Mini Vôlei no Brasil e no Mundo (III)
6. A experiência sueca, por Jorgen Hylander.
Uma apresentação das escolas da Suécia e as maneiras de introdução do voleibol nas suas escolas pela Associação Sueca de Voleibol (SVBA).
Condições gerais. Uma sessão de educação física escolar tipicamente sueca tem 40 minutos de programação. Entretanto, existem alguns problemas, tais como: as crianças tiveram uma aula antes da sessão de ginástica; deslocamento para o ginásio; troca de roupas para as atividades esportivas; a atividade propriamente dita; banho (se possível); troca de roupas; retorno à sala; críticas dos demais professores por possíveis atrasos. Tempo efetivo de atividade: 20 min a 25 min.
Currículo das escolas públicas. O objetivo da educação é o treinamento físico normal para os alunos. Não há currículo detalhado e sim recomendações gerais. O professor planeja as atividades para o ano todo e divide-as em diferentes períodos. Os principais interesses do professor (basquete, vôlei etc.) determinam a escolha das atividades porque o professor é um especialista em seu campo. Partes principais de um currículo: ginástica de aparelhos; esportes de bola (basquete, vôlei, handebol, futebol, badminton e tênis, campo e mesa); pista e campo; cross-country; natação; esportes de inverno.
O primeiro argumento dos professores refere-se às dificuldades de começar o ensino antes da idade da escola secundária. A seguir, um exemplo de uma aula comum de voleibol numa escola sueca: participam de 25 a 30 alunos; existe uma quadra; normalmente uma bola; e o professor realiza o jogo 6×6 (voleibol); o restante é envolvendo atividades de bolas (se houver) na parede.
Problemas gerais nas escolas: os alunos estão em ordem cronológica, portanto, há diferenças de peso, altura, idade biológica, habilidade etc. Como individualizar? Dividir em grupos depois de determinar habilidade, altura, etc. Tudo isso significa pequenos grupos de atividade.
Lições para a escola primária. As primeiras palavras dos alunos são: “Queremos jogar”. Em geral querem o jogo 6×6, que é muito difícil; entenderão o jogo jogando; os jogos consistem em combinações 1×1, 2×2, 3×3, 4×4 e 6×6; inicialmente são ensinados o passe por cima, o saque por baixo e a manchete. Cortada ou bloqueio não são mencionados; resolver o problema da bola adequada, capaz de não provocar lesões às crianças e manter um jogo fluido; uma quadra adequada para fazer o sucesso dos jogos; tempo para as atividades recreativas depois de um dia escolar programado; quadras de voleibol e equipamentos em pátios escolares, ginásios etc.; cooperação entre escolas e clubes.
Formação dos professores. Professores primários são formados em dois anos e meio; professores de Educação Física em dois anos; a SVBA promove anualmente um curso central para professores (treinamento e recreação); os distritos da SVBA promovem cursos duas vezes na semana (eventuais); são realizados torneios entre professores durante o período de aulas (local, regional, distrital) envolvendo cerca de 1.500-2.000 professores; muitos professores fazem seu primeiro contato com o voleibol nesses torneios.
7. A experiência holandesa, por Jaap Tel
Mini vôlei na Holanda e seus problemas. O mini vôlei foi um sucesso no país desde o seu início; existe um campeonato nacional com 120 equipes participantes; desenvolveram-se dois projetos juntos – Trimactions e Mini-voleibol.
O livro “Movimento e Educação do Voleibol” mostra-nos as características do vôlei: dá a possibilidade de desenvolver a força, a resistência e a velocidade; desenvolve a coordenação, os movimentos, o senso de tempo e espaço; desenvolve o sentimento social e o trabalho de equipe. Por que o voleibol não se tornou popular em nosso país? Porque os fundamentos técnicos são difíceis de aprender; ele parece ser estático. O principal objetivo do nosso plano é ensinar a quantas crianças for possível os melhores movimentos usando o mini vôlei desde a idade suficiente para isso. Há dois objetivos secundários: criar possibilidades de jogar o voleibol de um modo recreativo e aumentar o número de jogadores para competição. Para alcançar esses objetivos devemos fazer uma espécie de livro-guia para todos os treinadores e professores. Nosso método é baseado no “método-total”, que pode ser encontrado na publicação acima mencionada. O importante quando se introduz o mini-vôlei é o movimento e fazer jogar o jogo e não os resultados técnicos. Esperamos que este plano traga-nos mais mini-jogadores e, mais tarde, jogadores juvenis. Muito embora já tenhamos 2.000 mini-jogadores, tentaremos alcançar todas as crianças em idade para o mini vôlei.
