Evolução do Jogo e das Arbitragens (I)

Influência das arbitragens nos jogos   

Nesses textos confundem-se Arbitragem e Evolução do Jogo, uma vez que apitar um jogo sem critérios definidos torna-se dificílima a tarefa dos maiores protagonistas dos espetáculos – os jogadores. Embora a Regra do jogo fosse única para todos os países, as precárias condições de comunicação e intercâmbio – não havia a TV e muito menos a Internet – facultavam ao árbitro que participasse de um evento maior do calendário da FIVB (p.ex., um Mundial) que, ao retornar, ele (o árbitro), fosse o “dono da verdade” e soberano nas suas colocações. Era de se supor que interpretasse corretamente (sic) as decisões tomadas nos Congressos Técnicos. De regresso ao país somente o próprio sabia o que deveria ser feito e, no máximo, passava alguns detalhes aos seus pares, e a Confederação pouco divulgando ao público interessado as alterações e suas interpretações. Acrescentem-se as más traduções realizadas para o português por tradutores talvez profissionais, mas que desconheciam o jargão do voleibol. A este respeito tive a felicidade de dar minha contribuição, embora mínima, à elaboração das Regras editadas em 1998 no Brasil referentes ao período 1997-2000. Recebi inclusive um breve elogio dos responsáveis pela COBRAV, Jorge de Mello Bettencourt, o Jorginho, e o árbitro Josebel Palmeirim: 

Da COBRAV

“Para o amigo Roberto Pimentel, certos do muito que você contribuiu com a elaboração deste livro. Um forte abraço do Jorge Bettencourt e Josebel Palmeirim, em 21.9.1998”. 

Levou algum tempo para que a CBV estipulasse um critério para as arbitragens no Brasil. O principal mentor dessa iniciativa foi o próprio presidente da entidade – Carlos Arthur Nuzman – que, mesmo durante os jogos, observava e tratava de advertir os árbitros quanto à sua conduta e atitudes. A FIVB em boa hora cuidou também para que o tema fosse universal. Aliás, emitiu cartilhas para todas as atividades pertinentes: cursos, regras, organização de campeonatos, transferências etc.        

Artigos e Críticas. Percebam alguns fatos e decisões de especialistas a respeito dessa difícil tarefa de julgar e fazer cumprir as regras do esporte. Vejam que a forma e os critérios das arbitragens não eram tratadas com os treinadores e muito menos com os jogadores. Muitos deles tiveram suas carreiras de atletas encerradas precocemente por tais circunstâncias. Aplicou-se a Lei de Darwin: “sobrevivem os que melhor se adaptam e não os mais fortes”. Como veremos mais à frente, o caos maior no Brasil foi em 1964, logo após as Olimpíadas de Tóquio, quando os árbitros cariocas impugnaram tempestivamente qualquer recepção por toque – “tinha que ser de manchete” – certamente por decisão superior que até hoje ninguém sabe de onde partiu. E, pior, sem qualquer aviso prévio aos interessados, os atletas.   

1. Não Sabemos Apitar Volleyball no Brasil (Ney Bianchi, cobertura do Mundial de Paris, Jornal dos Sports, 1956)      

Fala o presidente da Comissão de Arbitragem: “Não se assustem com a derrota de nossas moças frente às coreanas do norte. A rigor, elas jogam muito bem (o voleibol é o esporte nacional da Coréia), são calmas (e as nossas nunca o foram), têm um índice de ataque e saque excepcionais e estão acostumadas com as arbitragens daqui, que são como as nossas antigas, antes de aparecerem por aí os sabichões, os entendedores, os homens que sobem numa cadeira e liquidam a partida só com apitos”. Foi característica a palestra que mantivemos com Begilomini, no ginásio Barão de Pierre de Coubertin. O presidente da Comissão de Arbitragem do Campeonato esclareceu à reportagem: “Em razão da importância da competição e o valor das equipes presentes, nós decidimos adotar uma arbitragem com tendência para a severidade, pelo menos nas Poules (Chaves) Finais. Nas Chaves de Classificação, recomendamos aos juízes que fossem condescendentes, que facilitassem o jogo. E eles estão fazendo exatamente isso”. Agora vamos esclarecer. A arbitragem aqui não chega aos pés do que é aí no Brasil, onde um juiz sozinho ganha o jogo. A severidade aqui permite que o jogador coloque a bola que apanha por baixo com as duas mãos espalmadas, que efetue o passe com uma só mão. As defesas de cortadas e saques podem ser feitas sem nenhum perigo de marcação e desde que a bola permaneça no ar é válida. Para o europeu o voleibol se resume na lei universal que criou o jogo: enviar a bola sobre a rede com um máximo de três toques, esforçando-se para fazê-la cair no campo rival. O mais importante aqui é que o jogador consiga jogar a bola no chão adversário. Aí, sim, é ponto ou vantagem. Agora essa questão de tocar mal ou tocar bem, desde que não agrida frontalmente a regra (na concepção européia, é lógico) é supersecundária. Aqui, realmente, se joga voleibol com a finalidade para a qual ele foi criado! De uma coisa podemos estar certos. Pode ser que os resultados técnicos de nossas equipes não sejam muito bons. Todavia, a lição que nos ficará das arbitragens é relevante e deve ser estudada profundamente pelos nossos dirigentes. A CBV tem obrigação de IMPOR no Brasil inteiro o critério adotado pela FIVB, que é de facilidades (para eles severidade). É preciso evitar que de uma vez por todas os nossos juízes acabem com um jogo conforme entendem. Tudo o que foram dizer no Brasil sobre o Mundial de Moscou, o Europeu (último) e o sistema de arbitragens aqui é mentiroso ou então foi veiculado por leigos no assunto. Para nós, a satisfação de constatar o critério europeu pessoalmente foi uma satisfação, de vez que vimos confirmadas todas as crônicas que publicamos em séries aí e as quais foram em muitas ocasiões taxadas de presunçosas pelos “Donos da Bola”. Cumpre, portanto, que os dirigentes providenciem imediatamente para que possamos jogar o Voleibol Internacional.

