos e ainda criaram outras graduações e especializações voltadas para a área e que tende a aumentar. O desafio é conseguir dar conta de uma demanda premente preservando um nível acadêmico elevado. Algumas delas são a Fundação Getúlio Vargas e a PUC de Campinas.            

Visão e Metas do Procrie          

Entre as Visões do Procrie inclui-se desenvolver o Empreendedorismo entre os seus adeptos e seguidores. Oferecemos condições para uma melhor qualificação para os jovens universitários prestes a conquistar uma vaga no mercado de trabalho. Pelo que percebemos somos pioneiros nesta Missão que ainda não foi totalmente compreendida e posta em prática pelas universidades brasileiras, embora muitas delas tenham criado as “Empresas Incubadoras”.         

Aprender a Ensinar. O ensino que propomos agrega igualmente elementos teóricos e práticos, prevê a participação de “empreendedores” em salas de aula e está calcado em bases sólidas de cientistas renomados na área da Psicologia Pedagógica, além da experiência de vida do seu autor. Todas essas ações aliadas ao apoio de uma grande rede de parceiros, criam condições para multiplicarmos o número de empreendedores qualificados – objetivo maior do Procrie.         

Procrie no Brasil e no Mundo. Os números do Google Statystics falam por si só. Em menos de dois anos, o Procrie já se consolidou e se tornou referência para milhares de interessados no Brasil que frequentam suas páginas diariamente. Irradiou-se por quase 200 cidades que consomem mensalmente perto de 9 mil leituras. E isto não é certamente por suas páginas coloridas, mas por uma nova proposta de ensino. Uma metodologia criativa, inovadora e crítica. Além, é claro, com Qualidade.         

Nosso Futuro. Para consolidar e alavancarmos Centros de Referência em Iniciação Esportiva pelo país que realmente se preocupem com a qualidade do ensino com permanente acompanhamento e divulgação, há que se providenciar a presença física – não basta virtual – do mentor para a realização dos Cursos Presenciais de Formação de Professores. Neste momento, estima-se que milhões de brasileirinhos estarão contemplados nos próprios prédios escolares, democratizando o esporte e levando alento a milhares de professores da rede pública.

História do Mini Vôlei (III)

 Mini Vôlei no Brasil e no Mundo (III)

6. A experiência sueca, por Jorgen Hylander.

Uma apresentação das escolas da Suécia e as maneiras de introdução do voleibol nas suas escolas pela Associação Sueca de Voleibol (SVBA).

Condições gerais. Uma sessão de educação física escolar tipicamente sueca tem 40 minutos de programação. Entretanto, existem alguns problemas, tais como: as crianças tiveram uma aula antes da sessão de ginástica; deslocamento para o ginásio; troca de roupas para as atividades esportivas; a atividade propriamente dita; banho (se possível); troca de roupas; retorno à sala; críticas dos demais professores por possíveis atrasos. Tempo efetivo de atividade: 20 min a 25 min.

Currículo das escolas públicas. O objetivo da educação é o treinamento físico normal para os alunos. Não há currículo detalhado e sim recomendações gerais. O professor planeja as atividades para o ano todo e divide-as em diferentes períodos. Os principais interesses do professor (basquete, vôlei etc.) determinam a escolha das atividades porque o professor é um especialista em seu campo. Partes principais de um currículo: ginástica de aparelhos; esportes de bola (basquete, vôlei, handebol, futebol, badminton e tênis, campo e mesa); pista e campo; cross-country; natação; esportes de inverno.

O primeiro argumento dos professores refere-se às dificuldades de começar o ensino antes da idade da escola secundária. A seguir, um exemplo de uma aula comum de voleibol numa escola sueca: participam de 25 a 30 alunos; existe uma quadra; normalmente uma bola; e o professor realiza o jogo 6×6 (voleibol); o restante é envolvendo atividades de bolas (se houver) na parede.

Problemas gerais nas escolas: os alunos estão em ordem cronológica, portanto, há diferenças de peso, altura, idade biológica, habilidade etc. Como individualizar? Dividir em grupos depois de determinar habilidade, altura, etc. Tudo isso significa pequenos grupos de atividade.

Lições para a escola primária. As primeiras palavras dos alunos são: “Queremos jogar”. Em geral querem o jogo 6×6, que é muito difícil; entenderão o jogo jogando; os jogos consistem em combinações 1×1, 2×2, 3×3, 4×4 e 6×6; inicialmente são ensinados o passe por cima, o saque por baixo e a manchete. Cortada ou bloqueio não são mencionados; resolver o problema da bola adequada, capaz de não provocar lesões às crianças e manter um jogo fluido; uma quadra adequada para fazer o sucesso dos jogos; tempo para as atividades recreativas depois de um dia escolar programado; quadras de voleibol e equipamentos em pátios escolares, ginásios etc.; cooperação entre escolas e clubes.

