A Voz do Professor

Detalhes da difusão do Procrie de 23/7 a 22/8.2010. Fonte: Google Analytics.

Coisas Regionais       

Sabemos que devemos respeitar as tradições, o folclore, comportamentos regionais etc. Mas em se tratando de Educação e se preferirmos, Educar pelo Esporte, as diferenças se anulam e não mais importam. O que pode ocorrer são desvios dos adultos em sua missão, uma vez que nem sempre têm uma formação mais apurada nesta difícil “Arte de Ensinar”.        

A Missão  do Procrie reside aqui, isto é, estar em todos os lugares do Brasil. Vocês já viram e podem constatar em “Cursos em Rede Nacional”. Estou inaugurando agora uma nova forma de contato com os internautas que me seguem e me honram com sua leitura. Quero motivá-los e aproximar-me mais oferecendo um espaço para que consignem seus comentários sobre aspectos interessantes e relevantes de suas atividades no município, isto é, propriamente sobre o seu dia a dia, problemas e necessidades, soluções e empreendimentos. Como o espaço é curto e sou um só, peço que façam um resumo, atendo-se ao tema: “Como o Procrie pode contribuir para o seu crescimento”? Ou, se preferirem um tema de sua eleição, tudo bem!       

Percebo pelo Google Analytics que após a Copa do Mundo de futebol e as férias de julho os internautas voltam a frequentar com mais intensidade o Procrie. Isto é muito gratificante. Vez por outra vou me referir a um ou mais estados/cidades, uma vez que já viram em “Cursos em Rede Nacional” que o site se difundiu praticamente por todo o País. No período 23 de julho a 22 de agosto, o site recebeu 2.253 visitas, provindas de 154 cidades brasileiras que, como se descortina, de todas as partes, inclusive regiões fronteiriças.         

1. Maranhão, São Luís.  Hoje me reporto ao grupo de internautas que vive o voleibol na cidade de São Luís (ver “Voleibol Escolar na Ilha Encantada”) em postagem de fevereiro. Convido-os a se manifestarem neste Procrie consignando o que tem representado o site, sua influência, seus defeitos e virtudes e, principalmente, como desejariam que fosse. Em suma, o que deve ser corrigido e o que deve ser acrescentado para que possa melhor servi-los. No período de “baixa” o site registrou praticamente uma visita por dia com leitores atentos aos textos consultados (média de 5 páginas por leitor) e  permanência de + 5 min. Obrigado e espero vocês. Estou sendo útil aos seus propósitos? Como posso melhorar esse atendimento?       

2. Alagoas, Maceió. De não muito longe – Maceió – chega uma notícia que nos interessa a todos. Participo de um  site que apresenta uma grande variedade de temas relacionados à Educação Física e, através dele recebi em minha caixa postal (dia 22) a seguinte mensagem: Olá Roberto Affonso Pimentel, Laudicéa Ivo criou um novo debate na Comunidade ‘Educação Física em Alagoas’: Seminário do Estágio Supervisionado 4 – 2010.2-ufal       