Relembro os árbitros em 1956: Adib Simão, Edson Fonseca, Eduardo Menezes, Erasmo Delorme Batista, Jair Osmindo, Luciano Luiz José de Queiroz, Luciano Segismondi, Mário Miranda, Melchior Fernandes, Newton Leibnitz, Oduvaldo Lins, Pedro Moraes Sobrinho, Sérgio Freire, Valdemar Miranda, Valdir Ferreira Melo, Valter Alves, Wilson de Lima.

 2. Juízes Persistem nos Mesmos Erros (Arlindo Lopes Corrêa, Correio da Manhã, 1964)       

O flagelo das más arbitragens continua sendo desencadeado contra o voleibol carioca. O problema gira em torno da adoção do novo critério para punição de faltas cometidas no toque de bola, pois a regulamentação realizou-se intempestivamente e sem o devido trabalho prévio de elucidação aos interessados. Após as Olimpíadas, temos a certeza, tudo voltará ao normal e o esporte da rede poderá sobreviver e continuar agradando ao público, hoje abandonando gradualmente as quadras em face da mediocridade dos confrontos, decididos pelo saque e sem o colorido especial de outrora, suas manifestações de beleza, seu ambiente empolgante. Mudará porque, obviamente, o rigorismo dos juízes será abrandado e o mito do toque de bola será desfeito: os observadores brasileiros dos Mundiais de Moscou (Valter Alves e o técnico do Flamengo) pecaram fundamentalmente ao deixar-se impressionar pela atuação de um ou dois árbitros fracos, que destoavam dos demais juízes do certame internacional e puniam com excessiva severidade as jogadas de passe, recepção e levantada. Tanto é verdade que houve exagero, que os periódicos guanabarinos publicaram declarações de dirigentes de países europeus, da Cortina de Ferro, que lamentavam as exigências e diriam ser necessário – caso tal critério persistisse – que o número de toques fosse elevado de três para quatro. Assim, pela falta de bom senso e, em muitos casos, pela ignorância dos assuntos tratados no Congresso de Moscou, todo o voleibol brasileiro está sendo ludibriado por alguns espertos que querem fantasiar-se de pioneiros ou vencer campeonatos impondo, às suas vésperas, um novo sistema de arbitragem para o qual prepararam suas equipes durante alguns meses. A reação, entretanto, cresce e o Sr. Valter Alves, “o bandeirante do voleibol moderno” está sofrendo críticas severas e acabará afastado do quadro de árbitros da entidade, pela sua atuação falha, atendendo às queixas dos dirigentes da AABB e Fluminense.       

Após as Olimpíadas de 64, o que se viu no campeonato carioca foi uma aberração! Os jogadores foram “obrigados” pelos árbitros a recepcionar os saques de manchete, levantar de manchete e, caso não conseguissem o ataque por cortada, deveriam devolver a bola à quadra adversária também de manchete. 

Lembro os juízes e oficiais de mesa em 1964: Alberto Jorge Teixeira, Antônio Aurélio F. Carvalho, Armando Coelho, Elias Xavier de França, Floriano Manhães Barreto, Glênio Guimarães, José Alves de Souza, José Fernandes Tude Sobrinho, José Tavares, Luciano Segismondi, Mário Gomes de Almeida, Mário Miranda Barbosa, Milton de Almeida, Nelmo Pragana, Newton leibnitz, Oduvaldo da Silva Lins, Ronaldo Baranda, Sérgio Freire, Therezinha A. Moraes, Waldyr Ferreira de Mello, Walter Alves, Wilson B. França, Wilson Costa e Wilson de Lima.

(continua)

Situações Inéditas e Hilárias

Arbitragem e Estórias

A partir dessa postagem, estarei consignando a pouco e pouco alguns lances, situações cômicas, facetas resultantes de equívocos e, às vezes, até constrangedoras que pontificaram e marcaram época ao longo do tempo ajudando-nos a contar essas “estórias”.  Inclusive aspectos polêmicos que envolveram a interpretação das Regras do jogo em tribunais esportivos. Vejam algumas delas.

1. Década de 40, durante um jogo do campeonato de Niterói (RJ), um dos atleta pediu permissão ao juiz para ir ao banheiro e foi atendido; enquanto isso o jogo esteve paralisado aguardando o seu retorno. Era bastante comum as equipes terem no máximo oito atletas e, neste caso, estava reduzida ao mínimo (seis), sem dispor de qualquer reserva. Para que não deixassem de atuar, o juiz agiu com bom senso e o jogo continuou tranquilamente, o que bem reflete o consenso de uma bela época, por isto denominada de “Romântica”. Em outras ocasiões, com o consentimento da equipe adversária, era permitida a inclusão de um atleta da 2ª Divisão (atuavam na preliminar) para completar os seis jogadores indispensáveis ao jogo.

2. Década de 50, partida entre os clubes Vila Isabel e América, e um dos destaques era o atleta Jorginho, que atuava pelo Vila e compôs a seleção brasileira de 1956. Num lance de defesa da sua equipe, o que parecia uma bola perdida, Jorginho conseguiu recuperar a bola e lançou-a alta junto à rede (2º toque). Aguardou que um dos companheiros completasse a jogada, o que seria o ataque (3º toque), mas como ninguém tomou a iniciativa, irritou-se já que seu esforço foi em vão e o ponto já estava perdido. Lançou-se em direção a bola e atacou-a com raiva e violência. A equipe do América ficou aguardando apenas o apito do árbitro confirmando a vantagem a seu favor. Entretanto, para surpresa geral, o juiz Pedro Moraes Sobrinho, distraído, validou o lance, atribuindo o ponto ao Vila Isabel.

