Educação Física e Desportos, Visão Inovadora

Reinventando as Escolas

As pessoas sempre resistirão porque sempre resistem a novas ideias.

Lembremo-nos que o mesmo aconteceu com Galileu. Todavia, não leve isso para o lado pessoal.

Visão & Missão

Uma Busca de Acolhimento – Compromisso em Educar para a Vida – Inovador, para milhões de brasileirinhos

Gostariam de nos receber? roberto_pimentel@terra.com.br

Opiniões

O professor português José Pacheco diz que não adianta aumentar o tempo na escola se a estrutura continua a mesma e que usar tablets na sala de aula não resolve os problemas, apenas contribuem para reforçar a mesmice.

 Vitor Paro, professor titular da Faculdade de Educação da USP: “A escola que está ai é ruim porque tem um método ultrapassado e não existe a preocupação de educar, mas de passar de ano. A nossa escola sempre foi ruim”.

Manuel Sérgio, filósofo e professor português, criador da Ciência da Motricidade Humana (CMH), da qual a educação física é a pré-ciência. “A CMH estuda o movimento humano intencional, espontâneo, livre e desinteressado, que exprime todos os momentos da vida humana, do nascimento até a morte, favorecendo fundamentos aos desportos, dança, lutas, a reabilitação, o ioga, tornando-se a raiz científica dos vários aspectos da motricidade do humano”. (João Batista Tojal)

Tentativas Frustradas, NUNCA!

É público e notório que as dificuldades são imensas para se aplicar algo inovador em um país que ignora e ainda não sabe como fazer a Educação de seus filhos. Mas acreditamos que valha a pena tentar, e persistir tentando, não nos deixando abalar com os tropeços. Ao contrário, aglutinarmos forças de tantos NÃOs, recriamos o ânimo de outrora. Rezamos para que não aconteça o que ocorreu com o saudoso Darcy Ribeiro:

Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui.
Tentei salvar os índios, não consegui.
Tentei fazer uma universidade séria, e fracassei.
Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei. Mas os fracassos são minhas vitórias. Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu.

Jamais Desistir de Nossos Sonhos!

PROTOTIPAGEM, PARCEIROS

Estamos a um passo de concretizar nosso intento, e toda ajuda será preponderante para a consecução do projeto para 190 mil escolas brasileiras. No momento, buscamos patrocinador(es) para realizar a prototipagem, e a seguir, para a implantação do projeto no país. Nesse caso, o foco está voltado para instituições e fundações ligadas à Educação, Esporte, Lazer. E claro, secretarias de educação.

CENTRO DE REFERÊNCIA EM INICIAÇÃO ESPORTIVA – PROCRIE

Um Contributo à Ciência da Motricidade Humana

A minha escrita não está em conformidade com as normas de publicação científica.

I – Modelo com Projeção Mundial

Busquemos inspiração e sabedoria em uma das assertivas do filósofo e professor Manuel Sérgio em sua Ciência da Motricidade Humana: “… em que se exprimem todos os momentos da vida humana, do nascimento até a morte, favorecendo fundamentos aos desportos”.

ENCADEAMENTO DE AÇÕES DESEJÁVEIS

PRIMEIRA INFÂNCIA

Em setembro de 2015, a ONU definiu os objetivos para o desenvolvimento sustentável (ODS), a serem alcançados em 2030. Um deles, o ODS4, sobre educação, tem um subitem específico para a educação infantil, indicando que até 2030 asseguremos a todas as crianças acesso ao desenvolvimento da Primeira Infância, ao cuidado e à educação de qualidade, preparando-as para sua trajetória na educação básica. Essa meta também está relacionada à meta da saúde em até 40%, porque a desnutrição, especialmente nos primeiros mil dias de vida, causa danos incalculáveis ao desenvolvimento e, consequentemente, à aprendizagem.

ENSINO FUNDAMENTAL

Concomitantemente, há projetos na continuidade da vida escolar. O Procrie insere-se como um projeto perene e virtual voltado para o aprimoramento e capacitação de forma profunda e continuada de docentes nas suas atividades curriculares, respeitadas características e especificidades regionais. A atuação do Procrie cinge-se, então, à formatação de boas práticas para escolas públicas em comunhão com secretarias de Educação locais, constituindo-se assim os Núcleos regionais. Em primeira instância, no ensino fundamental.

Tais projetos serão assistidos, avaliados e, quando for o caso, reprogramados pelas respectivas secretarias, ressaltando-se a importância de um tempo de carência para a formação de docentes e demais intervenientes. Incluem-se aqui, necessariamente, os Cursos Presenciais como complemento ao Ensino a Distância. Vale dizer que certamente poderá se retroalimentar de seus próprios fazeres, i.e., compartilhamento de experiências e inovações entre os Núcleos regionais via internet.

ENSINO MÉDIO

A seguir, culminando com o reaparelhamento pedagógico entre jovens através da ferramenta Esporte para Todos, com significados para a vida, como envolvimento social e afetivo, e reais possibilidades de enfrentamento a óbices ainda presentes no cotidiano escolar, como absenteísmo, repetência, violência, e até criminalidade.

Foto: Alunos se divertem em “recreio alegre” (São Gonçalo, Grande Rio)

II – Projeto de Vida

Crescimento Comunitário, Crianças e Jovens

Somos adeptos da fórmula mágica de envolvimento dos indivíduos através de espaços que contemplem legítimas aspirações:

“… Crescer em ambiente harmônico, familiar, alegre, com liberdade para brincadeiras, jogos, música”.

Alunos organizam torneios SEM o professor; NINGUÉM “fica de fora”.

Leia mais… Ficou Mais Fácil Ensinar

III – Como Fazer!

Heurística

Parte da Filosofia que se dedica a inventar maneiras de resolver problemas.

G. Pólya matemático húngaro.

VISÃO

A oferta de talentos é farta, mas mesmo com investimentos escassos e um forte envolvimento com o universo acadêmico será possível abrir oportunidades para quem deseja inovar. E recriar!

Ensino Esportivo, Novo Olhar

NÍVEIS e ATOS de CONSTRUÇÃO LENTOS e CUMULATIVOS

Múltiplas Ações 

BOM ENSINO UNIVERSITÁRIO

Ao longo dos anos vimos incorporando adeptos em algumas regiões do país. Entretanto, cometem-se os mesmos erros seculares, uma vez que as lições ofertadas às crianças não evoluem, são repetitivas e cansativas. Permanecemos com escolas do séc. XIX, professores do séc. XX, e alunos no séc. XXI. E qual é o contributo de nossas universidades de Educação – Pedagogia – para a formação de novos mestres? (Foto: José Pacheco)

MANUAL DE ENGENHARIA PEDAGÓGICA

Novos rumos metodológicos e uma praxia criativa e inovadora se incorporam objetivando a formação continuada de docentes, e por extensão, de seus alunos. Nesse particular ofertamos a professores e acadêmicos de Pedagogia um vasto campo ainda inexplorado através da aplicação de novas PRÁTICAS de ensino consubstanciadas em vivências do autor descritas em um Manual produzido para o professor “em sala de aula”.

