Evolução das Regras, 1980-99

Década de 80

1980 – 17º Congresso da FIVB: as Regras do jogo foram traduzidas para três linguas: francês, inglês e espanhol.

1982 – A pressão da bola foi incrementada de 0,40 kg/cm² para 0,46 kg/cm².

1984 – A partir dos jogos de Los Angeles foi proibido o bloqueio do saque e os árbitros receberam instruções para serem mais benevolentes na avaliação das defesas. Durante os Jogos Olímpicos alguns atletas brasileiros (medalha de prata) atraíram as atenções pela habilidade do saque com salto. A ideia não era nova, pois foi usada no Campeonato Mundial da Argentina, em 1982, sem resultados objetivos.

1988 – A partir dos Jogos Olímpicos, uma nova regra impediu a interrupção do jogo para que se pudesse secar a quadra. Os times passaram a entrar com toalhinhas presas na parte de trás do calção, usadas sempre que o suor molhasse o piso. A FIVB impôs uniformes para as equipes femininas, o que gerou uma série de problemas com o descumprimento dessa obrigação por parte da maioria das Federações. Somente a equipe de Cuba fez uso desse uniforme. No Brasil, a Federação de Voleibol do Estado do Rio de Janeiro (FVERJ) oficializou a bola da marca Penalty.

Bloqueio. Em 1984 foi proibido o bloqueio de saques (Olimpíadas de Los Angeles). Proibido também o ataque do saque (na zona de ataque).

Defesa.  Em 1984  foram permitidos contatos múltiplos numa mesma ação. Em 6 de maio de 1988 a FIVB inaugurou suas novas instalações em Lausanne.  Nos Jogos Olímpicos desse ano o torneio masculino contou com 12 equipes (previstas 10). Os EUA venceram no masculino e a URSS no feminino, após dramática final com a equipe do Peru. O Congresso Mundial aprovou que o 5º set decisivo seja disputado no sistema de pontos por rali em que cada saque corresponde a um ponto. O placar final do set foi limitado em 17 pontos, com UM ponto de diferença. Essa medida seria modificada em 1992.

Década de 90

1992 – Após os Jogos Olímpicos de Barcelona, a regra do 5º set (tie-break) foi modificada. Nos empates em 16-16, o jogo continua até que uma das equipes consiga uma vantagem de dois pontos. Motivo: o jogo Itália e Holanda, no 5o set, foi encerrado com a vitória da Holanda por 17×16; em seguida, houve protestos dos italianos e a consequente mudança da regra.

1994 – O Congresso Mundial realizado em Atenas aprovou as novas Regras que seriam introduzidas oficialmente em 1º de janeiro de 1995: permite contatos com a bola com qualquer parte do corpo, incluindo os pés. A zona de saque foi estendida para a totalidade (9m) da linha de fundo. Eliminação da falta dos dois toques na recepção da bola vinda da quadra oponente. E a permissão para tocar na rede acidentalmente quando o jogador em questão não participa da jogada. A bola pode ser tocada voluntariamente com qualquer parte do corpo, inclusive pernas e pés (Mundial da Grécia).

1995 – A linha de ataque foi estendida com faixas tracejadas em 1,75m; a pressão interna da bola foi reduzida para 4,27lb a 4,56lb; foi permitida a invasão da linha central com as mãos; cartões de indisciplina passam a ser cumulativos; a bola que passa por cima ou por fora das antenas (fora do espaço de cruzamento) em direção à área livre da equipe adversária pode ser recuperada. Foi ampliada a zona de saque: corresponde à largura da quadra (9m); o saque pode tocar a rede; introdução de contagem de “PONTOS POR RALI (25 pontos) sem ponto limite – acaba o sistema de VANTAGEM –, sendo que no set DECISIVO (5°, tie-break), ainda jogado com 15 pontos, não há ponto limite; em caso de empate em 14-14, o jogo continua até que uma das equipes obtenha uma diferença de dois pontos. Nos quatro primeiros sets foram criados dois tempos comerciais para TV: no 8° e 16° pontos. Têm início as experiências com o sétimo jogador, o líbero, um jogador especial, diferenciado pelo uniforme, com características exclusivas de defesa e recepção, cujas trocas sucessivas não são computadas à equipe.