Formação dos professores. Professores primários são formados em dois anos e meio; professores de Educação Física em dois anos; a SVBA promove anualmente um curso central para professores (treinamento e recreação); os distritos da SVBA promovem cursos duas vezes na semana (eventuais); são realizados torneios entre professores durante o período de aulas (local, regional, distrital) envolvendo cerca de 1.500-2.000 professores; muitos professores fazem seu primeiro contato com o voleibol nesses torneios.

7. A experiência holandesa, por Jaap Tel

Mini vôlei na Holanda e seus problemas. O mini vôlei foi um sucesso no país desde o seu início; existe um campeonato nacional com 120 equipes participantes; desenvolveram-se dois projetos juntos – Trimactions e Mini-voleibol.

O livro “Movimento e Educação do Voleibol” mostra-nos as características do vôlei: dá a possibilidade de desenvolver a força, a resistência e a velocidade; desenvolve a coordenação, os movimentos, o senso de tempo e espaço; desenvolve o sentimento social e o trabalho de equipe. Por que o voleibol não se tornou popular em nosso país? Porque os fundamentos técnicos são difíceis de aprender; ele parece ser estático. O principal objetivo do nosso plano é ensinar a quantas crianças for possível os melhores movimentos usando o mini vôlei desde a idade suficiente para isso. Há dois objetivos secundários: criar possibilidades de jogar o voleibol de um modo recreativo e aumentar o número de jogadores para competição. Para alcançar esses objetivos devemos fazer uma espécie de livro-guia para todos os treinadores e professores. Nosso método é baseado no “método-total”, que pode ser encontrado na publicação acima mencionada. O importante quando se introduz o mini-vôlei é o movimento e fazer jogar o jogo e não os resultados técnicos. Esperamos que este plano traga-nos mais mini-jogadores e, mais tarde, jogadores juvenis. Muito embora já tenhamos 2.000 mini-jogadores, tentaremos alcançar todas as crianças em idade para o mini vôlei.

8. Alguns dados e conclusões sobre o desenvolvimento do mini-vôlei (ainda na Suécia), por Erik Skarback

Bola: peso (gr)/circunferência (cm)

Bola senior 270/66; mini-mikasa 200/83; plástica 150/64; espuma de borracha 110/63.

Número de jogadores 3 e 4.

Dimensões da quadra: 4,5m x 9m (pequena); 4,5m x 12m (profunda); 6m x 9m (larga); 6m x 12m (média); altura da rede 1,80m a 2,10m.

Método de ensino: jogos o tempo todo; primeiro exercícios técnicos (2/3 do tempo) e, depois, jogos (1/3); integração de exercícios (1/2) e jogos (1/2).

Observações:

Bola: a bola de espuma de borracha proporciona longas competições e um jogo intenso. A qualidade do jogo, entretanto, não é boa, porque a bola é muito leve. Ela é boa para a idade de 7-9 anos, especialmente para iniciantes. É boa também para o os iniciantes mais velhos, como preparação para bolas mais pesadas. E, ainda, para crianças que não tenham uma habilidade geral. Por isso ela seria muito útil nas escolas. A bola de plástico é melhor para 7-9 anos. A mini-mikasa é melhor para crianças acima de 10 anos. Crianças mais novas, especialmente meninas, acham-na muito pesada e dura para bater. A bola senior é a melhor bola para crianças acima de 12 anos. Uma coisa interessante, entretanto, é que ambas as bolas (mini-mikasa e senior) provavelmente podem ser usadas por idades mais jovens se as enchermos com menos ar do que o previsto normalmente.

Quadra: 3 x 3 é a melhor forma para o mini vôlei. A quadra “pequena” é utilizada para todas as idades, mas a “larga”, algumas vezes, é melhor para acima de 10 anos. Algumas indicações dão-nos conta que 4 jogadores numa quadra “média” é muito bom depois de um período de treinamento, quando já têm uma rotina suficiente para praticar movimentos táticos.

Rede: neste projeto, cada grupo de 7-9 anos usou redes de 1,80m e, os de 10-12 anos, 2,10m. Muitos treinadores acham a rede demasiado alta. Para jogos demorados e mais intensivos a rede deveria ser mais baixa. Quando o jogo é muito rápido e intenso, a rede deve ser mais baixa e, quando o jogo não é intenso, a rede deve ser mais alta. Entretanto, não podemos esquecer que este projeto diz respeito aos iniciantes na sua primeira fase. Provavelmente seria melhor que a rede ficasse mais alta quando o primeiro estágio fosse ultrapassado e as crianças já estivessem boas para ultrapassar a bola por cima da rede com técnica suficientemente correta. Não podemos ignorar o passo inicial. O jogo deve ser movimentado desde a primeira vez que as crianças tentarem fazê-lo, caso contrário acharão outros jogos mais atraentes. Jogos com bola devem ser intensos e atraentes desde o começo.

