O Futuro da Escola no Brasil

 

A Ignorância que nos Assola

 

Deverá a Educação Física dos escolares continuar dominada ao peso de resquícios de falsos preconceitos que a subalternizem?

A ginástica não é uma questão de circo nem de barraca de feira, é uma alta e grave questão de educação nacional. (Ramalho Ortigão, 1836-1915)

 

 

A Escola do Futuro Já Existe

Entrevista à Monica Weinberg concedida pela educadora finlandesa Marjo Kyllönen (58 anos), publicada na revista Veja, em 7/jun./2017.


A velha sala de aula

A educadora finlandesa Marjo Kyllönen (58 anos), secretária de Educação em Helsinque em recente visita ao Brasil afirma:

“Não faz mais sentido manter um ensino enciclopédico e aprisionado em disciplinas”.

“Os finlandeses deram um passo arriscado, mas até agora bem-sucedido, ao implantar um modelo de colégio em que a tradicional divisão de matérias cede lugar ao estudo de fenômenos, muito embora as disciplinas continuem a ser muito bem ensinadas”.

A cidade que ensina

“Esqueça o colégio entre quatro muros. A nova concepção de ensino prevê que a criança disponha de fontes de aprendizado permanente – e não se trata só de tablets e computadores. As cidades devem se preparar para oferecer conhecimento à população: as crianças apontarão seus celulares em direção às plaquetas de monumentos e raças e aprendem sua história: ou em museus, com obras de arte. O urbanismo de hoje tem como um dos objetivos erguer cidades cada vez mais inteligentes, interativas e abastecedoras de informação. A escola pode ser o parque, a biblioteca, a rua”.

 

 

Revolucionando a Escola

 

Relações entre as disciplinas

“O ensino na Finlândia já não é mais organizado por disciplinas que não conversam entre si, mas sim pela análise de fenômenos que demandam as várias áreas do conhecimento para serem compreendidos. Os conteúdos continuam lá como reza o currículo, só que são transmitidos à medida que se mostram necessários para decifrar os problemas. Essa é uma forma de trazer os conceitos para o mundo em que o aluno vive- e mais: assim ele entende a relação entre as diversas ciências. Funciona exatamente desse jeito em boas universidades; biólogos, neurocientistas, linguistas, matemáticos e sociólogos sentam-se à mesa para resolver juntos um quebra-cabeça. Para a escola, é uma revolução.”

O novo professor

“Mestres que se veem na zona de conforto, senhores de suas áreas, agora precisam trabalhar o tempo todo em conjunto. Cada um dos professores mostra à turma como certo fenômeno pode ser entendido sob a ótica de sua matéria. Mas eles estão debruçados sobre um mesmo problema, então precisam se falar e se organizar. Trata-se de uma reviravolta completa, que foi sendo promovida aos poucos. É claro que houve resistência, mas aí veio a descoberta: se você dá treinamento, material e incentivo à mudança, ela ocorre. A escola que adere ao novo modelo e traz resultados, p.ex., ganha bônus para seus professores. Eles merecem. Estamos falando de um tipo de escola em que ensinar é muito mais complicado”.

A onda que não pegou

Muito dinheiro já foi desperdiçado em escolas do mundo inteiro movidas pelo afã de se equipar com o que há de mais avançado em tecnologia. Isso, por si só, não contribui, e até atrapalha, porque tira a atenção do que é essencial: a aula de um bom professor. Não dá para se deslumbrar com laptops e tablets e achar que, sozinhos, eles trarão a modernidade à educação”.

Tecnologia e diversão 

“A tecnologia já se provou um divisor de águas para a excelência.

Primeiro está no estímulo que ela dá ao trabalho colaborativo. Permite que os alunos aprendam e produzam em rede, habilidade que certamente será requerida mais tarde. O outro empurrão vem da personalização do ensino. Programas inteligentes ajudam a guiar a criança pelo conhecimento no seu tempo e de forma divertida. Pode parecer ingênuo, mas diversão deve, sim, entrar no vocabulário da educação deste século”.

 

 

E no Brasil?

“Sabemos que o Brasil ainda se situa entre os piores do mundo nos rankings da educação, mas isso não pode servir de álibi para a inação. Em toda parte encontra-se uma turma de excelentes professores, capazes de passar sua experiência para os demais, explicar o objetivo das mudanças e transmitir o passo a passo. Não é preciso, de saída, contar com um exército de ótimos professores, mas com um grupo disposto a ajudar e cooptar os colegas. É nesses obcecados em fazer a coisa certa que o país deve mirar para percorrer a trilha da modernidade.” (Marjo Kyllönen)

 

O que se espera de cada um?

 

 

Fazendo eco aos reclames do professorado

Os leitores que nos acompanham nessa verdadeira cruzada no sentido de levar aos gestores educacionais e, principalmente, aos novos professores, uma proposta de Educação aplicável ao século XXI certamente se darão conta que não estamos pregando em um deserto de ideias inovadoras.

Encontramos uma solução REVOLUCIONÁRIA que vimos  expondo neste Procrie. Está presente na disciplina Educação Física e Esporte  escolar a partir do ensino fundamental (II). Pronunciam-se muita resistência em instituições voltadas para a Educação – fundações e colégios – e para o Esporte – COB, CBV -,  já experimentadas na prática nas muitas tentativas de entrevistas com coordenadores pedagógicos e dirigentes.

Tamanha mudança em qualquer país deve ser precedida de um convencimento dos professores que se veem  na zona de conforto, senhores em suas áreas, e agora precisam trabalhar em conjunto com seus colegas de outras disciplinas. Trata-se de uma reviravolta completa a ser promovida aos poucos, com parcimônia e uma visão de futuro com objetivos previamente delineados.

 

 Envolvimento da Escola

Multidisciplinaridade

 

 

 

Sua voz será ouvida, não importa onde esteja! 

