Leigo Ensinando Vôlei a Milhares de Crianças – parte I

MiniEuFavBairro INVERTIDA

Da série…

    • O Que um Técnico Pode Ensinar a um Professor
    • O Que um Professor Pode Ensinar a um Técnico

– Você acha que a indagação no título é crível?

– Pode um leigo em voleibol saber ensinar a crianças?

Pois então Você vai conhecer algumas histórias a respeito de como a vida nos ensina, dependendo apenas do grau de engajamento que o indivíduo esteja possuído. Interesse e amor, é o que se pede para iniciar o “combate”. O resto, algumas poucas instruções e dicas, e os resultados virão rapidamente, mais depressa do que se possa imaginar. Acompanhem-nos nessa série!

Palavras-chave: Aprender a Ensinar – Circuito do Ensino – Esporte na Escola – Educação Física e Esporte.

Missão e Visão do Procrie

Alunos de escola pública e outras,     8 a 13 anos de idade.

Temos buscado simplificar e ampliar o leque de opções metodológicas e pedagógicas para que qualquer indivíduo possa Aprender a Ensinar as primeiras lições a crianças, ou até mesmo a adultos. Clara é a nossa compreensão quanto ao termo Ensinar, muitas vezes entendido como prospectar alento nos meandros do esporte, enquanto que para nós outros, o pensamento recai na assertiva: Você não ensinou enquanto os alunos não tiverem aprendido. Não é diferente no voleibol. Com isto, perdem-se uma multidão de possíveis adeptos e consumidores, entre eles moças e rapazes baixinhos, gordinhos e entre aqueles que nunca praticaram qualquer atividade física, ou mesmo desistem após as primeiras aulas, culpa de mau ensino, com métodos ultrapassados e ainda vigentes nas universidades. Não seria melhor que parássemos por instantes para reexaminar  a Metodologia a empregar caso a caso? Creio que, mesmo internacionalmente, estejamos vivendo o que se dizia a respeito da Educação no século passado: “O professor ensina; o aluno aprende”. E ponto final!

– E VOCÊ, ensina ou simplesmente dá aula?

Comentários no Procrie

Entre as mais de uma centena de mensagens que recebemos diariamente, uma é destaque. Está gravado (inglês) em O Que um Técnico Pode Ensinar a um Professor:

Passwords, agosto 31st, 2014  […] Realmente estava buscando o tema deste blog. É simples e eficaz. Muitas vezes é muito difícil conseguir o equilíbrio perfeito entre usabilidade soberba e apelo visual. Devo dizer que você fez um trabalho incrível com isso… Blog excelente!

Procrie… Isto nos anima a continuar em nossa Missão. Somos gratos pelo carinho contido na mensagem, definitivamente muito incentivadora.

Educação Física vs. Educação Esportiva

Enquanto isto, no CEV, o Professor Marcelo Isidorio, presumivelmente atuante em Itabira (MG), dialogava com a secretária de Educação do município a questão da obtenção de espaço apropriado para as práticas da Educação Física Escolar. O colégio (de periferia) não possui espaço apropriado para a prática da Educação Física e ela argumenta que a construção de uma quadra esportiva estaria inviabilizada, pois o bairro não oferece um local com as dimensões apropriadas para tal.

O problema é antigo – eterno desencontro político entre os Ministérios da Educação (MEC) e do Esporte – agravado agora pelo momento pré-olímpico. Enquanto o Ministério do Esporte assessorado (sic) pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) esbanja rios de dinheiro, o “irmão pobre” definha cada vez mais. Haverá tempo em que fechará. Mas existe uma solução estratégica que, se contornada a rivalidade partidária, o MEC poderá se locupletar. Por enquanto parece preferir abster-se de compromissos, até porque está “inchado” de professores fora de classe lotados em Brasília a decidir (sic?) sobre os destinos da Educação. Afinal, quem é quem no cenário nacional? A quem compete decidir e elaborar políticas esportivas no país?

Por outro lado, o COB, comandado por um só indivíduo, define autoritariamente o que se deve ou não se fazer em matéria de ensino. Há tempos que apregoa que a Formação de atletas tem como base a Escola. Contudo, como advogado que é não sabe que procedimentos tomar, até porque sua equipe técnica de ex-medalhistas aboletados nos corredores da entidade desconhecem a matéria. Fundada em 28 de agosto de 1998, a AOB tem o objetivo de desenvolver a Educação Olímpica por meio de estudos e pesquisas realizados em instituições acadêmicas do Brasil e do exterior. Há algum tempo nos aproximamos oferecendo nosso pequeno estudo, mas fomos peremptoriamente repelidos.

E por estarmos falando de COB e sua influência na Educação brasileira, reproduzo parte da entrevista de seu presidente Carlos Arthur Nuzman, à Folha de São Paulo, em 29.11.96, sob o título “Brasil Traça seu Mapa Olímpico” (História do Voleibol no Brasil, vol. II, pág.262, Pimentel, Roberto A.)

  • Os principais problemas dessas entidades (Federações) são a falta de verbas, de material esportivo nacional adequado, de treinadores formados nas faculdades de educação física do país e de divulgação.
  • Aumentar o número de praticantes depende da imagem do esporte, de seus resultados, seus ídolos. Não é preciso massificação para se iniciar um esporte. É melhor trabalhar um grupo pequeno e fazê-lo obter resultados. Vamos priorizar as seleções olímpicas.

Comentários do Autor

  • A declaração e a receita do presidente do COB em entrevista para uma emissora de TV após os Jogos de Sydney é que aprendera a jogar vôlei na escola e, por isso, defendia a iniciativa de o governo restaurar e incentivar os Jogos Escolares. Contradisse suas declarações na Folha de São Paulo quando declarou: “Para aumentar o número de praticantes não é preciso massificação na iniciação de um esporte”.
  • Dirigentes, atletas e técnicos apontam entre os principais problemas a enfrentar, a falta de treinadores formados nas faculdades de Educação Física do país. Enquanto isso, a CBV produz técnicos e treinadores em oito dias (quando muito) em seus cursos “obrigatórios”. Estes não precisam, necessariamente, da licenciatura de Educação Física. Os cursos constituem-se em fonte de receita para a entidade.

