Residência Pedagógica & Estágio Supervisionado

 

Valor do Estágio Supervisionado

 

 


O Que se Pretende Mudar? 

 

 

Lembrando que …

Todos estão sempre reclamando das coisas, mas raramente oferecem soluções para elas”.

Construindo um Protótipo

 

 

Diretrizes Curriculares

Apresentamos um diagnóstico realizado em diversos segmentos escolares e acadêmicos na disciplina Educação Física e Esporte. Está consignado no Manual de Engenharia Pedagógica em sua parte primeira.

 

 

Por que um Centro de Referência?

Acrescentamos reflexões a respeito da formação docente e a qualidade da educação em nossos dias.

 

 

A formação docente e a qualidade da educação: respeito ao mínimo

[…] Pensar a melhoria da educação brasileira remete, antes de qualquer coisa, ao cumprimento do que já está escrito na LDB, há vinte anos. É preciso reverter um quadro em que o respeito à lei, naquilo que é mais essencial, deixou de ser um direito de todos, para se tornar um privilégio de alguns. […] – por Guilherme Perez Cabral (UOL, 11.4.2015)

Difusão em tempo real, a Internet

Objetiva-se criar um Centro de Referência em Iniciação Esportiva que catalise e seja irradiador de novas formas de pensar a Educação Física e a Iniciação Esportiva a partir do ensino fundamental em seus principais vetores – a educação do movimento, o corpo, a preparação para o lazer – e uma construção integral do indivíduo, educacional e filosófica. É uma proposta metodológica para o ensino esportivo, contudo sem abandonar atividades genéricas que vão desde as formas ditas naturais – saltar, lançar, pular, correr – mescladas com formas simplificadas dos conteúdos encontrados na pedagogia das diversas modalidades. Incluindo-se compartilhamento interdisciplinar.

O que se espera?

Os resultados deverão resultar em promessas ao trabalho dos estagiários, abrindo portas para uma multidão ávida por novas práticas.

Monitoria e tutoria

Acadêmicos poderão ser contratados como monitores em diversos municípios. Pode-se concluir que a mediação por parte do(a) supervisor(a) do estágio é fundamental nas mudanças, entretanto, a escolha das escolas é importantíssima, visto que os estagiários poderão romper ou não com as reproduções que a sociedade impõe. Faz-se necessário um acompanhamento à distância para assegurar-se que mudanças podem sair do papel e que o estágio supervisionado é uma ferramenta pedagógica imprescindível.

 

 

COMO FAZER?

 

Obstáculos a ultrapassar nas investigações

 

— Seria possível mudar a percepção dos novos professores sobre a educação física a partir dos estágios?

— A metodologia empregada pelo professor seria fator de mudança?

— Haveria clima de inovação nas escolas, um novo modelo que contemple a interdisciplinaridade?

 

 

Heurística, como resolver problemas

 

A heurística é um procedimento que, em face de questões difíceis envolve a substituição de respostas para um projeto por outras de resolução mais fácil a fim de encontrar soluções viáveis, ainda que imperfeitas. Podendo tal procedimento ser tanto uma técnica deliberada de resolução de problemas, como uma operação de comportamento automática, intuitiva e inconsciente. Em outras palavras, é um método de aproximação das soluções dos problemas que não segue um percurso claro, mas se baseia na intuição e nas circunstâncias a fim de gerar conhecimento novo.

O que é: método e técnica

Dito de maneira simples, o método de Pólya é um método de resolução de problemas matemáticos. Mas atenção; ele não descreve os passos para resolver um problema matemático. Isto seria uma técnica. Uma técnica descreve em baixo nível o que é necessário pare realizar uma ação.

Por exemplo; para somar dois números de dois ou mais dígitos você deve primeiro colocá-los um em cima do outro, alinhados pela unidade. Depois, iniciando da esquerda para a direita somar primeiro as unidades, depois as dezenas, as centenas, milhares e assim por diante até os números terminarem, não se esquecendo de levar de uma casa para outra todos os valores iguais ou maiores que a dezena (é o “vai um”).

Neste exemplo você percebeu que técnica é a maneira de fazer algo. Já método é a maneira de pensar algo. Isto quer dizer que o Método de Pólya ensina a pensar o problema de modo a descobrir a solução, ou seja, a técnica que vai fazer com que o problema seja resolvido. De forma muito resumida, são quatro as etapas que ele propõe:

Compreender o Problema

Planejar sua Resolução

Executar o Plano

Examinar a solução

Leia mais…  http://www.procrie.com.br/2014/03/09/heuristica-como-resolver-problemas-23543/

 

 

 

INTERAÇÃO E CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

 

 

Tatear Pedagógico

Como e em que circunstâncias a cooperação e a comunicação levam à construção conjunta de conhecimento e compreensão entre crianças?