APRESENTAÇÃO. “Os conteúdos de aprendizagem não se reduzem unicamente às contribuições das disciplinas ou matérias tradicionais. Portanto, também serão conteúdos de aprendizagem todos aqueles que possibilitem o desenvolvimento das capacidades motoras, afetivas, de relação interpessoal e de inserção social.”(Antoni Zabala). O estágio 4 no Curso de Licenciatura em Educação Física visa a participação no processo de planejamento, avaliação e operacionalização do ensino da educação física em turmas do Ensino Médio – 1º ao 3º ano e no Ensino de Jovens e Adultos(1). Com 100 horas de duração este estágio permite aos acadêmicos conhecer a realidade de nossas escolas públicas que atendem a esses níveis de ensino, na rede estadual de educação do estado de Alagoas, prioritariamente em Maceió. A situação da Educação Física nas escolas brasileiras já é de conhecimento de todos, já faz tempo que não vivemos uma relação muito amorosa dentro dos currículos escolares, por isso mesmo ainda vivemos sobre os auspícios da obrigatoriedade legal. No entanto, essa permanência dos nossos estagiários no ambiente escolar alagoano tem nos trazido também boas notícias. Existem muitas experiências exitosas escondidas atrás dos muros escolares, assim como continuamos a encontrar realidades deprimentes vividas por nossos colegas nestes espaços. É esse ir e vir, um trabalho de verdadeiras formigas, que temos realizado no estágio supervisionado de nosso curso, é esse “leva e traz” que queremos estender aos demais professores do nosso curso. Ampliar essa construção coletiva para um grupo cada vez maior e mais confiante de onde se quer chegar. Bem vindo a nosso grupo de trabalho! “Por favor, pode me dizer que caminho devo tomar para sair daqui? Isso depende muito de onde você quer ir – respondeu o gato. Isso pouco importa – disse Alice. Então não importa que caminho você tome.” (trecho de “Alice no País das Maravilhas”) – Nota (1) No Projeto Político Pedagógico inicial utilizado para o cadastro do novo curso no MEC consta apenas como campo de atuação o Ensino médio. Essa inovação com o atendimento ao EJA foi sendo construída a medida em que fomos avaliando continuamente os conhecimentos construídos e vivências ofertadas ao longo do novo currículo.————————————————————————————————————-       

Aceitei de imediato o tema para debate e consignei no site as seguintes considerações:       

Senhores gestores da Educação, Venho realizando um trabalho silencioso a respeito da Formação dos indivíduos através da Educação escolar. Embora as considerações primeiras estejam muito ligadas ao ensino do voleibol, o professor mais atento perceberá que poderá utilizar todo o conhecimento ali exposto para qualquer atividade. Até mesmo por que um dos meus mestres – George Pólya – era um matemático húngaro. Para ter independência no “pensar e agir” é necessário que o docente esteja razoavelmente capacitado pedagogicamente e, isto é oferecido no www.procrie.com.br, basta clicar em qualquer texto na Categoria Metodologia e Pedagogia. Além de citações acadêmicas (poucas) o professor se depara com exemplos simples e práticos para desenvolver com eficiência sua atividade e, “crescer pelo seu próprio esforço”. Se tiver qualquer dúvida, basta consultar o autor e receberá sugestões que ele mesmo decidirá o que fazer. Não há “receitas técnicas” nem de “bolo”. Aos gestores públicos de todo o País, há muito que proponho um desenvolvimento cultural dos seus professores numa luta inglória. Dessa forma, decidi-me pela Internet. Quem quiser poderá ver e constatar o que já fiz e o que proponho ainda se fazer. Se realizarem ou acharem coisa melhor, gostaria de conhecer para atualizar-me e ajudá-los neste mister. Se não, vejam os mais recentes artigos com as propostas de Cursos de Formação. Roberto Pimentel. ———————————————————————————-       

Pode parecer à primeira vista que ninguém sabe nada e eu sou o “dono da verdade”. Mas a meu favor tenho registros de tudo o que faço, principalmente minhas correspondências. Há algum tempo venho oferecendo projetos com insistência, mesmo diante de muitas indiferenças. E mesmo sabendo que no Brasil ainda estamos no “País do Faz de Contas”, ou “Das Maravilhas”. Não sei por que tanto reclamam os professores! Com certeza cansaram-se de ouvir: “Estamos pensando no assunto”; ou então, “Vamos nos reunir em um Grupo de Trabalho para tratar disso”. E por aí vai.       

Em Maceió, 14 visitas no mesmo período, mas sem registro significativo de interesse nas páginas consultadas revelado pelo tempo de permanência. Parecem ter passado os olhos muito rapidamente, sem se deter a qualquer assunto. Vamos esperar e ver o que acontece mais adiante. Lembrando que o convite de participação no site é para TODOS. Conto com o grupo “apressado”, mas que já descobriu o site. Venham e participem ativamente. Não têm nada a perder!     