Tais impressões permanecem atuais fazendo-nos sentir que “estão mais perdidos do que cego em tiroteio”. Eis o que nos ensina a sabedoria popular descrita com maestria por Rui Leitão em seu blogue:

“O uso desse ditado popular também é frequente em ambientes públicos e privados, diante do comportamento de gestores, diretores, chefes, prefeitos, governadores, presidentes e tal, quando enroscados em suas ações inconsequentes e se veem cobrados, por todas as frentes, em razão da sua incompetência. Daí se dizer “está mais perdido do que cego em tiroteio”. Esse fenômeno é constatado com muita frequência na nossa convivência social e nas posturas políticas”.

Como se não bastasse a incompetência dos governantes, dirigentes esportivos, temos ainda a nos comprometer o ensino universitário, matriz oficial de professores. Definindo a situação reinante desde longa data, consignamos a impressão de Marco Antonio Zago, reitor da Universidade de São Paulo, ao dizer que…

O sistema atual favorece a acomodação dos pesquisadores estáveis na carreira, que nada criam e se bastam repetindo experimentos.

Isto implica, é claro, na formação de professores de Educação Física, talvez uma das profissões menos consideradas pela sociedade. Para quem vive no ramo não é nenhuma blasfêmia o que estamos a dizer, mas simplesmente o descaso com que é tratada a Educação do Movimento no Brasil. Mais ainda, se considerarmos o estudo de Metodologia e Pedagogia, completamente acéfalo em TODAS as universidades.

Contributo do Procrie (Prezi)

Sentimo-nos à vontade para almejar e planejar voos mais altos em nossas pretensões de contribuição ao desenvolvimento do voleibol no Brasil. Sem conhecer o passado fica impossível corrigir e propor novos caminhos para qualquer modalidade esportiva, ainda mais pelo que foi dito anteriormente relativo às pesquisas: “nada criam e se bastam repetindo experimentos” e ainda acrescentaríamos: “… experimentos inconclusivos, que não levam a lugar algum.” Mal ou bem, temos a coragem de expor nossas ideias para que sirva de contraponto ao ensino universitário e mesmo o da Fivb, seguido pela CBV e demais filiadas. Nos quatro anos e poucos meses de atuação, jamais recebemos alguma contra indicação em nossos artigos, pelo contrário, muita receptividade e incentivo, especialmente do exterior, como podem ver nos COMENTÁRIOS exarados nas postagens. Muitos deles descartados por serem considerados spam, repetitivos, pouco esclarecedores ou até mesmo tolos.

A este respeito temos dúvidas quanto à nossa posição nesse universo insondável do Ensino. Será que estamos produzindo matéria palpável, considerada um avanço no conhecimento e ferramenta para alavancar o ensino? Foi pensando nisto que enveredamos nossos encontros com instituições que nos possibilitem formatar os Cursos Presenciais.

Mas já percebemos quão difícil é a tarefa, pois requer muito mais do que idealismo, ou mesmo competência. Trata-se de “falar ao ouvido certo” e “no momento apropriado”. Tarefa hercúlea para quem é tão pequeno. Em nova postagem procuraremos abordar o trabalho que um leigo pode desenvolver com o mínimo de conhecimento do voleibol. Tivemos algumas experiências na orientação desses indivíduos quando construímos um rico aprendizado de “Como Aprender a Ensinar”. Assim sendo, devo mais a eles do que eles a mim.

Aqueles que puderem e tiverem a paciência de nos acompanhar saberão por quê. Aguardem!

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Aprendendo com as Derrotas: Métodos de Ensino

MiniEuFavBairro INVERTIDA

Parece que sabemos todos o que fazer.

O problema é colocar em prática.

Identificando e Buscando Soluções  (parte I)

Por que perdemos? Onde erramos? Que devemos fazer? Quanto tempo para nos recuperar?

 

Escolas, Universidades, Cursos – Salto no Escuro – Escola – Educação Física nas Universidades –  Ensino a Distância – Centro de Referência em Iniciação.

 

Cremos que é uma pena só pensarmos neste assunto quando nos sentimos derrotados. Mas até nossas leis desportivas contribuem para nos acabrunharmos e nos sentirmos impotentes para alavancar o que quer que seja. O grupo que está no poder tem a tendência de nele permanecer até a morte. A mosca azul está em toda a parte!

Conversaremos sobre as derrotas recentes da Liga Mundial de voleibol e a Copa do Mundo de futebol e suas consequências, ou melhor, os cuidados e providências que se sugerem aos respectivos gestores –  CBV e CBF – em médio e longo prazo para prevenir e alavancar um grande salto quanto aos Métodos de Ensino disseminados pelo país.  No voleibol, desde 1975, sob o “padrão Fivb”, e na CBF, também os cursos rápidos de técnicos em futebol, predominantemente com o aproveitamento de ex-atletas. Testemunharão também o que este Procrie vem propondo em matéria de Ensino Escolar/Clube, inclusive para qualquer desporto. A conhecida e propalada Formação de Base.

Postulamos há muito (1976 e 1984) que a CBV formatasse um Centro de Referência em Iniciação Esportiva no Rio de Janeiro, com a finalidade de pesquisar metodologias modernas na Formação de atletas e, a seguir, divulgar para outros Estados (Núcleos) ensaios e conquistas aplicáveis a cada realidade, especialmente nas escolas públicas brasileiras. Atualmente, torna-se mais fácil pelas ferramentas da Internet. (Ver diversos artigos sobre Mini Vôlei sob o título Aprender a Ensinar e a História do Mini Vôlei no Brasil). Infelizmente, um dos assessores diretos da presidência vetou o projeto, tendo convencido o Nuzman em recuar do acordo que havíamos firmado verbalmente. Compreendamos também que os problemas são similares, independentemente do desporto a que se refira. Talvez a maior diferença esteja no montante de recursos envolvidos, o que é preocupante para todos. Como gerir uma montanha de dinheiro em favor de tantos?