Por entendermos que circunstâncias são elas mesmas indeterminadas ou indefinidas, e se associam ao tempo ou ao momento oportuno para estabelecer a maneira correta de agir (Aristóteles), passamos a criá-las em “laboratório” – um protótipo.

 

Interação entre alunos e professor

Em se tratando de grupo numeroso de aprendizes, inicialmente trata-se assunto na esfera da interação entre colegas e não propriamente com o professor. O alcance parece ser bem mais significativo, desde que se identifiquem lideranças capazes desse assunto. Não é difícil descobri-las ou mesmo encorajá-las.

 

Tatear experimental

Através do tatear e da possibilidade de relatar as próprias vivências, as crianças desenvolvem sua autonomia, seu juízo crítico e sua responsabilidade. Para muitos, a escola tradicional é inimiga desse método, permanecendo fechada, contrária à descoberta, ao interesse e ao prazer da criança.

Ao final de cada aula resumir o que foi realizado e incentivar escritos ou verbalização de algo característico contido nas atividades.

 

 

DIDÁTICA

 

Tentativas e erros

A aprendizagem por tentativas e erros representa um modo primitivo lento, e às vezes pode parecer ineficaz. Chamamos a atenção dos educadores para os imperativos sociais e a necessidade de chegar a resultados rápidos, traduzidos em uma atitude mais intervencionista, atraindo a atenção do aluno sobre tal ou qual aspecto particular do movimento. Para uma aprendizagem eficaz recomendamos:

Crianças aprendem sozinhas?

 

— Partir dos automatismos naturais da criança.

— Voltar frequentemente à realização global a fim de que se consolidem as aquisições.

— Atenção para um só detalhe de cada vez.

 

Método da gradação de ajuda

O esquema vai da ajuda verbal geral até a demonstração: metáfora do andaime.

— Será que não há outro jeito?

— Olha o que acontece quando eu faço isto!

Quando se trabalha com crianças pertencentes a grupos de baixa capacidade e terapêuticos, descobre-se que suas atividades autorreguladoras são insatisfatórias. Atribui-se a carência de tais habilidades a duas razões: pouco contato com indivíduos que as utilizam ou precisam de mais experiências que as outras crianças para aprender a executá-las.

 

Aprendizagem ativa               Observância à teoria mielínica

A aprendizagem deve ser ativa, não meramente passiva ou receptiva. Dificilmente se consegue aprender alguma coisa, e certamente não se  consegue aprender muito, simplesmente por ler livros, ouvir palestras ou assistir a filmes, sem adicionar nenhuma ação intelectual. A melhor forma de se aprender alguma coisa é descobri-la por si próprio. Isto deixa um caminho na mente que se pode percorrer novamente sempre que se tiver necessidade.

 

Busca da autorregulação     Ensinando a pensar

A autorregulação é atividade particular, invisível e inaudível. Para ajudar as crianças a descobrir como regular a própria atividade de resolução de problemas buscou-se externalizar o processo de autorregulação, como os de fazer perguntas para si mesmo, lembrar-se, procurar novos indícios, tentar ver o problema a partir de outro ângulo. Para tanto, representa-se esse tipo de processo enquanto resolvem-se problemas junto com as crianças. Aquilo que conseguem realizar com um pouquinho de orientação de um perito é muito superior a seus esforços solitários.

 

Uma aula sem o professor

 A atual pedagogia gira em torno de como conseguir que o papel do professor se aproxime o mais possível de zero de modo que, em vez de desempenhar o papel de motor e elemento da engrenagem pedagógica, tudo passe a se basear em seu papel de organizador do meio social. Além disso, são levadas a ampliar o tempo de aprendizado em outros momentos sem a presença do professor.

 

 

Instrução individualizada ou em grupo?

 

— Primeiro dilema que se nos depara: Como ensinar?

— Que devo ensinar primeiro, a técnica – fundamentos – ou o jogo propriamente dito – tática?

 

 

APRENDER BRINCANDO E JOGANDO

 

A experiência ensina que os indivíduos estão ali para se divertir e brincar. Se lhes é proporcionado esse quesito teremos realizado seus desejos. A sugestão é que lhes sejam garantidas diversão e instrução, isto é, em cada sessão, exercícios técnicos e jogos. E para que esses exercícios não se tornem enfadonhos e despropositados, que sejam propostos de forma lúdica: ficam preservados ganhos psicológicos e participação mais intensa.