Método de ensino: experiências mostraram que 3 e 4 pessoas juntas num exercício cometem uma grande percentagem de erros. Exercícios 2 a 2 funcionam melhor. Crianças de 7-9 anos divertem-se mais no treinamento do que no jogo, enquanto que crianças mais velhas (10-12 anos) gostam mais de jogos do que de treinos.

Qualidade e intensidade são inversamente proporcionais? Uma conclusão dessa afirmativa poderia ser que não podemos exigir muitos passes e boa qualidade na iniciação do voleibol. Isto porque diminui a intensidade do jogo e o sentimento positivo em relação à essa intensidade é muito importante para a criança.

Professor de Vôlei (IV)

 4. Reciclagem e problemas nas escolas 

Roberto Pimentel, 12.7.2009.  Infelizmente, os únicos seres neste país que conheciam o termo mini volei eram os que estavam muito próximos de mim. O Marco Aurélio só foi conhecer quando fui convidado para desenvolver técnicamente o mini no programa da CBV. Quem promovia TODAS as aulas de demonstração nas escolas era exatamente eu e mais ninguém. Desiludi-me face ao mercantilismo empregado na entidade. Imagino que tenham ficado órfãos quanto à metodologia a propor e as atitudes pedagogicas recomendadas para trabalhos com crianças. Se duvidar, frequente um dos cursos de formação que realizam. Outros, a quem emprestei e leram os Anais do 1º Simpósio Mundial de Minivolei da FIVB (Suécia, 1975), permaneceram estáticos no processo educacional, nada acrescentando ao que foi dito (e mal) há 34 anos. É incrível! Este é um dos motivos do site que estou lançando em breve. Instruir, “aprender a ensinar”, pela internet. Atualizar ou informar a quem quer fazer melhor e se interessa por uma boa formação para as crianças. Vou entrar no site e ver de que forma poderei ajudá-los.

Roberto Pimentel, 13.7.2009. Pediu-me que colaborasse na reciclagem dos professores para que eles despertem o interesse dos alunos pelo voleibol. Estive também examinando a apostila do minivôlei inserida no site da Secretaria de Esportes da Prefeitura de Duque de Caxias.   Após leitura rápida e breve análise do que estão a realizar, percebo que estão no caminho certo, isto é, incentivar a prática desportiva na escola. E mais, já agora com a preocupação da valorização do docente, através de estímulos à sua “formação continuada”. Em que consistiria esta reciclagem? Que ferramentas pedagógicas poderão contribuir para um crescimento dos docentes? Se lhes for perguntado, temos certeza de que as respostas serão evasivas e não nos levarão a nada. Você deu o primeiro passo através da confecção de textos pedagógicos. Todavia, pressupõe-se que sejam do conhecimento dos professores, pois a Pedagogia faz parte do currículo das escolas de Ed. Física. A releitura seria apenas uma lembrança de que existem alguns princípios que devem ser seguidos ao longo do ensino, já que a simples leitura (e você nunca saberá se leram) não vai modificar o comportamento deles. A tentativa louvável se perderá mais uma vez no imobilismo, isto é, tudo será igual no dia seguinte e as coisas se repetirão ano após ano. Que atitude tomar para mudar este estado de coisas?  

Todos lêem, aprendem, decoram textos. São capazes de discorrer horas sobre o assunto sentado a uma mesa. Contudo, tanta informação não é suficiente para se realizar uma aula em que se pretende ensinar algum conteúdo aos alunos. Psicologia é ciência, mas “ensinar é uma arte”. E o que falta aos professores que pretende auxiliar nesta difícil tarefa é APRENDER A ENSINAR. Precisam romper os grilhões que os prendem ao passado, um CHOQUE de criatividade e liberdade para pensar e agir, e não REPETIR ou COPIAR procedimentos usados desde a época de nossos avós. Imagino que precisam “ver e sentir” algo palpável, algo em que acreditem, que tenha crédito e que sintam que mude para melhor. E que eles podem também realizar. Há que se promover a transposição da TEORIA para a PRÁTICA. Tenho a receita para tal, já testada e aprovada ao longo de muitos anos. É um dos assuntos do site que estou criando. No caso da Secretaria, a sugestão seria um Curso de Formação Continuada para os professores que atuam no município, participantes ou não dos jogos escolares. Além disso sugiro um reexame do formato das competições de minivoleibol para crianças de 8-14 anos. Vocês poderão cooptar todo o universo do Ensino Fundamental, e não somente algumas equipes. Imagino que deva ser algo à parte dada a quantidade de participantes. Se quiser aprofundar o diálogo estarei à disposição. Não encontrei no site da Secretaria o “Fale conosco”.