Em nosso planejamento estabelecemos em primeira instância realizar uma prototipagem de aulas inovadoras e criativas, configurando a seguir  a formação de um Núcleo, o próprio Centro de Referência. Seria um fiat lux tão perseguido e desejado, irradiando, pesquisas e compartilhando experiências. A tarefa seguinte estaria facilitada tendo em vista a produção de videoaulas, e-books e um sítio específico para EaD. Você e seus colegas tornam-se participantes ativos.

Para tanto, oferecer informações, dar treinamento, material e objetivos à mudança. Os próprios educandários poderão oferecer bônus aos seus mestres tendo em vista premiações atraentes às escolas – “Educador Nota 10” -,  que venham a se destacar em novas ideias e conquistas relevantes no ensino.

 

 

Por Onde Começar?

Sugere-se pela disciplina educação física e esporte

Momentos inesquecíveis de nossa peregrinação

 

É sabido por muitas gerações que essa cadeira disciplinar é a mais relegada pela sociedade e, por conseguinte, por seus gestores. A formação profissional de um docente é carente de informações e práticas específicas que o conduzam a ser um bom profissional. Tanto pelas faculdades de Educação Física, quanto pelas de Pedagogia.

Nesse estado de coisas identificam-se as falências de um bom ensino: professores mal preparados, sem experiência, a gerir aulas repetitivas para crianças e adolescentes. Ignoram, ou talvez vejam algum ganho com as escolinhas de uma ou outra modalidade para os que podem arcar com as mensalidades. Ou ainda, rotuladas como oferta de atividade para preencher o vazio de horas na frente da TV ou smartphone. Acrescente-se que os docentes situam-se inexplicavelmente fora da área de supervisão da coordenação pedagógica da maioria das escolas, i.e., ministram aulas de forma autônoma, sem qualquer planejamento, o que torna impossível qualquer avaliação. Tudo isso com o aval da direção escolar. E cabe a pergunta: “a quem competiria avaliar o professor de educação física?

Vinculamos no Procrie alguns artigos que identificam esse estado de coisas, em que manifestamos nossa preocupação e demos os primeiros passos em 2010 para uma Formação Profissional Continuada de professores nas áreas da Psicologia Pedagógica e Metodologia.

Visite: Contributo Para Ensino Esportivo em Escolas

Felizmente, o que poderia ser prejudicial para uma renovação, torna-se propício, pois a Educação Física esportiva nas escolas brasileiras NÃO existe. Logo, basta dar o primeiro passo para entrarmos no século XXI com propostas já testadas, e aprovadas.

Treinadores esportivos

Em relação ao ensino esportivo fora dos limites das escolas, o assunto é mais calamitoso, haja vista o aproveitamento de leigos, ex-atletas, muitos deles sem o indispensável preparo pedagógico deixam-se levar pelos próprios interesses para se promoverem a atuar como educadores (em especial, no futebol).

A escola tradicional

Lembremo-nos do professor português José Pacheco, já citado neste Procrie:

Temos escolas do séc. XIX, professores do séc. XX, e alunos no séc. XXI.

Outra concepção ainda vigente é que preparamos os jovens para os vestibulares, como se a obtenção de um diploma universitário fosse a suprema realização para um futuro profissional. Até porque muitos jovens estão abandonando os bancos universitários em busca de novas fontes de conhecimento, especialmente na área das TICs.

Não faz mais sentido manter a escola nos moldes do séc. XIX voltada para uma ultrapassada lógica industrial em que cada pessoa deva se qualificar para uma função específica e um mercado de trabalho previsível. A sala de aula tradicional se presta até hoje ao acúmulo de conteúdo e à repetição, com disciplinas estanques espremidas em uma grade rígida, não combina mais com um mundo tão multidisciplinar, em que os desafios técnicos e intelectuais ganham complexidade e mudam a cada instante. Haja vista a recente importância de profissionais de Design thinking, especialmente nos EUA.

 

 

A Escola que Ensina

O que verdadeiramente importa é ensinar. A separar o supérfluo do não confiável, do que tem valor, e desenvolver a capacidade de refletir, juntar as peças e inovar a partir dali.

 

 

Venham para a “nossa praia”!

 

Praia de Icaraí, Niterói-RJ. Aulas regulares (3 anos, grátis) para até 400 crianças

 

 

Quais Seriam os Primeiros Passos?

 

Recapitulando, nossa proposta de ensino volta-se para uma NOVA ESCOLA a partir da cadeira de Educação Física e Esporte, que catalisará um processo de multidisciplinaridade. E mais ainda, com olhar voltado para a comunidade. Considerem as palavras da educadora Marjo Kyllönen antes de se decidirem:

 

Identifiquem bons professores/tutores e suas experiências.
Concebam objetivos e o passo a passo das mudanças.
Compartilhem com professores dispostos a cooptar colegas.

 

 

Façam a Diferença 

 

E nós outros acrescentaríamos com uma ponta de orgulho e esperança:

 

Sejam desbravadores obstinados em fazer a coisa certa! 

Tornem-se os Melhores Professores do Mundo!

 

 Detalhe: desse grupo faziam parte 20 alunos da APAE, 5 deles à direita, em pé.

 

Seus alunos serão eternamente gratos!

 

 

 

Educação Física e Esporte no Ensino Fundamental

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LEGADO OLÍMPICO – Parte VI

Solução para Velhos Problemas

Referência: A educação física no ensino fundamental: presença e valores, por Rudson Jesus Pereira. Dissertação apresentada ao Programa de Pós graduação em Educação Física, área de concentração “Esporte e Exercício” da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Orientador: Dr. Luiz Antônio Silva Campos. (2015) –
Endereço: http://www.uftm.edu.br/paginas/curso/cod/1428/area/PROGRAMA+DE+POS-GRADUACAO+EM+EDUCACAO+FISICA/t/DISSERTACOES+DEFENDIDAS

Tags: Esporte e Exercício, Prática de Ensino, Educação Física e Esporte nas Escolas

 

Tentamos contato com o autor dessa tese de mestrado em vão. De seu excelente trabalho de pesquisas tiramos lições e propusemo-nos a descortinar soluções para os obstáculos que apontou para sanar problemas na Educação Física a partir do ensino fundamental. Tentamos estabelecer diálogo com seu orientador, Doutor Luiz Antônio Silva Campos e estamos ao aguardo de sua manifestação.