Este artigo enfrenta o problema no qual pretendemos debater para a construção de ideias que nos indicarão os caminhos a percorrer no futuro, lembrando aos leitores que na gênesis do Procrie está assinalada nossa opção de criação de Núcleos de Referência em Iniciação Esportiva com ensinamentos aplicáveis a quaisquer esportes. E dissemos, que elegemos o voleibol como modelo, uma vez que fomos praticantes e técnico da modalidade. E não menos importante, interessados e pesquisadores da Arte de Ensinar, a partir do momento – 1974 – em que descortinamos uma metodologia de ensino do Mini Voleibol no Brasil. Há quatro anos vimos produzindo artigos nunca perdendo de vista nossa Missão de coorientadores em sua difícil obra educacional.

Como Surgem os Talentos, Seria por Acaso? – Como se Adquire Habilidade? – Como Treinar? – Cuidados nos Exercícios – Design Thinking – O Circuito do Ensino.

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Lições…

Preliminarmente, devemos esclarecer que as Confederações devem entre outros fins, administrardirigir, controlar, difundir e incentivar em todo o país a prática do voleibol em todos os níveis, inclusive o voleibol praticado por portadores de deficiências. Assim, como o esporte competitivo está dissociado do esporte recreativo, a quem caberia incentivar este último, até então esquecido solenemente? Seriam as Federações? A par de tudo, nota-se há algum tempo as ingerências nocivas do COB no gerenciamento das políticas esportivas (sic) no país, especialmente em nível colegial.

Talvez a única tentativa em voleibol relativa a problemas crônicos na Formação foi a que fizemos através da introdução do Mini Vôlei no Brasil (1974), atualmente aproveitada como fonte de recursos pela entidade, na forma de franquias – Viva Vôlei – ou patrocinadores particulares. Quanto à seleção, a competente comissão técnica deve estar procedendo a tais indagações, inclusive à luz de estatísticas e vídeos, pois o Bernardo é bastante inteligente e competente. Creio não ser preciso alertar à CBV sobre a visão de seu próprio trabalho, com certeza embutido no planejamento sobre a produção das peças de reposição e, muito mais importante, os Métodos empregados no Brasil, cuja responsabilidade atual parece ainda ser do Conselho de Treinadores.

Note-se que ele é presidido e conduzido por um único homem guindado ao posto por Carlos Arthur Nuzman desde sua posse na entidade há 39 anos. Todos os Cursos de Treinadores da CBV estão sob sua responsabilidade. Diga-se de passagem, o presidente do Conselho não participa ou opina sobre as seleções; ao que nos disse não é remunerado e que se atém exclusivamente aos cursos e relacionamento com o congênere da Fivb. Também o Setor de Seleções abdica de ingerência técnica, apenas administrativa.

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Do noticiário extraímos recentemente algumas opiniões alarmistas que poderão nos guiar na forma de pensar o problema (design thinking) e encontrar soluções. Vejamos algumas e após sua leitura, esperamos que VOCÊ participe com seus comentários.

1. Bernardinho perdeu a mão (… será?)

Bruno Voloch, no UOL, 7/jun./2014. “Era o que faltava. Perder para o Irã por 3 a 0 e dentro de casa. Se existia alguma dúvida, não existe mais. A seleção masculina está em crise, perdeu a confiança, não é mais respeitada e dá sinais de estar sem comando. Bernardinho assume a responsabilidade pelo fracasso, se desculpa e fala em frustração. Bruno diz que falta atitude, postura e cobra reação. Discursos fortes, corajosos”.

Procrie… No voleibolês da década de 60 já se dizia: Há técnicos que sabem dirigir uma equipe, têm estrela, e outros que sabem treinar seus atletas; difícil é acumular. Em alguns momentos da partida, a insistência (do técnico) em mostrar a um dos atletas como fazer um bloqueio, defender ou recepcionar, somente atestava a inoperância ou dos treinamentos – que não produziram resultados – ou a falta de qualidade técnica da maioria do que ali estavam. Em suma, ao dize-me com quem andas e te direi quem és, ajusta-se também ao voleibol: dize-me como treinas e te direi como jogas.

Procrie… UFA!!! Recuperação e surpresas. No dia 17 de julho a seleção masculina de vôlei teve uma espetacular vitória ao derrotar a Rússia (3 x 2) pela fase semifinal da Liga Mundial em Florença, Itália. Parabéns aos atletas e à comissão técnica. No dia seguinte, os brasileiros foram derrotados pelos iranianos (4ª vez, 1 x 3). Surpresas: os russos foram desclassificados para a próxima fase, brasileiros em segundo e iranianos em primeiro lugar da chave. A seguir, brasileiros e italianos se confrontaram, com vitória insofismável brasileira, credenciando para a grande final. Com a derrota dos iranianos para a equipe americana, aguarda-se um sensacional jogo hoje, domingo (20/jul./2014). Aconteceu a partida e os Estados Unidos venceram por 3 x 1. Conclusão: a renovação pretendida pelo técnico parece estar no caminho certo, esperando-se que a comissão técnica também esteja aprendendo com os erros. E, agora, “Como Treinar?” para enfrentarmos a maratona de jogos no próximo Mundial?

Notas colhidas de alguns integrantes da equipe brasileira após a partida final:

  • Precisamos fazer algo diferente, seja melhorar individual ou taticamente.
  • É encaixar, alguém jogar um pouco acima da média.
  • Vamos estudar, avaliar e fazer algo (técnico).
  • Precisamos jogar em nível melhor porque vai ser mais difícil no Mundial.
  • Se tiver que melhorar a concentração, vamos lá; se for parte física, vamos lá. 

Velho Problema, Formação Básica

O “vamos lá, vamos lá”, ouvido a todo instante durante as partidas parece não levar a lugar algum. Soa como destempero e consequente ausência de apresentar solução a problemas ocasionais latentes que a equipe não consegue resolver sem ajuda de fora. Esta deve ser a interferência ocasional do seu condutor técnico.

De longa data técnicos de seleções brasileiras em qualquer modalidade queixam-se (nas derrotas) de que não têm tempo para treinar taticamente suas equipes e que muitos atletas não possuem uma formação técnica básica nos fundamentos. Assim, haja improvisações, criatividade e, mais do que tudo, “sorte”. Além, é claro, de jogar com o Regulamento. Como registramos no início, “Todos sabemos o que fazer; o problema é colocar em prática”!