 

Expectativa das Arbitragens em 1956

Acerca das impressões de José Gil Carneiro de Mendonça a partir de suas expectativas quando se dirigia ao Mundial de Paris, em 1956:

(…) “De qualquer maneira, a lição nos será utilíssima e o nosso vôlei muito progredirá com os ensinamentos que lá iremos colher. E, finalmente, poderemos saber realmente como se ‘apita’ em voleibol”.

Como se depreende, as queixas para o desenvolvimento técnico recaíam no aspecto das arbitragens que, como os atletas, ressentiam de um maior intercâmbio. As jogadas de ataque conhecidas hoje como bolas chutadas seriam impossíveis no Brasil de 56, uma vez que a precisão esperada do levantador dependeria do seu toque na bola de uma forma dita carregada, impossível aos olhos dos árbitros. Tempestivamente assinalariam bola conduzida.

Este e outros aspectos permitiam aos árbitros “decidirem” lances das partidas segundo o seu humor ou, o mais provável, sob as ameaças e pressão das torcidas locais. Assim quando o “mando de campo” era de determinada equipe, as invasões de bloqueio, que não eram permitidas pelas Regras, eram assinaladas preponderantemente contra a equipe adversária. Na partida de retorno, então no ginásio da outra equipe, o mesmo fato se repetia, sempre para o time que tivesse o “mando de campo”.  Não existia uma uniformidade nas arbitragens e os protagonistas pouca instrução técnica tinham a respeito. Sempre foi uma “segunda” fonte de receita para aqueles que se propunham a arbitrar. E a Federação contemporizava as falhas argumentando a pouca disponibilidade no mercado de indivíduos para a tarefa. De fato, não existia igualmente uma Escola de árbitros.

Se gostaram do tópico, entrem no blogue e comentem. Estarei ao aguardo de suas “estórias”, pois me foram contadas por árbitros e atletas.

Juiz de Cima e Juiz de Baixo

Juiz de Cima e Juiz de Baixo

Houve tempo em que se denominava “juiz” o condutor da partida.  A equipe de arbitragem passou a ser constituída de um juiz de cima – conduzia a partida do alto de sua cadeira –, de um juiz de baixo, que permanecia de pé, no lado oposto, próximo ao poste, e de um mesário, sentado à mesa no lado oposto ao juiz principal. Bandeirinhas ou fiscais de linha eram raros e recrutados segundo a importância do jogo e entre representantes das equipes envolvidas – um de cada.

As cadeiras dos juízes eram confeccionadas de madeira e poucos clubes davam-se ao luxo de possuí-las.  Quase sempre o improviso vigorava e, como na foto ao lado de 1940, utilizavam-se as escadas. As poucas e raras cadeiras representavam perigo para seus usuários, pois careciam de cuidados especiais. Às vezes chegavam a ser sacudidas por atletas raivosos contra a arbitragem de algum lance de jogo. Quando o clube não apresentava uma cadeira em condições favoráveis, os juízes utilizavam uma cadeira normal para estarem um pouco mais acima do nível dos atletas, mas ainda sem uma visão conveniente da quadra como um todo, pois não alcançavam o nível superior da rede. Na foto seguinte observa-se o improviso – o banquinho junto ao poste – nos Jogos de Cambuquira na década de 50.    

Equipamento. A engenhoca (3ª foto, mais abaixo) foi utilizada durante muito tempo no Brasil e em outros países da América do Sul. Somente com o apogeu japonês é que começamos a importar e a copiar novos designers para diversos equipamentos, proporcionando conforto e segurança  para os árbitros.

A última foto dá-nos uma ideia como era “montada” a rede no Sul-Americano de Caracas, em 1969 . A cena representa a grande final feminina entre Brasil e Peru, vencida pela equipe brasileira. Alguns detalhes chamam a atenção: a cadeira do árbitro, a forma de sustentação da rede – cordas enroladas no poste – e a proximidade do público junto à quadra. Nota-se que não havia ainda a obrigatoriedade das antenas, apesar da recomendação do Congresso Técnico realizado na cidade do México por ocasião das Olimpíadas de 68: utilização das antenas como limite do espaço aéreo da rede para facilitar as decisões da arbitragem (bolas por fora).

Muitas confusões eram originárias da falta de experiência, de indecisões em lances dúbios e, principalmente, da insegurança e pressão exercida por alguns atletas sobre o juiz. A esse respeito, Quaresma volta a nos relatar fato ocorrido em 1964 durante a partida no ginásio do Mourisco entre as equipes do Botafogo F. R. e da Sociedade Hebraica, dirigida pelo árbitro da FMV, Newton Leibnitz,  carinhosamente apelidado de Chapinha: “Como não havia fiscais de linha designados pela Federação, os capitães das equipes indicaram duas pessoas para a função. Evidentemente, um sócio ou torcedor de seus respectivos clubes. Durante a contenda, houve dois lances em que o árbitro considerou o ataque efetuado pela Hebraica como ‘fora’ e, concomitantemente, o fiscal de linha (da Hebraica) assinalou bola ‘dentro’. Prevalecendo-se da sua autoridade e calcado na Regra, Chapinha fez valer sua marcação em primeira instância e, a seguir, foi surpreendido pela reação do fiscal que, injuriado, deixou o bastão no solo e abandonou a quadra. Chapinha ainda tentou demovê-lo, dizendo que ele teria que ficar até o final da partida, no que o ex-fiscal retrucou: – ‘Não sou seu empregado!’ Talvez atrapalhado pelo ineditismo da reação, o árbitro marcou falta técnica contra equipe da Hebraica, consignando um ponto para o Botafogo. A Hebraica protestou na súmula do jogo alegando Erro de Direito. O Tribunal de Justiça da FMV anulou a partida e foi marcado novo jogo entre as equipes”.