 

O tempo que destinaria ao aquecimento recomenda-se que os alunos brinquem com o objeto do seu desejo, a bola. Se não tiverem intimidade com ela, seu aprendizado estará demasiadamente prejudicado. Se for possível, uma bola por indivíduo, caso contrário, o professor diligenciará para que cada um tenha o máximo proveito nestes contatos iniciais de malabarismos, lançamentos etc.

 

A linguagem a propor          Dinâmica da aula

Colégio Catarinense, Florianópolis.

Linguagem proposta – Utilizar um estratagema em que, fazendo uma pequena encenação teatral, consiga que a cada proposta de exercício ainda não conhecido, TODOS os alunos se reúnam no centro da quadra. Ali, enuncia-se e já se realiza rápida demonstração com alguns deles, sem a preocupação de detalhes.

 

Discussão e interação – Dali retornam aos seus lugares e, por sua conta, dão início à tarefa. É bem possível que neste momento haja uma dificuldade que deve ser compartilhada pelo grupo para a consecução da tarefa.

Dinâmica – Para manter o ritmo dos exercícios, pode-se usar recurso bem simples: o grupo que utiliza a quadra central será sempre o “demonstrador do dia”. São instruídos previamente a cada nova demonstração, antes de serem convocados ao centro.

 

Festival no Maracanãzinho, Rio.

 

Metáfora do andaime

A partir da construção dessa linguagem pode-se aquilatar o ponto onde o aprendiz está e desenvolver uma psicologia de forma harmoniosa. Estes desafios são superados à medida que são propostas novas tarefas.

300 alunos divertem-se em Copacabana.

 

           Alunos se divertem no recreio.

 

Nesse momento a observação recai em “como cada grupo está realizando (pensando) sua tarefa”. A partir de agora a tarefa do professor torna-se mais difícil, pois se trata de saber “como e quando” intervir. Um auxiliar poderoso poderá ser um dos próprios alunos do grupo com alguma experiência ou liderança, ou ainda, pequenos lembretes como: “Vejam como o grupo vizinho está fazendo”!

 

As possíveis perdas nesta fase são insignificantes face aos ganhos inequívocos quanto à maneira de pensar futura, que passa a integrar a personalidade do indivíduo. Além disso, como o objetivo nesta fase é exatamente “conhecer a linguagem”, convém que o professor administre muito bem a quantidade de ensaios a propor e o respectivo tempo de execução.

 

Por enquanto, esqueça as correções técnicas. Considere que as tarefas não recaíram somente na administração de exercícios, mas também na “conquista” da comunidade, através de serviços voluntários de limpeza e lavagem do ginásio (mutirão) envolvendo os próprios alunos e suas mamães, o convite à participação de monitores, a aceitação de pequeninas crianças para brincadeiras paralelas e a recepção a jovens de outras comunidades.

 

Avaliando o processo         Reflexão na ação

Até então nunca se encontrou maneira confiável de realizar os objetivos propostos no planejamento de projetos. Todavia, tenho absoluta certeza que se houver continuidade neste tipo de trabalho criaremos a possibilidade de identificar na prática caminhos para o desenvolvimento futuro na educação daquele grupo. Estivemos mostrando como aproveitar em sala de aula estes recursos potencialmente valiosos de aprendizagem e ensino, mesmo em condições não muito favoráveis, para as quais procuramos encontrar soluções e nunca nos queixarmos dos problemas. Para espíritos empreendedores – design thinking – as adversidades muitas vezes são desafios a serem transpostos. Nesses momentos devemos balizarmo-nos em alguns princípios utilizando nossa intuição e experiência, colhendo frutos virtuosos. Todavia, sabemos que temos muito a percorrer até encontrar o melhor procedimento.

 

Numa época em que muitos desafios e oportunidades novas surgem na educação, graças ao advento de novas tecnologias e subsídios computadorizados à aprendizagem e à instrução, achamos que vale a pena lembrar-se das dimensões sociais e interativas do crescimento e desenvolvimento humanos que a educação física e os desportos suscitam. Concordo que os recursos mais preciosos continuarão apresentando-se sob a forma humana.

