Assegure o Interesse

Interesse e recompensa

“A aprendizagem deve ser ativa. Mas o aprendiz não agirá se não tiver motivos para agir. Tem de ser induzido a agir através de estímulos, por exemplo, através da esperança de obter alguma recompensa. O interesse pelo conteúdo da aprendizagem devia ser o melhor estímulo para a aprendizagem e o prazer da intensiva atividade mental devia ser a melhor recompensa para tal atividade. Porém, quando não podemos obter o melhor, devemos tentar obter o segundo melhor, ou o terceiro, razão pela qual não devemos esquecer motivos da aprendizagem menos intrínsecos. Para uma aprendizagem eficiente, o aprendiz deverá estar interessado nos conteúdos, a aprender e sentir prazer nesta atividade”. (D. Wood)

Estímulo, prazer, atividade mental

Retornemos à equipe adulta de voleibol do América. Colocado um problema para o grupo, aguardei por certo tempo seu desenrolar para a seguir transmitir ensinamentos. O exercício, muito simples, consistia em ultrapassar saltando uma corda elástica disposta em ziguezague, a uma altura de 1m do solo e uma extensão de aproximadamente 6m. Deveriam realizar todo o percurso, sem pausa, de uma só vez. Deixei-os à vontade com a novidade e reagiram conforme o esperado: uma sucessão de erros, tropeços, pausas e troças; houve até quem desistisse com uma ou duas tentativas. Depois de repetidas tentativas o estado de espírito não se modificou. Foi quando interferi em socorro. Inicialmente, fiz ver que ninguém conseguiu realizar o percurso segundo a regra – sem pausa. Segundo, não deveria haver motivo para troças, ao contrário, para quem se propôs compor um time, uma equipe, TODOS deveriam se ajudar mutuamente para o bem comum, um cada vez melhor desempenho do conjunto. Por isso, não se admitiria em qualquer tempo palavras ou gestos tão negativos. Propõem-se atitudes positivas, construtivas, de incentivo ao desempenho de qualquer companheiro em quaisquer circunstâncias. Finalmente: “Acredito que vocês todos, se assim o desejarem, são capazes não só de fazer o percurso integral de ida, como de ida e volta; só precisam internar o objetivo, conscientizar-se de que é capaz e, se possível, contar com o incentivo dos colegas”. O cenário teve mudança brutal. Lutavam para serem os próximos na fila que se criou para reiniciar a prova que, agora, transformou-se em luta interna, isto é, eles contra eles mesmos. Quem será capaz? Quero me provar, sou capaz! Acrescentem-se as palavras e gritos de ordem dos onze outros colegas. Nunca mais precisei lembrar-lhes sobre o significado do que seja incentivo. E vocês me perguntarão: “Teriam conseguido o feito de ir e vir, sem paradas”? Não foi no primeiro dia, mas até que o último deles conseguisse não demorou muito. Beneficiaram-se muito do que aquelas simples conquistas representavam e passaram a interpretar com outro olhar qualquer obstáculo – desportivo ou de vida – que, para ser conquistado ou ultrapassado, basta aplicação e perseverança. E que temos talentos para tal. Passei a ter mais cuidado com as exigências nos exercícios para conter excessos, tal o empenho do grupo.

Crise e oportunidade

A esse respeito, ficou famoso no mundo corporativo o conceito chinês em que “crise” e “oportunidade” são representados pelo mesmo ideograma. Em outras palavras, cada problema representa também uma oportunidade; cada tentativa realizada que retorna numa resposta satisfatória representa um reforço positivo para o indivíduo.

Aprender a ensinar

“Dê-lhes não só a informação, mas também saber, formas de raciocínio e hábitos de trabalho com método”. (Pólya)

Em determinada época, não sei se em 1981, as Escolas de Educação Física foram liberadas dos testes de aptidão motora por ocasião dos exames vestibulares. Isto me foi dito por um professor universitário que, horrorizado, desabafou: “Como posso agora ensinar um acadêmico a executar um toque na bola (de voleibol), se o mesmo nem segurá-la consegue?” Poderia ter-lhe replicado: “Como procederia com uma criança, ou um grupo considerável delas”?