Solução de problemas. Um lembrete para toda a Comunidade do Voleibol: estou à disposição para conhecer e tentar encontrar soluções para quaisquer problemas relacionados ao assunto. Isto nos enriquece a todos. Percebo que não está havendo manifestações de colegas. Participem, desnudem suas dúvidas ou problemas.

Guilherme, 14.7.2009.  Infelizmente já tentamos realizar cursos de reciclagem através da Secretaria mas parece que nossos professores e outros não pecisam adquirir novos conhecimentos apesar de demonstrarem através de seus alunos que o caminho que estão trilhando não está dando certo como você pode ver pelo número de equipes participantes, que vem caindo ano a ano. Talvez devessemos oferecer cursos com pessoas fora de nossa comunidade e de algum renome para ver se assim eles se interessam. Sei que alguns leram os textos do site e até tentam segui-los mas a maioria quer abraçar o mundo e passa a tomar conta de várias equipes em várias modalidades o que os leva a não conseguir se dedicar e demonstrar conhecimento firme e seguro para prender a atenção de seus alunos. Temos tambem vários “professores” que se aproveitaram dos “cursilhos” que o CREF ministrou  e que felizmente não o faz mais e possuem “títulos” de provisionados que lhes permite atuar com equipes escolares. No nosso Regulamento permitimos a participação apenas de Professores formados, estagiários de Educação Física acima do quarto período (conforme a lei) e estes que conseguiram a tal carteirinha do CREF. A única maneira que encontrei para efetuar alguma mudança foi acrescentando dentro do Regulamento as regras específicas do Voleibol Infantil e do Minivolei e dando uma atenção maior na categoria infantil e sub 12, que possuem um número significativo de modalidades e consequentemente pontuação para o Troféu Geral. As escolas públicas melhores colocadas ganham o direito de poder participar do JEEP. As campeãs de cada modalidade podem atuar como representantes da Olimpíada da Baixada (competição organizada pelo jornal O DIA) e a partir do ano de 2010 o Prefeito prometeu prêmios às escolas melhores colocadas. Quanto ao link – Fale conosco. realmente foi retirado pelo desuso total já que eles preferem efetuar a comunicação pessoalmente comigo nos locais de jogos e ao final de cada ano realizamos a reunião final de avaliação e nesta, as sugestões, reclamações e críticas são avaliadas pela Comissão Organizadora. Continuarei insistindo no processo de conscientização dos professores através das mudanças que pretendemos realizar em outras modalidades também, tais como o mini handebol, o tênis pongue (iniciação ao tênis) e o mini basquete. Obrigado pelos conselhos e atenção.

Formação de Professores (III)

Meritocracia… Podemos compartilhar?

“O sucesso individual é determinado pelo seu desejo, capacidade de ser ensinável e vontade de trabalhar”. (Pólya)

Um remédio milagroso: cursos e projetos específicos.

Mas, “como” avaliar a capacidade dos seus autores?

Tenho realizado aulas, palestras e cursos sobre o assunto, porém foram insuficientes diante das características do processo educacional institucionalizado no País. Falta-nos uma liderança acadêmica que, ao que parece muitas gerações se sucederão e não contemplarão qualquer resultado. O faz de conta impera no setor. Enquanto isto, a liderança desportiva vem sendo exercida por um único indivíduo, o atual presidente do COB, que sequer pensa discutir sobre Iniciação Esportiva, uma vez que já declarou há tempos que este assunto não é da responsabilidade do Comitê Olímpico, mas das Federações.

Contesto tal afirmação sugerindo ao leitor que consulte o estatuto da Academia Olímpica Brasileira (www.cob.org.br), filiada ao Comitê Olímpico Internacional. Tentei insistentemente furar este bloqueio, em vão. Mesmo sem ler o referido documento, pode-se atualmente concluir que o atual programa Vivavôlei da Confederação joga por terra o argumento invocado. Poder-se-ia pensar que, com este programa as coisas estariam resolvidas no setor. Ledo engano. A CBV priorizou ações de lobbies e marketing, isto é, passou a vender a mercadoria através de franquias (leia-se “fonte de renda), deixando de lado a metodologia intrínseca, muito embora ofereçam um cursinho no bojo da compra. E mais recentemente, a TV reportou sobre o apoio financeiro do COB a um projeto com o Governo de São Paulo para estimular e apadrinhar “novos talentos” que se espera estarão representando o país em 2016. Sem falar no apoio dispensado a ex-medalhistas em projetos ditos sociais, como sempre acontece. Em que um ex-atleta é melhor do que um professor de Educação Física? Exceto pelas oportunidades que se lhes oferecem, favorecidos que estão os primeiros pela ação da mídia, especialmente a TV do ‘plim-plim’ Ou, então, a formação de nossos agentes educacionais deixa muito a desejar.