Imaginamos um documento que possa, não só orientar o profissional, mas também ter força de registro de suas atividades e descobertas, inclusive com observações de seus alunos. Ao longo dos anos reveste-se como uma obra histórica, de fácil acesso e consulta, e contribui para o compartilhamento de vivências com outros colegas distantes. Para tanto, aconselhamos que os registros sejam efetuados na web.

SINTONIA COM O MUNDO ACADÊMICO

Entendemos que a figura principal das ações reside no mestre e para a sua capacidade e conhecimento de métodos a empregar no vasto campo da disciplina Educação Física e Esporte, entendida aqui como corpo em movimento, ditado por conjunções psíquicas e emocionais. Enfim, corpo e alma! É vital, então, que esteja em sintonia com inovações que ocorrem a todo momento, ou mesmo, divulgar seus “achados” metodológicos.

CONTRAPONTOS DESEJÁVEIS

Cremos poder cooptar faculdades em todo o país e integrarmo-nos em suas pesquisas de pós graduação e projetos de extensão universitária, uma vez que se compõem de alguns departamentos, como p.ex., Administração Escolar e Economia da Educação, Filosofia da Educação e Ciência da Educação, Metodologia do Ensino e Educação Comparada. Acrescentem-se ainda os convênios com congêneres no exterior, como a Universidade do Porto, de Harvard, a primeira já interessada em nossas práticas.

REDUZINDO DESIGUALDADES

– Colhido na web

A desigualdade gera impactos em toda a sociedade, e os mais afetados são as crianças, cujas necessidades nem sempre são consideradas no momento da elaboração das políticas. A avaliação é de especialistas reunidos no 7º Simpósio Internacional de Desenvolvimento da Primeira Infância, realizado no dia 7 último, em Fortaleza.

— A desigualdade começa no início da vida.

— Impacto: 75% das crianças (< 4) não frequentam creche ou escola.

— Cada dólar investido em crianças (até 6 anos), economizam-se US$ 7 em políticas assistencialistas. Investimentos precoces, maior a taxa de retorno.

— Secretarias de Educação terão de revelar a Base Comum para os currículos municipais.

SAÚDE, ESPORTE, JOGOS RECREATIVOS

“Crianças carecem de ir para a rua, jogar bola, pular corda, correr, saltar, subir em árvores, tudo como seus avós faziam antigamente”.

Rua de Recreio

Lemos repetidas vezes nas mídias que projetos são criados para “retirar crianças das ruas”. Advogamos justamente o contrário, i.e., precisamos criar condições de levá-las às ruas para brincar e se divertir longe das TVs, celulares e demais parafernálias eletrônicas. Seriam as praias, praças, quintais e ruas de lazer. Ou modernamente, também as áreas de lazer de condomínios. (Ilustração: Crianças brincando, Bruegel)

Criando Áreas de Lazer

400 crianças, 8-13 anos; 20 alunos da Apae; atividades filantrópicas diversas; duas aulas/semanais; duração três anos.

Crianças nas ruas como antigamente. Sucesso total!

Festival na Praia de Icaraí, Niterói, em ago/1988. Integração de escolas, clubes, grupo de escoteiros, e familiares. Com direito à reportagem da TV-Educativa.

Cuidados e Prevenção

Uma vez mais especialistas e gestores da Educação esquecem-se de aliar-se ao esforço de seus colegas da área da Saúde, ou vice-versa. Em especial, os cuidados nos primeiros anos de nascença. Fala-se muito em obesidade infantil e outros males na infância, mas poucas soluções são incrementadas. Práticas bem orientadas de jogos recreativos e esportes serão sempre bem-vindas e permanecem por toda a vida adulta.

META

Ocuparmo-nos de alunos no ensino fundamental – Elo de transição, da primeira infância ao ensino médio – Aulas SEM o professor e cativando os mais novos – Metodologia para alunos do ensino fundamental.

APRENDER BRINCANDO E JOGANDO

Tem-se por OBJETO desenvolver a prática esportiva generalizada, inclusive jogos recreativos, com emprego de métodos para o desenvolvimento cognitivo, emocional e relacional dos indivíduos em sua interação social.

Basicamente NÃO se almeja prospectar talentos e TODOS têm assegurada sua participação. A proposta inicial é a Formação pelo Movimento, pois atende maior número de indivíduos – meninas e meninos -, além de portadores de necessidades especiais. O voleibol se apresenta como a melhor opção, não só por sua presença constante na mídia, como é de fácil assimilação das regras, e pouco dispêndio. Em locais de praia do Rio é verdadeira “febre”. Outros esportes poderão ser contemplados a critério dos interesses das escolas e consoante idêntica metodologia.

IV – Ponte Entre Cientistas e Educadores

ENSINO PROFUNDO

Percorrendo os caminhos traçados pelos grandes mestres nossas buscas nos levaram a modelos descritos por Daniel Coyle em seu livro “O código do talento”, em que desbrava conquistas recentes da Neurociência, especialmente a teoria mielínica. Trata-se de programas para desenvolver habilidades especiais aplicáveis à vida pessoal. Crítico do senso comum de que a prática leva à perfeição, aliamo-nos ao autor quando complementa: a prática tem que ser CERTA!

Consequentemente, indica o caminho mais viável na busca da autorregulação, na medida em que as crianças são levadas a construir sua própria matemática, isto é, Aprender a Pensar.

INCLUSÃO

Todos são chamados a participar: 20 alunos da APAE – Vôlei sentado, praia de Icaraí, Niterói.

Ninguém precisa nascer com um dom para atingir bons resultados em qualquer atividade. Na produção de alunos críticos e investigativos, as ações propostas têm o objetivo de minimizar diferenças individuais, aproveitamento máximo do tempo de aula, a falta de motivação dos alunos, e a exclusão. Além disso, promover uma caracterização crítica do próprio ensino e a socialização pelo esporte. Assim, aproximamo-nos dos mais necessitados: é a INCLUSÃO.

JUSTIFICA-SE este sítio educacional especialmente em um país continental pela ação de vários elementos que atuam em tempo real: a) instrui, avalia e produz correções de percurso; b) acumula e difunde experiências atraindo novos partícipes: c) aproxima problemas e soluções. Enfim, um justo orgulho aos participantes da obra.