Desafios

Esta me parece uma excelente indagação para incrementarmos um processo de aprendizagem. O desenvolvimento de uma teoria eficaz do “ponto onde o aprendiz está” e a construção de uma “psicologia do assunto” que seja operável representam desafios formidáveis. Especialmente quando se está trabalhando com uma classe grande: “Qual o próximo passo a dar” aparenta ser uma exigência impossível. Você saberia?

Educar para a Vida

Encontro com universitários

Certa feita recebi em minha residência um grupo de acadêmicos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Tinham a missão curricular de entrevistar-me a respeito do meu trabalho relativo à Iniciação/Formação ao voleibol. Eram em número de seis, sendo cinco moças. Trouxeram uma planilha em que já constavam as questões a serem formuladas e, com certeza, posteriormente fariam uma análise resumida do pensamento do entrevistado. Após minha apresentação curricular rápida, coloquei-me à disposição. Seguiu-se, então, uma conversa bastante interessante, uma vez que além de satisfazer às indagações, sempre lhes cobrava algum raciocínio, ora através de uma sentença não concluída, ora com uma outra pergunta do tipo: “Neste caso, como acham que deveria proceder? Por que acham que este seria o melhor caminho”?

Enquanto isso observava a participação de cada um deles. Notei que uma das moças se mantinha alheia e silenciosa a tudo. Indaguei-lhe em certo momento: E você, ainda não me perguntou nada e não emitiu qualquer comentário? Disse-me ela, em tom quase áspero: “Estou aqui obrigada, nunca gostei de voleibol”! E mais não disse. Retornei aos demais e respeitei sua colocação. Não me cabia considerar ou influir no seu pensamento.

Satisfeitas as considerações impostas pelo questionário, ofereci-lhes pequeno lanche e, divaguei sobre minhas ideias, projetos e experiências com crianças. De forma espontânea, tenho certeza de que me emociono, reconheço o embargo na voz e, dizem-me, meus olhos brilham intensamente todas as vezes que discorro sobre o ensino/aprendizagem. Possivelmente este fato contagiou a todos, porém a surpresa geral foi a aluna desinteressada. Após minha fala, pouco antes de encerrar a visita, pediu a palavra e falou com todas as letras: “Professor, disse-lhe antes que não gosto de voleibol; agora, após sua explanação tão entusiasta, passei a ver de outra forma. Acho que vou me esforçar para aprender”. Minha surpresa foi substituída por um sentimento de dever cumprido, isto é, ganhei mais do que dei.

Mas a história não acabou ali. Duas semanas após, compareci à mesma Universidade para realizar uma aula demonstração do método. Era uma turma grande, rapazes e moças muito animados. Tudo transcorreu conforme o planejado, exceto por um detalhe. Ao final da apresentação, fui novamente surpreendido pela moça (ex)desinteressada que, esbaforida, confessou-me alegremente: “Professor, adorei a aula, foi a primeira vez que joguei vôlei e nunca me diverti tanto”!

Aulas na UERJ. Em 1981 foi a vez da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Convidado pelo titular da cadeira de voleibol, Professor Paulo E. H. Matta, proferi aulas (12h) no Curso de Técnica sobre o ensino para crianças. O objetivo de minha ida foi servir de contraponto ao ensino estabelecido e, dessa forma, suscitar o pensamento crítico dos professores. Recordo-me que em minha apresentação afirmei: “Se conseguir que pelo menos um de vocês tenha dúvida quanto à metodologia a empregar em suas próximas aulas terei recompensada minha vinda a esta Universidade”.

Infelizmente, não tive o concurso do equipamento que sempre me acompanha nesses eventos. Improvisei a única aula prática no último dia de aula, tendo conseguido dosar com eficácia teoria e prática com rara felicidade. O efeito não se fez esperar. Após o encerramento fui abordado por uma das professoras que, de forma objetiva, colocou: “Professor, disse no primeiro dia que mexeria na nossa cabeça; com certeza já não sei como realizarei minha aula amanhã na escola”! Senti uma sensação de dever cumprido e recompensado.