No que tange às universidades, o aspecto não é tão diferente, pois existe a defesa de seu território, isto é, cada indivíduo quando se instala na cátedra protege-se da melhor maneira possível contra os ataques internos e externos. O importante é sobreviver até a almejada aposentadoria, não importa como. E, vez por outra, uma grevinha de 2-3 meses (para as públicas), pois ninguém é de ferro! O aspecto legal de convidar professores para palestras, aulas ou mesmo cursos de pequena duração, faz parte da rotina das universidades. Servem de contraponto ao que é transmitido regularmente na grade curricular. Todavia, seria de se esperar uma discussão entre alunos, professor palestrante e o titular da cadeira, a respeito dos assuntos ali tratados. Não é à toa que tenho uma péssima impressão do ensino universitário no País, percebo que outros compartilham a mesma ideia a julgar pelos artigos e comentários na imprensa e, confesso-me incrédulo quanto às próximas duas gerações se o assunto terá melhorado. O que fazer?

“Espero que as pessoas mais novas e mais vigorosas que eu próprio levantem essas questões algum dia e as discutam com uma mente aberta e informações relevantes“.

Continue lendo “Formação de Professores (III)”

Formação de Professores (II)

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Breve história de vida

Acompanhei meu filho  nas suas aulas de basquete na escola em 1978. Tinha 9 anos de idade. Pouco tempo depois, na quadra ao lado produziu-se um curso de iniciação de voleibol para as alunas. O professor, velho conhecido, não tinha formação universitária, mas um curso de provisionamento de três meses ministrado pela Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro. Sua formação desportiva consistiu em provas de atletismo (salto) e atuação em equipe de basquete do C. R. do Flamengo, no Rio de Janeiro. Em voleibol, nenhuma participação. Passei a observá-lo e a tantas, pedi-lhe permissão para fazer um reparo. Aceita imediatamente, sugeri mudança na metodologia de sua aula de forma sutil. Ao invés de corrigir a cada momento os alunos que jogavam uma partida – erros sistemáticos –, não dando seguimento às jogadas, propus realizar pequenas brincadeiras cujos conteúdos levariam a um aprendizado mais eficiente. Assim, disse-lhe, “quando pretender que uma aluna flexione as pernas para a execução de qualquer gesto, não será com palavras que ela o fará, mas com ações que a levem a descobrir este fato. Por exemplo, tentando arremessar uma bola mais pesada (de basquete) em direção à cesta”. Assim, o jogo foi deixado de lado e todas foram brincar com bolas variadas, de diversas formas e pesos. O professor percebeu, então, que a aula tornou-se dinâmica, que a alternância de exercícios facilitava um aprendizado dos movimentos e deslocamentos e, mais importante, as alunas passaram a dar respostas espontâneas às novas situações, repletas que se achavam de motivação. Bem ao contrário do que vinha ocorrendo na aula convencional, seis contra seis e algumas outras de fora, sem participação.

Nossos encontros tornaram-se mais frequentes, pois os horários das aulas – basquete e voleibol – coincidiam. Muito mais informações lhe foram passadas através de uma amizade de três décadas que perdura até nossos dias. O interesse, determinado pelo seu desejo, capacidade de aprender e vontade de trabalhar, foi predominante para o sucesso que alcançou, inclusive distinguindo-o dos demais em suas aulas curriculares. As miniquadras foram introduzidas logo a seguir na escola, tornando-a pioneira no emprego desta metodologia. Aquele professor permaneceu fiel aos princípios que lhe passava a pouco e pouco e não demorou a surtir os primeiros resultados: suas equipes passaram a destacar-se nos jogos escolares ou em quaisquer competições em que se envolviam. E, sorrindo, me dizia a respeito dos comentários de docentes de outras instituições: “Eles não acreditam que eu, que nada sei de voleibol consiga compor uma equipe em tão pouco tempo e, ainda, ganhar deles”! Diga-se de passagem, o que não era o seu objetivo maior.

Após a construção de um moderno ginásio de esportes, oferecemos ao colégio um projeto para desenvolver regularmente o minivoleibol em horários extra classe somente para as primeiras séries do ensino fundamental. Atenderam ao primeiro convite 310 alunos de ambos os sexos. O fato inédito parece ter assustado a direção do educandário que, numa arrogância sem precedentes, inviabilizou a iniciativa. Atualmente, ainda em atividade em outras instituições, o professor confessa-me: “Graças ao que aprendi com você a respeito do voleibol, sinto-me confiante para realizar qualquer trabalho – crianças ou adultos – não importa o desporto que seja”. E conclui: “Aprendi o mais importante, PENSAR”! De minha parte, sinto-me recompensado não só porque acreditou em minhas palavras, mas, principalmente, porque teve a oportunidade de multiplicar e difundir uma metodologia criativa e eficiente, da qual centenas de crianças se beneficiaram. Por outro lado, a escola permaneceu com seus métodos estagnados aplicando ainda o jogo de queimada e as aulas do “6 x 6“ para as meninas. No masculino, o indefectível futebol com um detalhe importante: aqueles que não quiserem participar da pelada deverão realizar 10 voltas no campo de jogo; em seguida, podem se retirar da aula. Pobres crianças!