Será que já é o momento de voltarmos nossos olhos para a preparação BÁSICA de nossos pequenos atletas? E, principalmente, para os seus PROFESSORES, os facilitadores do aprendizado? Que importância damos aos condutores das escolinhas? E ainda mais grave, que Formação Pedagógica possuem? Como são formados e avaliados esses profissionais do Ensino?

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2. Essas circunstâncias podem ser transportadas quando o assunto é futebol?

Continuemos nossa conversa tentando obter subsídios dos problemas que impedem a construção de um projeto de Formação de Base e em que consiste nossa proposta de atuação. Vejamos então o que nos fala um dos mais experientes técnicos de futebol no Brasil, o Professor Carlos Alberto Parreira, em entrevista a ESPN publicada pelo UOL em 15/jul./2014, logo após sua saída de coordenador técnico da seleção brasileira na Copa do Mundo.

Problema da seleção: clubes formadores – Acho que deveriam olhar o que foi feito, o planejamento. O que se poderia pensar para o futuro é ser mais abrangente com as federações internacionais. Sou a favor de fazer cursos fora do país. Precisamos que os clubes invistam nas divisões de base e temos que formar em casa os jogadores.

Formação de treinadores – Até já começou a melhorar essa formação, mas ainda é pequena. Os europeus fazem isso há mais de 20 anos. A Alemanha tem mais de 20 centros formadores espalhados pelo país e os treinadores trabalham no mais alto nível. Isso tem de ser feito a médio e longo prazo, de cinco a dez anos. O Fernandinho (jogador da seleção) disse: “os jogadores estão sendo formados no exterior; são brasileiros, mas a formação é europeia”.

Prevendo a entressafra – Fica muito claro que não é fácil ganhar a Copa e que qualquer equipe pode passar por uma entressafra. Temos que fazer como os alemães que se preparam há dez anos, e não interromper um trabalho a cada um ou dois anos. Isso faz parte constante do aprendizado. Temos que fazer o que sempre fizemos e incrementar o trabalho de divisões de base, revelar jogadores de alto nível. As qualidades com escolinhas, treinadores (e gestores).

A CBF não é formadora de jogadores – É o clube quem forma. Ela organiza as equipes para disputar competições sub 17, sub 20 e profissional. A CBF tem que incentivar os clubes.

A Alemanha – É um time formado há dez anos, com mais de 120 jogos, que vem sendo preparado. Joachim Low nunca tinha feito uma final e foi o primeiro título dele em dez anos. É questão de trabalho, intercâmbio. A sequência de trabalho e a continuidade são importantes.

Legado – Essa seleção deixou um legado intangível. Há muitos anos eu não vejo esse Brasil em torno de um objetivo, como o torcedor se uniu com essa seleção. Essa geração que apoiou, vai continuar a apoiar por mais três, quatro Copas. Os jogadores tiveram essa mensagem. O sonho não termina, ele foi interrompido. O trabalho começa daqui um mês e meio.

Técnico estrangeiro – Acho que não há necessidade de estrangeiro em qualquer seleção grande. Não sou contra a ideia, acho difícil implementar o trabalho com um estrangeiro. Pode ter palestras, intercâmbio. Grandes seleções têm que ser treinadas por técnicos locais.

Palestras e cursos – É importante os treinadores irem ao exterior para palestras e cursos. Promover esses fóruns, esse intercâmbio, é favorável a todos.

Qual seleção propôs algo novo taticamente? Para mim, a Alemanha não apresentou algo novo, mas um futebol com quatro, cinco craques em prol da equipe, experientes, entrosados, sabiam resolver os problemas. Não apresentaram nada de novo, mas eu gostei de ver.

3. Gestão desportiva… na CBF

Ainda a propósito do pós-Copa, encontramos uma opinião em Minas Gerais, Trata-se de Gestão (no caso, má gestão). O advogado Marcelo Luiz Pereira, pós graduando em Direito Desportivo e Negócios no Esporte, afirmou no sítio do CEV (16.7.2014):

(…) “Reitero, salvo melhor juízo, Gestão é a palavra chave, independentemente dos subsídios e vantagens concedidas aos clubes. Vou além, interessante que esta mudança se inicie na própria CBF, notório modelo fracassado de Gestão do Futebol e um verdadeiro sucesso no aspecto financeiro daquela instituição (lucros exorbitantes nos últimos anos). Por que será? Importante pensarmos e atuarmos juntos”.

4.  Blog do João Freire

O caso do futebol brasileiro (2ª parte), 17/jul./2014.

Eis a opinião de um dos mais respeitados professores de Educação Física do Brasil a respeito do ensino do futebol.

“De meu ponto de vista, essa história explica-se da seguinte maneira: a reinvenção do futebol à brasileira deu-se à revelia da educação física. Nossos jogadores foram forjados nos campos de várzea, nos pequenos espaços de areia, terra ou grama que grassavam pelo Brasil afora. Nossos jovens não aprenderam sozinhos, não foi uma mágica; aprenderam porque havia uma pedagogia, que eu chamo de pedagogia de rua, uma pedagogia popular, uma verdadeira escola em que crianças aprendiam com crianças e com os mais velhos, os jovens aprendiam a jogar jogando. Uma pedagogia tão sábia que ensinou que o melhor jogador era o que melhor sabia jogar, isto é, o que era mais lúdico – Garrincha como exemplo maior. Nosso professor de futebol não foi nenhum sistema sofisticado de educação física. Foi exatamente porque não foi a educação física, repito, branca e europeia, a nos ensinar o futebol que pudemos praticá-lo de um jeito só nosso”.

Procrie… Como ressalva ao texto acima, lembramos a pequena divergência entre o que postulavam Vygotsky e Piaget, suficiente para transformar uma metodologia a empregar no Ensino: construtivismo ou andaimização? (Leia mais… ) A par de tais discussões, acrescentem-se os conceitos metodológicos de treinamento profundo – teoria mielínica – alardeados pelo jornalista americano Daniel Coyle, conjugados a resultados de estudos na área da Neurociência. O que hoje a Neurociência defende sobre o processo de aprendizagem se assemelha ao que os teóricos mostravam por diferentes caminhos. Vimos buscando igualmente estender para outros desportos a concepção de um ensino com criatividade e imaginação, propondo Metodologia calcada no Aprender Brincando, Aprender Jogando, advinda dos ensinamentos de Gerhard Dürrwächter, professor alemão com quem convivemos em Ronneby, Suécia, em 1975, por ocasião do I Simpósio Mundial de Mini Voleibol (Fivb).

