Curso de Mini Vôlei (I)

 Bate-papo com o Professor

Ensino. “É dos objetivos que emanam os princípios do ensino.”

Metodologia. “Aprender brincando e jogando”.

TODOS incluídos. Crianças de ambos os sexos, de 8-13 anos de idade; portadores de deficiências ou com necessidades especiais. Resgatando valores tão esquecidos: cooperação, amizade.

Não tema errar. No raciocínio frequentemente nos enganamos e cometemos erros. O pensamento é um substituto da ação concreta e permite a realização de tentativas cujos erros ficam somente na imaginação.

Eis uma ideia que vale ouro. Aproveite os espaços permitindo que mais crianças joguem e se divirtam.

Revista Ciência Hoje. Resumo de artigo do Autor publicado na revista Ciência Hoje das Crianças, ed. SBPC – Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, n° 109, dez./2002.

Aprenda jogando e brincando. No Brasil, o programa do mini vôlei vem sendo elaborado desde 1974 por Roberto Pimentel, quando realizou o primeiro curso do País, em Recife (PE). O minivôlei já é utilizado em várias escolas, em áreas de lazer e, certamente, as aulas de educação física e os recreios ficarão mais interessantes. Só não vai jogar quem não quiser…

Como fazer. Não pense que jogar mini vôlei é só na escola. Você pode montar um campo em qualquer lugar: na praia, no quintal da sua casa, no clube… Marque o campo de jogo com uma corda ou com um risco no chão. Para medir o tamanho, conte 8 passos para cada lado a partir da rede. A largura do campo é a da rede. Vai precisar de uma corda ou barbante para fazer a rede que separa os dois campos de jogo. Os postes onde ela é amarrada podem ser de madeira ou bambu e devem estar bem presos ao chão. Uma boa dica é aproveitar árvores e postes de luz em lugares onde não passe carro. A altura da rede é a mesma atingida pelo colega mais alto quando ele levanta o braço. A bola pode ser a de vôlei ou outra menor. Cuidado para não enchê-la demais. Se você quiser, combine algumas regras com o grupo antes de começar o jogo.

 Cartilha

Quem consegue?

Jogar a bola bem alta e segurá-la antes que caia no chão?

Segurar a bola com uma das mãos?

Dar volta pela barriga e passar entre as pernas?       

Bater várias vezes com ela no chão usando a mão direita e a esquerda?

Jogar a bola para cima e segurar junto da cabeça?

Jogar a bola alta, deixar bater no chão e dar uma cabeçada nela?

 

 

Brinque com a bola. Que tal agora inventar outras brincadeiras?

Chame um colega… quem consegue….?  1) Um contra um: 1×1, é fácil jogar somente você e um amigo.  2) Cada um passa a bola para o outro lado sobre a rede.  3) Pode jogar com uma ou com as duas mãos.  4) Quem recebe a bola não deixa cair no chão.

Originalidade e Criatividade

Alunos se divertem no Recreio e em horários vagos.

Experiência em trabalhos ativos

O nosso conhecimento acerca de qualquer assunto consiste em informação e saber. O saber é a habilidade para usar a informação. Claro que não existe saber sem pensamento independente, originalidade e criatividade.

Todos concordamos que, em pedagogia, o saber é mais importante, ou melhor, é muito mais importante do que possuir a informação. Este saber é a habilidade para construir/reconhecer problemas desafiantes, descobrir princípios/soluções, criticar situações/argumentos, ter alguma fluência no fazer, reconhecer/distinguir aspectos gerais e reconhecer situações concretas. (Pólya)

Todos deveriam concordar também que no ensino de jovens desportistas se devessem fornecer aos alunos independência, originalidade e criatividade. E, no entanto, quase ninguém pede que o professor de educação física ou o treinador de voleibol possua estas coisas bonitas – não é espantoso?

Originalidade e liberdade. A experiência realizada em um colégio de Niterói (RJ)

No final da década de 70 sugerimos à coordenação do colégio a implantação do mini voleibol no recreio e horas vagas de seus alunos. Foram instaladas treze pequenas quadras que permaneceram até nossos dias, sempre disponíveis para a prática livre, fora do horário de aula e sem a presença de qualquer professor. Após breve período de adaptação com a novidade e a consequente aceitação, a Coordenação de Educação Física houve por bem definir a disponibilidade dos campos por séries de forma a atender a demanda democraticamente. Mais adiante foi-lhes sugerido organizarem torneios, que se tornaram um acontecimento inédito. E, ainda, sem participação dos docentes. Regras, tabelas de jogos, tudo orquestrado pelos alunos. Promovemos também uma reportagem inédita com a TV-Educativa no intuito de divulgar a metodologia e suas inerentes vantagens. Foi vinculada para todo o País. Com o passar do tempo registrou-se um fato concreto comentado pelo experiente professor das equipes de voleibol do educandário: “A partir da instalação dos pequenos campos os candidatos a integrarem nossas equipes já chegam jogando voleibol”.

Exemplo dessa natureza pode ser observado igualmente em clube da Zona Sul do Rio de Janeiro onde instalei alguns campos para a prática do mini voleibol: as crianças por si só desenvolviam destreza e habilidade no manejo da bola, raciocínio rápido e, ainda, uma inteligência tática muito aprimorada, capaz de encantar qualquer observador mais atento. Em suma, “aprendem sozinhos”, sem a presença do professor.

Conclusão. Essas são formas de como solucionar dificuldades para aplicação do ensino de um desporto – despertar o interesse e disponibilizar instalações e equipamento – a custo baixo. Basta ao professor, mesmo o generalista, que indique aos seus alunos alguns dispositivos básicos – como organizar um torneio – para que adquiram a capacidade de se desenvolverem por conta própria.

Quer fazer igual na sua escola? É bastante fácil.