1996 – A figura do líbero foi introduzida experimentalmente no Grand Prix feminino logo após a Olimpíada de Atlanta; a posição dá principalmente ao voleibol masculino uma condição melhor, já que o ataque é preponderante em função do vigor físico da categoria e sobrepõe-se à defesa. O líbero veio para tentar dar um equilíbrio nessa relação entre ataque e defesa.

1997 – A partir desse ano foi testado o jogo com o líbero; sua aprovação e inclusão nas Regras deu-se somente em 1999. No Brasil do início da década de 80 era o jogador que não recepcionava o saque e se apresentava para o ataque de fundo.

O líbero é um atleta especializado nos fundamentos que são realizados com mais frequência no fundo da quadra, isto é, recepção e defesa. Esta função foi introduzida pela FIVB em 1998, com o propósito de permitir disputas mais longas de pontos e tornar o jogo mais atraente para o público. Um conjunto específico de regras se aplica exclusivamente a este jogador. O líbero deve utilizar uniforme diferente dos demais, não pode ser capitão do time, nem atacar, bloquear ou sacar. Quando a bola não está em jogo, ele pode trocar de lugar com qualquer outro jogador sem notificação prévia aos árbitros e suas substituições não contam para o limite que é concedido por set a cada técnico. Por fim, o líbero só pode realizar levantamentos de toque do fundo da quadra. Caso esteja pisando a linha de três metros ou esteja sobre a área por ela delimitada, deverá executar somente levantamentos de manchete, pois se o fizer de toque por cima (pontas dos dedos) o ataque deverá ser executado com a bola abaixo do bordo superior da rede.

1998 – Após as Olimpíadas de Seul, foi incluído o sistema de pontos rally no set decisivo (5º) (Regra 7.4). A contagem de cada set limita-se a 17 pontos: depois de um empate de 16 a 16, a equipe que primeiro marcar o 17º ponto vencerá o set com somente um ponto de vantagem (Regra 7.2.2). Modificações que não deram certo: TEMPO de JOGO e as duas TENTATIVAS de SAQUE (Regra 17.6). A Regra 17.7 coibiu o emprego da barreira, que impedia a visão do sacador. A CBV comunicou ainda (NO nº145/88) decisões da FIVB sobre a secagem (toalhas) da quadra e outros formas escusas utilizadas para interromper a partida.

1999 – As normas relativas à atuação do líbero foram finalmente incluídas nas Regras.

Evolução das Regras, Anos 1970

Evolução das Regras na Década de 70

1970. Antena – Aparecimento das antenas limitando a zona de ataque (Bulgária).  

1972. Foram estabelecidas as regras oficiais do mini voleibol.

1974. No Congresso da FIVB, na cidade do México, ficou decidido realizar duas alterações a serem empregadas a partir de 1976: as antenas laterais serão movidas para junto das faixas laterais (9m) e serão permitidos os três contatos com a bola após o bloqueio. 

1975. A Fivb e a Federação Sueca de Voleibol realizaram o 1º Simpósio Mundial de Mini Voleibol, ao qual compareceram diversos representantes de vários países, inclusive o Brasil, com os professores Walderbi Romani e Roberto Pimentel.

1976. Após o bloqueio, não dois, mas três contatos com a bola foram permitidos; a distância entre as antenas foi encurtada de 9,40m para 9m (Montreal, Canadá).

Ataque (de fundo) . Até então, o jogador de defesa (atrás da linha de 3m) só podia atacar a bola quando ela estivesse abaixo da altura da rede. A partir desse ano foi liberado o ataque de fundo. O seu iniciador em nível internacional foi o húngaro Magiar (apelido), a partir do Mundial da Bulgária; também o polonês Thomazs Wojtowicz se destaca neste tipo de ataque no mesmo mundial. Sua consagração ocorreu em Montreal, Canadá, quando se tornou, inclusive, campeão olímpico.

