Como se Jogava. Como a modalidade era ainda incipiente, as mudanças nas regras eram diminutas, inclusive visando a uma maior assimilação e desenvolvimento. Essas características perduraram até a década de 50. Não existia um quadro de árbitros profissionais em Niterói. No Rio, eram poucos os árbitros profissionais com curso da EOV e, depois, da Federação Metropolitana. Em Niterói sua formação era realizada pela própria prática (ver Arbitragem). Em 8 de novembro de 1944, o presidente da FMV enviou representante à Escola de Educação Física para solicitar ao seu Diretor, Capitão Antônio Pereira Lyra, a realização de um curso especial para juízes, tal a dificuldade na formação dos mesmos. Posteriormente, o capitão receberia o título de Sócio Benemérito da Federação (21/3/45). No biênio 1946-47, sob a presidência do Dr. Noeli Corrêa de Melo, foi criada uma Diretoria de Oficiais para gerir o setor. Em 19.2.1946, foi nomeado Abelardo Lima Azevedo para o cargo. E, em reunião de diretoria (13/8/1948), Sylvestre da Costa Leite, presidente em exercício da FMV, expunha as dificuldades por que passava a entidade no que diz respeito aos Oficiais: “Os Oficiais futuramente terão que constituir um quadro totalmente remunerado. Felizmente, alguns jogadores de volley-ball, na ausência dos Oficiais designados, têm-se apresentado a substituí-los. Acrescenta, ainda, que esta reforma trará pesados encargos à Tesouraria e que neste caso terá de haver alterações nas taxas a que estão sujeitos os clubes”.
Como a modalidade era ainda incipiente, as mudanças nas regras eram diminutas, inclusive visando a uma maior assimilação e desenvolvimento. Essas características perduraram até a década de 50. Não existia um quadro de árbitros profissionais em Niterói. No Rio, eram poucos os árbitros profissionais com curso da EOV e, depois, da Federação Metropolitana. Em Niterói sua formação era realizada pela própria prática (ver Arbitragem). Em 8 de novembro de 1944, o presidente da FMV enviou representante à Escola de Educação Física para solicitar ao seu Diretor, Capitão Antônio Pereira Lyra, a realização de um curso especial para juízes, tal a dificuldade na formação dos mesmos. Posteriormente, o capitão receberia o título de Sócio Benemérito da Federação (21/3/45). No biênio 1946-47, sob a presidência do Dr. Noeli Corrêa de Melo, foi criada uma Diretoria de Oficiais para gerir o setor. Em 19.2.1946, foi nomeado Abelardo Lima Azevedo para o cargo. E, em reunião de diretoria (13/8/1948), Sylvestre da Costa Leite, presidente em exercício da FMV, expunha as dificuldades por que passava a entidade no que diz respeito aos Oficiais: “Os Oficiais futuramente terão que constituir um quadro totalmente remunerado. Felizmente, alguns jogadores de volley-ball, na ausência dos Oficiais designados, têm-se apresentado a substituí-los. Acrescenta, ainda, que esta reforma trará pesados encargos à Tesouraria e que neste caso terá de haver alterações nas taxas a que estão sujeitos os clubes”.
Recepção e Toque de bola
Curiosa e notável à época era a influência da arbitragem sobre o comportamento de uma equipe, dada às prerrogativas de interpretação das regras. A recepção era efetuada através do toque da bola com as mãos (ponta de dedos) convencional. Todavia, as regras não permitiam os “dois toques” de quem tantos atletas reclamavam por não fazê-lo com maestria. Para tal procedimento, além da habilidade manual, os jogadores mais técnicos utilizavam o recurso de efetuar um rolamento para trás no momento da recepção; para tal, já se em posição de expectativa, pernas semiflexionadas e braços na horizontal, à frente do corpo. No momento do toque, quando se tratava de saques potentes, quase sempre era necessário realizar o rolamento, uma vez que se tornava um recurso de absorção do movimento da bola. Em seguida, caso estivesse numa das posições de ataque, ainda se apresentava para a execução da cortada. Era assaz desgastante para o atleta. E, além disso, havia uma tática da equipe de posicionar junto à rede ou no fundo da quadra os atletas que, confessadamente, não tinham condições de “passar a bola” sem falta. Evidentemente, alguém tinha que “cobrir” essas lacunas. Você poderá observar comentários a respeito nos artigos referentes às arbitragens em alguns capítulos dessa obra. Mais ainda: os atletas tinham que se esmerar no momento do toque para que sua posição fosse a mais correta possível aos olhos da arbitragem, pois muitos árbitros – por despreparo – não concebiam que o jogador pudesse realizar um toque perfeito em deslocamento ou desequilibrado. Como consequência, uma vez que os árbitros eram sempre os mesmos e também os jogadores já conhecidos de tantas pelejas, criou-se um consenso geral – árbitros, jogadores, técnicos e até o público – quanto à validade dessas interpretações. Assim, antes de se iniciar uma partida, a pergunta entre os jogadores era “Quem é o árbitro?” Como se lhes dissessem que poderiam ou não tocar a bola com mais ou menos rigor. De outra parte – o árbitro –, com certeza já tinha conhecimento dos atletas que reconhecidamente tocavam a bola com precisão. No caso de jogadores de nível de seleção e renomado toque de bola, seria considerado verdadeiro sacrilégio marcar-lhes “dois toques”. Assim, durante muito tempo, fazia parte da tática de equipe “esconder” os maus passadores e sobrecarregar os mais técnicos nesse tipo de execução, uma vez que, do outro lado (equipe adversária), também eles tinham conhecimento dessas deficiências e, com isto, tinham recomendação tática de “caçar” os maus passadores. A esse respeito, Quaresma nos relata lance de jogo Botafogo e Flamengo, na decisão em “melhor de três” no clube Municipal (1960). Nessa oportunidade, o árbitro Newton Leibnitz, o Chapinha, teve a ousadia de, pela vez primeira, marcar um “dois toques” dele, algo inconcebível para o talento e maestria do jogador. O gesto do árbitro foi encarado por todos como um acinte e, segundo alguns, tendencioso ou prepotente, isto é, um favorecimento à equipe adversária ou uma demonstração ao público de que ele estava acima de todos e que, assim, tinha o poder nas mãos.