 

CONCLUSÃO

 

  1. O desenvolvimento de uma teoria eficaz do “ponto onde o aprendiz está” e a construção de uma “psicologia do assunto” que seja operável representam desafios formidáveis.
  2. Quando se está trabalhando com uma classe grande a combinação de ambas as teorias para saber qual o “próximo passo” a dar aparenta ser uma exigência impossível.
  3. Neste particular, o professor torna-se um privilegiado em relação ao técnico desportivo.

 

 

          Nas escolas, TODOS participam                       

 

 

 

 

 

 

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Valor do Brincar, Atividades Físicas para Crianças

MiniSG3

 

Xadrez, Matemática  –  Leitura, Oralidade, Interpretação, Escrita  –  Trabalhos por Projetos, Monitoria, Grupos (G-4)  –  Formação Continuada (EaD), Residência Pedagógica, Estágio Obrigatório  –  Didática, Prática de Ensino, Praxia Inovadora e Criativa  –  Design Thinking ou Instrucional

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Encontro com pais e pedagogas

Em maio próximo, estou convidado a realizar um encontro com os pais e responsáveis na reunião programada da Escola Marly Cury, uma das mais tradicionais instituições de Niterói. Inclusive, minha neta ali estuda e meu primogênito, – doutor em física e destacado professor do CAp (UFRJ) – também frequentou seus bancos. A instituição promove a Educação Infantil a partir dos 3 anos de idade e até o Fundamental II (10-11 anos). Faço esse destaque com orgulho e gratidão, pois entre seis educandários contatados, foi o único que abriu suas portas para ouvir-me. O tema da “reunião de pais” é uma das rotinas pedagógicas e, na oportunidade, ofereço à direção  uma contribuição discorrendo sobre o valor e a importância das “atividades físicas” na educação integral das crianças. Isto se faz necessário, pois desenvolvo projeto oferecendo às escolas novas diretrizes curriculares e um imprescindível estágio supervisionado para professores da Educação Física. Quiçá para outras disciplinas, uma vez que tem viés de interdisciplinaridade. Penso inicialmente em matemática e leitura/interpretação, com estímulos para currículos baseados em projetos, trabalho em Grupos e Monitoria.

Estágio supervisionado e sua importância

Em minhas buscas em porões de universidades, revistas especializadas e entrevistas de experts nacionais e internacionais, deparei-me com o excelente trabalho da Profª Dra. Maria Teresa Cauduro, sob o título “Diretrizes curriculares e o estágio supervisionado em Educação Física: o que mudou”? (Universidade Regional Integrada do alto Uruguai e das Missões, em 2011). Está publicado na Revista Educação e Cultura Contemporânea, Vol. 10, n.21 pág. 306. Encontrado em http://cev.org.br/

No resumo da obra a professora destaca o trabalho realizado com acadêmicos em 2011. […] O texto apresenta uma pesquisa realizada no Estágio Supervisionado em Educação Física e a metodologia empregada nas aulas de estágio. A metodologia volta-se para o Ensino Fundamental e anos iniciais e trabalhou com 35 alunos de graduação no período de quatro meses. E continua…

Duas perguntas norteadoras balizaram a investigação:CursoVoleidePraia1

  1. É possível mudar a percepção dos novos professores sobre a educação física nos estágios?
  2. A metodologia empregada pelo professor da disciplina é fator de mudança?

Como objetivo indagava-se:

“Seria possível introduzir nas escolas uma visão diferenciada de atividades físicas a partir da proposta dos PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) em um curso novo da disciplina Educação Física?”

E concluiu…

“O trabalho foi realizado conforme proposto enquanto conteúdos e filosofia e todas as atividades desenvolvidas de forma lúdica. Resultados obtidos em 30 escolas resultaram em elogios aos estagiários, abrindo portas para outros estagiários, sendo que alguns alunos foram contratados como monitores em vários municípios. Observou-se que a mediação de um Supervisor no estágio é fundamental para mudanças, entretanto a escolha das escolas é importantíssima, visto que os acadêmicos poderão romper ou não com as reproduções que a sociedade impõe. Enfim, o que se procurou provar é que a mudança pode sair do papel, de que o estágio supervisionado é uma ferramenta de mudança pedagógica e social”.

Roberto Pimentel – Como estamos realizando a mesma proposta com o nosso Manual de Engenharia Pedagógica, que inclui a formatação de um Centro de Referência em Iniciação Esportiva (Procrie), identificamo-nos com suas ideias e conceituações, embora estejamos dando um passo à frente com a construção de um PROTÓTIPO provido de praxia inovadora e criativa, e permanente. Tentamos contato com a autora, mas até esta postagem não recebemos qualquer retorno. A ideia é compartilhar informações e experiências principalmente com seus discípulos e futuros estagiários, se é que o trabalho continua, pois como concluiu: […] “a mudança pode sair do papel, de que o estágio supervisionado é uma ferramenta de mudança pedagógica e social“.