1977. Novo Sistema – Durante a Copa Mundial de Voleibol “Cidade de Curitiba” foi realizada a primeira experiência no mundo em jogos oficiais com o sistema Fin-30, cujas modificações visaram modificar o tempo de duração de uma partida. As idéias propostas pertencem ao técnico finlandês Nikkola, que deu seu nome ao sistema. O sistema Nikkola prevê que a disputa do jogo deve ser em, no máximo, cinco sets, vencendo a equipe que obtiver a vitória em três deles. Cada set termina em 30 pontos, sendo obrigatória a diferença por dois pontos eliminado-se a vantagem enquanto a marcação dos pontos é corrida. Portanto, cada erro implica a marcação de ponto para o adversário. Algumas vantagens foram observadas nos dois jogos de abertura da Copa Mundial, como uma diminuição no tempo de jogo. A FIVB procura encontrar uma faixa aceitável de tempo, fazendo com que um set dure no máximo 20 minutos e uma partida, entre 80 e 100 minutos. Algumas queixas foram feitas sobre a forma como seria disputada uma prorrogação, denominada tie-break (set decisivo, 5º set). Alguns observadores acharam que a perda do saque como arma de ataque e a inexistência de vantagem serviram para tornar o vôlei medroso, sem rapidez (Carlos Nuzman). “A vantagem do sistema é encurtar jogos longos, disse o Capitão Célio Cordeiro Filho, presidente do Conselho de Treinadores do Brasil que, juntamente com Mário Malta, vai elaborar um relatório a ser encaminhado à FIVB sobre a utilização do Nikkola nesta experiência em Curitiba”. Para experimentar hipoteticamente as regras no caso de um empate, foi testada também a forma de prorrogação prevista pelo sistema de tie-break. A nova regra dizia que “Em caso de empate (2×2), será jogada uma prorrogação em que os saques serão alternados (um para cada equipe) até que uma delas alcance sete pontos (cada saque conduz a um ponto). O número máximo de saques será de 13, vencendo a equipe que atingir primeiro o sétimo ponto. O tie-break equivale ao quinto set”. Exatamente no tie-break o sistema Nikkola apresentou um problema aparentemente insuperável, a julgar pelos resultados dos jogos e pelo próprio comportamento dos jogadores: aumenta a tensão emocional do atleta a nível extremo, exigindo alta concentração. No pouco tempo da disputa, um erro pode fazer perder a partida, já que não dá possibilidades de recuperação. O tie-break ainda consegue equiparar duas equipes desniveladas tecnicamente. No jogo normal, pelo sistema Nikkola, o Brasil venceu a Venezuela facilmente por 3×0. Para testar a eficácia do tie-break, foi jogada uma prorrogação hipotética, como se o jogo tivesse terminado em empate, e o Brasil, apesar de superior tecnicamente, acabou perdendo por 2×1; no primeiro set da prorrogação venceu por 7-4, perdeu o segundo por 7-4 e o terceiro e decisivo também por 7-4. Da mesma forma, a Coréia, que venceu o Japão no jogo normal por 3×1, perdeu o tie-break por 7-1 e 7-5. Outros sistemas foram concebidos e testados por uma comissão técnica da FIVB ao longo dos anos e definitivamente implementado a partir de 1995, como veremos a seguir.

Evolução das Regras, 1960

Década de 60

1960. Destaques das principais modificações na Regra Oficial constante de Nota Oficial da CBV retransmitida pela FMV (NO nº 16, de 10.3.60).

Regra I – Art. 2º – Nova redação LINHAS – O Campo é limitado por linhas de 5 cm de largura traçadas na sua parte interna. Elas serão traçadas a um mínimo de 2 (dois) metros de qualquer obstáculo.