Enquanto isto, vejam o que colhemos da tese…

Nota: entrevistas com alunos já cursando o ensino médio.

Questão fundamental…

  • Os esportes estão sendo realmente aprendidos nas aulas de EF no ensino fundamental?

Observações, recomendações, sugestões…

  1. Deslocar a influência das políticas esportivas do COB para os setores de Educação Física Escolar (EFE) do Ministério da Educação (MEC)
  2. Um currículo de EFE e políticas esportivas específicas para competições escolares.
  3. Participação efetiva do corpo docente nos currículos escolares de EFE.
  4. Autocrítica de professores: “O que está sendo ensinado? “Alunos estão aprendendo?
  5. Ausência de um currículo que sistematize e planeje execução de conteúdos.
  6. Oferta restrita de conteúdos da EF, resumidas a futsal, voleibol, handebol, basquete.
  7. Preferência do professor pelos mais habilidosos e exclusão dos demais: equipe escolar.
  8. Ausência de ensino individualizado, abandono de contexto sociocultural.
  9. Prática esportiva similar ao esporte de alto rendimento: resultado como fim único.
  10. Formas seletivas favorecem exclusões em maior escala.
  11. Valores direcionados para a representatividade: a participação de equipes em eventos.
  12. Vitória é o objetivo central no esporte escolar; a educação humana é desprezada.
  13. Sucesso e seletividade nos eventos tem a complacência da direção escolar.
  14. Precariedade de oportunidades práticas que conduzam ao gosto pela cultura esportiva.
  15. Desinteresse fora da escola pelas práticas em aula

 

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Foto: colégio em São Gonçalo, Grande Rio.

Esta última (15) NÃO foi discutida pelo autor. Isto nos leva a dar continuidade às pesquisas e a compartilhar soluções. Se assim compreenderem, e persistirem, certamente encontrarão conhecimentos que os levarão ao sucesso profissional, proporcionando às novas gerações uma Educação condizente. Contudo, pesquisas, teses defendidas, simpósios, congressos, publicações científicas, tudo ocorre no ambiente acadêmico em profusão, mas nada acontece de prático. Há algum tempo, em entrevista a uma revista, Marco Antonio Zago, reitor da USP, afirmou que o sistema atual nas universidades favorece a acomodação dos pesquisadores estáveis na carreira, que nada criam e se bastam repetindo experimentos. Continuamos no séc. XX, enquanto a nova geração já não mais respeita a tia, adolescentes abandonam o ensino médio e universitários duvidam de que estejam a aprender alguma coisa que lhes dê sentido à vida e migram por diversos cursos, ou até mesmo tornam-se autodidatas. Esta ocorrência vem se disseminando principalmente na área das TICs, onde estudantes superam os mestres, reféns de currículos ultrapassados e sem a necessária formação técnica.

“O importante é que cada indivíduo saiba brincar com o tempo que brinca de modo criativo, sem se esquivar aos seus dons. Parece que sabemos todos o que fazer. O problema é colocar em prática.

Em todas, e foram dezenas, de teses acadêmicas que frequentei pela web, não vislumbrei uma sequer que apresentasse perspectivas concretas para nos direcionar no caminho a ser trilhado. No máximo, vagas e acadêmicas tergiversações (colhida no texto em referência): […] ”Essa questão se impôs a posteriori no processo da pesquisa, por isso não foi discutida”. Ao que tudo indica, é mais cômodo para todos não se ‘complicar’ em uma área deserta de ideias e, por isto, de conflitos. Até porque, como pode alguém ensinar algo que não sabe?

Em sua tese o autor nos instiga a pensar em estudos que aprofundem o conhecimento de como se deve perceber a EFE e como influenciar a prática do docente nos níveis fundamental e médio. Justifica-se, ao confrontar documentos oficiais – matrizes curriculares – das esferas estadual e municipal, que revelam uma lacuna (ou desencontro) entre as realidades vivenciadas nas escolas. E conclui: […] “Deve ser objeto de reflexão importante para elaborar uma formação continuada de EFE”. Continua a seguir: “Cremos seja útil ao propósito de alcançar seu papel de educar e formar cidadãos críticos e participativos da sociedade a que pertencem mediante a apropriação, o aprimoramento e a ressignificação dos elementos da cultura”.[…]

Não se percebem práticas esportivas que sejam…

  • Meio e fim que, aprimorem o homem do biológico, cultural, ético e moral.
  • Mediadas pela linguagem; guiada por gestos e atitudes conscientes, pensadas.

E conclui com precisão…

  • Escolhas dos alunos orientadas para além do corpo, estratégias, táticas, regras.
  • Tais elementos devem ser ensinados como meios, e não fim.
  • Relevância para cursos de graduação numa perspectiva de ressignificação ética.
  • Novos licenciados estimulados para a Educação para a vida adulta dos alunos.

 

Colégio Batista1

 

Comentários

Para se ter IDEIAS, CRIATIVIDADE, INTUIÇÃO, há que se aprender a pensar. Para isto são precisas informações.

Conexões Neurais

Nossa missão é buscar soluções criativas em conjunto com os agentes educadores para preencher esta lacuna na Educação e na Formação desportiva. A ideia é inovadora e vem sendo colocada em prática há algum tempo com espetacular aceitação, mas precisa de apoio para se consolidar nacionalmente.  Trata-se da teoria mielínica, de larga aplicação em Educação.

Pedagogia do erro

Por Ken Robinson em palestra no TED sobre Educação Empresarial

As crianças têm em comum o risco. Se não sabem, tentam. Não receiam estar erradas. Concluímos que se não estivermos preparados para errar nunca conseguiremos nada de original. Quando adultas, a maior parte das crianças perde essa capacidade, ficam com receio de errar.