Aguardo a opinião sobre a logo:       

 

Voleibol Feminino em Portugal

O Vôlei Feminino Português

(Postado no site português www.sovolei.com/Zona7, maio de 2010)

Há dois anos participei de um Congresso Internacional Desportivo no Brasil. Inscrevi-me particularmente para ouvir a  palestra de ilustre professora portuguesa a respeito da prática em seu país. Lamento dizer que saí decepcionado: 40 minutos foram dispensados às apresentações e à exposição de um vídeo turístico sobre Portugal. Nos dizeres dela, “Não poderia proferir uma palestra sem dar a conhecer a minha terra”.  Quando interpelada para dizer-me sobre o desporto feminino, foi evasiva. Afirmou que tudo estava muito bem, com excelente participação das mulheres. É evidente que não acreditei, posto que acompanhara o Congresso Nacional Desportivo português, com importantes pronunciamentos que reclamavam de providências de todas as instâncias governamentais e Federações. Qual o interesse de esconder a verdade? Apego ao cargo? Total desconhecimento do assunto? Insegurança e falta de criatividade? Ou, ainda, “deixa ficar como está até que ocorra a tão esperada aposentadoria”?

Em outro momento voltarei a falar sobre o assunto na busca conjunta de soluções.

Vejo pelo desabafo do Luís Melo publicado no “Zona 7” sob o título “Feminino, um problema de mentalidades”, que tem razão. Impressiona-me é o conformismo para reagir a esse estado de coisas. Todos sabem o que ocorre, mas ninguém experimenta dar o primeiro passo para a busca de soluções. Só a crítica é muito pouco. Aguardar providências do governo está comprovado que não sairão do marasmo a que estão relegados; e esperar que as instituições que comandam o desporto (COP, FPV etc.) são “morrer na praia”. Já tiveram mostras de que nada disso vai modificar o panorama. Vejam as propostas e conclusões do Congresso sobre as Lei de Bases: nada foi adotado e continua a mesma desde 2004. Parece ser natural em Portugal (e no Brasil).

Vimos no “Tempo Técnico”, por Carlos Prata, “A nova legislação para a Formação de Treinadores”, apresentada pelos dirigentes do IDP, referente a um Programa Nacional. Pretende ter uma “incidência muito grande (…) e provocar grandes alterações no nível dos Cursos de Formação” Alguém nutre alguma esperança que desta vez vai ser efetivamente implantada, ou será fruto de mais burocracia? E as suas universidades que formam os professores, mestres e doutores? Ou, de repente, alguma luz iluminou os governantes para o fato óbvio: voltar-se e cuidar de forma científica das novas gerações, deixando de lado o empirismo e as receitas técnicas da FIVB, ou até mesmo universitárias, que até hoje não surtiram qualquer resultado positivo. “Sabe-se muito, fala-se demais, e diz-se pouco”. Transpor os ensinamentos colhidos na teoria para a prática, vai aí muita água. As prateleiras, e agora a Internet, estão repletas de pesquisas de coisa alguma que não surtem o menor resultado. Há que se realizar uma grande guinada, “navegar por mares nunca dantes navegados”, marco da história dos portugueses.

Comentário, por Luís Melo (português, um dos dirigentes do sovolei).

Infelizmente Portugal está cheio desta gente. Muito espectáculo e pouco conteúdo. Muita parra e pouca uva, como se costuma dizer. O exemplo vem de cima. Quando os políticos responsáveis e as federações, desprezam o desporto feminino, porque irá uma professora qualquer fazer diferente? Pessoas que têm cargos de responsabilidade deviam ser as primeiras a usar o (pouco ou muito) poder que têm para mudar algo. Mas ao invés, fazem o que o Roberto diz e bem: “deixa ficar como está até que ocorra a tão esperada aposentadoria”. Não nos podemos conformar, e temos de lutar todos os dias, e todos juntos, para que haja uma mudança de mentalidades e uma mudança na gestão do desporto em Portugal.