Regra V – Art. 3º – § “d” – Alterar Qualquer jogador que inicie jogando um set pode ser substituído uma só vez por qualquer suplente e poderá voltar ao jogo, mas definitivamente, no lugar que ocupava precedentemente e somente ele, com exclusão de qualquer outro jogador.

Regra XII – Art. 6º – § “c” – Acrescentar no final os dois tempos para descanso podem ser solicitados consecutivamente por uma ou outra equipe sem que o jogo tenha sido recomeçado. No entanto, segundo a Regra V, art. 3º – letra “c”, uma equipe não tem direito de pedir dois tempos para substituição sem que entre os mesmos o jogo tenha recomeçado. Um tempo para descanso de uma equipe pode ser seguido imediatamente de um tempo para substituição por uma outra equipe e vice-versa.

Regra XIII – Acrescentar Art. 7º – BARREIRAS – No momento do saque é proibido aos jogadores da equipe que irá dar o saque efetuar movimentos com os braços, saltar ou grupar dois ou mais jogadores, com objetivo de formar uma “barreira”, com intenção de encobrir o sacador.

Regra XX – Art. 1º – Acrescentar Letra “c” – o fato de tocar a linha central, sem ultrapassá-la, não constitui falta. 9) Regra XXIV – Art. 3º – Acrescentar no final “Salvo no caso de uma equipe ficar incompleta em virtude de contusão de jogadores” (conforme Regra V, Art. 3º – Letra “d”).

Campeonato Mundial (Rio de Janeiro). Tendência de favorecer a defesa na tentativa de equilibrar as ações de jogo. Muito embora os russos, campeões, jogassem com somente um levantador (5×1), foram os japoneses que consagraram esta formação, o que facilitava suas combinações de ataques rápidos. Os soviéticos realizavam ataques com bolas predominantemente altas.

1964. Novas regras para o bloqueio: a invasão por cima durante o bloqueio ainda era proibida, mas permitido aos bloqueadores um segundo toque. Os primeiros torneios Olímpicos de Voleibol jogados em Tóquio (13 a 23 de outubro), contemplaram 10 equipes masculinas e 6 femininas. Utilização predominante da manchete (Olimpíadas de Tóquio); obrigatoriedade no Brasil de recepcionar de manchete; surpresa no Torneio Início carioca.

Antenas 1968. Recomendação do Congresso do México para a utilização das antenas como limite do espaço aéreo da rede, para facilitar as decisões da arbitragem (bolas por fora).

Saques Altos. Raros praticantes, embora as quadras favorecessem, pois eram raros os ginásios. Em 1953, Paulo Castelo Branco (Sírio e Libanês), sacava muito além dos refletores (o atual jornada nas estrelas). Os refletores eram colocados sobre a quadra de voleibol, acompanhando as linhas laterais, a uma altura relativamente alta. No Brasil da década de 40, alguns juízes proibiam a utilização deste saque, punindo com perda da vantagem, pois prejudicava a visão do recepcionador.

Recepção 1958 – Tchecos realizam as PRIMEIRAS experiências utilizando a manchete (bagger). 1960 – Utilização de excelente toque por cima até o mundial do Rio. 1962 – Surge a manchete; uso do toque em condições especiais (mundial de Moscou).

Defesa 1960 – De toque até o Mundial; alguns gestos com um dos braços e mão fechada. 1962 – Introdução da manchete em defesa de cortadas. 1964 – Utilização plena da manchete na Olimpíada.

Bloqueio 1964 – Até a Olimpíada de Tóquio, somente no próprio campo; a partir daí, permissão para invadir após o ataque adversário; volta a permissão para o 2º toque na bola.