— Por que é assim?

Picasso disse uma vez: “todas as crianças nascem artistas. O problema é mantermo-nos artistas enquanto crescemos”. Não crescemos para a criatividade, afastamo-nos dela. Ou antes, somos educados para perdê-la.

— E agora, como gerir nossos empreendimentos?

Estigmatizamos os enganos e desenvolvemos sistemas de educação nacionais onde os erros constituem-se na pior coisa que podemos fazer. E o resultado é que educamos pessoas sem as suas capacidades criativas.

Gestão do Conhecimento, Inovação na Educação e no Esporte

— Como o Brasil pode melhorar?

— Com estímulo à criatividade, razão do sucesso. Estimular a criatividade nas escolas a partir do ensino fundamental e aprimorá-las no ensino médio e universitário.

— Tecnologias de Informação e Comunicação, com seu uso sendo um dos objetivos específicos da educação. Trata-se da educação para a liberdade.

— Autonomia para o autodidatismo, levando o indivíduo que já sabe poder buscar conhecimento de modo apropriado, sem recorrer à educação escolarizada, presencial.

— Desenvolvimento profissional continuado através de EaD, além de cursos com prevalência na prática.

Ordem dos Fatores: primeiro realizamos; depois, conceituamos

Valendo-nos de experiências, apoiados por informações relevantes e contributos variados, pudemos discernir algo objetivo, concreto, que poderá nortear o caminho de muitos professores em suas atividades profissionais, não importa a região aonde estejam, ou as modalidades esportivas que elejam para ensinar nas escolas. Ou até mesmo, a treinadores – diplomados ou não – desde que se proponham a Aprender a Ensinar.

Ensino crítico. “Os judeus são ensinados a reverenciar a rebeldia intelectual – rebeldia sintetizada em Abraão, ao destruir os deuses e inaugurar o monoteísmo”. Nada mais é do que os educadores chamam de ensino crítico; contestar sempre as verdades estabelecidas, princípio básico da pedagogia moderna. É um treinamento decisivo para quem deseja mais do que reproduzir, mas inventar.

O bom educador deve ensinar a seus alunos a olhar sempre com uma ponta de desconfiança aquilo em que todos acreditam e dar uma ponta de crédito a ideias ou projetos que todos desmerecem. Ninguém inventa nada se for servil ao conhecimento passado”.

 

Paraquedas Copacabana

Um professor afeta a eternidade, ele nunca sabe em que ponto cessa sua influência. (Henry B. Adams)

Uma Palavra

Compusemos este Manual Pedagógico na intenção de provermos e incentivarmos profissionais de ensino a delinearam programas criativos de atividades físicas nas escolas. Como perceberão, as buscas são constantes e centradas no despertar de Competências nos seus alunos. Trata-se de algo REVOLUCIONÁRIO!

A importância de nossos estudos está também retratada nas pesquisas da área da Neurociência desenvolvida em parte durante o I Simpósio Internacional sobre Ciências da Educação – alunos do fundamental – durante o qual tivemos breve oportunidade de expressarmos nosso contributo para a sala de aula. E não para plateias estéreis.

Projeto Interdisciplinar

Nosso compromisso é com as Atividades Físicas, Educação e Cultura. Um curso contínuo aberto a docentes, sem definição de cátedra, que leve os alunos à descoberta de si e a uma educação lúdica, liberta de grilhões. Em nossa visão, não há limites para currículos criativos que os conduzam da infância à idade adulta. O ser humano não nasce pronto, mas é continuamente construído pela descoberta dos segredos do mundo e pela invenção do novo. Cabe então às escolas, mais do que conservar, desbravar currículo norteador e atualizado, que leve os alunos da infância à idade adulta.

Alunos do séc. XXI

Incluímos nas propostas um elemento novo. Trata-se de um contributo à disciplina Educação Física, em seu viés Esportes. Sem perder de vista que a educação jamais termina, buscamos o diálogo com as demais disciplinas, a exemplo de cientistas do cérebro, cujo desafio atual é levar o conhecimento produzido nos laboratórios para a sala de aula, construindo uma ponte de informações entre professores e estudiosos. E ainda, a oferta de uma formação profissional continuada de professores, utilizando ferramentas modernas, como técnicas de design instrucional e TICs, a serviço de ideias inovadoras. Tudo isto disponibilizado na web.

Roberto A. Pimentel

E VOCÊ, quer melhorar?

Compartilhe suas ideias e arregace as mangas!

Engenharia Pedagógica no Esporte Escolar

MiniEuFavBairro

 

LEGADO OLÍMPICO – PARTE 1

 

Antecedentes e Diagnóstico – Uma Visão da Educação Física Escolar

 

Manual Antecedentes e Diagnóstico

Apresentação, por Arlindo Lopes Corrêa(¹)
“Um passo adiante e Roberto Pimentel brinda-nos com seu Manual elaborado para aqueles que se dedicam às atividades docentes, nele apresentando ideias inovadoras, caminhos criativos e colocando à disposição dos leitores o resultado de sua vasta investigação sobre os temas abordados. Roberto Pimentel é um benemérito do voleibol e merece o agradecimento e a admiração de todos os desportistas”.

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MANUAL DE ENGENHARIA PEDAGÓGICA

 Foto: 1º Curso de minivôlei no Brasil, SESI-DN, 1974. Local:  SESI Ibura, Recife ( PE).

