Evolução das Regras do Voleibol – Praga, 1949 (5)

Acervo Paulo Azeredo.

Modificações Introduzidas no Volleyball 

Palavras-Chave (Tags): Falta Dupla – Quatro Toques – Invasão da Linha Central – Zona de Ataque – Bola Tocada Simultaneamente Sobre a Rede. 

Prosseguindo na série de publicações de artigos do prof. Paulo Azeredo sobre as interpretações das modificações feitas nas regras de volleyball, por ocasião do Congresso Internacional de Praga, realizado entre 13 e 15 de setembro de 1949, daremos hoje à publicidade, os seguintes assuntos: Falta Dupla – Quatro Toques – Invasão da Linha Central – Zona de Ataque – Bola Tocada Simultaneamente Sobre a Rede.

 

Falta Dupla

Estas são na maioria das vezes executadas sobre a rede, havendo às vezes, interpretações diferentes para um mesmo caso, como por exemplo: a) Um jogador do quadro adversário no momento do corte é bloqueado. Como resultado do lance, observamos que o que cortou o fez fora do campo ao que o bloqueio precedeu o corte, logo, foi invasão. Outros optam pela bola fora não considerando a invasão. Nós adotamos um ponto de vista diferente, que nos parece mais acertado. Optamos pela falta dupla, pois foi decorrente da mesma jogada, apesar de uma preceder à outra. Citamos o exemplo acima por não se achar claro na regra este caso, suscitando assim dupla interpretação, sempre na dependência do juiz. Porém, devemos firmar doutrina pela interpretação da falta dupla, pois quando assim interpretada, notamos que é bem recebida pelos quadros disputantes.

Quatro Toques

Com relação a dois jogadores na bola. Também quanto a esta parte tem havido interpretações (diversas) por parte dos juízes. Alguns juízes erradamente contam como dois toques quando vão dois na bola, o que não deve ser, pois podem ir até três, quatro ou mesmo cinco, mas desde que um atinja primeiro e ela seja nitidamente batida não podem ser  contados dois ou mais toques. Entretanto, se o juiz vir dois na bola simultaneamente e tiver dúvidas sobre quem a bateu, neste caso, sim, poderemos contar dois toques.

Invasão na Linha Central

Antes só era invasão por baixo quando a linha era ultrapassada. Porém, atualmente basta tocá-la com qualquer parte do corpo.

Zona de Ataque

Esta zona é formada pela linha de ataque, traçada a três metros e paralela à linha central. A nenhum jogador da defesa é permitido enviar a bola para o campo oposto dentro desta zona, a não ser que a batida se efetue quando a bola estiver em altura inferior a do bordo superior da rede. Além da linha que limita esta zona, qualquer um pode fazê-lo, não importando a altura em que se encontre a bola quando golpeada ou batida.

Comentário do Procrie – É notório que não se enviava a bola para o campo adversário somente com a batida, pois poderia ser de qualquer outra forma, sendo a mais empregada o toque com ambas as mãos. Atualmente, por exemplo, quase sempre é realizada de manchete. Outro aspecto se refere à mudança futura que se processaria na Regra, sendo permitido ao atleta saltar de trás da linha de ataque e realizar a batida já dentro da zona. E, igualmente, no saque. 

Bola Tocada na Rede

a) Quando fora das marcas laterais: neste caso não é válido.

b) Dentro do campo: se a bola for enviada à rede com tal força que a mesma venha a tocar o adversário no campo oposto, tal contato não constituirá uma falta por parte deste. Antes, porém, na regra antiga, se a bola fosse enviada à rede e tocasse no adversário seria falta deste, desde que não fosse na terceira batida.

Bola Tocada Simultaneamente Sobre a Rede

Após o toque simultâneo sobre a rede, a equipe em cujo campo veio ter a bola tem direito a três batidas. Quando dois jogadores tocarem simultaneamente a bola sobre a rede e a mesma cair fora de campo, considera-se como tendo tocado por último o jogador do campo oposto ao da projeção da bola, pois subtende-se que o mesmo tenha interceptado a jogada.

 

Evolução das Regras do Voleibol – Praga, 1949 (3)

Professor Roberto Pimentel, autor e pesquisador.

Dando continuidade à reprodução da série de artigos do Prof. Paulo Azeredo sobre as interpretações das modificações feitas nas Regras de Volleyball por ocasião do Congresso internacional de Praga ( set./1949), abrangeremos hoje os seguintes assuntos: Pedidos de tempo;  Substituições e Colocação dos Reservas e Técnicos. Boas leituras!

Fonte: Acervo Paulo Azeredo, ANO 1951  – Pág. 50, Publicado no Jornal… (?)

Palavras-Chave (Tags): Mudanças nas Regras, Pedidos de Tempo, Substituições, Colocação dos Reservas e Técnicos.

Pedidos de Tempo Os pedidos de tempo podem ser: a) para substituição; b) para descanso; c) para o juiz (pedido por ele próprio). Só os capitães e os técnicos podem pedir tempo. Para substituição cada quadro poderá pedir quantos tempos achar necessário, dentro do limite dos reservas inscritos e do número de substituições a que cada um tenha direito segundo a regra. Estes terão duração máxima de um minuto. Para descanso, cada equipe tem direito a dois tempos de um minuto por set , sendo que em caso de acidente, poderá ser de três minutos, desde que o jogador volte ao jogo (antes, era de cinco minutos). Para o juiz, o tempo é pedido por ele quando achar que o jogo deve ser interrompido por qualquer circunstância. Durante os pedidos de tempo nenhum dos dois quadros pode bater bola, o que era antes permitido.

Substituições  Pela nova Regra a substituição deverá ser feita em um minuto. Se levar mais tempo o juiz marcará para a equipe que a estiver procedendo a um “tempo para descanso” e, se essa equipe já tiver feito uso dos dois tempos a que tem direito por set, perderá o ponto ou o saque. O reserva que tenha entrado em jogo e volte à condição de reserva não poderá voltar ao campo nesse set. O que deu lugar ao reserva poderá voltar ainda uma vez, porém para o mesmo lugar de origem. Em caso de acidente com um jogador e desde que tenham sido esgotadas todas as substituições normais, um reserva qualquer poderá entrar no lugar do acidentado, não importando em que posição tenha atuado anteriormente.

Colocação dos Reservas e Técnicos – Os reservas e técnicos durante o jogo devem estar colocados no lado oposto àquele em que se encontra o juiz e, alternativamente, na lateral ocupada em jogo pela equipe adversária. Exemplo no desenho que transcrevemos abaixo. Aliás, esta colocação já existia na regra antiga, porém nunca foi observada, só sendo agora talvez devido às grandes modificações sofridas (pela atual), e à exigência dos atuais juízes da Federação de cumpri-la na íntegra. Esta é a razão pela qual tratamos desse assunto no presente artigo.

 

Comentário do Procrie: observe-se o detalhe da inversão dos bancos dos reservas e técnicos, justificado pela proibição de se falar aos jogadores em quadra durante a partida. Voltaremos apresentando as modificações no Bloqueio e as Instruções Durante os Pedidos de Tempo. Aguardem.