8. Alguns dados e conclusões sobre o desenvolvimento do mini-vôlei (ainda na Suécia), por Erik Skarback
Bola: peso (gr)/circunferência (cm)
Bola senior 270/66; mini-mikasa 200/83; plástica 150/64; espuma de borracha 110/63.
Número de jogadores 3 e 4.
Dimensões da quadra: 4,5m x 9m (pequena); 4,5m x 12m (profunda); 6m x 9m (larga); 6m x 12m (média); altura da rede 1,80m a 2,10m.
Método de ensino: jogos o tempo todo; primeiro exercícios técnicos (2/3 do tempo) e, depois, jogos (1/3); integração de exercícios (1/2) e jogos (1/2).
Observações:
Bola: a bola de espuma de borracha proporciona longas competições e um jogo intenso. A qualidade do jogo, entretanto, não é boa, porque a bola é muito leve. Ela é boa para a idade de 7-9 anos, especialmente para iniciantes. É boa também para o os iniciantes mais velhos, como preparação para bolas mais pesadas. E, ainda, para crianças que não tenham uma habilidade geral. Por isso ela seria muito útil nas escolas. A bola de plástico é melhor para 7-9 anos. A mini-mikasa é melhor para crianças acima de 10 anos. Crianças mais novas, especialmente meninas, acham-na muito pesada e dura para bater. A bola senior é a melhor bola para crianças acima de 12 anos. Uma coisa interessante, entretanto, é que ambas as bolas (mini-mikasa e senior) provavelmente podem ser usadas por idades mais jovens se as enchermos com menos ar do que o previsto normalmente.
Quadra: 3 x 3 é a melhor forma para o mini vôlei. A quadra “pequena” é utilizada para todas as idades, mas a “larga”, algumas vezes, é melhor para acima de 10 anos. Algumas indicações dão-nos conta que 4 jogadores numa quadra “média” é muito bom depois de um período de treinamento, quando já têm uma rotina suficiente para praticar movimentos táticos.
Rede: neste projeto, cada grupo de 7-9 anos usou redes de 1,80m e, os de 10-12 anos, 2,10m. Muitos treinadores acham a rede demasiado alta. Para jogos demorados e mais intensivos a rede deveria ser mais baixa. Quando o jogo é muito rápido e intenso, a rede deve ser mais baixa e, quando o jogo não é intenso, a rede deve ser mais alta. Entretanto, não podemos esquecer que este projeto diz respeito aos iniciantes na sua primeira fase. Provavelmente seria melhor que a rede ficasse mais alta quando o primeiro estágio fosse ultrapassado e as crianças já estivessem boas para ultrapassar a bola por cima da rede com técnica suficientemente correta. Não podemos ignorar o passo inicial. O jogo deve ser movimentado desde a primeira vez que as crianças tentarem fazê-lo, caso contrário acharão outros jogos mais atraentes. Jogos com bola devem ser intensos e atraentes desde o começo.
Método de ensino: experiências mostraram que 3 e 4 pessoas juntas num exercício cometem uma grande percentagem de erros. Exercícios 2 a 2 funcionam melhor. Crianças de 7-9 anos divertem-se mais no treinamento do que no jogo, enquanto que crianças mais velhas (10-12 anos) gostam mais de jogos do que de treinos.
Qualidade e intensidade são inversamente proporcionais? Uma conclusão dessa afirmativa poderia ser que não podemos exigir muitos passes e boa qualidade na iniciação do voleibol. Isto porque diminui a intensidade do jogo e o sentimento positivo em relação à essa intensidade é muito importante para a criança.