Evolução das Regras, 1947-59

Como era jogado o voleibol

1947. Somente jogadores da linha de frente (ataque) podem trocar de posição para atacar e bloquear. Entre 18-20 de abril, 14 federações fundaram a FIVB, com sede em Paris. O francês Paul Libaud foi eleito o primeiro presidente. As regras do jogo – americana e europeia – foram harmonizadas. A quadra com as medidas de 9m x 18m; e a altura da rede estabelecida em 2,43m para homens e 2,24m para mulheres. Somente na Ásia as regras eram diferenciadas: ”a quadra medindo 21,35m x 10, 67m, e a rede medindo 2,28m para homens e 2,13m para mulheres; não havia rotação dos jogadores na quadra, onde atuavam 9 atletas em três linhas”. 

1948. O primeiro campeonato europeu masculino foi realizado em Roma e teve como vencedora a Tchecoslováquia. Após a guerra, as regras foram reescritas e simplificadas para facilitar a interpretação. Em particular, uma melhor definição da ideia de bloqueio, e a zona de saque limitada. Também estabeleceram que cada um dos jogadores se colocasse em suas respectivas posições durante o serviço; os pontos consignados incorretamente por um sacador deveriam ser anulados; os contatos simultâneos de dois jogadores deveriam ser considerados como um só toque; tempos para descanso seriam de um minuto, exceto em caso de lesão (até 5min); e o tempo entre um set e outro foi fixado em 3 minutos.

1949. Primeira versão do campeonato europeu feminino em Praga (Tchecoslováquia), vencido pela URSS. Na mesma cidade foi também realizado o primeiro Campeonato Mundial masculino, vencido também pela URSS. O Comitê Olímpico Internacional negou a inclusão do voleibol nas Olimpíadas.

Década de 50, Curiosidades

1. Velocidade da cortada – uma bola bem cortada podia adquirir a velocidade de 160 km/h. O Professor McCloy, da Universidade Estadual de Iowa, EUA, registrou velocidades de mais de 160km/h.

2. Cortada balanceada – quando a bola está longe e você não pode colocar-se atrás dela, use um movimento balanceado giratório (de braço). Bata na bola com a base da mão, mantendo a palma e os dedos ligeira e rigidamente curvos (acompanhando a curvatura da bola), semelhante ao que ocorre no saque balanceado (cortada de gancho).

3. Linha de ataque – (…) alguns a denominam de bloqueio ou linha de limite. O propósito desta linha é evitar que os jogadores excessivamente altos que estejam na defesa venham à rede para bloquear todas as bolas, o que não é válido. Os jogadores de defesa podem bloquear a bola, mas em cima ou atrás da linha de bloqueio.

4. A bola – o jogo oficial é praticado com uma bola esférica composta de um invólucro de couro flexível, de cor uniforme, ‘sem cordão’, de 18 gomos ou um invólucro de borracha apenas, com não menos de 65 cm e não mais de 67cm de circunferência, contendo no seu interior uma câmara de ar de borracha ou material similar. Bola de couro, com pressão entre 0,48kg/cm2 e 0,52kg/cm2 e bola de borracha (0,47 e 0,49). Peso: masculino (250g a 280g) e feminino (230g a 250g).

5. Cuidados com a bola – depois de corretamente cheias e após o uso, as bolas devem ser guardadas em compartimentos frescos e limpos. Não devem nunca ser “chutadas”, servir de assento, ou golpeadas contra superfícies ásperas e irregulares. Recomenda-se o uso de sebo de sela para mantê-las limpas e para reservar o couro. De acordo com as decisões da CBV, a bola deve ser branca, possuir 18 gomos e estar dentro das pressões limites.

6. Saque – (…) o saque pode ser dado saltando ou na corrida. O jogador, após haver sacado, pode cair sobre o campo de jogo ou sobre a linha de fundo.

7. Inovação do jogo – em todo jogo internacional são jogados três sets vencedores.

8. Jogo na rede – (…) o dois toques (proposital) no bloqueio deve ser punido.

1951. Em seu terceiro Congresso, a FIVB decidiu que será permitido ao atacante “invadir” com as mãos durante o bloqueio, mas somente após a fase final da cortada. Esta recomendação passou a ser cumprida somente após as Olimpíadas de 1964.