Permitimo-nos divagar sobre seu texto, dando sequência e reforço ao nosso trabalho, pois quando “sairmos do papel” estaremos corroborando, divulgando e desenvolvendo a necessidade de inovarmos e ampliar horizontes educacionais. A fase que se inicia nestes momentos é essencialmente de caráter prático, isto é, verdadeiramente “entramos na quadra”, a nossa sala de aula, e para a qual estão TODOS convidados.

Considerações iniciais… Passemos a palavra à Profª Maria Teresa em sua exposição:

Curso novo, disciplina nova, portanto, um campo fértil para propostas inovadoras. […] Durante toda minha vivência docente em ensino superior (mais de 30 anos), dediquei meu foco para o trabalho com as crianças de 5 a 9 anos. Minha premissa sempre foi que as aulas deveriam ser baseadas no lúdico e na cooperação. E mais, que o professor deveria passar para as crianças a paixão e a alegria na realização das atividades.Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) da Educação Física vieram reforçar minha crença. Entretanto, pouca mudança conseguiu realizar com acadêmicos da grande Porto Alegre. Em 2011 tive oportunidade de desenvolver um trabalho diferenciado no Curso de Educação Física da URI – Frederico Westhalen, na disciplina de Estágio Supervisionado em Educação Física Escolar (Educação Infantil e Anos Iniciais) na modalidade de licenciatura.

A seguir, faz uma análise retrospectiva do ensino esportivo em seu estado…

Capa Manual de Engenharia Pedagógica

A Educação Física, tradicionalmente, reproduz o saber técnico, de reprodução de jogos “oficiais”– futebol, voleibol, handebol, basquete, com suas regras oficiais na escola. Transmite conteúdos específicos de jogos, em qualquer nível, em qualquer idade, muitas vezes inapropriado. A proposta das diretrizes trouxe o nivelamento dos conteúdos divididos por faixas de escolaridade e de aprendizado, adaptando-os às diversas realidades. O futuro educador, penso eu, deve ser “ensinado” para obter um novo pensar na educação física, compreendendo as dimensões previstas nas novas diretrizes (1996, 2001, 2002) avançando num contexto amplo, político e ético social. […] O pano de fundo da viabilização econômica alicerça o planejamento educacional, traduzindo-se em apelo aos bens materiais, ao consumo. Entre os produtos consumíveis, insere-se a educação. Eu acrescento mais, a educação física serve muito mais para esse cenário, visto os jogos olímpicos, os campeonatos nacionais e internacionais e as copas do mundo. Praticamente nas escolas se reproduzem, sem sequer haver uma análise por parte dos professores com os alunos sobre toda a questão política, social e de mercado que esses fenômenos representam.

Roberto Pimentel – Por extensão, no Brasil a chancela advém do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), em sua ávida luta por títulos e medalhas. Sobrepõem-se aos ministérios da Educação e do Esporte.

Profª Maria Teresa – O que observamos na Educação Física, já consolidado, são os alunos vivenciarem na extensão experiências não escolares – as atividades de academias, clubes, danças, personal trainer, treinadores de escolinhas entre outras. A sociedade respalda tudo isso porque a televisão incentiva essa reprodução (vendem-se artigos esportivos, vende-se canal especifico, dá audiência na TV etc.). Há muito tempo vêm se ouvindo reclamações sobre a má qualidade das aulas de Educação Física na rede escolar, acarretando o desinteresse dos alunos (…) em 2007, revelavam-se que os professores se encontram despreparados e desmotivados, os alunos são abandonados nas quadras, os programas são reduzidos apenas a aulas de futebol, o esporte escolar continua sendo elitizado e reprodutor e, ainda, totalmente desvinculado do projeto educacional. Essa disciplina é tratada como um caso a parte dentro da escola, com suas aulas na maioria das vezes fora do horário normal (e os professores até gostam) e com pouquíssimas chances de ser incluída na interdisciplinaridade escolar. De forma geral, o declínio da Educação Física é global e a maioria das diretrizes de Educação Física não são cumpridas e muitos professores não conhecem esses documentos. Há muito, minha preocupação é com a criança que ainda não adquiriu seu desenvolvimento motor a contento para essa pressão de participação ou eliminação! E para concluir:

