Evolução e História do Voleibol

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Fonte: Fivb, Josebel G. Palmeirim, Roberto A. Pimentel – Arte: Michel Maron.

 

Menção honrosa. Com base principalmente nos dados fornecidos pela Fivb faço um retrato da evolução do voleibol no mundo desde sua criação em 1895 até o final do séc. XX. O meu agradecimento ao professor e excelente árbitro Josebel G. Palmeirim, que dedicou sua vida à nobre função com maestria, tornando-se um dos melhores árbitros do Brasil e da Federação Internacional. Atualmente é o presidente da COBRAV, Comissão Brasileira de Arbitragem de Voleibol, e também diretor de cursos da Fivb. Veja a seguir noticiário argentino: “Comenzó este martes (11.8.2010), en el CeNARD, el 1º Curso para Candidatos a Árbitro Internacional, organizado por el Centro de Desarrollo Regional del Voleibol FIVB de la Argentina, que se llevará a cabo hasta el 16 de agosto. En la ceremonia inaugural estuvieron presentes el Subsecretario de Deportes de la Nación Marcelo Chames, el Presidente de la Confederación Argentina de Deportes Carlos Speroni, el Director del CDRV de la Argentina Gabriel Salvia, el Presidente de la Federación Metropolitana de Voleibol, Vicente Finelli, el Director del curso, el brasileño Josebel Palmeirim, y el instructor FIVB de Argentina, Juan Ángel Pereyra. Son en total 19 asistentes de 11 países (Argentina, Aruba, Canadá, Irán, México, Paraguay, Perú, Serbia, Uruguay, Estados Unidos y Venezuela) los que participan de esta primera intervención del CDRV FIVB de Argentina en el arbitraje”.    

Josebel Palmeirim, o 3º da esquerda para a direita. Foto: Galeria FeVA, Cursos del CDRV.

 

 Volley-Ball Centenário. Devemos reconhecer os esforços da Associação Cristã de Moços – ACM para que o voleibol se difundisse por todo o mundo. Entretanto uma parcela desse mérito se deve às Forças Armadas americanas também responsáveis pela explosiva promoção do jogo, tanto fora como dentro do país. Acompanhem os relatos passo a passo.         

Cronologia           

1895 – A ACM contribuiu para o mundo esportivo com a criação de dois jogos – basquete e voleibol – que depois de cinco décadas tornaram-se populares em todo o mundo. Em 1895, na cidade de Holyoke, Massachusetts, William G. Morgan, diretor de Educação “Física da YMCA – Young Men’s Christian Association –, desenvolveu a idéia de um jogo num pátio. Chamou-o de Mintonette. Para isto, estendeu uma rede de tênis no meio de um ginásio, numa altura aproximadamente de 1,90m acima do solo e dividiu ao meio o espaço (quadra) de 15,20m. Pensou em incorporar ao seu novo jogo elementos do tênis, beisebol e handebol. O jogo começava, então, com uma saída (saque) por sobre a rede e, para tanto, foram concedidas três ”saídas“ a cada sacador, antes de se permitir ao time adversário que sacasse. Quando a bola batia no chão, ou quando o jogador falhava ao passar a bola por sobre a rede, resultava isto numa “saída” ou saque para o adversário. Como a bola permanecia em contínuo vaivém, basicamente um voleio, o novo jogo foi batizado de VOLEIBOL (A.T. Halstead, professor do Springfield College).           

1896 – Após uma demonstração na ACM, vizinha de Springfield, o nome “Mintonette” foi substituído por “Volleyball”.           

1900 – Expandido para Dayton, Ohio. Várias experiências foram realizadas e, nesse ano, a Associação dos Diretores de Educação Física da ACM adotou um novo conjunto de regras: a rede subiu para 2,13m; foram eliminados os turnos e padronizaram a bola; o “jogo” (set) seria jogado em 21 pontos. As regras foram modificadas por W. E. Day que, depois de aceitas, foram publicadas. O Canadá foi o primeiro país estrangeiro a adotar o voleibol.           

1906 – Cuba descobre o voleibol nesse ano graças a Augusto York, um oficial das Forças Armadas dos EUA. 

1907 – O voleibol passa a ser considerado um dos jogos mais populares ao ar livre. 

1908 O voleibol chega ao Japão por Hyozo Omori, um graduado do Colégio Springfield, que realizou a primeira demonstração das regras do novo jogo na ACM de Tóquio.  

1910 Tem início também na China com Max Exner e Howard Crokner; jogavam até 21 pontos com 16 jogadores de cada lado. No mesmo ano, Elwood Brown (diretor nacional de Educação Física da ACM) foi convidado pela Divisão de Trabalho Estrangeiro para ir às Filipinas a fim de promover o voleibol além mar; em apenas dois anos organizou os primeiros Jogos do Extremo Oriente, em Manila, com times representativos da China, Japão e Filipinas. Nos EUA, deu-se um ímpeto decisivo no jogo por Prevost Idell, também um diretor da ACM de Germantown. Em muito pouco tempo existiam 5 mil campos de jogo públicos e particulares. Na América do Sul, a modalidade foi inaugurada oficialmente nesse ano, no Peru.         

(continua…)

Arbitragem em Voleibol (II)

Árbitros, Apontadores e Curiosidades

Peço perdão por qualquer omissão dos nomes de tantos que contribuíram com o seu trabalho pelo voleibol.