Finalmente, Pólya deixa duas propostas para os responsáveis pela realização de cursos para docentes e treinadores. A transposição da Matemática para qualquer desporto é sintomática: “A Formação de docentes de Educação Física deve oferecer experiência em trabalho independente (criativo) a um nível apropriado sob a forma de Seminário sobre a resolução de problemas ou de outra forma adequada. Os cursos sobre Métodos devem ser oferecidos aos professores apenas como uma ligação estreita com os cursos temáticos ou como prática de ensino e ser praticável apenas pelos mais experientes. Se não tiver tal experiência como poderá convir que o mais importante para um futuro professor é o espírito de trabalho criativo”?

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Formação de Professores (I)

Curso on line?

No site da Veja.com acompanhei esporadicamente as propostas de um seminário com relatos sobre a Formação de professores. Foram vinculados 432 comentários, todos oriundos de professores interessados na melhoria do ensino no País. Infelizmente, quando tentei enviar a minha proposta já estavam encerrados os recebimentos. Todavia, ela “está no ar” neste blogue que compartilho com vocês: “Minha proposta resume-se em Aprender a Ensinar através de uma formação continuada e compartilhada entre professores e acadêmicos. O objetivo é alavancar a ultrapassagem entre a Teoria e a Prática, oferecendo textos e casos vivenciados na busca de solução para um ensino eficiente. Tudo isto tratado na Internet de forma graciosa e transparente”.

Comentários. Reproduzo parte daqueles comentários sobre o tema. Tomem nota do que dizem os nossos colegas sobre o ensino. Evitei consignar o nome dos autores.

1. É tarefa quase utópica proporcionar qualidade em cada canto, pois a qualidade só acontece onde houver boa vontade e sintonia com as metas centrais. Principalmente porque a qualificação docente não está preparada às exigências de novas propostas. (28/05/2009)

2. As faculdades deveriam preparar mais os professores para trabalhar na sala de aula, sou aluno do curso de pedagogia, estou terminando o curso, as matérias não têm nada com o que passamos na sala de aula, tem aluno que sai da faculdade do jeito que entrou simplesmente vazio. (22/05/2009)

3. O texto Formação de Professores diz que apenas 20% das disciplinas do curso de pedagogia dedicam-se a metodologias de ensino. Cabe ressaltar, que a grade do curso, o plano escrito, indica esta porcentagem, mas na realidade este índice é ainda menor. Como ensinar de uma forma diferente, se na própria faculdade apenas criticam o tradicional e não ensinam, de fato, fazer o novo. No curso de medicina ensinam um médico a operar. Já os cursos de pedagogia não ensinam a ensinar. As universidade e faculdades continuam a receber por um serviço que finge que prestam, haja vista que diplomados temos aos baldes. (12/05/2009)

4. A educação em nosso país está longe de chegar ao nível dos países de primeiro mundo, pois falta esforço do governo para que chegue a tal e, não é dando um piso salarial de R$ 950,00 às 40 horas semanais, somente aos professores da rede pública e os da rede particular? (19/05/2009)

5. Todos os professores devem dispor de tempo para reciclagem, aperfeiçoamentos, e especializações em no mínimo a cada dois anos. (15/05/2009)

6. Quando penso em formação de professores não penso só nos profissionais que estão saindo das universidades, mas principalmente nos que estão atuando há tempos sem terem a oportunidade de reciclarem e atualizarem seus conhecimentos e sua prática pedagógica. Portanto, além de valorização e condições de trabalho necessitamos a meu ver de capacitação periódica. (03/05/2009)

7. Investir na formação continuada, dar mais oportunidades para os professores se aperfeiçoarem, garantindo assim a melhoria na qualidade de ensino, investir em cursos de capacitação. (20/04/2009)

8. Promover humanamente os agentes de Educação, fornecendo oportunidade de sólida formação ética e exigindo a transmissão dos valores implícitos, bem como promover a informação multidisciplinar em todos os níveis para educadores e educandos. (14/04/2009)

9. Um professor só aprende a ser professor quando entra numa sala de aula e enfrenta todas as dificuldades e peculiaridades da profissão, pois a faculdade não o capacita. É responsabilidade do professor a sua constante atualização, a procura por especialização e o aprofundamento teórico sobre o que ensinar e como ensinar. O prazer em estudar é intrínseco à profissão, porém, hoje em dia, ser professor é andar em terra de heróis. (09/04/2009)