PROPOSTA PEDAGÓGICA

Apresentamos a temática do Aprender a Ensinar na busca conjunta de caminhos para a superação do hiato entre teoria e prática. As postagens revestem-se de vivências e exemplos práticos e convidam docentes e internautas a navegarem em áreas mais profundas da Metodologia, Pedagogia, História do Voleibol, Mini Voleibol, Formação Continuada, Evolução do Jogo e das Regras, sugestões para projetos para grande número de crianças, além de um fórum de discussões. Tudo para informar e satisfazer necessidades primárias de cada Núcleo a ser formado, e em tempo real.

DIVULGAÇÃO

Em dez anos de criação (2009) o Procrie se revela pioneiro e demonstra que a tecnologia permite uma nova teoria da aprendizagem e desenvolvimento para milhares de professores em seu contato com milhões de brasileirinhos. E mais relevante, despertando interesse e curiosidade pelo saber para indivíduos de pequeninas cidades do interior, em especial da selva amazônica, muitos esquecidos e distantes de qualquer centro de educação.

ENSINO A DISTÂNCIA E PRESENCIAL

Docentes, alunos e demais interessados estão cada vez mais a se incorporar ao Procrie como forma alternativa e complementar de instrução atualizada, com oportunidade diária de repensar suas aulas e treinamentos esportivos. Tamanha conectividade nos permite avançar no desenvolvimento da metodologia em tempo real, acrescentando a necessária presença do mestre. Nesse modelo propugnamos a formação de Núcleos credenciados para atender locais remotos e, a partir daí, evoluir no conceito de “presença virtual” perene. No Rio de Janeiro, planejamos a criação de um Núcleo central, configurado em um Centro de Referência destinado a estudos a partir de práticas investigativas.

CENTRO DE REFERÊNCIA EM INICIAÇÃO ESPORTIVA

— Resumo

Objetivos Gerais

Promover a Educação e o Esporte através de práticas inovadoras nas aulas de Educação Física em escolas  –  Desenvolver aplicação de matérias interdisciplinares: matemática, oralidade, escrita, música – Incentivar e aprimorar ensino de qualidade para docentes visando à meritocracia e empreendedorismo.

Objetivos Específicos

Formação Continuada perene de professores através de cursos presenciais e EaD – Aplicar e desenvolver instrumentos didáticos, equipamentos criativos e de baixo custo – Contribuir em parcerias para projetos comunitários, aproximando escola e família.

Planejamento & Estratégias

Programar gradativamente Núcleos como elementos de inserção em regiões afastadas dos grandes centros – Formatar Cursos Presenciais, Residência Pedagógica com predominância prática – Acompanhar, avaliar e divulgar as atividades (internet).

Metodologia

Metáfora do andaime ; “Quando bem construídos, os andaimes ajudam a criança a aprender a ganhar alturas que elas seriam incapazes de escalar sozinhas”.

Instrução em grupos – Criar a interação entre colegas – Reconhecer benefícios mútuos dessa interação – Instrução individualizada – Capacitar alunos a serem arquitetos da própria compreensão – Prover indivíduos com a autorregulação, individualizando a aprendizagem – Buscar a interação social, a comunicação e a instrução através de trabalhos em GRUPO.

Professor

Ser capaz de explorar as interações entre crianças – Primar pela resolução cooperativa de problemas – Exigência de técnicas de “combinação”, seleção de tarefas e incumbências.

Aluno

Prover o alunato com recursos que impulsionem e motivem a aprendizagem – Adotar a interação, negociação e construção conjunta de vivências – Desenvolver a interdependência, fazer descobertas acidentais e resolver novas ambiguidades.

Destaque no aprendizado

Resiliência: adaptar-se a mudanças, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas – choque, estresse, algum tipo de evento traumático, etc. – sem entrar em surto psicológico, emocional ou físico, por encontrar soluções estratégicas para enfrentar e superar as adversidades.

PRAXIA INÉDITA!

Autorregulação e Criatividade

Práticas fora do horário das aulas sem o professor – Avaliam-se mutuamente – Efeitos multiplicadores do ensino –

Acrescentando inovações e valores: Trabalhos em Grupo, Circuito, Registro Visual, Avaliação, Inclusão…

Instrumentos Pedagógicos

Acompanhar buscas e soluções para unir prática e teoria. Superar dificuldades de comunicação:

O que fazer? Quando fazer? Como fazer? – Aquilatar o ponto onde o aprendiz está e desenvolver uma psicologia de forma harmoniosa – Instrução individualizada ou em grupo? O que devo ensinar primeiro: a técnica – fundamentos – ou o jogo propriamente dito – tática? Ou ambas, simultaneamente?

Reflexão-na-ação: como cada grupo está realizando (pensando) sua tarefa? A seguir, como e quando intervir?

DESENVOLVIMENTO HUMANO, ALCANCE SOCIAL

Numa época em que muitos desafios e oportunidades novas surgem na Educação graças ao advento de novas tecnologias e subsídios computerizados à aprendizagem e à instrução, vale lembrar as dimensões sociais e interativas do crescimento e desenvolvimento humanos que a Educação Física e os Esportes suscitam. Em especial, pela contribuição emprestada pela Neurociência.

Obs.: participamos e pleiteamos fazer palestra; fomos descartados.

Entretanto, concordamos que os recursos mais preciosos para uso em “sala de aula” continuarão apresentando-se sob a forma humana. Por que então não nos locupletarmos de todos num país de dimensões continentais?

ESPÍRITO EMPREENDEDOR

Em intervenções anteriores (ver Quem Faz) mostramos na prática como aproveitar em sala de aula estes recursos potencialmente valiosos de aprendizagem e ensino, mesmo em condições pouco favoráveis. Procuramos encontrar soluções e nunca nos queixarmos dos problemas, pois para espíritos empreendedores as adversidades muitas vezes são desafios a serem transpostos. Cuidamos de nos balizar e sermos coerentes em alguns princípios, utilizamos nossa intuição e experiência colhendo frutos virtuosos que agora repassamos.

Cremos ter encontrado um caminho confiável de realizar os objetivos propostos no planejamento de projetos. Todavia, temos certeza que a continuidade neste tipo de trabalho criará a possibilidade de identificar na prática caminhos para o desenvolvimento futuro na educação de um grupo ou comunidade. Temos muito a percorrer até encontrar melhores procedimentos nessa busca incansável pela melhor Educação.