Curiosidades

  • Você sabia que um dos árbitros da Federação Metropolitana de Volley-Ball (FMV) em 1945 veio a ser o primeiro presidente da CBV? Trata-se do Sr. Denis Ruppert Hathaway. Nesse período os juízes eram indicados ao presidente da FMV para sua inclusão ou não no Quadro de Oficiais de Voleibol (EOV).

Cronologia – Década de 40

1944. 1) Em 21 de março foi aprovado reajuste na tabela para pagamento dos juízes: 1ª Categoria: Cr$ 50,00; 2ª Categoria: Cr$ 40,00; 3ª Categoria: Cr$ 30,00; Oficiais de Mesa: Cr$ 15,00. 2) Em novembro ficou resolvido que os jogos transferidos por motivos de mau tempo ficariam para o dia seguinte. 3) E, ainda, que os juízes escalados pela FMV não poderiam, em absoluto, ser impugnados por nenhum clube ou sob qualquer pretexto. 4) Foi agendado um encontro do vice-presidente da FMV com o diretor da Escola de Educação Física para solicitar um curso especial para juízes em virtude da falta dos mesmos para atuarem no final do campeonato.

1945. 1) Os Srs. Denis Ruppert Hathaway e Álvaro Silva já eram árbitros. Denis foi Diretor-Técnico da Federação Metropolitana de Volley-Ball (FMV) em 1946-47 e veio a ser o primeiro presidente da CBV, cumprindo o período 1955-57. 2) Alguns juízes participantes do Quadro da Escola de Oficiais de Voleibol (EOV): Álvaro Silva (2ª Categoria); José Mira de Morais; Manoel Ferreira Jorge. 3) Em Niterói, o voleibol estava em declínio, sendo considerado morto. E aí pinçamos do noticiário o desdobramento a que estava sujeito o diretor do Departamento Autônomo de Volley-Ball: “Para soerguer este elegante esporte, o diretor do DAV (Departamento Autônomo de Voleibol) despendeu grandes energias, além de prejuízos materiais. No Torneio Início sabemos que o referido diretor teve grande despesa a fim de abrilhantá-lo; no Torneio Quadrangular aconteceu o mesmo: os clubes não têm enviado os seus juízes e é ele quem paga um ou dois juízes que sempre o acompanham”. 4) Constava dos Regulamentos que mesmo sem o comparecimento da equipe escalada para a arbitragem o jogo deveria ser realizado. Para isso, os capitães das equipes – em comum acordo – solicitariam que um dos presentes ao jogo fizesse uso do apito. Isto perdurou durante muito tempo, até a década de 60 e a consequente profissionalização do Quadro de Arbitragem. Alguns desses voluntários de tanto atuarem acabaram se interessando pelo esporte e pela natureza dessa participação tornando-se árbitros posteriormente através dos Cursos de Arbitragem promovidos pela EOV. 5) Na composição da diretoria da Federação Metropolitana de Volley-Ball existia o Diretor de Oficiais, responsável pelo quadro desses profissionais. Nesse período os juízes eram indicados ao Presidente para sua inclusão ou não no quadro.

1946. 1) Alguns participantes do Quadro de Oficiais da FMV nessa temporada. Juizes: José J. Chaves de Oliveira, Manoel Rufino dos Santos, Manoel A. de Godoy Bezerra, Nathanael dos Santos, Walter Machado, Paulo Gomes Ferreira, Domingos Marques Gallo. Fiscais: Itamar de Morais, Nelson Reis e Antônio de Freitas. 2) Recolhi episódios em dois tempos relativos à paga dos profissionais do apito. Um deles, em 3 de setembro, sobre a deliberação a respeito do pleito dos árbitros em favor de reexame das remunerações da classe: “O Presidente examina a solicitação dos ‘Oficiais de Mesa’ com relação à majoração de vencimentos. Após os debates, ficou estabelecido que o clube que der o campo pagará metade das arbitragens”. 3) Enquanto isso, em Niterói, o DAV recomendava aos árbitros que marcassem falta técnica toda vez que um jogador chutasse a bola e designava os juízes de um terceiro clube (neutro) para dirigirem jogos entre duas outras equipes. Estes, certamente, não eram juízes profissionais, mas atletas de pouca expressão técnica que se punham à disposição do clube para a tarefa. Em algumas decisões, passou-se a convidar árbitros do Rio. E, os auxiliares, ainda recrutados entre os presentes (fiscais de linha e mesários).

1947. 1) Abelardo Lima Azevedo, diretor de Oficiais, deixava o cargo e assumia o de Diretor-Técnico (2.10) da FMV. 2) Registro a participação dos juízes Antônio de Freitas, Nelson Reis, Paulo Gomes Ferreira e Nathanael dos Santos, além dos fiscais Itamar de Morais e Ayrton Dionízio.

1948. 1) A FMV incluiu no Quadro de Oficiais vários atletas e dedicados senhores que já atuavam nas arbitragens, especialmente nos torneios de praia. Assim, foram indicados José Gil Carneiro de Mendonça, Alfredo Bicudo de Castro, Rubens Céa, Gabriel Paes de Carvalho e Isaac Peixoto. 2) Deu-se também a inclusão dos árbitros José J. Chaves de Oliveira, Manoel Rufino dos Santos e Manoel A. de Godoy Bezerra, além de Marum Jazleik, cujo nome foi proposto pelo Presidente. 3) O presidente mostrava preocupação com o futuro da arbitragem e a falta de oficiais e agradecia a compreensão de atletas que, presentes aos jogos, se prontificavam a arbitrá-los na ausência dos juízes escalados. 

1949. Em 28 de abril deu-se a inclusão de Otávio Oliveira de Souza no Quadro de Oficiais da FMV.