Leia mais… Procrie na Alemanha VOLLEY-BALL, SPIELEND LERNEN – SPIELEND ÜBEN, (Voleibol aprender brincando, aprender jogando).

 

Formação de Base

O objetivo do Procrie é fomentar ideias sobre o assunto e levar a quem quer que seja (web) sugestões aplicáveis a professores e treinadores em suas atividades nas escolas ou clubes. Postamos  no Prezi – sítio exclusivamente educacional – nosso Contributo ao Desenvolvimento do Voleibol, um encadeamento de ideias e soluções perfeitamente ajustáveis a todos os desportos. TODOS são chamados a participar

Temos certeza de que o modelo vigente nada acrescentou e não entendemos o desleixo e má gestão da entidade nesse sentido. A ideia de quem forma o atleta é responsabilidade do clube está completamente defasada e, certamente, nosso principal problema na Formação. É o que vigora até então no Brasil em TODOS os esportes. Como disse muito oportunamente o Prof. Parreira (ver acima): “A CBF tem que incentivar os clubes”. Mas como implantar tais incentivos? Os clubes não estão falidos? Não estão eles mal organizados?

Vamos neste instante apontar um problema que não é menos importante do que tantos ventilados. Trata-se do ensino universitário, formador de professores e técnicos. Já postamos um artigo em que resumimos a entrevista nada mais nada menos do que o reitor da USP.

Aprender a Ensinar 

Neste momento devemos nos remeter à Universidade, instituição formadora de professores, mestres, doutores, pesquisadores, que deveriam cumprir seu papel. Como ela se fecha nela mesma, fica dificílimo qualquer tentativa de romper o lobi construído. Cansamos de tentar e perdemos a paciência. A alternativa foi construirmos o Procrie e caminharmos por iniciativa própria. Se considerarem as estatísticas produzidas pelo Google Analytics, verão que estamos no caminho certo. Falta-nos ainda concretizarmos os Cursos Presenciais.

Em relação a um bom ensino, certamente vamos cair na premissa máxima de nossa cruzada, o Aprender a Ensinar. Sabemos que Ensinar é uma Arte, mas… Arte é ensinável? Sugerimos pequena leitura a respeito do que vem a ser design thinking e seu emprego na busca de soluções a problemas.

Conhecimento amplo e conhecimento restrito – Quando Piaget ministrava seu curso sobre inteligência, ele começava perguntando:

– O que é inteligência?

Ele então respondia:

– Inteligência é o que nos possibilita adaptarmo-nos a novas situações.

E continuava salientando que existem dois aspectos em qualquer ato de adaptação – nossa compreensão da situação e a invenção de uma solução baseada nesse entendimento.

Como surgem as ideias – A inteligência não pode desenvolver-se sem conteúdo. Fazer novas ligações depende de saber o suficiente sobre algo em primeiro lugar para ser capaz de pensar em outras coisas para fazer, em outras perguntas a formular, que exigem as ligações mais complexas a fim de compreender tudo isso. Uma vez que o conhecimento é organizado em uma estrutura coerente, nenhum conceito pode existir isoladamente. Assim, cada ideia é apoiada e colorida por uma rede de outras ideias. Em suma, “não há ideia burra”!

Processos de autorregulação – Como aplicar o design thinking no ensino de voleibol na escola? – Como ter ideias e resolver problemas? 

Leia mais… Aprender a Pensar

 

Escolas, Universidades, Cursos

Percebam o significado e a dimensão do alerta que nos coloca o Professor José Pacheco ao dizer:

Temos Escolas do séc. XIX, professores no séc. XX, e alunos no séc. XXI.

Independentemente da comunidade, cidade ou país em que vivemos e o que esperam de nós os nossos filhos e alunos em matéria de transmissão de conhecimentos? Estaríamos preparados para o embate pedagógico que se nos afigura neste século?

Esporte na Escola – Ensino Esportivo – Motivação e Interesse – Arte de Ensinar – Conciliando Educação Física e Esporte – Aulas e Cursos Presenciais.

Salto no Escuro

Do reitor da Universidade de São Paulo, Marco Antônio Zago, colhemos algumas impressões sobre o ambiente acadêmico em que vivemos no principal estabelecimento de ensino no país em sua entrevista à revista Veja ((ed. 2379, 25/6/2014):

“Os pesquisadores precisam se arriscar mais, sair da zona de desconforto que os leva a projetos de sucesso garantido de antemão. Isso permite que a vida deles transcorra sem surpresas positivas ou negativas, o tempo passa, eles criam vínculos estáveis e passam a dispor de uma estrutura de pesquisa. Para quê? Para continuarem repetindo experimentos consagrados. Tudo bem (…), mas não é essa abordagem que produz grandes e decisivas descobertas. Sem salto no escuro não surgem avanços revolucionários. Os que se arriscam mais são sempre os mais jovens. Depois eles se casam, têm filhos, ficam mais prudentes, e o sistema aceita. Atualmente, no Brasil, tanto as universidades quanto as agências de pesquisas premiam a prudência e inibem a inovação”.

Conclusão: “Temos de dar melhores condições de trabalho aos pesquisadores e reduzir as tarefas administrativas e burocráticas. As condições para fazer pesquisa competitiva estão no estabelecimento de um ambiente favorável, com parcerias como as que temos hoje. Não dá para criar pesquisa de qualidade isoladamente”.

Escola

Entenda-se que representa a principal forma utilizada pelas sociedades modernas de transmissão do conhecimento. A História nos diz que a Escola é uma invenção moderna, não faz muito tempo que foi criada, contudo os conhecimentos sobre Tecnologia da Informação e Comunicação, que nos atropelam de forma avassaladora há menos de 50 anos, realmente nos impedem de acompanhá-la passo a passo como fazem os alunos em centros mais avançados de ensino.