Prática em clube. Veja esta outra experiência com a equipe América (adultos). Em dado momento criei um exercício complexo que envolvia os 12 jogadores simultaneamente. Consistia na circulação da bola pelas duas quadras simulando as fases mais simples do jogo (exceto o saque): recepção, levantamento, ataque, bloqueio e defesa. A bola passava de mão em mão e, após a respectiva ação, o protagonista dirigia-se na direção em que a bola foi passada, deslocava-se e ocupava temporariamente a nova posição, e assim sucessivamente. Iniciamos a tarefa simplesmente com a bola lançada (e segura), até que todos memorizassem as ações combinadas; a seguir, com a bola no ar. O exercício foi repetido em quatro ocasiões (2 semanas), inclusive como forma de entrada em calor e despertar da atenção. Na quinta apresentação, inesperadamente durante a sua execução, solicitei que invertessem o sentido do percurso da bola sem qualquer instrução minha. Após breve intervalo para diálogo, logo recomeçaram a prática com total eficiência. Em outro treino, também de surpresa, introduzimos uma segunda e, depois terceira bola, tudo absorvido de forma extremamente natural, apesar da intensidade imprimida. Para todos tornou-se uma experiência gratificante que muito contribuiu para a aprendizagem, refletida nos semblantes e no prazer de estar ali em coletividade, experimentando intensa atividade mental. Alguns declararam que não se achavam competentes para realizar a tarefa, mas com o incentivo dos colegas conseguiram e, por isso, experimentaram um sentido de realização própria: “Se consegui isto, posso conseguir muito mais”! Como foi bom para mim contribuir silenciosamente para o crescimento daqueles rapazes.

Empenho e Sucesso

Empenho e sucesso

Aproveite o primeiro caso favorável que aparecer para por em prática a decisão tomada e procure atender a toda aspiração emocional que surja em você no sentido daqueles hábitos que você quer adquirir. As decisões e empenhos deixam no cérebro certo vestígio não quando surgem, mas no momento em que produzem alguns efeitos motores. O empenho de agir lança raízes em nós com tanto mais intensidade quanto mais frequente e continuamente nós repetimos de fato as ações e quanto mais cresce a capacidade do cérebro para suscitá-las”. (D. Wood)

Empenho. Sempre considerei inadmissível a falta de empenho nos treinos. A partir do momento que me predispus a treinar atletas de Vôlei de Praia deixei bem claro para os mesmos – eram em número de seis – que não toleraria atrasos, faltas e empenho. Esta última particularidade considero também responsabilidade do próprio treinador, que dita e imprime a dinâmica das aulas. Utilizei sempre dois recursos pedagógicos. Primeiro, o incentivo de todos em prol de determinado colega na ação. Segundo, minha própria exigência, reavaliando constantemente os limites de cada indivíduo e buscando sempre sua superação. Assim, alguns ensaios colocados em tempos certos, contribuíam para mantê-los atentos para tais desafios. Por exemplo, iniciamos com o lançamento da bola próxima à rede à determinada distância do atleta. Sua tarefa, tocar a bola como pudesse de modo que ela retornasse à sua própria quadra. A posição inicial era junto à rede e da antena. Quando dos lançamentos, procurava ocultar-me, localizando-me atrás dele, a 2m-3m de distância; e ainda, para que não desse a partida para a corrida antes do arremesso, tinham instruções de realizar um salto de bloqueio. Antes de sua queda, ainda no alto, arremessava a bola. Inicialmente, a 5m-6m para todos, com altura aferida de modo que tivessem sucesso e se preocupassem tão somente com a memorização do exercício. A cada duas sessões era incrementada uma nova distância e, em 2-3 semanas conseguiram – TODOS –, tocar a bola no limite considerado ótimo de 9m, isto é, de antena à antena. Contudo, isto não bastava, uma vez que a segunda condição imposta determinava que a bola tocada retornasse à própria quadra. Para tanto, mantivemos os ensaios diários, acrescido de novos elementos e exigência: deveriam deslocar-se tanto à direita, como à esquerda, considerando ainda os toques com uma das mãos, esquerda ou direita, respectivamente. Concluindo, observamos que o comportamento técnico dos atletas experimentou melhoria considerável, a ponto de não mais ocorrer a denominada “bola perdida” (de impossível recuperação) do jargão voleibolístico.