Pioneirismo Também em Portugal

A partir de 2009 o autor foi convidado a ser um dos colaboradores do site português http://www.sovolei.com (hoje, desativado). Ganhamos destaque em nossa participação:

  Volei Net Tour, Viagem Trans-Atlântica:

“Mais rápida e menos conturbada que a histórica e pioneira travessia do Atlântico Sul realizada por Gago Coutinho e Sacadura Cabral em 1922 a bordo do “Lusitânia” e do “Santa Cruz”, propomos hoje repetir a mesma rota para visitar o nosso já bem conhecido e interventivo Roberto Pimentel e o seu “Projecto de Centro de Referência em Iniciação Desportiva”. Esta é uma visita de carácter pedagógico dirigida a quem desenvolve a árdua tarefa de incentivar e proporcionar aos mais jovens, a prática desportiva em geral e o voleibol em particular”.

Foto: Beto Pimentel (filho do autor) e Luis Melo, gestor do sovolei, em Londres.

Aos mentores do sítio sovolei meus cumprimentos e a alegria do convívio com professores e amigos portugueses. Foram momentos inesquecíveis. Roberto A. Pimentel, 2010.

NOTA:
1. Aos os amigos adeptos do voleibol, convido-os a TODOS a nos brindar com suas visitas ao Procrie, o que nos enche de orgulho e alegria. Espero-os de braços abertos.
2. Tentaremos nos comunicar com a Faculdade de Motricidade Humana, da Universidade de Lisboa. Quiçá, com a Faculdade de Educação (ou Pedagogia).

Projeto Pedagógico Escolar (parte I)

Educação Física vs. Desporto Escolar

Estaremos falando por algum tempo da “Educação pelo movimento, a Psicocinética na idade escolar”, título em português da obra do francês Jean Le Boulch, professor de educação física, médico e psicólogo já falecido. No preâmbulo o autor se dirige ao professores primários (elementar) e aos professores de educação física. Daí nossa preocupação em ocupar o espaço desse blogue com a matéria, uma vez que se trata do objetivo principal do Procrie, isto é, prover os docentes de ferramentas capazes de beneficiar seus alunos com uma prática regular de educação física, especialmente àqueles que por circunstâncias tenham dificuldade em seus estudos e vivências.

Pedagogia do êxito

Ao final do livro (sétima parte), Le Boulch contempla os leitores com os “Jogos com Regras”, em que considera o esporte, tal como é praticado pelo adulto, como uma categoria inadequada quando se trata de descrever a atividade da criança. Esses jogos têm um significado diferente dos esportes coletivos do adulto. Em outra obra – Vers une science du mouvement humain –, coloca em evidência a importância do jogo no desenvolvimento da criança, insistindo a respeito de suas características próprias que a afastam tanto do jogo-distração do adulto, como do esporte competitivo, que constitui um verdadeiro trabalho centrado num objetivo a ser atingido (performance) e exige um treinamento que na maioria das vezes reveste o aspecto de um drill. Por fim, considera que o jogo, atividade própria da criança, que toma formas diferentes de acordo com a idade, está centrado no prazer proporcionado por sua prática, sendo ainda o motor essencial do seu desenvolvimento.

Bem entendido, a criança é influenciada pelas atividades do adulto, imitando-a por necessidade de identificação. Mas não é por praticar aparentemente a mesma atividade objetiva, basquete, futebol, handball etc. que a criança deveria vivê-la sob o modo adulto. Seria de utilidade lembrar que um grupo de crianças não é uma mera imitação de um grupo de adultos, mas uma realidade coletiva particular possuindo características próprias. Enfim, estaremos discutindo e dando forma a uma pedagogia escolar em que se pretende conciliar a atividade educação física propriamente dita e a formação desportiva da criança. Que aspectos considerar nessa empreitada, os métodos a empregar, a parte que cabe ao mestre e ao próprio aluno. Passaremos ainda pelas experiências e conselhos de Célestin Freinet descritos em Techniques de la vie e Essai de psychologie appliquée à l’éducation, citados por Le Boulch.

Assim, cremos serem de bom alvitre as ilustrações que os mestres franceses nos oferecem, uma vez que as discussões são atuais no Brasil, ainda mais com a série de competições internacionais do futebol e a antevisão de uma Olimpíada em solo pátrio. Afinal, é a indagação que todos fazem, “quem deve prover a nação com o talento de nossos atletas, a escola ou o clube”? Seria compatível com o projeto pedagógico da escola uma prática desportiva voltada para a prospecção de talento? Qual a sua opinião?

Lembrando aos interessados que dispusemos em http://prezi.com/9nhuhq5t7coh/procrie/ (ou o linque neste blogue PROCRIE no PREZI), um esboço para um estudo mais aprofundado do assunto, inclusive um projeto pedagógico aplicável a escolas e clubes. Os professores perceberão de imediato as sutilezas e nuances das propostas.

Voltaremos ao tema. Até lá, visitem PROCRIE no PREZI, um Contributo ao Desenvolvimento do Voleibol.

 

Voleibol na Escola

Desporto Escolar

Desenvolver o voleibol nas escolas pode ser bom para a Fivb, mas como será para o principal interessado, a criança? Números estatísticos elevados não asseguram excelência no ensino, muito pelo contrário, a quantidade não se traduz em qualidade. Os instrumentos necessários para a criança se desenvolver em qualquer desporto estão historica e implicitamente ligados ao principal agente: o Professor.

Realizar programas massificados em escolas , as famosas receitas de bolo, não são adequados para a criança e, numa escola séria, inviáveis pedagogicamente. A escola não deve ser celeiro de qualquer desporto, mas a formadora de pessoas na sua totalidade. Cumpre que se disponibilize ao universo dos alunos toda sorte possível de experiências com os desportos na sua forma mais simples e natural, não se importando com a excelência dos gestos e cobranças técnicas. Futuramente, o rapaz e a moça estarão aptos a realizar suas escolhas e caminhos. Contribuir neste sentido é Educar, pois outras escolhas e decisões certamente surgirão ao longo de suas vidas.  

A conjugação dos dois fatores – escola e desporto – talvez seja o maior problema a resolver em qualquer país. Antes de entrarmos propriamente na buscas de respostas, vejam o depoimento de um pai neste último fim de semana cujo filho é atleta juvenil de voleibol do Clube Nacional de Ginástica (CNG) em Portugal: “Esta semana foi complicada, pois para além do trabalho, meu filho (e eu também) percorremos quase 800 km para jogar no sábado (ida e volta). Ele está bem, porém a dificuldade é conjugar escola e desporto, pois durante a semana frequenta as aulas das 8h30min às 17:00h, o que complica bastante”.                