 

Formação Profissional Continuada

 

Educação Física e Esporte Escolar

 

Missão

Aprender a Ensinar

Professor é a figura central do processo

Visão

Referência em contraponto a métodos ortodoxos

Práticas esportivas; direito ao conhecimento, habilidades, valores para a vida

Objetivo

Pesquisa em Psicologia e Neurociência

Promoção Socioemocional na Aprendizagem Esportiva

Criatividade

Percepção ética quanto ao assunto a ser ministrado

Ser crítico quanto aos métodos de ensino

Para se ter ideias e criatividade são precisas informações

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Manual de Engenharia Pedagógica

 

Norteando professores na construção de um currículo

Grupos de Estudos colhendo experiências regionais

Professores, neurocientistas, psicólogos

Aulas práticas; 300 alunos/4 meses

BlogProcrie

Plataforma para formação profissional continuada, presencial e EaD

 

Tutoria e coorientação teórica e prática

Necessidades metodológicas e didáticas

Residência pedagógica, estágio, ideias criativas

Difusão e compartilhamento

 

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(¹) Arlindo Lopes Corrêa é engenheiro, pós-graduado em economia, com vasto currículo nacional e internacional. Produziu estudos para Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento; Secretário Executivo da Fundação Movimento Brasileiro de Alfabetização – MOBRAL, e depois Presidente, de 1974 a 1981; Membro do Conselho Federal de Educação; Diretor do Sistema Nacional de Radiodifusão Educativa da Fundação ROQUETTE PINTO; Consultor para Educação e Recursos Humanos (OEA); Consultor e Membro em inúmeras participações para a UNESCO em diversos países.

Ideias Maravilhosas em Metodologia

O autor com pequenos atletas em Ronneby, Suécia, no 1º Simpósio Mundial de Mini Voleibol promovido pela Fivb e Fed. Sueca. Foto: acervo Roberto Pimentel.

Travessia de Séculos

— Independentemente da comunidade, cidade ou país em que vivemos, o que esperam de nós os nossos filhos e alunos em matéria de transmissão de conhecimentos?

— Estaríamos preparados para o embate pedagógico que se nos afigura neste século?

Na foto, o autor foi clicado com atletas mirins em Ronneby, Suécia, quando da realização do 1º Simpósio Mundial de Mini Voleibol (jul./1975), em uma promoção da Fivb e a Federação Sueca.

Esporte na Escola – Ensino Esportivo – Asas à Imaginação – Motivação e Interesse – Despertar o Interesse – Arte de Ensinar – Conciliando Educação Física e Esporte – Aulas e Cursos Presenciais.

Percebam o significado e a dimensão do alerta que nos coloca o Professor José Pacheco ao dizer que temos Escolas do séc. XIX, professores no séc. XX, e alunos no séc. XXI.

Em Escolas, entenda-se também Universidades, posto que representam a principal forma utilizada pelas sociedades modernas de transmissão do conhecimento. A História nos diz que a Escola é uma invenção moderna, não faz muito tempo que foi criada, contudo os conhecimentos sobre Tecnologia da Informação e Comunicação, que nos atropelam de forma avassaladora há menos de 50 anos, realmente nos impedem de acompanhá-la passo a passo como fazem os nossos alunos em centros mais avançados de ensino.

—  Qual a melhor atitude, que providências a adotar para uma Educação adequada aos tempos modernos?

— Que escola escolher para nossos filhos?

Permito-me sugerir a leitura do texto de Gustavo Ioschpe (VEJA, 19/2/2014), Como escolhi a escola dos meus filhos. Encontrar a escola certa para os filhos é um desafio para os pais, mas fica mais fácil quando se busca uma instituição que entenda a defenda “a supremacia e a universalidade do saber”. Não deixem de criticar a opinião dele, proposta pelo próprio autor.

Por que esporte na escola?

Alguém acredita que os pais se preocupariam em escolher uma escola em que um dos critérios fosse um bom ensino de Educação Física e Esportes? Acreditem, já tive notícias sobre este fato, i.e., a escola fez a diferença na escolha dos pais por ter um ensino mais qualificado em Educação Física e Esportes. E lembro aos mais novos o pensamento de um dos mais importantes estadistas a respeito da atividade física e sua representação:

Atividade física não é apenas uma das mais importantes chaves para um corpo saudável – ela é a base da atividade intelectual criativa e dinâmica. (John Kennedy)

A partir dessa afirmação, pode-se proceder a alguns desdobramentos sobre a atividade física e o movimento. Creio que chegamos ao cerne da questão, ou seja, aliar educação dos movimentos às atividades dinâmicas, em que se manifestam entre outras, a intelectualidade e criatividade. Simplesmente, os jogos! O que nos leva a concluir sobre as vantagens de trabalhos em grupos.

Ensino esportivo

– Nossas universidades estão preparadas para essa verdadeira revolução no ensino?

– Seria melhor que cada um parasse um instante para examinar com isenção como anda o nosso ensino acadêmico, especialmente em matéria de Métodos e Psicologia Pedagógica.

– Existe um abismo entre teoria e prática, i. e., o que se diz é o que se pratica?

Além disso, sendo um país de dimensões continentais e contrastes sociais, é evidente que nos aproveitemos da ciência e meios modernos que facilitam sobremaneira a execução de ensino à distância, promovendo a instrução para milhões de jovens ávidos por conhecimento e informação nas mais diferentes áreas. Não sou perito, ao contrário, um leigo em TIC. Contudo, atrevo-me a pesquisar sobre Metodologia e Pedagogia na tentativa de descortinar novos métodos e abordagens de ensino, ou seja, Aprender a Ensinar. Como elegi o esporte, e mais precisamente o voleibol, direciono meus parcos conhecimentos nessa direção. Não sem lembrar mais uma vez aos leitores, que os princípios da Psicologia Pedagógica são aplicáveis a qualquer área de ensino, incluso qualquer desporto. A ideia principal NÃO é impingir um novo modelo (ou receita), mas apresentar uma sugestão e discuti-la profundamente com os principais protagonistas: o Professor e a Professora (na escola), ainda que NUNCA tenham praticado determinada modalidade. Na minha proposta, o desenvolvimento do trabalho independe do currículo esportivo do mestre. Isto implica, naturalmente, estudos de caso a caso, mas o mesmo objetivo. Trata-se do início de um novo caminho! 