Diga-se de passagem, a equipe de arbitragem designada pela Federação para os jogos não contemplava a figura dos bandeirinhas. Em comum acordo os capitães poderiam indicar dois espectadores para atuarem como tais. Já começava a necessidade daqueles servidores uma vez que as jogadas de ataque ganhavam velocidade.

Arbitragem no Rio, 1987-88

1987 

Dando sequência à série de dados e nomes que ajudaram a construir a História do Voleibol no Brasil e invariavelmente nunca lembrados, apresento extensa relação dos “homens do apito” no final da década de 80, sensivelmente agitada pelos feitos da seleção masculina. Esta é mais uma justa homenagem que resgato. Obrigado a todos e, se cometi alguma injustiça nas citações peço compreensão e perdão. 

Árbitros. Antônio Carlos da Silva, Arizoli Nascimento, Carlos Eduardo Assis, Carlos Eduardo Mansur Gomes, Edson Costa, Edson Lemos Felicíssimo, Elisabeth Py Klein, Eronildo Correa da Silva, Faissal R. Raydan, Humberto Ibrahim Gonçalves, Jefferson Pinto Serra, João Franklin, Jones Alves Bulhões, José de Sant’Anna Menescal, Josebel Guimarães Palmeirim, Luiz Alberto Camões, Luiz Carlos do Amaral, Murilo Aguiar, Nei Marques Coutinho, Nereu Marques, Paulo Piccolo, Paulo Roberto Queiroz Lima, Ricardo Gomes, Roberto Barbosa da Silva, Roberto Rodrigues dos Santos, Roberto Vasconcellos, Sérgio Luiz Cantini, Wellington Feitosa.

Conceito dos Árbitros; No início de ano de 1988, o Diretor de Árbitros, Cel. Carlos Reinaldo Pereira Souto, fez publicar na NO nº15 (3.3.88) a conceituação sobre os 28 oficiais que prestaram serviços à FMV na temporada anterior (ver acima). Por motivo óbvio, deixo de transcrever a opinião do diretor: “Os demais integrantes do quadro de árbitro da FEVERJ carecem de experiência e principalmente necessitam de maior prática; têm ainda um caminho a percorrer antes de atingir um nível Nacional”.

1988

Os árbitros eram convocados através de Nota Oficial (NO) para todo e qualquer evento, inclusive reuniões para tratar assuntos diversos. Veja um desses instantes. Entenda-se aqui que “Árbitros” está subentendido a “Equipe de Arbitragem”. 

Ficha de Chamada da Reunião de Árbitros (às 20h, na Hebraica, 92 árbitros)

Amauri Batista Duarte, Ana Cláudia Pereira Lopes, Ana Cristina da V. Cabral Pinto, André Maurício Conceição Martins, Andrea Luíza Bastos, Ângela de Carvalho Mattos, Antônio Barbalho de Souza, Antônio Carlos Martins A. Marques, Antônio Carlos da Silva, Antônio Carlos Neves de Carvalho, Arizoli Carvalho do Nascimento, Bruno Antoun Collares, Carlos Eduardo Francisco de Assis, Carlos Eduardo Mansur Gomes, Carlos Eduardo Silveira, Carlos Salvaterra Pinheiro, César Augusto Dias Costa, Cláudio Jorge Yunes, Cláudio Bernard R. da Conceição, Cleber Tourinho, Edson Aragão Cardoso, Edson Gagliard, Edson Lemos Felicíssimo, Edson Soares Pereira, Eliana Machado A. do Rego, Elisabeth Py Klein, Elzir Martins de Oliveira, Eronildo Corrêa da Silva, Faissal Rafik Merched Raydan, Fernanda Simone Paiva, Flávio Valença Ribeiro, Glória Maria Soares, Gontran de Carvalho Neto, Guilherme Lima Jatobá, Heloísa Vieira Simões, Humberto Ibrahim Gonçalves, Isair Baptista G. Vasconcellos, Ivone Charles da Luz, Jane de Souza Guimarães, Jefferson Pinto Serra, João Carlos M. de Souza, João Francelino da Silva, João F. C. Ferreira Neto, Jones Alves Bulhões, Jorge Roberto Ruffoni, José Sant’Anna Menescal, Josebel Guimarães Palmeirim, Lúcia de Carvalho Machado, Lúcia Imbrósio, Luciene Bastos, Luiz Alberto Camões, Luiz Antonio Tôrres, Luiz Carlos do Amaral, Luiz Fernando dos Santos, Luiz Roberto da Silva, Marcelo Luiz C. Damasco, Marcos Gaertner, Maria Amélia V. Bôas Agra, Maria da Conceição Piccolo, Maria Izabel B. de Moraes, Mauriza Pedroso Mazza, Murilo Lima de Aguiar, Natalino G. de Souza Filho, Nei Marques Coutinho, Nereu Martins Marques, Paulino Lima, Paulo Piccolo, Paulo Roberto Queiroz Lima, Paulo Roberto Saraiva, Paulo Solimar Alves C. Lima, Régis Fonseca, Ricardo Ferreira Gomes, Ricardo Nunes Borga, Roberto Barbosa Silva, Roberto Rodrigues dos Santos, Roberto de Vasconcellos, Ronaldo da Silva Figueiredo, Rosane Pereira Guimarães, Ruben José da Silva Filho, Sérgio Luiz Cantini, Sérgio Luiz da Silva Paraná, Silene Bento Faria Rodrigues, Sylvia Cristina de Assis Beja, Tereza Christina B. Ferreira, Tereza Moreira, Tereza Pires, Thereza Ferreira, Tony Chung Chan, Vera Lúcia Cardoso Prieto, Wellington Silva Feitosa, Wilmar Antonio Cerca Peixoto, Wilson Bezerra de França.