Ainda do Doutor José Curado: “O Desporto Escolar deve se submeter a uma definição de prioridades no que respeita aos seus conteúdos. Não há lugar para tantas modalidades. Assim, proponho um programa centrado sobre escolhas no mundo dos Desportos Coletivos (os jovens precisam exercitar o processo de tomada de decisão); na Natação as razões são óbvias, bem como aos elementos básicos do Atletismo (fundamentalmente as “escola de corrida e de salto”) e da Ginástica. Estas seriam, digamos, modalidades de interesse nacional, com apoio central. Admitem-se outras desde que a especificidade e apoios locais o justifiquem. Para que servem campeonatos nacionais em tudo e, até mesmo, participações internacionais? E que tal fazermos todos um esforço para recolocar os praticantes no centro das preocupações e adaptarmos as organizações às suas reais necessidades? Em vez de tanta discussão sobre organizações será muito mais inteligente discutir a carga de treino mais adequada para cada jovem praticante”.

Nota: Por meu (Roberto Pimentel) turno, acrescentaria o detalhe: a Qualidade no ensino ou o treino profundo.                  

Ídolos? A imprensa esportiva está sempre a exaltar os grandes ídolos do momento. No caso português, a bola da vez recai em dois expoentes internacionais do futebol – Cristiano Ronaldo e o professor e técnico José Mourinho. Este acaba de receber o troféu de Melhor do Mundo, mesmo não tendo participado do último mundial da modalidade. Julga-se por isto que o futebol, sendo o desporto número um do país, dificulta o desenvolvimento dos demais esportes. O segundo detalhe recai uma vez mais na formação de novos atletas. Buscam descobrir o código para formação de novos talentos? Para atrair crianças para qualquer desporto não são necessários ídolos, quase sempre de barro, mas de uma boa técnica de ensino ministrada por professores capazes e interessados no desenvolvimento global de seus aluno para a vida. E, antes de fazê-lo, pensem a respeito da formação de seus Professores, os principais agentes transformadores. Lembrem-se que as universidades têm as suas virtudes na difusão do conhecimento, mas pecam na maioria dos aspectos quando se trata da formação de seus alunos.                

De que adianta despejar milhares de euros nas escolas e clubes? O dinheiro não compra o saber fazer, o saber ensinar! E os cursos da Fivb apregoados para crianças, uma lástima! Muito embora a modalidade voleibol seja a segunda na preferência da população não se consegue fazê-la decolar em qualidade na maior parte do país e mesmo nos grandes centros. Como fazer? Como e quanto se deve investir em crianças? Quantas desejarão praticar o voleibol por longo tempo? O que fazer para despertar-lhes o interesse? Além do futebol, quem concorre na preferência de lazer das crianças?

Desporto Escolar, Existe?

Desenho: Beto.

O Desporto Escolar Deve Ser a Base do Desporto Nacional?  (Parte I)                

Participo do CEV há algum tempo e vez por outra retorno com algum comentário. Recebi em minha caixa postal um tema para debate que transcrevo na íntegra, pedindo permissão ao mentor do CEV, Laércio, e ao próprio professor Sandow, autor do debate, mas que infelizmente, deixou de relatar o que se discutiu na “ultima” reunião. E, importante, qual a sua posição, uma vez que se trata de um professor da Universidade Estadual do Maranhão. Certamente esperam-se outros comentários para que as coisas tomem rumos diversos ao que aí está. Então, ilustrem-se com tais dizeres e se resolverem, participem com seus comentários aqui mesmo ou acolá. Boa leitura.         

Por Sandow de Jesus Goiabeira Feques, em 24-11-2010. Na ultima reunião promovida pelo Ministério do Esporte e COB que estive presente para discutirmos Jogos Escolares, foi apresentado um projeto que daria mais uma responsabilidade à escola brasileira. Ou seja, a Escola ficaria responsável pela preparação dos futuros atletas brasileiros. 

Por Mauro Roberto Guterres Santiago, em 24-11-2010. É lamentável, escola não tem esse fim e nem deve assumir essa responsabilidade, o esporte rendimento deve ser gerenciado, organizado por outros órgãos já existentes: Ligas, Federações, Confederações, COB etc. Com as competições escolares acaba que surgem talentos esportivos que devem receber tratamento, ou melhor, treinamento especial, não na escola, mas sim nos locais que promovam especificamente o desenvolvimento do atleta de alto rendimento. A função da escola é complexa e não cabe mais essa missão. O que deve acontecer é maior investimento na formação de atletas com planejamento responsável. Parabéns ao amigo Sandow por levantar esse debate. 

 
Por Roberto Affonso Pimentel, em 25-11-2010. Professor Sandow e aos amigos da “Ilha Encantada”. Os paraquedistas do incipiente ministério e do comitê brasileiro não têm compromisso ou qualquer responsabilidade com a Educação neste país. Ali existe uma única cabeça pensante e centralizadora que ora se inclina para um lado e, em seguida, tomba para um outro. Os demais, salvo raríssimas exceções, obedientes e disciplinados garantem seus empregos e mordomias. Insisti (2005) em desenvolver estudos para a Academia Olímpica e quedei-me, pois se trata de algo para constar, fingindo que existe institucionalmente. Basta ver quem se abriga por lá.
 
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Na época do Collor presidente foi criada uma Secretaria específica para tratar dos Esportes. Inicialmente usando a imagem de um ex-jogador de futebol, Zico, que não suportou, e em seguida, a do ex-atleta de voleibol Bernard. Mais à frente, o Pelé no ministério e os problemas gerados na administração do Indesp só contornados pelo Tubino anos mais tarde. Atualmente o ministro aconselha-se com os seus pares no Rio antes de tomar qualquer decisão. E o ministério da educação, passivo sem qualquer atitude, vai tocando coisa nenhuma, deixando a “banda passar”, debruçado na janela da vida, fingindo que fazem alguma coisa. Aliás, talvez seja até melhor, pois dessa forma não erram. 

Voleibol em São Luís               

Quanto à atividade esportiva no Maranhão, reporto-me tão somente a São Luis, pois andei me inteirando a respeito do voleibol escolar e meti-me numa conversa provocada pelo Leopoldo sobre um consenso de ideias e lideranças para tratarem do seu desenvolvimento. Percebi, mesmo à distância, que fazem exatamente o que se faz no país: alguns poucos são selecionados e participam dos jogos estudantis, encarados estes como base esportiva. Isto é, repetem-se, confundindo o ponto de chegada com o ponto de partida. Imagino que não estarei vivo para ver mudanças estruturais de pensamento e atitudes. Entretanto deixo singelas mensagens no Procrie (www.procrie.com.br) que, se lidas com atenção, poderão influenciar mentes jovens, ainda não corrompidas pela politicagem, ignorância e sede de poder.                  

