Defesa vs. Ataque – Lição VI

TIM Brasil Mundial Volei Campeão BraslExperiência Pedagógica

Grandes ralis não são raros no voleibol feminino. Se acharem que já viram um desses, avisem-me: http://www,youtube.com/watch_popup?v=8zBRdO1XFGg&vq=medium  (Grandes ralis, voleibol sensacional)

 

 

Lições 

Ocorreu que o vídeo pode nos induzir a pensar livremente, desacondicionado da intenção primeira do(s) autor(es). Sendo assim, criemos nossos próprios pensamentos e hipóteses com a finalidade de obtermos subsídios pedagógicos nos treinamentos que levam jovens a comportamentos e atitudes impecáveis. Assim, em nosso livre pensar percorramos por instantes caminhos profundos e interessantes.

Equipes em treinamento

Durante algum período em que enfatizamos o treinamento de defesa e movimentação da equipe (ritmo) em nossa passagem no Rio de Janeiro pelo Clube de Regatas Icaraí (fem., 1964), Tijuca T. C. (fem. e masc., 1969-1971) e América F. C. (masc., 1981), utilizamos recurso similar no intuito de mantermos o nível de atenção (e estresse) para as providências táticas cabíveis em situações reais de jogo. Considere-se ainda que para manter o paralelismo entre situação real de uma partida e a de um treino não é tarefa fácil, o que leva o atleta a relaxar em momentos não aconselháveis em determinadas circunstâncias. Uma das maneiras cujos caminhos começamos a percorrer em nossas experiências pedagógicas foi exatamente a de criar ralis longos, em que preponderantemente era imprescindível “não errar os ataques ou deixar a bola cair.” Esta é, p.ex., a mais expressiva falha do voleibol moderno e que o deixa pouco atraente, repetitivo de forma banal, especialmente entre equipes masculinas, pois os treinadores não sabem como treinar defesa, ou imaginam que se treinarem fortes saques e bloqueios inexpugnáveis, para que treinar defesa? Tanto especializaram os indivíduos que se tornaram meras “peças de reposição”.

Dessa forma, e para facilitar inicialmente a absorção do “novo tipo de jogo”, abstraímos os tipos de ataques violentos e as fintas. Creio que se observarem mais uma vez o vídeo, verão que raros foram os ataques de “saída de rede” (posição II), também uma forma de atenuar o desgaste físico da equipe que momentaneamente está a se defender. Com um “olhar e ver”, descortinarão ainda que os ataques jamais tentaram iludir bloqueadoras e tão pouco defensoras, todos realizados de maneira estandardizada, de fácil previsão quanto à trajetória da bola, sua força e, assim, de fácil previsão do local de impacto.

O treinamento é altamente motivante e, até perigoso, dado que os indivíduos envolvidos se deixam levar pelo aspecto preponderantemente emocional – querer fazer o melhor sempre – e para tanto, estão dispostos espontaneamente a se auto vigiarem e a se multiplicarem na ajuda a possíveis falhas dos companheiros – as coberturas. O treinador conhecedor de seus objetivos saberá dosar a intensidade, instando seus atletas a buscarem o máximo de empenho. Outra desafiá-los a cumprirem ralis cada vez mais longos.

Responda à pergunta: Quantas vezes você viu algum atleta brasileiro realizar um peixinho (e tocar a bola) durante uma partida? Não vale o Serginho. Será que o fundamento é treinado para situações em que o Brasil é vencedor? (Como treinar defesa?)

Em “Valorizando defesas em detrimento de ataques” vê-se como o treinador pode levar seus atletas a esse nível de compreensão e atitudes.