Taxas de Arbitragem

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Discriminação        Válidos até 31/3/1988         Válidos até 31/12/1988
                  Cz$ (Cruzados) (*)  OTN (**)  Cz$ (Cruzados)     OTN     
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Árbitros
Internacional         1.275,00         2,13        6.320,00        2,13
Nacional                833,00         1,39        4.125,00        1,39
Aspirante a Nacional    680,00         1,13        3.350,00        1,13
Regional A              527,00         0,88        2.610,00        0,88
Regional B              374,00         0,62        1.840,00        0,62
Regional C              306,00         0,51        1.515,00        0,51
Regional D              255,00         0,42        1.245,00        0,42
Estagiário              204,00         0,34        1.000,00        0,34
Apontadores            
Categoria Extra         714,00         1,19        3.530,00        1,19
Categoria A             680,00         1,13        3.350,00        1,13
Categoria B             595,00         0,99        2.940,00        0,99
Categoria C             340,00         0,56        1.660,00        0,56
Estagiário              170,00         0,28          830,00        0,28
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Fonte: NO da FMV nº1/88, de 5.1.1988.
(*) – Moeda criada pelo Plano Cruzado em 28/2/86. 1 Cz$ = mil cruzeiros novos.
(**)– Obrigações do Tesouro Nacional – por conta do Plano Cruzado (congelamento de preços), a ORTN mudou para OTN e foi congelada durante o período de 1 ano com o valor de Cz$ 106,40. 

Observações: 1) Em jogos extras, que definam o campeão do turno, returno e o campeonato, as taxas serão majoradas em 100%.  2) Em jogos amistosos, as  taxas serão majoradas em 50%.  3) Em jogos no interior do Estado, as taxas serão majoradas em 100%; os árbitros serão ressarcidos das despesas de pousadas (quando for o caso), alimentação e transporte.  4) O Filiado que solicitar um árbitro para acompanhar a sua delegação responsabilizar-se-á por uma diária de 5,00 OTN.  5) Em jogos televisados, o direito de arena será negociado para cada caso.  6) Em jogos interestaduais da categoria Adulto, as taxas serão majoradas em 200%; nas demais categorias, em 100%.  7) Em jogos amistosos internacionais as taxas serão majoradas em 300%.

Arbitragem em 1984

Newton |Leibnitz ("Chapinha"), um dos melhores árbitros internacionais, clicado em 1960.

Normas da Federação relativas ao pagamento de arbitragens.

1 – As taxas de jogos quando da categoria adulto, sofrerão aumento de 50%.

2 – Em jogos que definam campeão de turno, returno e o campeão, em qualquer categoria, as taxas sofrerão aumento de 100%.

3 – Em jogos quando a renda bruta for superior a Cr$ 150.000,00, haverá um acréscimo de 50%; se superior a Cr$ 290.000,00, um acréscimo de 75%; e, se superior a Cr$ 500.000,00, um acréscimo de 100%.

4 – Em jogos amistosos será cobrada a taxa acrescida de 50%, além dos valores estabelecidos no item 3.

5 – Em jogos televisados, com recebimento de numerário por parte dos clubes, os árbitros perceberão uma quantia a combinar com a presidência da FVR.

6 – Em jogos no interior, será cobrada a taxa normal, acrescida de 100%, mais os valores estabelecidos nos  itens 3, 4 e 5, além da passagem, alimentação e hospedagem quando necessário.

7 – O filiado que necessitar de árbitro para acompanhar sua delegação pagará ao árbitro o equivalente a US 60.00 (sessenta dólares) diários.

8 – Em jogos amistosos, no interior, o pagamento será feito no ato.

9 – Os jogos extra Federação não terão valores fixados.

Multas. A Comissão de Arbitragem comunica os novos valores referentes às multas aplicadas ao Quadro de Árbitros:

Falta a jogo = 20% da taxa.     Atraso em quadra = 40% da taxa.     Atraso da súmula = 30% da taxa.

Taxas de arbitragem válidas para o segundo semestre do ano (NO nº 62 da FVR) – 1984

Árbitros                  Em Cr$          Apontadores       Em Cr$
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Internacional            23.800,00        Categoria “A”    16.600,00
Nacional                 21.800,00        Categoria “B”    13.100,00
Aspirante a Nacional     19.200,00        Categoria “C”     8.700,00
Regional “A”             14.300,00        Estagiário        7.000,00
Regional “B”              9.100,00
Regional “C!”             7.300,00
Regional “D”              6.100,00
Estagiário                4.300,00
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Árbitros: Adão Silva, André Lins, Antônio Queiroz Carlyle de Jesus, Arizoli Nascimento, Armando Alves de Oliveira, Carlos Assis, Carlos Eduardo F. de Assis, Celso Soledade, Edson da Silva Costa, Edson Felicíssimo, Eduardo Guimarães Alcântara, Eduardo Roballo Montoto, Ediivaldo Lacerda, Elizabeth Py Klen, Faissal Rafik Merched Raydan, Felismino Menezes,  Glênio Guimarães, Humberto Ibrahim Gonçalves, Jair Carramanhos, Jefferson Serra, João Franklin, Jones Bulhões, Jorge Ruffoni, José Kleber de Oliveira Silva, José de Sant’Anna Menescal, José Schmidt, Josebel G. Palmeirim, Lúcia Imbrósio, Luiz Camões, Luiz Carlos do Amaral, Miguel da Cruz, Murilo Lima de Aguiar, Murilo Penchel, Nereu Martins Marques, Newton Leibnitz, Paulo de Araújo Batalha, Paulo Roberto Lima, Paulo Piccolo, Paulo Saraiva, Raul da Silva, Ricardo Amorim, Ricardo Gomes, Roberto Barbosa, Roberto R. dos Santos, Roberto Vasconcellos, Robson Luiz, Ronaldo Glech, Ruben Silva, Ruy dos Santos Lima, Sérgio Fanzeres da Silva, Sérgio Freire, Silene Faria, Tereza Moreira, Wellington Feitosa, Wilson Costa, Wilson de Lima.