10. O professor sai despreparado das universidades no sentido de prática docente, então que todas as áreas sejam voltadas para pedagogia, didática e psicologia.  (06/04/2009)

11. Cursando o 5º semestre de Pedagogia em uma renomada universidade estou boquiaberto não só com a falta de conhecimentos básicos dos meus professores (todos com mestrado ou doutorado), como dos alunos, meus colegas, que dentro em pouco estarão a ensinar (?) crianças por todo o Brasil. Os textos impressos, produzidos pelos meus professores, além de oscilarem entre uma retórica estéril e cansativa e um engajamento e proselitismo político anacrônico e patético, são tão mal escritos, com tantos e graves erros de português, que me produzem um sentimento que pendula entre tristeza e desespero. A formação dos professores é uma farsa. Somente altos salários e ótimas condições de trabalho, juntamente com uma avaliação rigorosa e constante do desempenho docente, podem atrair e manter mentes brilhantes no magistério e mudar a triste realidade do ensino no Brasil. Todo o resto é piada, são medidas paliativas que só atrasam o enfrentamento da realidade e dão a falsa noção de que se está fazendo algo pelo ensino, quando os fatos mostram que ele está cada dia pior. (04/04/2009)

12. Formação de professores, Curso on line. A própria pedagogia não ensina a ensinar. Oferecer oportunidades de formação em serviço pode ser uma oportunidade de cobrir a lacuna deixada pelos cursos de graduação e atender o professor que está atuando na rede. Cursos on-line são uma solução viável e prática, tive oportunidade de participar de um curso de formação que foi oferecido em parceria entre a Puc- SP e a Secretaria de Educação do Estado e devo afirmar que foi de boa qualidade.

13. O grande problema do ensino nas escolas está centrado num aspecto fundamental para a aprendizagem: como ensinar, como diagnosticar que houve aprendizagem. O pensar, a criatividade e a pesquisa deveriam ser os grandes agentes de transformação pessoal do educador. A avaliação realizada pelo aluno deverá ser um termômetro de como está ensinando. Respostas criativas e inovadoras, sem perder o cerne da questão deverá ser o ponto de partida para avaliar o seu desempenho como profissional da educação. (23/03/2009)

14. Concluímos um curso de pós e a tese da TCC foi ” Quem educa o educador”? Constatamos que durante os anos de estudos para a graduação do professor são pouquíssimas as disciplinas que abordam a questão da formação pedagógica. Como ensinar? Como posso transformar o espaço da sala de aula, as aulas, o convívio com meus alunos de forma que a interação e, o estímulo ao estudo aumente. A vontade, a responsabilidade de fazer com que isso aconteça é que deve ser trabalhado com os professores. Isso pode até constar em manual de ensino. Mas deveria existir, sim, uma categoria de professores que convivessem com os professores dia a dia e os ensinassem como ensinar. (18/03/2009)

15. A questão não é apenas metodológica, mas a relação direta entre a teoria e a prática. Mesmo que se amplie a carga horária das metodologias, corre-se o risco de fazê-la alienada. Não se trata de ampliar horas de estágio. O fundamental é dar sentido e significado aos conteúdos que não têm, a rigor, nenhuma participação do aluno. (18/03/2009)

16. Sou professora, pedagoga e pós-graduada em docência do ensino superior. Percebi que a área mais importante da universidade é a pedagogia e ali não existe a Formação e sim a informação de professores. Infelizmente as universidades viraram comércio, pois muitas têm um quadro de professores que nunca colocaram os pés em uma sala de aula, e a pergunta só a teoria forma ou informa? Como posso ajudar a orientar os futuros professores se eu não tenho a prática, isso acontece também com os estágios que os alunos são obrigados a fazer, mas com uma supervisão teórica e volto a questionar e a prática, onde foi parar? (18/03/2009)

E agora? Tem alguma sugestão?

De minha parte dei o ponta pé inicial, isto é, criei algo similar a um “Curso on line” como proposto por um dos professores. Se vai dar certo, depende de você. Estarei ao aguardo dos comentários para voltar ao assunto. Até lá.

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Educar para a Vida

Encontro com universitários

Certa feita recebi em minha residência um grupo de acadêmicos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Tinham a missão curricular de entrevistar-me a respeito do meu trabalho relativo à Iniciação/Formação ao voleibol. Eram em número de seis, sendo cinco moças. Trouxeram uma planilha em que já constavam as questões a serem formuladas e, com certeza, posteriormente fariam uma análise resumida do pensamento do entrevistado. Após minha apresentação curricular rápida, coloquei-me à disposição. Seguiu-se, então, uma conversa bastante interessante, uma vez que além de satisfazer às indagações, sempre lhes cobrava algum raciocínio, ora através de uma sentença não concluída, ora com uma outra pergunta do tipo: “Neste caso, como acham que deveria proceder? Por que acham que este seria o melhor caminho”?