Olhando com olhos de ver. Numa manhã ensolarada observava atento o treinamento de uma dupla na praia. O treinador, diante do treinando arremessava a bola alta atrás do mesmo e aguardava sua recuperação com devolução por manchete; e assim sucessivamente. Ocorre que o atleta, sabedor que a bola seria lançada sempre à mesma altura e no mesmo espaço, adquiria um postura inicial de lateralidade que o facilitava no deslocamento para trás. E assim, um parecia estar a enganar o outro. Parecia a mim um “faz de conta que estou ensinando e, o outro, aprendendo”. Ocorre que, logo a seguir a este exercício, os atletas iniciaram um coletivo. A certa altura, estando na posição de expectativa para defesa, aquele atleta foi surpreendido com um lançamento da bola alta, nas suas costas. Qual foi sua reação? Quem apostou que ficou parado acertou.

Ainda sobre princípios do ensino. Este e outros fatos aguçaram minha curiosidade em como deveria ensinar alguém a reagir eficazmente diante de lances inesperados (até certo ponto). Por isso também estou aqui a ocupá-lo com esta leitura. Juntar a teoria com a prática num projeto que minha experiência como jogador, professor e técnico pode vir a ter valia para jovens educadores.

O professor deve conhecer estas formas de aprendizagem. Deve evitar as formas ineficazes e aproveitar as formas eficazes. Deste modo, pode dar bom uso aos três princípios que analisamos nos últimos textos. Tais princípios da aprendizagem são também princípios do ensino. Existe, contudo, uma condição: para tirar proveito de um determinado princípio o professor não deve apenas conhecê-lo por ouvir dizer. Deve entendê-lo intimamente, com base na sua importante experiência pessoal. (Pólya)

Caminhos da Praia

Vôlei na Praia

O Circuito Banco do Brasil de Vôlei de Praia, disputado desde 1992, espalha seus frutos pelo mundo. A prova de que ele é hoje o maior circuito de todos são as últimas conquistas das duplas brasileiras no exterior. O resultado foi um grande sucesso que permanece até hoje. Com esse apoio o talento dos atletas brasileiros ficou mais evidente. E os resultados não demoraram a aparecer. Sucesso de público, criação de ídolos, as torcidas organizadas, tudo isso contribuindo para que mais e mais jovens desejem participar de alguma forma desse grande “circo” do vôlei de praia. A CBV vem realizando  estudos  para incentivar o aprendizado do voleibol, preparando uma nova geração de talentos.

Técnico de Vôlei de Praia.  A partir dessas perspectivas, a CBV inovou, também, ao realizar o 1° Curso para Técnicos de Vôlei de Praia – Iniciação e Alto Nível – na Escola de Educação Física do Exército, no Rio, no período de 28/8 a 4/9/98, para cerca de 60 alunos e professores. A partir de agora, nos próximos Circuitos, será permitida a presença do técnico junto aos atletas durante todo o transcorrer da competição. É outra novidade a ser implantada e levada posteriormente à FIVB. Com isto, reforça-se a imagem da figura do técnico, ao tempo em que se valoriza a sua atuação profissional. É um novo mercado, regulamentado e assistido.

Histórico. Os primeiros passos foram dados em 91, quando o autor programou o 1° Curso de Mini vôlei em praias de Fortaleza, Recife, João Pessoa e Niterói – ao todo, 1.200 alunos. Já agora, a orla do Rio de Janeiro tem cerca de 300 crianças regularmente aprendendo e descobrindo os segredos desse esporte espetacular.

Projeto do 1º Curso de Mini Voleibol em Praias no Brasil

Objetivo. Continuar atraindo mais crianças a este amplo e prazeroso mundo do vôlei. Através de profissionais especializados da área de Educação Física acompanhar as crianças desde sua iniciação até o aprimoramento de suas técnicas. Além disso, prestar serviços em obras filantrópicas, tal como as realizadas com alunos excepcionais da APAE-Niterói há vários anos. O Programa a ser desenvolvido prevê atuações em diversas escolas através de convênios, inclusive com material específico para a prática do minivôlei.

Características

1. Expectativa de Público

Transitam diariamente pelos calçadões das praias de Icaraí considerável número de pessoas:

Assistência direta 400 pessoas
Horário de lazer 600 pessoas
Horário de rush 12.000 pessoas
Total de público 13.000 pessoas

2. Período: 6 ou 12 meses, renováveis – Aulas: 4as e  6as feiras Horário: 17h às 18h; 18h às 19h; 19h às 20h

3. Local: Praia de Icaraí – entre as ruas Belizário Augusto e Oswaldo Cruz – área provida de refletores.

4. Área: Aproximadamente de 108m x 70m, equivalente ao campo do Maracanã.