Academia Olímpica Brasileira. Já que citei, transcrevo algumas de suas atribuições estatutárias colhidas na Internet em jun./2005:               

A Academia Olímpica Brasileira (AOB) (…) tem por objetivo o desenvolvimento da Educação Olímpica por meio de estudos e pesquisas no Brasil e por via de intercâmbio com entidades similares no exterior. O foco principal de atividades é a produção de estudos e investigações por pesquisadores e entidades universitárias, na perspectiva de utilização no contexto brasileiro de conhecimentos gerados localmente e de forma descentralizada. (…) a Educação Olímpica, ao ser testada e implantada no Brasil, assume como prioridade os valores de solidariedade, ética esportiva e excelência, (…) à vista do propósito social adotado pela Educação Brasileira em geral. (…) é uma entidade formativa de produção de conhecimentos… A AOB-COB é uma entidade educacional voltada para a busca de excelência acadêmica. Os membros da AOB são voluntários e se apresentam para participar nas oportunidades de geração e veiculação de estudos e pesquisas no Brasil e no exterior, (…) as perspectivas da AOB são de qualidade e não de quantidade na sua produção, incorporando-se ao esforço das universidades brasileiras para o desenvolvimento de conhecimentos científicos e filosóficos. Sob liderança do Dr. Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, a AOB/COB tem como presidente o professor Dr. Eduardo Henrique De Rose e, como vice-presidente, Bernard Rajzman. A secretária da entidade é Christiane Paquelet.             

 

    

Vôlei de Praia, Brasil e Portugal

Tema: Formação no Voleibol de Praia 

Autora: Ana Rita Gomes; Publicado no site português www.sovolei.com /A Opinião de Ana Rita Gomes.

Resumo: Raros atletas de alta competição devido à cultura desportiva do país. Passantes estranham os atletas enquanto treinam. Como romper esta blindagem e alavancarmos o desenvolvimento do setor? Que objetivos a alcançar?

Objetivos: Divulgar a modalidade e conquistar adeptos; Representação feminina nos Jogos Olímpicos de Londres.

Voleibol de Praia (VP) e Voleibol Indoor (VI), por Roberto Pimentel.

Convite. Para que haja a necessária renovação em qualquer desporto torna-se imprescindível divulgar entre crianças e adolescentes a modalidade. A fórmula encontrada nos nossos tempos é realizar as competições na forma de espetáculos, tornando visíveis todos os aspectos do jogo e, principalmente, elevando os protagonistas campeões a níveis gloriosos. Faz parte do imaginário do ser humano, especialmente dos jovens. Em Portugal encontro um exemplo bem recente, o Gira Vôlei. Esta fórmula foi explorada por Matsudaira quando planejou a ascensão das seleções nacionais do Japão ainda na década de 60 – um ”plano de 8 anos” – e vem sendo seguida pela FIVB quando estabelece protocolos para realização de eventos. Lembro que ele era um Administrador de Empresa e, como tal, deu asas à imaginação desenvolvendo simultaneamente um planejamento técnico e marqueteiro. Fez com que boa parte da população aderisse ao voleibol numa época em que este esporte era pouco considerado no seu país. Conseguiu resultados culturais surpreendentes. No Brasil, foi seguido por Carlos Arthur Nuzman, que se manteve presidente da CBV por 20 anos e promoveu verdadeira revolução no esporte. O vôlei de praia brasileiro deve tudo à participação fundamental e incisiva do Banco do Brasil que, através do seu Departamento de Marketing elevou o esporte até então desconhecido a um dos mais vistos e aplaudidos em todo o território nacional. Para o Banco está sendo uma das suas maiores jogadas negociais, além de ter atraído o público jovem para sua clientela, antes bastante envelhecida.

Cultura. Ainda apoiado no exemplo japonês, observe-se que a mulher naquele país tinha uma posição secular de segundo plano em relação aos homens. Era-lhe servil e submissa. Lembro de cenas em que chegavam a ser esbofeteadas em pleno treinamento, não importando onde estivessem. Aos olhos estrangeiros soava como agressão e, ao mesmo tempo, espanto, por se sentirem tão resignadas àquela situação. Alguns diziam que seria uma forma de, no futuro, terem reconhecido seu esforço e valor, tornando-se independentes do jugo masculino. Sob este cenário, tornaram-se campeãs olímpicas em 1964, em Tóquio. Este é um exemplo. Sugiro que cada estudioso recue um pouco no tempo, pesquise comportamentos de seus avós e, à luz de novos conhecimentos possa apresentar soluções que favoreçam o desenvolvimento do desporto no seu país. Tenho a certeza de que vão precisar de especialistas na matéria, não comprometidos com o desporto, mas com Ciência e Administração (especialmente Marketing), uma vez que o vôlei – praia e indoor – cada vez mais se torna popular e profissional, o que induz muitos jovens à sua prática como forma de “trabalho”. Daí surge o conflito que é mundial: estudar ou trabalhar? No Brasil, e acredito que também em outros países, a segunda opção vem sendo vitoriosa até certo ponto. Atletas brasileiros e suecos já foram cognominados carinhosamente de “vagabundos” em seus países, uma vez que a atividade – treinos, competições – não lhes deixa tempo para outra coisa. No cenário feminino, as brasileiras de determinadas regiões, especialmente o nordeste, percebem que deu certo para homens e pode dar certo para elas. E tem dado, haja vista a dupla Juliana-Larissa. Mas o caso brasileiro é específico, mesmo porque sempre se jogou voleibol na praia, independentemente do voleibol em ginásio. É um assunto que deixarei para comentar em outra oportunidade.

Formação. A afirmação “Os novos jogadores que surgem no Circuito Mundial são formados no VP e não no VI, como há alguns anos” deve ser compreendida segundo um raciocínio histórico ou temporal. Até alcançar o patamar para frequentar um circuito desta envergadura são necessários muitos anos de prática e um longo aprendizado. Muitos não chegam lá, somente os melhores adaptados, a elite. É um procedimento que ocorre em todos os esportes. Imagino que aprender a jogar voleibol é muito mais fácil se realizado num piso regular e duro como o da quadra indoor. As necessidades de deslocamentos e os saltos são mais facilmente aprendidos, o que torna tudo mais agradável. O piso irregular e fofo de areia é o maior obstáculo a ser vencido por aprendizes. Como dizemos no Rio de Janeiro a respeito de indivíduos não acostumados a caminhar na areia, “tropeçam na areia”, o equivalente à perda total da coordenação motora em qualquer deslocamento. O VP no Brasil se desenvolve concretamente nas praias, uma vez que somos privilegiados neste sentido. Além disso, o clima também favorece e disponibiliza sua prática o ano inteiro. Embora algumas federações estaduais tenham programas para juvenis e sub-21, normalmente as duplas que se formam para estas competições advêm de equipes indoor. As causas desta migração são várias, desde possível não aproveitamento na equipe superior, relacionamento com treinadores, busca de liberdade, espírito aventureiro (muitas viagens) etc. Guindado à modalidade olímpica, o VP ganhou muito em status, tornando-se uma “profissão” para a maioria de seus praticantes. Se não tiver dedicação exclusiva, o atleta não conseguirá ter o mesmo padrão dos campeões e estará fadado ao insucesso. E para manter-se no grupo de elite, muito dinheiro faz-se necessário. Neste sentido, as federações nacionais assistem ou investem de alguma forma nos seus representantes, independente de patrocínios auferidos pelas duplas. Atualmente (julho/2009), desenvolve-se o Circuito Mundial na Noruega com sete duplas brasileiras, sendo quatro femininas e três masculinas. Diante do exposto, dificilmente um atleta, mesmo de ponta, conseguirá sucesso ou manter-se entre os melhores, se não tiver um histórico razoável nas competições de areia. Alguns tentaram como Tande, Giovani, Marcelo Negrão e Nalbert, todos campeões olímpicos no indoor, mas abandonaram em seguida. Eram destroçados nos circuitos nacionais brasileiros.   