Desenho 0 Ginásio

Portanto, o aprender a aprender na disciplina de estágio supervisionado deve buscar a formação do professor priorizando o pedagógico-didático da educação física rompendo o viés economicista da sociedade e priorizando-se a inclusão de “todos” os alunos da escola a participarem e aprenderem os esportes. Como reflexão, coloco um exemplo: no voleibol são seis para cada lado e os outros fazem o quê enquanto esperam? Poderíamos adaptar 10 para cada lado ou ainda, adaptar o espaço para círculos concêntricos onde faríamos diferentes “times”. Assim considero a inclusão na Educação Física na escola: não reproduzir regras oficiais e, sim, adaptar para que todos possam participar nos 45 a 50 minutos de aula.

Roberto Pimentel – Apesar de as TICs terem entrado no dia a dia da maioria dos brasileiros, certamente há algo cultural que impede as pessoas de perceberem o que muitas outras estão fazendo há algum tempo e que, se lhes fosse permitido, teriam compartilhado ideias que abreviariam muitos estudos e alavancariam novas descobertas. Afinal, “Educar  não é constante renovação de saberes”?

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Ops!! Entrou um novo personagem que nos enriquece com sua farta experiência sobre o mesmo tema… Isto é formidável, e faz-me prever um aprendizado incomensurável. Tudo está convergindo para alavancar de forma sustentável a construção do nosso protótipo. Vejam a seguir…

A Criatividade nasce da Diversidade

Passo a apresentar-lhes destaques pinçados da entrevista que o consultor inglês KEN ROBINSON  especializado em educação e inovação deu à revista Veja (20/abr./2016) nas páginas amarelas.digitalizar0004

 Sir Ken Robinson (66 anos) é uma celebridade. Há poucos  consultores no mundo nas áreas de educação, inovação e criatividade tão populares e, sobretudo respeitados, quanto ele. Seu primeiro vídeo gravado para o TED, em 2006, é o mais acessado da história do site especializado em conferências: 38 milhões de visualizações. Liderou uma comissão a pedido do governo da Inglaterra destinada a refletir sobre os rumos do ensino no país. Direcionou políticas educacionais formais e informais e também a repensar o currículo nacional britânico. Para ele as escolas travam a imaginação dos alunos ao apostar em currículos segmentados e em exames que buscam respostas únicas para as questões. Três aspectos a considerar:

  1. Sistemas educacionais não são formulados para encorajar a criatividade. O currículo é muito limitado e segmentado. A criatividade é o processo de ter ideias originais, e se por acaso o assunto pelo qual uma pessoa se interessar não fizer parte do currículo, então sua habilidade será negligenciada.
  2. Os métodos de ensino podem inibir a criatividade, como no caso de um professor que esteja sempre à procura de um única resposta correta ou que não tenha métodos que estimulem os alunos a desenvolver a imaginação.
  3. As provas, que têm sempre uma única resposta correta, e o aluno é punido com uma baixa pontuação se não acertá-la. Professores precisam mudar suas estratégias de ensino e torná-las mais flexíveis.

Estratégias de ensino – Sobre o que são estratégias de ensino mais flexíveis ele aponta um exemplo de uma rede de escolas (San Diego, Califórnia), as High Tech High, criada em 2000, com a proposta de integrar o ensino técnico ao acadêmico. A escola formula seu currículo baseado em projetos. Os professores definem o que querem ensinar e os alunos preparam trabalhos, textos e até documentários sobre o tema determinado. Arte e biologia são abordadas em um mesmo projeto, assim como matemática e humanas. Não há sinal de intervalo nem troca de sala e os alunos não precisam pedir ao professor para ir ao banheiro. Esse tipo de ensino estimula as habilidades tanto dos alunos quanto dos professores.

Estímulos às habilidades – Pais e professores são igualmente decisivos quando se trata de estimular as habilidades de jovens e crianças. Embora os pais conheçam os filhos profundamente, às vezes os professores podem ser mais objetivos. Eles veem qualidades na criança que os outros não notam.

Roberto Pimentel – Isto me faz lembrar Henry B. Adams quando afirmava: “Um professor afeta a eternidade, ele nunca sabe em que ponto cessa sua influência”.

Transtorno do déficit de atenção ou tédio? – Eu e muitas pessoas nos sentíamos entediados também. Há discordância ente especialistas sobre o que realmente é o transtorno do déficit de atenção e sobre sua ocorrência entre crianças. Alguns acreditam que não é um transtorno físico ou psicológico, mas um transtorno do ambiente. Muitas pessoas estão sendo diagnosticadas com uma deficiência que não têm, mas estão apenas entediadas.