5. Faixa Etária: Crianças dos 8 aos 13 anos.

6. Apoio: Prefeitura de Niterói.

7. Coordenação: Prof. Roberto A. Pimentel.

8. Espaço Publicitário: Placas promocionais – 2m x 0,80m e painel 2m x 3m, removíveis; Camisetas… 350

9.Convênios & Parcerias: Colégios públicos e entidades promotoras de ações sociais; Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE

10. Custo: Processos normais de propaganda em eventos, com objetivo primordial de exclusividade. Poderá ser subdividido em cotas proporcionais no caso de copatrocínio.

Obs.: descortina-se amplo campo de atuação dentro de colégios conveniados com o Programa

Justificativa & Atribuições

1. Descrição

Nome: Mini vôlei

Apoio: Prefeitura Municipal de Niterói

Patrocínio: (a definir)

Coordenação: Prof. Roberto A. Pimentel

Objetivos: Promover o aprendizado e incentivar a prática esportiva; Divulgar novas técnicas de ensino do vôlei

Estratégia: Ensino dos principais fundamentos e de tática elementar; Vivenciar o voleibol; Enriquecimento por multiplicação de soluções; Estímulo à obtenção de recordes pessoais.

Período:                                        Início                término

Local:  Praia de Icaraí                   ……                    …….

Horário:                                   4ªe 6ª, das 17h às 20h

Clientela:           300 crianças, de ambos os sexos, de 8 a 13 anos

2. Organização e Definição de Atribuições

Coordenador Geral: Planejar o projeto; Administração contábil e financeira; Programar as atividades; Garantir a interação e montagem entre os setores; Compor a equipe de trabalho; Estabelecer contrato com o(s) patrocinador(es); Estabelecer contato com Prefeitura; Convênios com Universidades; Produção de “memória” em vídeo.

Administração: Providenciar local para a execução do evento; Dar ou obter a devida autorização oficial; Providenciar a respectiva iluminação do local; Promover o evento junto à mídia, autoridades e público; Providenciar a segurança no momento das aulas; Solicitar acompanhamento médico (primeiros socorros).

Serviços: Montar e desmontar os equipamentos no local do evento; Garantia do local  pronto ½ hora antes do início da 1ª aula; Cuidar pela conservação e guarda de todo equipamento; Permanecer junto ao local durante todo o período de aulas; Atender às solicitações da Administração e Coordenação;

Coordenação Técnica: Elaborar o planejamento técnico geral e os planos de aula; Instruir supervisor e professores sobre o planejamento; Relacionar os recursos materiais necessários; Acompanhar a aplicação do Projeto;  Apoio na obtenção de parceiros comerciais (patrocinador); Avaliar e reciclar os professores e estagiários; Acompanhar a montagem do apoio administrativo; Organizar torneios de exibição periodicamente.

Professores: Ministrar o plano de aula de acordo com o planejamento; Organizar as atividades dos alunos, da chegada à saída; Verificar a apresentação dos alunos; Zelar por todo o material de aula disponível;

Assessoria de comunicação: Supervisão Técnica; Garantir a aplicação do planejamento de aulas.

3. Estrutura

Pessoal: 1 Coordenador (professor) – 10 Estagiários – 4 Auxiliares

Material: 40 bolas de voleibol – 40 bolas de tênis – 10 bolas de medicine-ball  – 10 mini rede, marcação etc. – 10 aros ginásticos – 2 cordas elásticas – 14 puçás – 10 petecas – 1 biruta – 6 sacos (guarda de material) – 1 bomba – 5 sacos de bola

Festival de Minivôlei. O Festival de Minivôlei destina-se a crianças de ambos os sexos, matriculadas regularmente no Curso. O objetivo desse Festival é incentivar o contato social e fomentar o desejo da prática esportiva ao ar livre. Apresenta-se, também, como oportunidade de divulgação de novas técnicas de ensino. A previsão é de uma clientela de 300 crianças, distribuídas por sexo e faixas etárias, em horários distintos, assim constituídas:

Masc.              10-11 anos                   24 crianças

12-13 anos                   24 crianças

Fem.                10-11 anos                   24 crianças

12-13 anos                  24 crianças

Nota: crianças de 9 anos terão torneio especial.

