
Não tenho a mais mínima pretensão em transformar este blog em um curso a distância. Além de ser impossível, estaria fugindo das metas que estabeleci quando o criei (Quem Faz). Mas há pouco, num consultório médico, deparei-me com excelente artigo publicado na Revista Época, que transcrevo abaixo. Chamo a atenção dos leitores para os destaques traduzidos no empenho para melhorar de vida através do próprio esforço, das leituras, do convívio no compartilhamento e, acima de tudo, os encontros presenciais. Boa leitura!
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Cursos a Distância
Fonte:Como tirar seu diploma pela internet – Revista Época,30/8/2010; Negócios&Carreira,Daniella Cornachione e Marcela Buscato.
Diploma vs. Concorrência
Um em cada sete novos alunos de graduação no país faz seu curso à distância. Eles são mais baratos, e o MEC está aumentando a cobrança de qualidade. Comparando o ensino à distância com o curso técnico presencial feito há 20 anos, o aluno aponta uma grande diferença. No primeiro, a preocupação era com o diploma; no segundo, com a concorrência. “Isso faz com que o aluno se esforce para aprender mais”. Melhorar de vida é o objetivo do mais de meio milhão de estudantes brasileiros matriculados em cursos pela internet. Eles assistiram aulas por TV via satélite ou pela internet, fizeram trabalhos em grupo, valendo nota, em salas de bate-papo on-line, acessaram livros em bibliotecas virtuais para estudar para a prova e tiraram dúvidas sobre o que iria ser cobrado no teste por e-mail. No ano passado, 302 mil pessoas se matricularam em cursos on-line (cerca de um sétimo do total de matrículas do país). Os adeptos do ensino à distância formam uma multidão que cresceu mais de 600% entre 2005 e 2008. A febre começou com cursos técnicos e de especialização. Trata-se de um fenômeno mundial, turbinado pela valorização do ensino. Muita gente está em busca de conhecimento porque sentiu que ele garante mais oportunidades. O fenômeno brasileiro vem sendo puxado pela oferta de diplomas de graduação. Segundo o censo da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), havia 649.854 pessoas fazendo cursos de ensino superior on-line em 2009 – mais de 80% delas em graduação.
Não é para qualquer um
A principal diferença de estudar pela internet é o esforço exigido do aluno. Ele tem de ser mais ativo. Veja por quê.
Motivação – Para aprender, o aluno tem de correr atrás de leituras complementares, grupos de estudos on-line ou presenciais, mandar e-mails constantes para tirar dúvidas. Sem iniciativa, ninguém passa do segundo clique no mouse.
Disciplina – Na maior parte do tempo, a aprendizagem é solitária. As chances de dispersão são grandes. Cumprir horários é essencial.
Organização – Como o volume de atividades é grande, ser organizado ajuda um bocado. É preciso saber dividir o tempo de estudo para cada disciplina e atentar para os horários de atividades on-line em grupo.
Gosto pela leitura – Mesmo que o curso seja de matemática, a literatura é farta. As leituras acontecem no computador e com livros físicos.
Encontros presenciais
A tecnologia não é a única responsável pelo aumento do nível de exigência. Para controlar a qualidade dos cursos e lhes dar mais credibilidade, o MEC obriga encontros presenciais em pólos credenciados pelo governo. “A maioria dos cursos sérios exige encontros presenciais pelo menos duas vezes por semana”. Mas a frequência varia bastante. Há escolas que fazem encontros obrigatórios uma vez por mês, durante um fim de semana, para rever o conteúdo das disciplinas. Outras oferecem aulas ao vivo uma vez por semana, com presença obrigatória. O relacionamento com colegas pode ser importante também para suprir o que a educação à distância não oferece tão fortemente: o coleguismo. As redes de relacionamento podem ser fundamentais para arrumar emprego, compartilhar ideias, expandir horizontes. Os seres humanos não aprendem apenas de forma estruturada. O olhar, o tom de voz, o clima criado pelos colegas ajudam. Por isso muitas escolas estimulam a formação de grupos presenciais, fora do ambiente virtual. “Só aprende mesmo quem interage com colegas”.
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