Apontadores: Aída Lícia, Ana Cristina Pinto, Andrea Bastos, Cibeli dos S.A. Carramanhos, Denise Tavares Torres, Elaine Moreira, Eunice Brum, Hélvia Maria Carneiro, Isair de Vasconcelos, Ítalo José, Jane Guimarães, Lúcia Helena, Luiz de Oliveira Costa, Renata Berenice Maia, Roberta Toste, Rosangela Oliveira, Sandra Bellas, Sônia Menezes, Sylvia Beja, Tânia Silva, Tereza Moreira, Vanja Medeiros, Vera Maria Alcântara, Vera Maria Cascardi, Vera Prieto, Zildamar Corrêa Peçanha, Wilson Bezerra de França.

Curso de Árbitros – Aprovados (NO nº 92, 24.10.84): Alfredo S. da Anunciação, Carlos Eduardo Mansur, Cláudia Fernandes M. Gomes, Elizabeth A. Machado, Gislene de O. G. Zapata, Jaqueline D. Penafort, Jorge Buzaglo Cahet, Lúcia de C. Machado, Márcio Grispan, Marcos José Marinho, Marcos Jucá da Silva, Marion Lúcia Alves, Maurício Tenório Barros, Nadja M. Ferreira, Nei Marques Coutinho, Roberto Alzir Dias Chaves, Rosa Maria…(?), Sérgio Luiz Cantini, Sílvio J. C. da Costa, Tarquínio P. de S. Gonçalves, Thereza Cristina B. Ferreira.

Arbitragem nos Anos 1970

Homenagem a Nereu

Nereu Martins Marques, atleta do Clube Sírio e Libanês em 1960 e árbitro de voleibol, foi empossado em 1970 como Diretor de Oficiais da Federação Metropolitana de Voleibol. Faleceu em 4.2.2010.

Em 1970, o Quadro Geral de Arbitragem estava composto por Alberto Mizrahi, Arline Pinto Ribeiro, Cláudio Ferraz Aguirre, Denise Tavares Torres, Duvit Regis Kirschbaun, Elcio dos Santos Monteiro, Francisco de Paula Pimentel, Glênio Guimarães, José de Sant’Anna Menescal, Lúcia Maria Jorge Lopes, Luciano Segismondi, Maria Stella Lima, Marya Rosa Lehner, Oduvaldo da Silva Lins, Oswaldo Luiz da F.Pereira, Renata Berenice Maia, Ruy dos Santos Lima, Sérgio Freire, Waldyr Ferreira de Mello, Wilson Costa, Wilson de Lima, Zildamar Corrêa Peçanha.

Funções. Nomenclatura empregada no Quadro de Oficiais para designar as várias funções: 1º árbitro  – 2º árbitro – Apontador  –  Juiz de Linha.

1971. Foi nomeado Diretor de Oficiais da Federação o ex-atleta do CIB, Sérgio Faria Lemos da Fonseca (viria a ser presidente da Federação em 1987-91). A Federação já configurava excelentes árbitros e uma estrutura bastante diversificada, inclusive com cursos regulares.

O Quadro de Oficiais contava também com Alberto Jorge Teixeira, Alberto Mizrahi, Denise Tavares Torre, Glênio Guimarães, José de Sant’Anna Menescal, Júlio Benjamin Torreão (Estag.), Lúcia Maria Jorge Lopes, Mara Tavares Torreão (Estag.), Nereu Martins Marques, Newton Leibnitz, Renata Berenice Maia, Ricardo Amorim V. Cardoso, Ruy dos Santos Lima, Sérgio Freire, Walter Freitas, Wilson Bezerra de França, Wilson Costa, Wilson de Lima, Zildamar Corrêa Peçanha.

Através da NO nº 18, a FMV dava conhecimento aos interessados sobre os valores a serem pagos aos profissionais do apito.

Árbitros --------------------------------------------------
Categoria       1º Árbitro    2º Árbitro    Juiz de Linha
Extra           Cr$ 35,00     Cr$ 32,00          -
Especial        Cr$ 32,00     Cr$ 28,00          -
1ª Categoria    Cr$ 28,00     Cr$ 20,00          -
2ª Categoria    Cr$ 20,00     Cr$ 15,00     Cr$ 10,00
3ª Categoria    Cr$ 12,00     Cr$ 10,00     Cr$  8,00        
Estagiário      Cr$ 10,00     Cr$  8,00     Cr$  8,00
Apontadores -----------------------------------------------
Categoria       P/Partida
Especial        Cr$ 25,00
1ª Categoria    Cr$ 20,00
2ª Categoria    Cr$ 12,00
Estagiário      Cr$ 10,00
-----------------------------------------------------------

1972. Oficiais que se incorporaram ao Quadro da FMV: Cibeli dos S. A. Carramanhos, Eduardo Guimarães Alcântara, Jair Carramanhos, Josebel Guimarães Palmeirim, Nereu Martins Marques, Renata Berenice Maia, Ricardo Amorim, Ruy dos Santos Lima, Vera Maria Cascardi.

1975. A FMV, em NO nº 13, de 24.2.1975, deu a conhecer aos filiados o pedido de inclusão no Quadro de Oficiais, para a temporada de 1975, dos seguintes Árbitros e Apontadores:

Árbitros

Categoria Extra           Eduardo Guimarães Alcântara, Newton Leibnitz de Albuquerque Mello, Sérgio Freire, Wilson de Lima, Wilson Costa.

Categoria Especial       José Sant’Anna Menescal, Josebel Guimarães Palmeirim.

Primeira Categoria      Alberto Jorge Teixeira.

Segunda Categoria       Ruy dos Santos Lima

Terceira Categoria       Edson da Silva Costa, Roberto Rodrigues dos Santos.