Universidade

Não pergunte o que a universidade pode fazer por você, mas o que você pode fazer pela universidade. (Kennedy)

Universidade do futuro, Stephen Kosslyn (Veja, 2/abr./2014)

Algumas opiniões de renomados professores:

– O conhecimento do cérebro (ciência cognitiva) é o caminho para aprimorar o aprendizado, inserir a escola no século XXI e deixar bem claro que cada pessoa vai até onde sua mente pode ir.

– A universidade on-line revela a importância da tecnologia, ao mesmo tempo em que estimula o aluno a construir um pensamento crítico e a enxergar os dois lados de uma questão.

– A universidade atual necessita retirar a poeira dos séculos, entender e valorizar o novo que, inexoravelmente chega. (Benjamin Batista, BA)

– A origem dos conflitos e questionamentos sobre a finalidade do conteúdo ensinado na sala de aula reside na forma como esse conteúdo é ditado aos alunos – sem nenhuma aplicabilidade prática. Simplesmente não conseguem estabelecer uma conexão entre o seu dia a dia e a escola. (Alex Fabiano A. Oliveira, PB)

Educação Física nas Universidades

Um clube ou academia? Não pergunte o que a universidade pode fazer por você, mas o que você pode fazer pela universidade.

Poderão aquilatar os problemas que afligem o ensino universitário e a consequente educação escolar. Em que consiste a tendência mundial do trabalho desenvolvido pela AIESEPX, inclusive com atuação no Brasil, e o que se espera da universidade no séc. XXI? Percebam o alinhamento do Procrie com a entidade em http://www.aiesep.ulg.ac.be/. O site é hospedado pela Universidade de Liège.

Palavras-chave: Educação Física Escolar, Metodologia e Pedagogia para Professores, Procrie e AIESEPX, Sistema Universitário, Universidade do Futuro.

Leia mais… Ensino da Educação Física nas Universidades

 

Ensino a Distância

Quando lançamos a ideia de ensinar voleibol à distância, fomos desafiados por um dos maiores professores atuante há muito no cenário nacional e internacional. Dizia ele: “É impossível você ensinar a alguém dar um toque de bola residindo a quilômetros de distância”. Felizmente aceitei o desafio. Não sei se ele se tocou e tenha acompanhado o nosso trabalho no Procrie. É uma pena, pois trata-se de um técnico em voleibol, professor universitário, e principal influenciador na Metodologia de ensino no Brasil.

Recentemente, a Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) aprovou nesta terça-feira (8/jul./2014) projeto que define regras gerais sobre a realização de cursos de mestrado e doutorado a distância. A proposta acolhida foi o substitutivo da Câmara dos Deputados a projeto (PLS 264/1999) apresentado ao Senado pela ex-senadora Emília Fernandes. A matéria ainda será votada pelo Plenário do Senado. De acordo com o projeto, os programas de mestrado e doutorado a distância observarão, no que couber, as mesmas normas vigentes para o ensino presencial, permitindo-se as adequações necessárias às peculiaridades dessa modalidade do processo educacional. Em qualquer caso, no entanto, será exigida a realização presencial de exames e de defesa de trabalhos ou outras formas de avaliação de desempenho que venham a ser desenvolvidas com as inovações da tecnologia educacional.

Encontros Presenciais

“As metodologias e ferramentas da EaD quando bem planejadas, organizadas, executadas e avaliadas favorecem demasiadamente a aprendizagem. É oportuno mencionar que seria muito apropriado em não abdicar das formas híbridas, aquelas que combinam encontros presenciais com atividades em ambientes virtuais de aprendizagem, principalmente no campo de estudo e atuação profissional em Educação Física”. (Patrick R. Coquerel)

Leia mais… Vai a Plenário Projeto Que Trata de Cursos de Mestrado e Doutorado a Distância

 

Continua…

 

Esporte Escolar vs. Esporte Competitivo

Educação Física e Esporte Escolar

Dando prosseguimento às nossas discussões pela web sobre o tema, apresento alguns comentários realizados no CEV a partir de 2010, quando um professor maranhense levantou questão, inicialmente focada no seu estado e posteriormente ampliada em nível nacional. Quero lembrar aos internautas que já postamos neste Procrie dois artigos sobre o assunto: “Desporto Escolar, Existe?” e “Desporto Escolar, Base do Desporto Nacional?” Passemos, então, ao Fórum de debates do CEV. 

 

O Desporto Escolar Deve Ser a Base do Desporto Nacional, por Sandow de Jesus Goiabeira Feques, em 24-11-2010.

Na ultima reunião promovida pelo Ministério do Esporte e COB que estive presente para discutirmos Jogos Escolares, foi apresentado um projeto que daria mais uma responsabilidade à escola brasileira. Ou seja, a escola ficaria responsável pela preparação dos futuros atletas brasileiros.

Comentários

Por Mauro Roberto Guterres Santiago, em 24-11-2010.

É lamentável, escola não tem esse fim e nem deve assumir essa responsabilidade, o esporte rendimento deve ser gerenciado, organizado por outros órgãos já existentes: Ligas, Federações, Confederações, COB, etc. Com as competições escolares acaba que surgem talentos esportivos que devem receber tratamento, ou melhor, treinamento especial, não na escola, mas sim nos locais que promovam especificamente o desenvolvimento do atleta de alto rendimento. A função da escola é complexa e não cabe mais essa missão. O que deve acontecer é maior investimento na formação de atletas com planejamento responsável.

Por Roberto Affonso Pimentel, em 25-11-2010.