Datas previstas para a realização do Festival…….. (enumerá-las).

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Dicas Pedagógicas

A ideia inicial de elaborar este ensaio recaiu após minha leitura do trabalho de alguns estudantes portugueses sobre George Pólya. Ele nos leva a pensar no significado de seus conceitos e nos convida a ilustrá-los concretamente com base na nossa própria história. Como você neste momento também participa desta conversa, aguardarei sua opinião e assim incrementar novas ideias e conhecimentos ao nosso trabalho.

 

Educar é contar histórias?

Nas páginas que se seguem realizo uma digressão pedagógica aplicável a qualquer desporto, especialmente o voleibol, minha praia. Para os que julgarem pertinente, sirva este diálogo com Pólya (e outros) de transposição para um ensino mais eficiente, original e criativo. Assim, considerem minhas histórias apenas e acerca da minha experiência e opinião. Estarei aguardando suas considerações.

George Pólya (1887-1985) foi um matemático húngaro. Não é sempre que um grande matemático se interessa pelos currículos e pelos métodos de ensino da matemática no ensino secundário. A esse respeito, Pólya é quase uma exceção. Daí o interesse das traduções de dois célebres textos sobre o ensino da matemática: How to solve it (1945) – nos diz como resolver problemas de todos os tipos, mesmo os que não são de matemática – e o capítulo XIV do livro Mathematical Discovery (1962-64). As traduções foram realizadas por Elisa Mosquito, Ricardo Incácio, Teresa Ferreira e Sara Cravo. A revisão, por Olga Pombo. Peço permissão aos pesquisadores portugueses que me proporcionaram conhecer um pouco do pensamento de Pólya através da Internet para estabelecer um pretenso diálogo construtivo com os professores brasileiros a respeito do ensino do desporto em geral e a prática escolar. Àqueles que me honram com a sua leitura, minhas desculpas por estar falando na primeira pessoa, a intenção é relatar experiências e, em contrapartida, ouvir o que têm a me contar.

Princípios de Aprendizagem. “Ensinar é um processo que tem inúmeros pequenos truques. Cada bom professor tem os seus estratagemas preferidos e cada bom professor é diferente de qualquer outro professor”. (Pólya)

Aprendizagem ativa. “A aprendizagem deve ser ativa, não meramente passiva ou receptiva. Dificilmente se consegue aprender alguma coisa, e certamente não se  consegue aprender muito, simplesmente por ler livros, ouvir palestras ou assistir a filmes, sem adicionar nenhuma ação intelectual”. (Pólya)

A aprendizagem em Educação Física ou mesmo desportiva já contribui na essência para uma atuação do docente mais profícua do que em outras matérias. Mas muitos teimam em não tirar proveito deste fato concreto. Em 1974, em companhia de vários outros colegas, realizei um curso de Formação/Iniciação para dezenas de crianças durante 30 dias cabendo-me o voleibol. Paralelamente, outras modalidades desportivas também foram desenvolvidas. Foi a oportunidade que tive para ser pioneiro no Brasil com aulas regulares e metodologia específica para o mini voleibol. Além das crianças, vários professores e acadêmicos de Educação Física se inscreveram para um curso de monitoria, pois os melhores seriam contratados para dar continuidade às aulas. No voleibol havia um número próximo de oito indivíduos. As aulas práticas com crianças transcorriam sempre pela manhã e, a seguir, as aulas teóricas com os professores em classe. Sabia de antemão, que além do interesse que nutriam pelo cargo, alguns tinham interesse não imediatos, isto é, simplesmente lhes interessava o certificado que lhes seria outorgado, contribuindo para a construção do respectivo currículo numa possível concorrência futura. Como, então, despertar naqueles indivíduos o interesse pelo que estaria a lhes transmitir? Considere-se ainda que muitos trabalhavam em outros locais e conseguiram acomodar seus horários com o curso. Na apresentação, coloquei uma questão para que a maioria resolvesse: “Gostariam de um curso convencional, com transmissão verbal e apostilada dos conteúdos ou, ao contrário, uma participação ativa – pensada e construtiva”? A resposta foi um SIM à segunda demanda. Com isto, pusemo-nos a trabalhar, tanto na prática, quanto na construção da metodologia a empregar, pois era assunto inédito para TODOS, inclusive para mim. Todavia, para mantê-los atentos e comprometidos, decidimos que, após cada aula levariam para suas moradias ou trabalho algumas poucas questões formuladas em classe para que trouxessem respondidas ou pensadas na aula seguinte.