Valor do brincar – Pesquisas revelaram recentemente que as crianças brasileiras brincam menos de duas horas por dia fora de casa. Vejam algumas implicações desse estilo de vida:

Praia de Icaraí, Niterói-RJ. Aulas regulares para 400 crianças.
Praia de Icaraí, Niterói-RJ. Aulas regulares para 400 crianças.

Duas horas é o mesmo período disponível para o banho de sol de um preso.

  1. 40% das crianças brincam menos de uma hora por dia ao ar livre e 6% praticamente não brincam fora de casa.
  2. 94% dos pais entrevistados acreditam que, sem oportunidades para a criança brincar, o aprendizado infantil pode ser impactado.

E estão certos. Brincar é uma parte importante do desenvolvimento infantil, não é tempo desperdiçado. É com brincadeiras que as crianças aprendem a sociabilizar-se, conhecem as regras da cooperação e da competição, recebem estímulos à imaginação. Essas capacidades são ainda mais importantes quando viramos adultos. São características das quais nossas economias dependem hoje em dia.

Tecnologia é a culpada? – Há claramente um desequilíbrio entre o uso de computadores ou videogames e as brincadeiras na vida real. No estudo que se fez no Brasil, 90% dos pais disseram que seus filhos prefeririam jogar um esporte virtualmente a praticá-los na vida. Apresentam como razões a segurança e a falta de espaço. Os pais podem melhorar um pouco essa situação. O estímulo físico e social que a brincadeira cara a cara oferece não deve ser negligenciado.

Como um Estado pode virar referência em inovação e criatividade? – Lugares que se tornaram polos criativos encorajaram o dinamismo. A criatividade vem da diversidade, não da homogeneidade. Se as pessoas se comportam da mesma maneira, pensam da mesma maneira, não há espaço para a inovação. Recentemente, Finlândia e China passaram a afastar suas culturas educacionais da homogeneização e dos testes e começaram a encorajar a inovação e o pensamento criativo.

O teatro ajudou-o na produção da palestra mais vista da história do site de conferências TED? – Certamente. Falar em público é estabelecer uma relação com a audiência e ter a possibilidade de improvisar. Boa parte do que disse naquela ocasião foi improvisada. É mais ou menos como o jazz.Jogando na rua

Como estimular a criatividade dos filhos? – Tentamos entre outras coisas, customizar (personalizar) a experiência de cada um. Os pais precisam ficar atentos aos interesses naturais de seus filhos.

Como se estimula a criatividade? – Há duas coisas que me ajudam: trabalhar em grupo e escrever. O trabalho em grupo me enche de energia. A escrita é uma atividade mais solitária. Escrevo para organizar minhas ideias. Se não me sentar para escrever, dificilmente as ideias aparecerão. A criatividade não é um processo aleatório, precisa de disciplina.

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Maria Teresa Cauduro é doutora pela Universidade de Barcelona/ES em Filosofia e Ciências da Educação. Professora da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões- URI- campus de Frederico Westphalen nos cursos de Educação Física e Pedagogia. Professora da Pós-Graduação em Educação-Mestrado em Educação. Membro do Grupo de Estudos Qualitativos de Formação de Professores e Prática Pedagógica em Educação Física e Ciências do Esporte CNPq/UFRGS. Membro da Comissão de Especialistas do INEP/MEC Brasil.

Séc. XXI: Grande Salto em Educação

Desenho 0 Ginásio
Bagunça organizada: TODOS participam na organização e nos jogos.
Ilustração: Beto Pimentel.

Pedagogia Experimental

Reportamo-nos ao que foi dito em recente postagem (28/set.) relativo ao grupo de alunos que estariam colaborando para realizar nossos experimentos pedagógicos. Alguns problemas surgiram e não foi possível dispor das instalações nas quais procederíamos os ensaios. Sendo assim, estamos buscando outro local – uma escola – para administrar e concebermos nossas ideias a respeito. Trataremos de planejar e compartilhar nossos ensaios a partir do próximo ano escolar. Em Niterói possuímos dois educandários que oferecem plenas condições. Resta-nos fecharmos com ambos (ou um deles) uma parceria que consumiria 4-5 aulas práticas, inclusive com a edição de um vídeo. Em um terceiro, estaremos incentivando a criação de um blogue para o  desenvolvimento dos alunos na área da Educação Física e Esporte. Enquanto isto, vejam abaixo o que estamos apresentando à comunidade acadêmica e esportiva de todo o país e concitando a participação de TODOS que se interessam por dias melhores no Ensino Escolar e Esportivo.