1953. Em seu quarto Congresso, a FIVB definiu as ações e terminologia da arbitragem.

1955. A USVBA organizou oficialmente a prática do jogo nos EUA com vistas aos Jogos Pan-Americanos. Mexicana: Equipe do México realiza cortadas de “tempo”, no meio da rede (Pan-Americano de 55).

1957. Após a realização de torneio demonstrativo durante o 53° Congresso do COI, seus membros decidiram pela inclusão do voleibol nos Jogos Olímpicos de 1964, a serem disputados em Tóquio, Japão. Atribuições foram dadas para a inclusão de um segundo árbitro: a duração dos pedidos de tempo foi limitada para 1 minuto e 30 segundos. Modificadas as regras do vôlei feminino pela Divisão de Esportes das Moças e Mulheres da Associação Americana de Saúde, Educação Física e Recreação para que se igualassem às regras do masculino da USVBA.

Regras. As Regras Oficiais[1] foram resumidas por João Lotufo (“Voleibol”, 1957, p.8) a título de ilustração e mais rápida compreensão, inclusive do que era essencial:

  • Um sorteio determina quem dará o saque.
  • Cada jogador do quadro dará o saque por sua vez e fará uma tentativa para atirar a bola para o campo adversário sem que toque a rede.
  • O jogador que dá o saque não deve ter contato com o campo ou a linha que o limita.
  • Não há restrições quanto ao modo de dar o saque, a não ser que o sacador deve permanecer na área do saque, com um dos pés, pelo menos tocando o solo e que a bola seja claramente batida.
  • É declarado o rodízio quando a bola do saque tocar a rede.
  • Se o jogador tocar a bola ou for por esta tocado, considera-se como se tivesse jogado.
  • É permitido sair dos limites (da quadra) e apanhar a bola.
  • A bola não poderá ser agarrada. Deve ser claramente batida.
  • A bola que toca o corpo mais de uma vez, simultaneamente, é legal.
  • O quadro (time) perdedor tem o direito ao saque na partida seguinte.
  • É permitido jogar bola usando qualquer parte do corpo acima dos quadris.
  • A bola é conservada em jogo ao bater na rede e passar ao campo contrário. No saque, porém, a bola não pode tocar a rede; se a bola não passar nitidamente sobre a rede, ficará de posse do outro quadro.
  • A bola que é enviada à rede por um dos quadros pode ser recuperada uma vez que a rede não seja tocada por nenhum jogador.
  • Um jogador pode bater na bola 2 vezes numa jogada, mas não consecutiva.
  • A bola deve ser devolvida para o campo adversário após o terceiro contato.
  • Os jogadores não podem tocar a bola ou passar além da linha de centro. Isto ocasiona a perda da bola se o quadro que sacou comete a falta e conta um ponto para quem saca no caso dos oponentes cometerem a falta. Se ambos os quadros tocam a rede simultaneamente, a bola é declarada “morta” e é dado novo saque.
  • Os jogadores de linha final – da defesa – têm a liberdade de mover-se no seu campo, mas não podem correr para a rede e cortar ou matar a bola.
  • Quinze pontos representam vitória, uma vez que haja diferença de dois pontos. A contagem pode ser de 15-13, 16-14, 17-15 etc.

1958. Os tchecos inventaram a manchete (bagger). Barreira: ainda vigorava a barreira para o saque; foi abolida a seguir. Os três atacantes postavam-se, juntos, entre o sacador de sua equipe e a rede, dificultando a visão dos adversários. Era, inclusive, permitido levantar os braços e movimentar-se. O 4° jogador (defesa-centro) também se juntava ao grupo, respeitando a posição de rodízio, isto é, atrás do seu correspondente e à esquerda do sacador. O sexto jogador (defesa-esquerdo) não participava da operação, dando a cobertura necessária contra uma possível devolução imediata da bola.