Treinador. Pelas regras das competições geridas pela FIVB não é permitida a figura do treinador em quadra. Particularmente, no Brasil, a partir de algum tempo foi permitida a sua presença nos jogos, só podendo comunicar-se com os atletas nos tempos de descanso ou intervalos de cada set. Esta providência parece ter atenuado os desgastes emocionais que as competições inexoravelmente promovem. A ausência de substituições e o ataque sistemático a um dos contendores fazem parte do contexto do jogo, permitindo providências táticas e enriquecendo a disputa, tal como ocorre em outros desportos. Cada vez que uma dupla é formada, ou desfeita, entende-se que há conflitos desta natureza. Mais adiante, ao se providenciar nova composição, certamente este é o item primacial, além, é claro, dos temperamentos envolvidos (fator psicológico). Assim, a normalidade na formação das equipes tende para um indivíduo que preponderantemente estará responsável pelos bloqueios e, outro, pela defesa. Não se testou ainda qualquer coisa diferente até hoje. Isto leva os atletas a treinarem com afinco os fundamentos que lhe são específicos no momento do jogo, sem descurar, evidentemente, da preparação física, indispensável a todos, até mesmo pelo sistema de jogos consecutivos, muitas vezes no mesmo dia. Dessa forma alguns atletas sobrevivem ao tempo e até tornam-se campeões ainda que com pouca estatura, como é o caso no feminino de Jaqueline Silva (levantadora no indoor) e primeira campeã olímpica; Shelda, vice-campeã olímpica, de invejável currículo mundial e até hoje em atividade (com Ana Paula, no Mundial da Noruega). Na tentativa de tornar o jogo mais atraente, com ralis mais disputados, a FIVB houve por bem diminuir a área de jogo: dos 91m2 para os atuais 64m2. Uma providência que também contribuiu para a preservação do estado físico dos atletas. 

Atleta. Por que jogar VP? Qual objetivo? Com quem? Onde? Quanto é necessário investir? Com quem treinar? Por quanto tempo? Se os indivíduos pensassem antes de começar, talvez nem começassem, pois são tantas as dificuldades iniciais! Tenho uma intuição, por isto não científica. Creio que muitos jovens buscam uma afirmação – é próprio da idade – animada pelo clima que se cria em torno dos espetáculos.

VP e a metodologia. Pesquisa científica? Creio que não há. Pelo menos não conheço no Brasil. O meio universitário, que deveria contribuir para tal, e a própria entidade nacional são desacreditadas neste sentido. O empreguismo, as conveniências e outros desmandos contribuem para que as coisas se mantenham como estão. Se mudar periga a posição do servidor no seu emprego. A partir do ano 2000, a Confederação brasileira instituiu um curso para treinadores de praia, com níveis I e II, nos moldes da FIVB. Foi franqueado para professores e acadêmicos de Educação Física e a atletas (ou ex-atletas) de voleibol. Da noite para o dia foram impressos dezenas de exemplares de apostilas para instruir os alunos e convidados treinadores de renomados atletas campeões da especialidade. Nitidamente, no dizer de frequentadores de tal curso, houve uma pura e simples transposição dos dizeres do vôlei indoor para a praia. Alguns poucos treinadores relataram suas experiências, mas toda a metodologia foi “abortada” da quadra. Criticamente, todos estavam interessados no certificado que lhes permitiria participar das competições nacionais no banco da areia com seus pupilos e “fregueses”. Enquanto que, para a entidade nacional, tornou-se mais uma fonte de receita. Tenho minhas convicções – e poucas certezas – a respeito do que poderia vir a ser uma metodologia para o ensino do VP. Obviamente, considerados os dois primeiros aspectos quando se examina o assunto: a iniciação – formação dos atletas – e o treinamento de alto nível, este destinado a indivíduos profissionais. Para aprender algo, tornei-me voluntariamente um treinador de atletas de VP no início da década de 90. Foi um aprendizado salutar, pois a dupla que treinava tinha experiência de outros treinadores. Vivenciei todos aqueles momentos, ávido para conhecer seus efeitos. Aos poucos, e isto é comum no meio, conversávamos e discutíamos para encontrarmos melhores soluções para situações específicas. Percebi durante aqueles 9 meses ininterruptos (6 aulas semanais, 3h 30min/dia) como outros treinadores procediam e, a pouco e pouco, dei início à personalização ao meu modo de  ver e sentir as coisas. Ao presenciar algumas sessões nas praias cariocas constatei que os métodos empregados não fugiam ao roteiro das quadras (ginásios), com ligeiras adaptações quanto à circunstância do piso e o número de jogadores. Mas, em essência, o comportamento geral e o nível de exigências dos treinadores deixavam muito a desejar. Compreendi que, como eram sustentados (pagos) pelos atletas era natural que não fossem confrontados ou aborrecidos por qualquer pequeno detalhe, se é que tinham conhecimento dessas sutis miudezas técnicas.

VP e os jovens. Há algum tempo era preocupante para a diretoria técnica (indoor) da entidade nacional, a permissão concedida a atletas juvenis federados para participarem dos circuitos brasileiros de VP. Alegava que poderia haver um êxodo da quadra para a praia. Nunca houve. Tal como em Portugal, no Brasil muitos atletas que perdem a condição de juvenis pela idade não conseguem vaga nas equipes superiores. A federação criou alguns torneios com idades intermediárias para mantê-los em ação, mas não vingou, pois onerava os clubes, não havia disponibilidade de local para treinamentos, e um custo muito alto para logo a seguir, muitos atletas desistirem também por força de estudos – idade universitária – e primeiro emprego. Os que não querem estudar ou não conseguem empregos, tentam a sorte no novo empreendimento, a praia. Ou simplesmente, desistem do voleibol.