Contributo Histórico e Acadêmico

Discute-se a importância da Formação Continuada de professores fazendo-os perceber que dois séculos estagnados não devem se contrapor à evolução do ensino. Cabe trazer para a sala de aula Vygotsky, Piaget, Le Boulch e outros, e apresentá-los aos alunos. Ou seja, unir teoria à condução de uma boa prática com métodos condizentes. Se as descobertas de psicólogos e neurocientistas contemporâneos forem tão poderosas quanto acreditam ser, teremos todos nós que reavaliar algumas hipóteses nas Ciências Sociais e Educação. A bibliografia (ver Prezi) consultada está voltada para o campo da neurociência e psicologia pedagógica, desbravando a mente e analisando como os indivíduos pensam e agem. A interpretação de suas leituras orienta para novos caminhos no dia a dia dos professores.

Brasil Cidades até 31.8.2013

Pesquisas Aplicadas

O Autor firma-se como inovador em métodos de ensino quando propõe um zoom sobre a Memória e a História. Nesse novo olhar o tempo parece brincar com todos, como nos brindou o Prof. José Pacheco com sua corajosa constatação: Temos escolas no séc. XIX, professores no séc. XX e estudantes no XXI. (Procrie no Brasil)

Jogando na rua
Ilustração: Beto Pimentel.

O BOM PROFESSOR

1º Passo… Principal Protagonista: Voleibol, esporte difícil de ser ensinado?

Este contributo voltado especialmente para o professorado lotado em sala de aula – especialista ou não em voleibol – encerra metodologia para atenuar dificuldades seculares do ensino. O passo seguinte nos conduz a estreitar proximidade com os protagonistas objetivando maior perícia pedagógica em favor das atividades esportivas escolares. 

EDUCAÇÃO DE BASE

CursoVoleidePraia1

2º Passo… Rompendo com o Passado: Curso presencial.

Observamos no ensino descompassos entre teoria e prática, isto é, acredita-se haver uma espécie de letargia à espera de uma ruptura com o passado por parte dos agentes educacionais. A solução reside nos Cursos Presenciais para professores e acadêmicos. Enfim, Ver pra Crer, ou seja, conquistado o interesse, resta-nos o pontapé inicial na prática. Na foto o Autor ministra aula no 1º Curso de Técnicos de Vôlei de Praia, CBV.

 PROPOSTA PEDAGÓGICA

MiniEuFavBairro INVERTIDA 3º Passo… Estágio Supervisionado: Treinamento profundo.

O material foi produzido como proposta para compartilhamento em realidades múltiplas para aqueles que pretendem organizar e gerir atividades esportivas. Constitui-se em suporte curricular para a instituição e a partir de condução mais bem elaborada em classe, certamente se transforma em ferramenta pedagógica indispensável á realização plena dos alunos. Cada indivíduo saberá como proceder de forma equilibrada face às circunstâncias em que se encontra.

Parte II —– Ideias Maravilhosas

Centro de Referência em Iniciação Esportiva. Ferramenta virtual a serviço de professores, o que nos torna também aprendizes. A Formação Continuada está caraterizada pela produção de centenas de artigos conciliatórios entre Teoria e Prática. Bons professores são formados a partir de boas leituras e práticas bem orientadas. A conquista da meritocracia é um caminho sem volta, que nos leva a examinar três pilares em nossas decisões e experimentos antes dos primeiros passos.

 – Que tal compartilharmos nossas experiências?

  • Passado          Memória e História
  • Presente       Educação Física e Esporte Escolar
  • Futuro           EaD e Curso Presencial
PraiaIcaraí
Praia de Icaraí, Niterói (RJ): 400 crianças no Procrie.
Ilustração: Beto Pimentel.

 

Conclusão

Esta a nossa oferta – um Projeto Educativo Nacional cujas linhas mestras estão já delineadas no Prezi. Pretende-se discutir e realizar práticas com novas perspectivas metodológicas, descortinando horizontes para a excelência em Educação.

 

 

 

Convidamos VOCÊ, PROFESSOR, a dar o Grande Salto para o séc. XXI!

Fonte:

www.procrie.com.br/sumario

http://prezi.com/9nhuhq5t7coh/procrie

NOVÍSSIMO SUMARIO COMPLETO 2013      (Excel)