Trabalho em grupo

Parece ser um bom caminho, já adotado por países com sistemas educacionais mais eficientes, como a Suécia. Trabalhar em grupo acelera o aparecimento de resultados. É uma cultura do consenso que deve ser inculcada desde o ensino básico. Há momentos em que você vence e outros em que você perde. Aprende-se rapidamente que não convém falar mal dos nossos adversários/concorrentes. “Não se deve matar o vizinho porque você pode acabar sozinho, e isto não é bom para a nossa sobrevivência. (VEJA, entrevista Håkan Buskhe, 26/fev./2014)

Dê asas à imaginação

Penso que a inteligência não pode se desenvolver sem conteúdo. Fazer novas ligações depende de saber o suficiente sobre algo em primeiro lugar para ser capaz de pensar em outras coisas para fazer, em outras perguntas a formular que exigem as ligações mais complexas a fim de compreender tudo isso. “Quanto mais ideias uma pessoa já tem à sua disposição, mais novas ideias ocorrem, e mais ela pode coordenar para construir esquemas ainda mais complicados”. (Eleanor Duckworth, The Having of Wonderful Ideas, 1972).

Motivação e interesse, como despertar?

Esta me parece uma excelente indagação para incrementarmos um processo de aprendizagem. O desenvolvimento de uma teoria eficaz do “ponto onde o aprendiz está” e a construção de uma “psicologia do assunto” que seja operável representam desafios formidáveis: “Qual o próximo passo a dar” aparenta ser uma exigência impossível. Para uma aprendizagem eficiente, o aluno deverá estar interessado nos conteúdos a aprender e sentir prazer nesta atividade. Você saberia como fazer para despertar e manter esse interesse?

O que o professor ensina nunca é melhor do que o professor é. Ensinar depende da personalidade do professor – existem tantos métodos bons como existem professores bons. É sabido por todos os maus professores como não interessar o aluno por qualquer atividade física. E o que faz, então, um bom professor para atrair e manter as crianças em qualquer atividade? Será que ensinar é ensinável? Ensinar é uma arte e uma arte é ensinável? Existe algo que se possa denominar de método de ensino?

A arte de ensinar

Trata-se de despertar nos aprendizes a gostar de aprender. Para tal, desde o ensino básico, deve-se respeitar as tentativas de cada aluno, mesmo quando antecipadamente percebamos que estão no caminho errado, pois é fundamental para o desenvolvimento do raciocínio. Mais à frente, quando adultos, terão facilidades em atividades que estimulem continuamente a inovação.

Breve história – Quando aluno no ensino médio (17 anos, 1956), diante de uma questão na prova de Geografia indaguei à professora sobre uma questão que estaria formulada de forma dúbia. Dizia: “O que pensa sobre a construção de Brasília”? Indaguei se ela queria o que ensinou nas aulas, ou cada um poderia manifestar o próprio pensamento? Isto gerou pequena confusão, mas denota o que pretendemos evitar para o futuro de nossos filhos.

Na formação esportiva, onde o ajustamento motor é dominante (ou indispensável), é grande o risco em proceder por adestramento para parecer ganhar tempo ou simplesmente por dificuldade de utilizar outra modalidade de aprendizagem. Tenho adotado algo como a interação, a negociação e a construção conjunta de vivências, que habilitem a criança (e adultos) a aprender a linguagem proposta. Para tal há sempre uma exigência de um elemento de interdependência e a capacidade de fazer descobertas acidentais. Hoje, tenho certeza que caminhei sempre por intuição nesse sentido especialmente quando me recordo das atividades motoras a que era chamado a participar nas brincadeiras de rua, tais como subir em árvores, lançar pedras, nadar e pescar (de mergulho), andar de bicicleta, jogar xadrez, pular carniça e uma gama variada de desportos aprendidos em terrenos baldios. Por isto, quando me iniciei propriamente dito no voleibol aos 18 anos, tive um aprendizado acelerado, derrubando mitos: “Quem não aprendeu antes, não aprende mais”. Todas aquelas vivências se somaram às novas atividades, com independência e descobertas acidentais, pois não foi tão necessário alguém dizer-me o que fazer ou como criar algo. Por exemplo, que melhor exercício existe para aprender a antecipar-se do que o jogo de xadrez, que aprendi a jogar aos 8-9 anos?

Educação física e esporte escolar, como conciliar?

Às vezes é preciso parar e olhar para longe, para podermos enxergar o que está diante de nós. (J. Kennedy)

Desenho 0 Ginásio
Aulas alegres e divertidas em que todos tomam parte. Ilustração: Beto Pimentel.

Em minhas andanças em busca de nova metodologia de ensino e tomando boas notas a partir de observações de professores, elegi e construí um projeto que considero de simples execução e que merece ser perseguido num primeiro instante. Trata-se de conciliar no ambiente escolar as práticas de EF e Esportes, considerando que TODOS os indivíduos devam participar verdadeiramente, e não só os “escolhidos”, como atualmente através das chamadas escolinhas.

– Estariam escolas e docentes preparados para tal façanha, uma mudança aparentemente tão drástica?

Este é o desafio que devemos enfrentar: a QUALIDADE do ENSINO. Considerem que todos nós temos talentos diferentes, mas todos nós gostaríamos de ter iguais oportunidades para desenvolvê-los. Aproveitem o momento e aqueles que apenas olham para o passado ou para o presente irão com certeza perder o futuro. (J. Kennedy)

Aguardo-os TODOS!

 

Aulas e Cursos Presenciais

CursoVoleidePraia1
1º Curso de formação de técnicos de Vôlei de Praia, CBV. Foto: Roberto Pimentel.

Estou empenhado na obtenção de apoio para a execução de Aulas Presenciais pelo Brasil, incluídas aulas em universidades, escolas e até mesmo logradouros públicos. Os interessados em promover e divulgar deverão notificar-me neste espaço. Estarão preservados nome e e-mail.