Os paraquedistas do incipiente ministério e do comitê brasileiro não têm compromisso ou qualquer responsabilidade com a Educação neste país. Todos ali são movidos por uma única cabeça pensante que ora se inclina para um lado e, em seguida, tomba para outro. Os demais, meros penduricalhos apegados aos seus empregos e mordomias. “Frequentei a sacristia” durante algum tempo, tentei desenvolver projetos e percebia os interesses e as falsas razões para alavancar qualquer “negócio”. Insisti em desenvolver os estudos com a Academia Olímpica, e quedei-me, pois se trata de uma farsa, algo para constar que existe institucionalmente. Basta ver quem se abriga por lá. Na época do Collor presidente foi criada uma Secretaria específica para tratar dos Esportes. Inicialmente usando a imagem do Zico, que não suportou, e em seguida, a do ex-atleta Bernard. Mais à frente, o Pelé no ministério e os problemas gerados na administração do Indesp, só contornados pelo Tubino anos mais tarde. Atualmente o ministro aconselha-se com os seus pares no Rio antes de tomar qualquer decisão. E o ministério da educação, passivo sem qualquer atitude, vai tocando coisa nenhuma, deixando a “banda passar”, debruçado na janela da vida. Quanto à atividade esportiva no Maranhão, reporto-me tão somente a São Luis, pois andei me inteirando a respeito do voleibol escolar e meti-me numa conversa provocada pelo Leopoldo sobre um consenso de ideias e lideranças para tratarem do seu desenvolvimento. Percebi, mesmo à distância, que fazem exatamente o que se faz no país: alguns poucos são selecionados e participam dos jogos estudantis, encarados estes como base esportiva. Isto é, repetem-se, confundindo o ponto de chegada com o ponto de partida. Imagino que não estarei vivo para ver mudanças estruturais de pensamento e atitudes. Mas deixo singelas mensagens no Procrie (www.procrie.com.br) que, se lidas com atenção, poderão influenciar mentes jovens, ainda não corrompidas pela politicagem, ignorância e sede de poder.        

Por Leopoldo Gil Dulcio Vaz, em 26-11-2010.

Reproduzo aqui – no post das boas vindas do Sandow, matéria publicada em jornal local – Jornal Pequeno – pelo jornalista José de Oliveira Ramos, semana passada. Recebi cópia antes de a matéria ir para o jornal; e após a publicação, ontem, pois encontrava-me em Atibaia, participando do ENAREL 2010.

Um secretário técnico para o Esporte

Depois que perdemos o bonde da história – mesmo tendo em casa um dos vices-Presidentes da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e, conforme afirmam alguns puxa-sacos, o homem de maior influência no Brasil – sequer fomos incluídos entre os estados que concorreram ao sorteio para escolha das sedes da Copa do Mundo de 2014. Duvidamos que sejamos lembrados, ainda que seja para entrar como sub-sede. Também não adiantou – e talvez nem tenham sidos lidos ou ouvidos – comentar que somos da terra de Fausto, Canhoteiro, Carneiro, Tião, Iziane.. Parece que sempre disseram mesmo que somos da terra de Alberto Ferreira. E aí, influência não ajuda. Só atrapalha.
Por outro lado, durante o mandato tampão que está acabando de cumprir, a Senhora Governadora teve a infelicidade (ou a falta de experiência ou ainda de conhecimento e assessoramento) de nomear dois jovens neófitos para comandar a então Secretaria de Esporte e Juventude. Esse foi o caso em que a emenda saiu pior que o soneto. E os dois, como se estivessem ensaiando uma cantiga de grilo, ficaram repetindo: “vamos levar maranhenses para os Jogos Olímpicos!” Como, se o Estado nunca teve para si um “Projeto de Estado”? Sempre teve, é verdade, projetos de Governo. Aqueles em que, paternalisticamente, os resultados não criam limo e estão voltados sempre para as próximas eleições. Vide o que aconteceu. Ora para alcançar os Jogos Olímpicos, alguns estados brasileiros estão “investindo” no Esporte há pelo menos dez anos. Nenhum nadador que certamente vai representar o Brasil nos próximos Jogos Olímpicos da Inglaterra em 2012 ou no Brasil, em 2016, tem menos de 10 anos de treinamentos. Nenhum nadador do mundo consegue baixar dez segundos do seu tempo com dois ou até dez meses de treinos. Não é diferente no Atletismo, tampouco no Basquete ou no Voleibol. Assim, o primeiro sinal de completa ignorância no Esporte, é assumir num dia e no outro garantir que “vamos botar alguém nos Jogos Olímpicos”. É perder uma oportunidade de ficar calado.
Dito isso, daqui deste espaço que provavelmente não chegue à leitura da Senhora Governadora – mas resolvemos incluir algumas citações azedas por ter certeza que alguns puxa-sacos levarão até ela, e isso nos dá a esperança dessa leitura – somos pretensiosos a ponto de querer contribuir: desenvolva para o Estado do Maranhão um “Projeto de Estado” e entregue o comando da pasta para um técnico. Melhor ainda, não lhe cobre resultados imediatos, nem cometa a bobagem infantilizada de querer atletas maranhenses nos Jogos Olímpicos, já. Veja o que pode ser feito de imediato – e sem o tão prejudicial paternalismo – com Frederico Veloso de Castro, com Felipe Costa da Cunha, com Eduardo Spotti Gonçalves, com Vinícius Macedo e com Lorena Marques Pinheiro, todos os atletas da Natação que estão brigando, treinando e subindo ao pódio com a bandeira maranhense há mais de dez anos. Esses sim estão a caminho dos Jogos Olímpicos. Se não da Inglaterra, mas com certeza do Brasil. Infelizmente, o Governo do Maranhão nunca fez nada por eles, a não ser incluí-los num Projeto cujo respaldo não compra uma semana de Gatorade. Militando no Esporte maranhense há mais de 20 anos ao lado do incansável Alfredo Meneses, seria ridículo não conhecer nomes de técnicos que podem ajudar a levar à frente um Projeto de Estado para o Esporte: (omito os nomes indicados pelo ilustre jornalista, por questão de ética)

Por Danielle Nava Alves da Silva Rocha, em 28-11-2010.

Caro amigo Sandow e demais profissionais de educação física, é muito triste vermos o órgão “maior” do nosso país, responsável legal pelo esporte brasileiro, delegar às escolas mais uma função. Escola é local de formação e educação de crianças e jovens; o esporte é um dos conteúdos aplicados nas aulas de educação física, isto quando a mesma tem estrutura física. O professor de Ed. Física consegue detectar quando um aluno tem mais habilidade que a média da turma, no entanto, não é objetivo do referido componente curricular formar atleta de rendimento. A escola já assumiu uma função social que tempos atrás era da família, o que é muito amplo e de muita responsabilidade. O esporte rendimento no Brasil, através dos órgãos competentes, tem que investir muito, e, tem orçamento para isso. Para a partir desse ponto realizar um verdadeiro planejamento esportivo, para formar e preparar atletas a médio e  longo prazo. Outro absurdo, aí concordo com prof. Leopoldo, como é que querem descobrir ou formar atletas para 2016! Isso não existe! Isso deveria ter começado há pelo menos dez anos.  