Aprendendo a pensar. Em suma, é bem possível que minha contribuição para eles foi mais por ensinar a pensar e não tanto pelas informações relativas ao aprendizado do voleibol em si. Dessa forma, sobrevivemos todos, numa bela amizade e estou certo de ter cumprido com alguma eficiência a proposta da instituição que me contratou. Detalhe: no ano seguinte a instituição enviou-me ao 1º Simpósio Mundial de Mini Voleibol patrocinado pela FIVB, na Suécia. Na oportunidade, realizei palestra sobre o emprego do jogo de PETECA como derivativo para o aprendizado do voleibol. Era uma experiência que vinha realizando com crianças e adultos na praia de Icaraí, em Niterói.

As nossas descobertas. “Uma outra opinião frequentemente expressa (e minuciosamente descrita): a melhor forma de aprender alguma coisa é descobri-la por si próprio. Lichtenberg (físico alemão do séc. XVIII, mais conhecido como escritor de aforismos) acrescenta um aspecto importante: aquilo que se é obrigado a descobrir por si próprio deixa um caminho na mente que se pode percorrer novamente sempre que se tiver necessidade”. (Pólya)

Aos 16-17 anos, ainda cursando o ginásio, lancei um desafio para mim mesmo: deveria lançar a bola de basquete de uma cesta à outra. Meus conhecimentos desse esporte eram rudimentares, pois apenas competira na categoria infantil por um clube da cidade durante no máximo 2 anos. Na escola, apenas praticava nas esparsas aulas de educação física, sem qualquer orientação: o professor distribuía as bolas para a prática de futebol e basquete, e quem não quisesse, simplesmente estava dispensado da aula. Assim, como criara o objetivo, pus-me a pensar como poderia fazê-lo. E, incrível, consegui! Imagino que a cada tentativa alguns obstáculos eram superados e novas conquistas a alcançar. O caminho que estava traçado foi percorrido com os meus próprios passos. Acredito que, principalmente em se tratando de crianças, o caminho da ludicidade seja o mais natural e confortável para um profícuo aprendizado. Considere-se que através das brincadeiras são possíveis avanços consideráveis em qualquer atividade. Por exemplo, em 1981 fui treinador da equipe de voleibol principal masculina do América F. C., do Rio de Janeiro. Sempre que possível transformava os treinos numa alegria só, inclusive atraindo olhares de jovens e outros associados que se encantavam com a algazarra e diabruras dos grandalhões. A intensidade dos treinos teve que ser comedida, dada a total entrega dos rapazes. E mais, o comportamento social e técnico do grupo atingiu níveis espetaculares a tempo de serem contemplados com elogios dos próprios adversários – técnicos e atletas.

Caminhos pedagógicos. “Exagerando um pouco, pode-se dizer que a atual pedagogia gira em torno de como conseguir que o papel do professor se aproxime o mais possível de zero de modo que, em vez de desempenhar o papel de motor e elemento da engrenagem pedagógica tudo passe a se basear em seu papel de organizador do meio social”. (David Wood)

Uma aula sem o professor. Ocorreu também em 1981, com a equipe de voleibol do América. Treinávamos três vezes por semana e, nesta época, tinha a companhia de um amigo, também professor, que se atualizava acompanhando-me nos treinos e jogos. Aconteceu que não poderia comparecer ao treino de um sábado. Combinei com todo o grupo o que deveriam realizar e despedi-me, confiante de que tudo aconteceria como planejado. Diga-se de passagem, para os cariocas os sábados e domingos são consagrados à praia. Na semana seguinte, ouvi o relato do meu amigo que, não acreditando que se realizaria o treino sem a minha presença, esteve no clube: “Queria ver, pois não acreditava que fossem comparecer. E, inacreditável! Não só estavam todos lá, como o treino transcorreu em alto nível e de maneira intensa”.