Apontadores

Primeira Categoria         Renata Berenice Maia Boaid.

Segunda Categoria        Zildamar Corrêa Peçanha, Vera Maria de O. Cascardi, Ítalo José Silva.

Taxas de Arbitragem em Cr$)            
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Categorias          1º Árbitro     2º Árbitro     Fiscal de Linha
                    ------------------------------------------------------
                                1 jogo  2 jogos   1 jogo  2 jogos
--------------------------------------------------------------------------
Extra               86,00       77,00   62,00     68,00   55,00
Especial            77,00       68,00   55,00     48,00   39,00
1ª Categoria        68,00       48,00   40,00     35,00   29,00      
2ª Categoria        48,00       35,00   29,00     24,00   22,00
3ª Categoria        29,00       24,00   22,00     20,00   18,00
Estagiário          24,00       20,00   18,00     14,00   12,00
Apontadores
Categorias          P/PARTIDA
Especial            58,00
1ª Categoria        48,00
2ª Categoria        29,00
Estagiário          24,00
--------------------------------------------------------------------------
Fonte: NO da FMV nº 13, de 24.2.1975.

Arbitragem na Década de 60

Destaques & Taxas de Arbitragem

1960 – Nova Diretoria toma posse em 13 de fevereiro. O Diretor de Oficiais era o Dr. Maurício César Pedreira. Nomeados Delegados da FMV os Senhores Wenceslau Malta e Célio Cordeiro Filho. A FMV recomendava aos seus filiados (4.3.1960): “O filiado que tiver o mando de quadra deverá fornecer o material: súmulas, lápis-cópia, apitos de juiz e fiscal, apito de apontador e bola. Quando se tratar de campo neutro, deverá o filiado em cuja quadra for realizada a partida, fornecer este material, exceto a bola, que será apresentada por ambos os clubes disputantes, cabendo ao juiz escolher a que, a seu exclusivo critério, estiver em melhores condições”.

As Notas Oficiais (NO) nos dão conta da participação dos seguintes árbitros e apontadores:

Árbitros: Antônio Aguiar Neto, Armando Coelho, Edson Fonseca, Floriano Manhães Barreto, Gabriel Perruci (2ª Cat.), Glênio Guimarães, José Alves de Souza, José B. da Silva (3ª Cat.), José Bráz de Lima (Amador), José F. Heredia (2ª Cat.), José Guió de Souza Filho, José Tude Sobrinho, Josias H. Santos (3ª Cat.), Luciano Segismondi, Milton de Souza (3ª Cat.), Newton Leibnitz de A. Mello, Oduvaldo da Silva Lins, Sérgio Freire, Sérgio Machado, Uilton de Souza, Virgílio Georg, Waldyr Ferreira de Mello, Walter Alves, Wilson Costa, Wilson de Lima.  Apontadores: Adolpho Mekler, Armando Coelho, Hélio Veiga Martins, José Tavares, José Alves de Souza, Therezinha A. Moraes. 

Em 22 de março a FMV divulgou as taxas de arbitragem (em Cr$) devidas aos seus oficiais. Nessa ocasião, observado que os oficiais escalados para os jogos dos 1ºs Quadros masculino e feminino, havendo preliminar com 2ºs Quadros, funcionarão nas duas partidas percebendo apenas uma taxa, conforme praxe já existente. Quanto às demais partidas, perceberão uma taxa, por jogo. Esta praxe sempre foi motivo de questionamento entre os oficiais.

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Categoria             Árbitro   Fiscal  Apontador  Juiz de Linha

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1ª Classe ----------
Masculino, 1º Quadro  400,00    320,00    220,00    100,00
Feminino, 1º Quadro   350,00    320,00    200,00    100,00
Aspirante             320,00    300,00    180,00    100,00
Juvenil               320,00    300,00    180,00    100,00
Infantil              320,00    300,00    180,00    100,00
Interestadual         500,00    400,00    220,00    100,00
Internacional         600,00    500,00    300,00    100,00
2ª Classe ----------                                 
Masculino, 1º Quadro  300,00    250,00    200,00    100,00
Feminino, 1º Quadro   250,00    250,00    180,00    100,00
Aspirante             220,00    220,00    160,00    100,00
Juvenil               220,00    220,00    160,00    100,00
Infantil              220,00    220,00    160,00    100,00
Interestadual         400,00    350,00    200,00    100,00
Internacional         500,00    400,00    250,00    100,00
3ª Classe ----------                                   
Masculino, 1º Quadro  200,00    180,00    150,00    100,00
Feminino, 1º Quadro   200,00    150,00    130,00    100,00
Aspirante             180,00    150,00    130,00    100,00
Juvenil               180,00    150,00    130,00    100,00
Infantil              180,00    150,00    130,00    100,00
Interestadual          -        300,00     -        100,00
Internacional          -        350,00     -        100,00

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1964 – Juízes e Oficiais de Mesa

Alberto Jorge Teixeira, Antônio Aurélio F. Carvalho, Armando Coelho, Elias Xavier de França, Floriano Manhães Barreto, Glênio Guimarães, José Alves de Souza, José Fernandes Tude Sobrinho, José Tavares, Luciano Segismondi, Mário Gomes de Almeida, Mário Miranda Barbosa, Milton de Almeida, Nelmo Pragana, Newton leibnitz, Oduvaldo da Silva Lins, Ronaldo Baranda, Sérgio Freire, Therezinha A. Moraes, Waldyr Ferreira de Mello, Walter Alves, Wilson B. França, Wilson Costa, Wilson de Lima.

Arbitragem na Década de 50

Destaques & Curiosidades 

 1. Velocidade da cortada – uma bola bem cortada pode adquirir a velocidade de 160 km/h. O Professor McCloy, da Universidade Estadual de Iowa, EUA, registrou velocidades de mais de 160km/h.