Treinadores de Vôlei de Praia

Na foto, o Autor (semi-encoberto com a bola na mão, á direita), realiza ensaios com alunos do 1º Curso de Treinadores de Voleibol de Praia, Rio (ago./1998), promovido pela CBV. Participamos e organizamos diversos Cursos no Brasil, sendo o presente caso  implementar o quadro de técnicos de vôlei de praia e capacitá-los para desenvolver trabalhos de iniciação e de treinamento de alto nível. Contou com profissionais experimentados como Célio Cordeiro Filho, Jorge Barros, Letícia Pessoa, Antônio Leão, Roberto Pimentel, entre outros, além de especialistas na área da Formação. O curso teve duração de oito dias em tempo integral na EsEFEx. (História do Voleibol no Brasil, vol. I, Roberto A. Pimentel).

 

 

 

 

Esporte Escolar vs. Esporte Competitivo

Educação Física e Esporte Escolar

Dando prosseguimento às nossas discussões pela web sobre o tema, apresento alguns comentários realizados no CEV a partir de 2010, quando um professor maranhense levantou questão, inicialmente focada no seu estado e posteriormente ampliada em nível nacional. Quero lembrar aos internautas que já postamos neste Procrie dois artigos sobre o assunto: “Desporto Escolar, Existe?” e “Desporto Escolar, Base do Desporto Nacional?” Passemos, então, ao Fórum de debates do CEV. 

 

O Desporto Escolar Deve Ser a Base do Desporto Nacional, por Sandow de Jesus Goiabeira Feques, em 24-11-2010.

Na ultima reunião promovida pelo Ministério do Esporte e COB que estive presente para discutirmos Jogos Escolares, foi apresentado um projeto que daria mais uma responsabilidade à escola brasileira. Ou seja, a escola ficaria responsável pela preparação dos futuros atletas brasileiros.

Comentários

Por Mauro Roberto Guterres Santiago, em 24-11-2010.

É lamentável, escola não tem esse fim e nem deve assumir essa responsabilidade, o esporte rendimento deve ser gerenciado, organizado por outros órgãos já existentes: Ligas, Federações, Confederações, COB, etc. Com as competições escolares acaba que surgem talentos esportivos que devem receber tratamento, ou melhor, treinamento especial, não na escola, mas sim nos locais que promovam especificamente o desenvolvimento do atleta de alto rendimento. A função da escola é complexa e não cabe mais essa missão. O que deve acontecer é maior investimento na formação de atletas com planejamento responsável.

Por Roberto Affonso Pimentel, em 25-11-2010.

Os paraquedistas do incipiente ministério e do comitê brasileiro não têm compromisso ou qualquer responsabilidade com a Educação neste país. Todos ali são movidos por uma única cabeça pensante que ora se inclina para um lado e, em seguida, tomba para outro. Os demais, meros penduricalhos apegados aos seus empregos e mordomias. “Frequentei a sacristia” durante algum tempo, tentei desenvolver projetos e percebia os interesses e as falsas razões para alavancar qualquer “negócio”. Insisti em desenvolver os estudos com a Academia Olímpica, e quedei-me, pois se trata de uma farsa, algo para constar que existe institucionalmente. Basta ver quem se abriga por lá. Na época do Collor presidente foi criada uma Secretaria específica para tratar dos Esportes. Inicialmente usando a imagem do Zico, que não suportou, e em seguida, a do ex-atleta Bernard. Mais à frente, o Pelé no ministério e os problemas gerados na administração do Indesp, só contornados pelo Tubino anos mais tarde. Atualmente o ministro aconselha-se com os seus pares no Rio antes de tomar qualquer decisão. E o ministério da educação, passivo sem qualquer atitude, vai tocando coisa nenhuma, deixando a “banda passar”, debruçado na janela da vida. Quanto à atividade esportiva no Maranhão, reporto-me tão somente a São Luis, pois andei me inteirando a respeito do voleibol escolar e meti-me numa conversa provocada pelo Leopoldo sobre um consenso de ideias e lideranças para tratarem do seu desenvolvimento. Percebi, mesmo à distância, que fazem exatamente o que se faz no país: alguns poucos são selecionados e participam dos jogos estudantis, encarados estes como base esportiva. Isto é, repetem-se, confundindo o ponto de chegada com o ponto de partida. Imagino que não estarei vivo para ver mudanças estruturais de pensamento e atitudes. Mas deixo singelas mensagens no Procrie (www.procrie.com.br) que, se lidas com atenção, poderão influenciar mentes jovens, ainda não corrompidas pela politicagem, ignorância e sede de poder.        

Por Leopoldo Gil Dulcio Vaz, em 26-11-2010.

Reproduzo aqui – no post das boas vindas do Sandow, matéria publicada em jornal local – Jornal Pequeno – pelo jornalista José de Oliveira Ramos, semana passada. Recebi cópia antes de a matéria ir para o jornal; e após a publicação, ontem, pois encontrava-me em Atibaia, participando do ENAREL 2010.