Por Roberto Affonso Pimentel, em 29-11-2010.

No dizer do Professor Sandow quando estabeleceu este debate, não está contida a afirmação de que o Ministério e o seu conselheiro favorito, o COB, “decidiram” alguma coisa, mas que apresentaram um projeto a ser discutido. Aliás, como o Professor Sandow lá esteve, gostaríamos todos de ler e analisar as propostas, além de conhecer os comentários a respeito. No Procrie – www.procrie.com.br – estou colocando textos e comentários a respeito das oportunidades sobre os próximos eventos internacionais no Brasil, o Mundial de futebol e as Olimpíadas. O primeiro deles, “Fator Olímpico”. A seguir, talvez dois ou três sobre a rubrica “Desporto Escola. Existe?”, muito interessante e oportuno que o colega Sandow aqui colocou. Terão a oportunidade de avaliar o valor da História e como certos dirigentes “pensam curto”, apesar de muitos acertos em suas participações gerenciais. É o caso do C. A. Nuzman e de outros que estudaram no Mallet Soares, em Copacabana, Rio. Por sinal, o educandário está a comemorar seus 85 anos de bons serviços à comunidade da Zona Sul.

Por Sandow de Jesus Goiabeira Feques, em 05-04-2012.

Voltando ao debate sobre Jogos Escolares. Todas as vezes que estive representando o Estado do Maranhão nas reuniões do ME, questionei muito a maneira como esse ministério trata o Desporto Escolar. Na verdade o governo brasileiro não tem uma direção segura de suas ações nesse campo de conhecimento. Solicitei por diversas vezes que era necessário uma grande discussão sobre o assunto para esclarecer muita coisa. Para o ME e COB a escola é o local da iniciação desportiva que servirá de base para o desporto de rendimento, ou seja, a escola assumiria mais uma tarefa difícil. Hoje, as olimpíadas escolares garante às escolas campeãs dos jogos escolares estaduais a participação na etapa nacional. Penso eu que mais uma vez estamos tentando ser o que ainda não temos condições de ser: uma potência olímpica. A escola até poderia ser um componente importante no processo de desenvolvimento do desporto brasileiro, desde que realmente tenhamos uma política séria para o desporto brasileiro.

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 Por Roberto Affonso Pimentel, em 9.4.2012 – Somente neste Procrie.

Ocorreu-me hoje lembrar a influência da família Sarney no Maranhão. Podem os professores do estado pensar seriamente em Educação com um governo desses?

Futebol de Talentos?

Rivais no Mundial de Clubes, Messi e Neymar podem atuar juntos no Barcelona. Foto: Reuters

Após o baile de bola que o Santos levou na final do Mundial Interclube, o assunto não poderia ser outro no país do futebol. Ou, pelo menos, era! Se todos os brasileiros já entendiam de futebol, atualmente está muito difícil conter as interpretações e “achismos” de técnicos, torcedores, fanáticos, entendidos, comentaristas, locutores e de gente que talvez nunca tenha chutado uma bola até mesmo numa quadra de futsal. A goleada sacudiu a nação e o sentimento de que devemos rever com profundidade os conceitos que regem nosso futebol atual. Todavia, quem deve conduzir essas rodadas de palestras? Os mesmos que aí estão há mais de meio século, os mesmos ex-jogadores que deveriam estar formando a Base das novas gerações ou os catedráticos de coisa alguma?

Talento e Habilidade

Estaria faltando talento aos nossos jogadores? Afinal, o que é talento e como se produzem atletas habilidosos? Podem-se criar talentos em outros desportos? Messi é considerado o melhor jogador de futebol do mundo já pelo segundo ano consecutivo. De onde vem o seu talento? Por que não é tão talentoso na equipe da seleção argentina?

É interessante também notar que a mídia no Brasil vá buscar explicações e soluções entre ex-jogadores, técnicos e comentaristas, esquecendo-se ou esquivando-se de leituras científicas que conduzem à prática de meios adequados ao que se denomina Treinamento Profundo, ou de Qualidade. O improviso na Formação já era, e com ele, as condições inadequadas de treinamento, especialmente por gente – quase sempre ex-atletas – sem formação específica na área pedagógica. Meros repetidores de um pragmatismo irrecuperável.

Referência em Educação

O Procrie é um Centro de Referência em Iniciação Esportiva virtual voltado para o desenvolvimento socioeducativo sustentável a partir de programas pedagógicos desportivos na escola. Pretende apoiar ações de capacitação de professores voltadas à geração ou melhoria do ensino e qualidade de vida nas comunidades. É um projeto online para docentes que queiram Aprender a Ensinar o vôlei e outros esportes.

Você participa ativamente na construção do “seu” projeto. Ainda tem a oportunidade de interagir com práticas criativas em consonância com seus objetivos. Enfim, uma nova metodologia – Aprender Brincando e Jogando – em que você decide como realizar, em consonância com o projeto pedagógico da instituição a que pertence. Confira algumas das vantagens:

    – É grátis, você entra ou sai quando quiser.

    – Qualificação do professor para o mercado de trabalho.

    – Um Fórum com exemplos de situações de aprendizado; da teoria à prática.

    – Transdisciplinar, relacionando docentes e alunos do Brasil e de Portugal.

O Procrie é muito mais ainda:

    – Facilitador para projetos sociais, atende os direitos da criança e do adolescente.

    – Baixo custo do equipamento.

    – Elevado rendimento da qualidade do aprendizado; TODOS participam.

    – Solução das principais dificuldades na escola: evasão, absenteísmo, violência.

    – Alunos, familiares e docentes, todos compartilham experiências.

Benefícios para a Escola e Município:

   – Promove a inclusão social nas relações pais/escola.                                

    – Incentivo a atividades entre educandários do Município.

    – Oferta de Residência Pedagógica.

Outra novidade é o incentivo à participação da mulher professora na gestão do projeto, sua valorização e atendimento às meninas, as mais interessadas e sempre pouco atendidas. Veja Quem Faz.