Enquanto isso observava a participação de cada um deles. Notei que uma das moças se mantinha alheia e silenciosa a tudo. Indaguei-lhe em certo momento: E você, ainda não me perguntou nada e não emitiu qualquer comentário? Disse-me ela, em tom quase áspero: “Estou aqui obrigada, nunca gostei de voleibol”! E mais não disse. Retornei aos demais e respeitei sua colocação. Não me cabia considerar ou influir no seu pensamento.

Satisfeitas as considerações impostas pelo questionário, ofereci-lhes pequeno lanche e, divaguei sobre minhas ideias, projetos e experiências com crianças. De forma espontânea, tenho certeza de que me emociono, reconheço o embargo na voz e, dizem-me, meus olhos brilham intensamente todas as vezes que discorro sobre o ensino/aprendizagem. Possivelmente este fato contagiou a todos, porém a surpresa geral foi a aluna desinteressada. Após minha fala, pouco antes de encerrar a visita, pediu a palavra e falou com todas as letras: “Professor, disse-lhe antes que não gosto de voleibol; agora, após sua explanação tão entusiasta, passei a ver de outra forma. Acho que vou me esforçar para aprender”. Minha surpresa foi substituída por um sentimento de dever cumprido, isto é, ganhei mais do que dei.

Mas a história não acabou ali. Duas semanas após, compareci à mesma Universidade para realizar uma aula demonstração do método. Era uma turma grande, rapazes e moças muito animados. Tudo transcorreu conforme o planejado, exceto por um detalhe. Ao final da apresentação, fui novamente surpreendido pela moça (ex)desinteressada que, esbaforida, confessou-me alegremente: “Professor, adorei a aula, foi a primeira vez que joguei vôlei e nunca me diverti tanto”!

Aulas na UERJ. Em 1981 foi a vez da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Convidado pelo titular da cadeira de voleibol, Professor Paulo E. H. Matta, proferi aulas (12h) no Curso de Técnica sobre o ensino para crianças. O objetivo de minha ida foi servir de contraponto ao ensino estabelecido e, dessa forma, suscitar o pensamento crítico dos professores. Recordo-me que em minha apresentação afirmei: “Se conseguir que pelo menos um de vocês tenha dúvida quanto à metodologia a empregar em suas próximas aulas terei recompensada minha vinda a esta Universidade”.

Infelizmente, não tive o concurso do equipamento que sempre me acompanha nesses eventos. Improvisei a única aula prática no último dia de aula, tendo conseguido dosar com eficácia teoria e prática com rara felicidade. O efeito não se fez esperar. Após o encerramento fui abordado por uma das professoras que, de forma objetiva, colocou: “Professor, disse no primeiro dia que mexeria na nossa cabeça; com certeza já não sei como realizarei minha aula amanhã na escola”! Senti uma sensação de dever cumprido e recompensado.

Prática em clube. Veja esta outra experiência com a equipe América (adultos). Em dado momento criei um exercício complexo que envolvia os 12 jogadores simultaneamente. Consistia na circulação da bola pelas duas quadras simulando as fases mais simples do jogo (exceto o saque): recepção, levantamento, ataque, bloqueio e defesa. A bola passava de mão em mão e, após a respectiva ação, o protagonista dirigia-se na direção em que a bola foi passada, deslocava-se e ocupava temporariamente a nova posição, e assim sucessivamente. Iniciamos a tarefa simplesmente com a bola lançada (e segura), até que todos memorizassem as ações combinadas; a seguir, com a bola no ar. O exercício foi repetido em quatro ocasiões (2 semanas), inclusive como forma de entrada em calor e despertar da atenção. Na quinta apresentação, inesperadamente durante a sua execução, solicitei que invertessem o sentido do percurso da bola sem qualquer instrução minha. Após breve intervalo para diálogo, logo recomeçaram a prática com total eficiência. Em outro treino, também de surpresa, introduzimos uma segunda e, depois terceira bola, tudo absorvido de forma extremamente natural, apesar da intensidade imprimida. Para todos tornou-se uma experiência gratificante que muito contribuiu para a aprendizagem, refletida nos semblantes e no prazer de estar ali em coletividade, experimentando intensa atividade mental. Alguns declararam que não se achavam competentes para realizar a tarefa, mas com o incentivo dos colegas conseguiram e, por isso, experimentaram um sentido de realização própria: “Se consegui isto, posso conseguir muito mais”! Como foi bom para mim contribuir silenciosamente para o crescimento daqueles rapazes.