Um secretário técnico para o Esporte

Depois que perdemos o bonde da história – mesmo tendo em casa um dos vices-Presidentes da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e, conforme afirmam alguns puxa-sacos, o homem de maior influência no Brasil – sequer fomos incluídos entre os estados que concorreram ao sorteio para escolha das sedes da Copa do Mundo de 2014. Duvidamos que sejamos lembrados, ainda que seja para entrar como sub-sede. Também não adiantou – e talvez nem tenham sidos lidos ou ouvidos – comentar que somos da terra de Fausto, Canhoteiro, Carneiro, Tião, Iziane.. Parece que sempre disseram mesmo que somos da terra de Alberto Ferreira. E aí, influência não ajuda. Só atrapalha.
Por outro lado, durante o mandato tampão que está acabando de cumprir, a Senhora Governadora teve a infelicidade (ou a falta de experiência ou ainda de conhecimento e assessoramento) de nomear dois jovens neófitos para comandar a então Secretaria de Esporte e Juventude. Esse foi o caso em que a emenda saiu pior que o soneto. E os dois, como se estivessem ensaiando uma cantiga de grilo, ficaram repetindo: “vamos levar maranhenses para os Jogos Olímpicos!” Como, se o Estado nunca teve para si um “Projeto de Estado”? Sempre teve, é verdade, projetos de Governo. Aqueles em que, paternalisticamente, os resultados não criam limo e estão voltados sempre para as próximas eleições. Vide o que aconteceu. Ora para alcançar os Jogos Olímpicos, alguns estados brasileiros estão “investindo” no Esporte há pelo menos dez anos. Nenhum nadador que certamente vai representar o Brasil nos próximos Jogos Olímpicos da Inglaterra em 2012 ou no Brasil, em 2016, tem menos de 10 anos de treinamentos. Nenhum nadador do mundo consegue baixar dez segundos do seu tempo com dois ou até dez meses de treinos. Não é diferente no Atletismo, tampouco no Basquete ou no Voleibol. Assim, o primeiro sinal de completa ignorância no Esporte, é assumir num dia e no outro garantir que “vamos botar alguém nos Jogos Olímpicos”. É perder uma oportunidade de ficar calado.
Dito isso, daqui deste espaço que provavelmente não chegue à leitura da Senhora Governadora – mas resolvemos incluir algumas citações azedas por ter certeza que alguns puxa-sacos levarão até ela, e isso nos dá a esperança dessa leitura – somos pretensiosos a ponto de querer contribuir: desenvolva para o Estado do Maranhão um “Projeto de Estado” e entregue o comando da pasta para um técnico. Melhor ainda, não lhe cobre resultados imediatos, nem cometa a bobagem infantilizada de querer atletas maranhenses nos Jogos Olímpicos, já. Veja o que pode ser feito de imediato – e sem o tão prejudicial paternalismo – com Frederico Veloso de Castro, com Felipe Costa da Cunha, com Eduardo Spotti Gonçalves, com Vinícius Macedo e com Lorena Marques Pinheiro, todos os atletas da Natação que estão brigando, treinando e subindo ao pódio com a bandeira maranhense há mais de dez anos. Esses sim estão a caminho dos Jogos Olímpicos. Se não da Inglaterra, mas com certeza do Brasil. Infelizmente, o Governo do Maranhão nunca fez nada por eles, a não ser incluí-los num Projeto cujo respaldo não compra uma semana de Gatorade. Militando no Esporte maranhense há mais de 20 anos ao lado do incansável Alfredo Meneses, seria ridículo não conhecer nomes de técnicos que podem ajudar a levar à frente um Projeto de Estado para o Esporte: (omito os nomes indicados pelo ilustre jornalista, por questão de ética)

Por Danielle Nava Alves da Silva Rocha, em 28-11-2010.

Caro amigo Sandow e demais profissionais de educação física, é muito triste vermos o órgão “maior” do nosso país, responsável legal pelo esporte brasileiro, delegar às escolas mais uma função. Escola é local de formação e educação de crianças e jovens; o esporte é um dos conteúdos aplicados nas aulas de educação física, isto quando a mesma tem estrutura física. O professor de Ed. Física consegue detectar quando um aluno tem mais habilidade que a média da turma, no entanto, não é objetivo do referido componente curricular formar atleta de rendimento. A escola já assumiu uma função social que tempos atrás era da família, o que é muito amplo e de muita responsabilidade. O esporte rendimento no Brasil, através dos órgãos competentes, tem que investir muito, e, tem orçamento para isso. Para a partir desse ponto realizar um verdadeiro planejamento esportivo, para formar e preparar atletas a médio e  longo prazo. Outro absurdo, aí concordo com prof. Leopoldo, como é que querem descobrir ou formar atletas para 2016! Isso não existe! Isso deveria ter começado há pelo menos dez anos.  

Por Roberto Affonso Pimentel, em 29-11-2010.

No dizer do Professor Sandow quando estabeleceu este debate, não está contida a afirmação de que o Ministério e o seu conselheiro favorito, o COB, “decidiram” alguma coisa, mas que apresentaram um projeto a ser discutido. Aliás, como o Professor Sandow lá esteve, gostaríamos todos de ler e analisar as propostas, além de conhecer os comentários a respeito. No Procrie – www.procrie.com.br – estou colocando textos e comentários a respeito das oportunidades sobre os próximos eventos internacionais no Brasil, o Mundial de futebol e as Olimpíadas. O primeiro deles, “Fator Olímpico”. A seguir, talvez dois ou três sobre a rubrica “Desporto Escola. Existe?”, muito interessante e oportuno que o colega Sandow aqui colocou. Terão a oportunidade de avaliar o valor da História e como certos dirigentes “pensam curto”, apesar de muitos acertos em suas participações gerenciais. É o caso do C. A. Nuzman e de outros que estudaram no Mallet Soares, em Copacabana, Rio. Por sinal, o educandário está a comemorar seus 85 anos de bons serviços à comunidade da Zona Sul.

Por Sandow de Jesus Goiabeira Feques, em 05-04-2012.

Voltando ao debate sobre Jogos Escolares. Todas as vezes que estive representando o Estado do Maranhão nas reuniões do ME, questionei muito a maneira como esse ministério trata o Desporto Escolar. Na verdade o governo brasileiro não tem uma direção segura de suas ações nesse campo de conhecimento. Solicitei por diversas vezes que era necessário uma grande discussão sobre o assunto para esclarecer muita coisa. Para o ME e COB a escola é o local da iniciação desportiva que servirá de base para o desporto de rendimento, ou seja, a escola assumiria mais uma tarefa difícil. Hoje, as olimpíadas escolares garante às escolas campeãs dos jogos escolares estaduais a participação na etapa nacional. Penso eu que mais uma vez estamos tentando ser o que ainda não temos condições de ser: uma potência olímpica. A escola até poderia ser um componente importante no processo de desenvolvimento do desporto brasileiro, desde que realmente tenhamos uma política séria para o desporto brasileiro.

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 Por Roberto Affonso Pimentel, em 9.4.2012 – Somente neste Procrie.

Ocorreu-me hoje lembrar a influência da família Sarney no Maranhão. Podem os professores do estado pensar seriamente em Educação com um governo desses?