1959. No Congresso da FIVB, em Budapeste, ficou decidida a proibição da “barreira” quando da execução do saque e a limitação da “invasão” por baixo com o pé (bastava tocar a linha). Jogo: Melhor de três sets vencedores a partir de 1957. Ataque: Puxadas e batidas (cortadas de mão fechada); a seguir, foram proibidas; cortadas com corrida (salto numa perna): alguns poucos jogadores realizavam este tipo de ataque; as passadas eram similares à entrada em bandeja do basquete. Tática: Sistemas de jogo – inicialmente, 3×3, até o 4×2. Na época as equipes tinham suas “duplas” de jogadores; a cada atacante correspondia um e somente um levantador. Dizia-se que o jogador tinha que carregar seu material de jogo na maleta e o seu próprio levantador, geralmente baixinho. Introdução do sistema 4×2 com Paulo Azeredo, técnico do Fluminense, no Sul-Americano de 1951. Toque: A exigência da perfeição na recepção caracterizou algumas providências táticas, pois quem tinha dificuldades no toque era caçado durante todo o jogo. Assim, ele era escondido da recepção, como é ainda hoje. Recepção (do saque): Realizada com o emprego de rolamentos para trás (saques mais fortes); sacrificava o jogador que estava na rede (atacante), uma vez que deveria, imediatamente, se apresentar para a cortada. Era uma medida tática de quem sacava, pois, invariavelmente, eliminava aquele jogador de um possível ataque. Quando realizada com defeito, poderia originar um xeque, isto é, a bola ultrapassava a rede e propiciava um ataque imediato do adversário. Lavadeira: Proibida a lavadeira, que consistia num toque de bola carregado, de baixo para cima, com ambas as mãos em pronação (1952); tem este nome por causa do mesmo movimento feito no basquete, em arremessos à cesta, por baixo, estando a bola próxima aos joelhos do atleta; muito usado à época para cobrança de arremessos livres (faltas) no garrafão. Saque: Já existia o saque balanceado, também chamado americano (equipe americana, Pan-Americano de 1955); também o saque tênis (saque por cima). Jorginho usava inclusive o saque americano “com corrida”, que consagrou o russo Yuri Pojarkov no Mundial de 60, no Rio. Xeque: “Bola de graça”, ou bola que vem de xeque; ataque realizado por um jogador de rede quando sua equipe recebe a bola graças a um erro do adversário (ver Recepção). Largada: Ataque com leve toque na bola, principalmente com a ponta dos dedos, estando a mão ligeiramente aberta; o atacante procura direcioná-la para a zona da quadra adversária menos coberta pelos defensores. Quase sempre era realizada “atrás do bloqueio”, o que levou muitos técnicos a alterar o sistema defensivo, colocando um defensor na cobertura do bloqueio. Largamente empregado pelas equipes femininas da Rússia. Explorar (o bloqueio): O atacante arremessa propositalmente a bola contra as mãos do(s) bloqueador(es), visando uma trajetória para fora de jogo. Às vezes, até para o alto, tudo dependendo do momento: altura e proximidade da bola em relação à rede. Jogadores mais técnicos usavam o recurso de aproveitar o bloqueio (errôneo) de bolas impossíveis de serem cortadas para recuperar a bola com um leve toque na mão do bloqueador e, assim, ter direito aos três toques seguintes. Ataque: Com força: normalmente dirigido à diagonal ou paralela. Indicativos da trajetória da bola em relação às linhas laterais da quadra. Cravada: cortada violenta, de cima para baixo, antes da linha dos 3m. Sem força: ataque dito técnico, em que o atleta tem visão perfeita da colocação dos adversários e os ilude com sua habilidade e inteligência. Também denominada meia batida.

[1] Mantida a terminologia empregada pelo autor citado.

Regras e Evolução do Jogo

As Regras na década de 40.  Nesta década o interesse pelo voleibol nos EUA teve considerável aumento. No ano de seu cinqüentenário – 1945 – foram publicados mais artigos sobre o esporte do que em qualquer outro de toda a sua história. Em 46, os diretores de voleibol tiveram o reconhecimento da USVBA e já se constituía no quinto esporte de equipe mais fomentado no país. Foi permitido o toque na bola com qualquer parte do corpo acima da cintura.