VP master. As praias cariocas permanecem pontilhadas de Redes (como são denominadas as quadras de jogo). Como se tem clima favorável joga-se o ano inteiro, todos os dias. Evidentemente, nos fins de semana há aglomeração, tantos são os candidatos a jogar uma “pelada” (gíria, partida, jogo, relativo a um set). Joga-se por diversão, puro lazer. Em Portugal, pelo que soube, existe um simpático grupo de master, presumo feminino, que se reúne e criam eventos na praia, tem até um site/blog. Achei formidável! Além disso, devo supor que o CPVP – Clube de Praticantes de Voleibol de Praia – também promova a modalidade.

Desporto escolar. Ao lançar o mini voleibol no Brasil, sugeri que o movimento tivesse origem nas escolas, o que custou a acontecer. Todavia, numa delas em minha cidade, consegui que formatassem o que denominaram “Recreio Alegre”. Consistiu em instalar no grande pátio ao ar livre, 13 quadras de minivoleibol e diversas tabelas (cestas) de basquete. Ficam à disposição dos alunos até hoje. Nenhum dos professores interfere nesta recreação voluntária totalmente consagrada e organizada pelos alunos. Eles mesmos constroem as regras do jogo, o rodízio de equipes e os torneios entre classes. Nunca lhes foi transmitido qualquer aprendizado técnico ou tático, no entanto, o professor/treinador das equipes do educandário declarou: “A partir da instalação das pequenas quadras a formação de equipes melhorou consideravelmente, pois os jovens já possuem um histórico do jogo”. Apesar de um deles vir a ser campeão mundial infanto-juvenil há algum tempo, a vitória maior da coordenação pedagógica foi a de oferecer oportunidades de desenvolvimento a TODOS os indivíduos com supervisão discretíssima, à distância, sem interferência ostensiva. Ter contribuído para a formação de um campeão foi um acidente. Numa visão maior, todos os que se locupletaram da atividade são os verdadeiros campeões. Outro aspecto refere-se à diminuição da violência na escola, pois convergem sua energia para o lazer. Recentemente, criaram sistema similar para o desenvolvimento da prática do badminton.  

Ineditismo. Em um outro educandário (4 mil alunos) experimentei uma outra experiência muito especial. É notório que o brasileiro só pensa em futebol, cultivamos a monocultura futebolística há muito tempo. Ao nascer, o filho homem é recebido com uma bola, que já começa a chutar enquanto mama. Na fase escolar oportunizam-se jogos frequentes nas aulas, nos recreios e torneios no fim de semana, estes sob os olhares atentos e vigilantes dos papais. As meninas, no entanto, não conseguem ultrapassar as barreiras discriminatórias que lhes foram impostas pela cultura machista e permanecem alijadas de uma atenção pedagógica eficiente dos docentes, os maiores responsáveis. Com um pouco de criatividade inseri-me junto a um dos professores e a partir de algumas demarches, conseguimos que a direção da escola autorizasse a criação de aulas extra-classe para alunos de 8-10 anos. Nesta primeira investida, 310 alunos aceitaram o convite. O problema, então, foi inverso: não havia espaço e horário para as aulas. Mas observou-se um comportamento inédito no recreio escolar: os meninos que até então só jogavam futebol nas balizas disponíveis, passaram a utilizá-las para jogar voleibol por conta própria. Creio que esta é a opção filosófica mais apropriada. Coaduna e satisfaz a Educação e a Iniciação Desportiva. Além disso, o que é feito para o voleibol pode ser feito para outros desportos. As opções são oferecidas e os alunos fazem as suas escolhas no devido tempo. O que reputo mais importante é que a ação seja planejada e organizada, auferindo e transmitindo crédito às pessoas – crianças e adultos. Para tal, é necessária ter experimentados vivências e muita segurança no “saber fazer”.

Spartakiada (III)

 
Spartakiada, Gymnaestrada, Ginástica Geral, Voleibol, Spartak

Spartakiada 

Spartakiada era inicialmente o nome de um evento desportivo internacional que a União Soviética tentou usar tanto como oposição como complemento dos Jogos Olímpicos (em russo, há certo paralelismo nos nomes: Spartakiada e Olimpíada)

Gymnaestrada (Ginastrada)  

Vários países da Europa, em especial Áustria, Noruega, Alemanha, Suécia e Suíça, desenvolviam movimentos ginásticos distintos, cada um com suas especificidades, baseados em suas culturas e interesses. Com o objetivo de reunir todos estes países numa integração cultural, a Federação Internacional de Ginástica FIG) resolveu em meados do século XIX realizar um grande festival de Ginástica, chamado Gymnaestrada. O termo criado por Jo Sommer significa a essência do evento: gymna = ligado à ginástica; e estrada =  caminho. A Gymnaestrada Mundial é realizada de 4 em 4 anos. A última edição aconteceu em Lisboa, em 2003, com a participação de 30 mil pessoas de diversos países. Este evento engloba demonstrações na área de Ginástica Geral sem fins competitivos, com objetivo de levar ao publico o espetáculo, a cultura dos diversos povos e do intercambio entre os grupos participantes. (Fonte: www.unijuiedu.br)

Ginástica Geral

A Faculdade de Educação Física da UNICAMP em parceria com o SESC-SP e o apoio da International Sport and Culture Association – ISCA comunicam a realização do V Fórum Internacional de Ginástica Geral no período de 1 a 4 de Julho de 2010 na cidade de Campinas (SP). Este evento que se tornou referência nacional e internacional, tem como principais objetivos a criação de um espaço de informação, capacitação e discussão sobre a Ginástica Geral, de divulgação das pesquisas e trabalhos realizados e de abertura de possibilidades para disseminação dessa prática no âmbito escolar e comunitário.

Voleibol e Spartak

Em dezembro de 1966, a equipe tcheca do Spartak, com alguns jogadores de sua seleção nacional, esteve realizando alguns amistosos no Rio de Janeiro. Um desses encontros foi contra o Botafogo, bicampeão carioca, que venceu a sensacional partida por 3 x 1. Chamou-me a atenção o estado atlético de seus componentes, todos altos e fortes, verdadeiros ginastas. Neste momento o leitor mais perspicaz já percebe o sentido dos textos que estou desenvolvendo, ligando o desenvolvimento de um desporto qualquer à prática elementar desde criança de uma Educação Física eficiente.

Desporto Escolar

As discussões sobre a prática escolar da Educação Física permanecem  e o Brasil cada vez mais “anda para trás” nesse quesito. Continuamos a não termos as práticas para todos – escolas públicas e privadas – e muito pouco, quase nada, em matéria de ensino, tanto na Educação Física (Ginástica Geral), quanto nas chamadas “escolinhas” que, conforme o próprio nome diz, são pequenas demais para quem sonha com um Brasil potência esportiva.

Então, qual seria a nossa contribuição? 

(continua…)