Experiências e Recompensas

Experiências de Internautas. Solução de Problemas 

Registro de experiências minhas e de internautas em suas comunidades. Participe, diga-me o que está realizando ou pensa fazer a respeito. Quer uma ajudinha?

Muitas lembranças ressoam ainda em minha mente, são momentos belos e inesquecíveis. Prometo reavivá-los neste espaço sem a preocupação cronológica. Gosto de escrever quando me brotam estas lembranças e elas não me avisam quando vêm, chegam de surpresa. Parece que o tempo brinca comigo, jogando-me de um lado ao outro. Nestes momentos, sou um mero intérprete de sua vontade! 

Comentários. Os maiores de todos, sem dúvida, advêm dos sorrisos e expressões das crianças com quem tive contato em aulas. Reproduzo alguns deles para que futuramente você mesmo possa ouvi-lo de viva-voz de seus alunos. Tenha um pouco de paciência com meu sentimentalismo:

– “As aulas de educação física tinham que ser sempre assim!” Niterói, RJ

– “Quer vir ser nosso professor de educação física?” Florianópolis, SC

– “Nunca tinha jogado e hoje consegui pela primeira vez.” Uma professora, Rio de Janeiro, RJ

– “Depois do que vi, não sei como dar minha aula amanhã!” Uma professora, Rio de Janeiro, RJ

– “É incrível! Você consegue prever as reações das crianças.” Um professor, Niterói, RJ

– “Você se difere porque dá aula com muito amor.” Diretor da UERJ, Rio de Janeiro, RJ

– “Minha filha mudou completamente, não falava. Agora é outra!” Uma mãe, Niterói, RJ

– “A melhor coisa de Niterói é a vista do Rio; a segunda, este projeto (na praia para 300 crianças).” (de um paulista) Niterói, RJ

Dedicatória. A professora Nilce, que frequentou um Curso de Atualização que realizei para professores do Ensino Fundamental da Secretaria de Educação do Rio de Janeiro obsequiou-me com o livro “Multieducação, Núcleo Curricular Básico” editado pela Secretaria que muito me enriqueceu. Destaco sua impressão que fez consignar na obra: “Mestre Roberto Pimentel,  Tenho certeza que ao ler esta proposta pedagógica, além da identificação com o seu trabalho, o Senhor terá condições de avaliar o quanto o minivôlei irá contribuir na construção do conhecimento de nossas crianças. Sua aluna Nilce, 17.05.98.”

Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. No início da década de 90 apresentei um Projeto à Secretaria de Educação do Rio de Janeiro. Tratava-se de incluir na grade escolar o Minivoleibol com aproveitamento de suas instalações e pessoal praticamente com custos irrisórios. O universo escolar regulava em torno de 600 mil alunos. A introdução se realizaria a pouco e pouco, de acordo com as necessidades da Secretaria. Cursos seriam ministrados aos professores que optassem pelo emprego da modalidade nas respectivas unidades. O Projeto assinalava, inclusive, que o esporte contemplado num primeiro instante tratava-se do voleibol, mas que a pedagogia empregada poderia ser estendida a outros desportos. Notem que não procurei a Secretaria de Esportes por vários motivos, entre eles, o número de alunos, as instalações e, mais importante, os professores já pertencentes às escolas. Além do mais, as crianças já estariam nos locais das aulas, não implicando duplo deslocamento, o que inviabilizaria o processo. O Departamento de Educação Física da Secretaria acolheu o Projeto, examinou e exarou a seguinte avaliação: “Projeto interessante, rico pedagogicamente, que se coaduna com o Núcleo Curricular Básico Multieducação. A atividade básica do projeto é a prática do voleibol de uma forma mais lúdica. Neste sentido, há o favorecimento da participação de todas as crianças, não havendo uma submissão rígida à forma técnica do desporto, possibilitando-se a participação, independente da habilidade individual de cada indivíduo. Em suma, trata-se de uma atividade agregadora cuja metodologia pode ser estendida a outros esportes. A relação custo/benefício pode ser favorável. A Secretaria atenderia inicial e experimentalmente um determinado número de escolas com pouco dispêndio mensal – dentro dos recursos disponíveis – o que pode se tornar uma ação bastante multiplicadora a seguir”. 

Infelizmente não foi efetivado.