A obra a seguir foi-me doada pelo Professor Jonas Correa da Costa em 1967, quando seu aluno na Escola Nacional de Educação Física, atual UFRJ. 

As Regras em 1944-45 (ACM de Montevidéu – Uruguai)

Este Manual fué preparado por el Sr. Orestes Volpe, Director de Educación Física de la Asociación Cristiana de Jóvenes de Montevideo, Editorial Mundo Nuevo, Colonia, 1084, Montevideo. Uruguay.

Contenido: Reglas de Juego Masculinas y Femininas; Breve historia del Juego; Algunas interpretaciones a las Reglas. Indicaciones a los Jueces. Publicado para la Comisión Continental de Educación Física de las Asociaciones Cristianas de Jóvenes:

“As regras do jogo que são oferecidas neste manual são as correspondentes a 1944-45 aprovadas pela Associação Americana de Volley Ball e entidade máxima nos EUA e orientadora desse esporte em todo o mundo. Integram esta prestigiosa Associação as seguintes instituições: Associação Cristã de Moços, Associação Cristã Feminina, União Nacional Atlética, Federação Atlética Amadora, Associação Atlética Nacional Universitária, Associação Nacional de Recreação, Boys Scouts da América, Associação Americana de Saúde e Educação Física, Armada dos EUA, Marinha dos EUA, Turnsbund Americano, Diretório de Bem-Estar Judeu das Escolas Secundárias, Associação de Meninas Camp Fire e Organizações Industriais”.

São duas Regras, comentadas – uma para o masculino e outra para o feminino –, com mínimas diferenças. O Manual teve o apoio também da Comisión Continental de Educación Física de la Federación Sudamericana de las A. C. de J. Ao final, comentários sobre as dúvidas mais comuns.

Medidas da bola   Circunferência         Peso          Altura da rede         Pressão de ar

Masculino               65cm a 69cm      57g a 285g        2,45m                 3,39kg a 3,62kg

Feminino                65cm a 68cm      230g a 285g     2,30m                              …

Nota: no jogo ao ar livre pode ser usada bola mais pesada, até 340g.

Comentários (constavam da Regra)

Saque. Área de saque: 1,80m de profundidade e 3m de largura. Os dois pés tinham que estar atrás da linha de fundo até que a bola fosse golpeada, inclusive não poderia estar “no ar”. Não era válida a “cortina ou barreira”, entre o sacador e a outra equipe. Proibido o saque “conduzido” (preso) ou “carregado”.

Toque. Tinha que ser “limpo” e, na defesa, foi proibido “conduzir ou carregar” a bola. Contatos múltiplos só eram permitidos para os jogadores próximos à rede (parte anterior da quadra). Esses contatos poderiam ser com qualquer parte do corpo, acima dos joelhos e também nos bloqueios.

Contato com a rede. Considerava-se falta se o jogador fosse tocado pela rede como resultado de uma forte cortada, exceto no caso da terceira jogada.

Bloqueio. Só podia ser feito por um ou dois jogadores de ataque. Estava proibido o bloqueio triplo. Ainda assim, no bloqueio duplo, era falta se efetuado por jogadores que não estivessem em posições adjacentes. Assim, jogadores das extremidades da rede não podiam bloquear juntos. (Por quase 20 anos o bloqueio foi uma parte do jogo NÃO incluído nas Regras).

Jogo. As partidas eram disputadas em dois jogos – “primeiro e segundo jogo”. Se houvesse necessidade de um “terceiro jogo” de desempate, a equipe com a pontuação mais baixa poderia solicitar “troca de quadra” quando o time contrário tivesse feito o oitavo ponto. O jogador que estava no saque continuava sacando após a troca. Ainda não era registrada a nomenclatura set.