2. Cortada balanceada – quando a bola está longe e você não pode colocar-se atrás dela, use um movimento balanceado giratório (de braço). Bata na bola com a base da mão, mantendo a palma e os dedos ligeira e rigidamente curvos (acompanhando a curvatura da bola), semelhante ao que ocorre no saque balanceado (cortada de gancho).

3. Linha de ataque – (…) alguns a denominam de bloqueio ou linha de limite. O propósito desta linha é evitar que os jogadores excessivamente altos que estejam na defesa venham à rede para bloquear todas as bolas, o que não é válido. Os jogadores de defesa podem bloquear a bola, mas em cima ou atrás da linha de bloqueio.

4. A bola – o jogo oficial é praticado com uma bola esférica composta de um invólucro de couro flexível, de cor uniforme, ‘sem cordão’, de 18 gomos ou um invólucro de borracha apenas, com não menos de 65cm e não mais de 67cm de circunferência, contendo no seu interior uma câmara de ar de borracha ou material similar. Bola de couro, com pressão entre 0,48kg/cm2 e 0,52kg/cm2 e bola de borracha (0,47 e 0,49). Peso: masculino (250g a 280g) e feminino (230g a 250g).

5. Cuidados com a bola – depois de corretamente cheias e após o uso, as bolas devem ser guardadas em compartimentos frescos e limpos. Não devem nunca ser “chutadas”, servir de assento, ou golpeadas contra superfícies ásperas e irregulares. Recomenda-se o uso de sebo de sela para mantê-las limpas e para reservar o couro. De acordo com as decisões da CBV, a bola deve ser branca, possuir 18 gomos e estar dentro das pressões limites.

6. Saque – (…) o saque pode ser dado saltando ou na corrida. O jogador, após haver sacado, pode cair sobre o campo de jogo ou sobre a linha de fundo.

7. Inovação do jogo – em todo jogo internacional são jogados três sets vencedores.

8. Jogo na rede – (…) o dois toques (proposital) no bloqueio deve ser punido.

 

Cronologia

1950 – O guia da USVBA (Associação de Voleibol dos EUA) incluiu pela primeira vez uma seção colegial.

1951 – Em seu terceiro Congresso, a FIVB decidiu que será permitido ao atacante “invadir” com as mãos durante o bloqueio, mas somente após a fase final da cortada. Esta recomendação passou a ser cumprida somente após as Olimpíadas de 1964.

1953 – Em seu quarto Congresso a FIVB (Federacão Internacional de Voleibol) definiu as ações e terminologias da arbitragem.

1955 – A USVBA organizou oficialmente a prática do jogo nos EUA com vistas aos Jogos Pan-Americanos.

1957 – Após a realização de torneio demonstrativo durante o 53° Congresso do COI (Comitê Olímpico Internacional), seus membros decidiram pela inclusão do voleibol nos Jogos Olímpicos de 1964, a serem disputados em Tóquio, Japão. Atribuições foram dadas ao segundo árbitro: a duração dos pedidos de tempo foi limitada para 1 minuto e 30 segundos. Modificadas as regras do vôlei feminino pela Divisão de Esportes das Moças e Mulheres da Associação Americana de Saúde, Educação Física e Recreação para que se igualassem às regras do masculino da USVBA. As Regras Oficiais foram resumidas por João Lotufo (“Voleibol”, 1957, p.8) a título de ilustração e mais rápida compreensão, inclusive do que era essencial. Mantive a terminologia empregada pelo autor:

1) Um sorteio determina quem dará o saque.  2) Cada jogador do quadro dará o saque por sua vez e fará uma tentativa para atirar a bola para o campo adversário sem que toque a rede.  3) O jogador que dá o saque não deve ter contato com o campo ou a linha que o limita.  4) Não há restrições quanto ao modo de dar o saque, a não ser que o sacador deve permanecer na área do saque, com um dos pés, pelo menos tocando o solo e que a bola seja claramente batida.  5) É declarado o rodízio quando a bola do saque tocar a rede.  6) Se o jogador tocar a bola ou for por esta tocado, considera-se como se tivesse jogado.  7) É permitido sair dos limites (da quadra) e apanhar a bola.  8) A bola não poderá ser agarrada. Deve ser claramente batida.  9) A bola que toca o corpo mais de uma vez, simultaneamente, é legal.  10) O quadro (time) perdedor tem o direito ao saque na partida seguinte.  11) É permitido jogar bola usando qualquer parte do corpo acima dos quadris.  12) A bola é conservada em jogo ao bater na rede e passar ao campo contrário. No saque, porém, a bola não pode tocar a rede; se a bola não passar nitidamente sobre a rede, ficará de posse do outro quadro.  13) A bola que é enviada à rede por um dos quadros pode ser recuperada uma vez que a rede não seja tocada por nenhum jogador.  14) Um jogador pode bater na bola 2 vezes numa jogada, mas não consecutiva.  15) A bola deve ser devolvida para o campo adversário após o terceiro contato.  16) Os jogadores não podem tocar a bola ou passar além da linha de centro. Isto ocasiona a perda da bola se o quadro que sacou comete a falta e conta um ponto para quem saca no caso dos oponentes cometerem a falta. Se ambos os quadros tocam a rede simultaneamente, a bola é declarada “morta” e é dado novo saque.  17) Os jogadores de linha final – da defesa – têm a liberdade de mover-se no seu campo, mas não podem correr para a rede e cortar ou matar a bola.  18) Quinze pontos representam vitória, uma vez que haja diferença de dois pontos. A contagem pode ser de 15-13, 16-14, 17-15 etc.

1959 – No Congresso da FIVB em Budapeste, ficou decidida a proibição da barreira quando da execução do saque e a limitação da invasão por baixo com o pé (bastava tocar a linha).

Na foto jogadoras do C. R. do Flamengo realizam a barreira numa partida. Observe-se que as três atacantes estão “em linha” e uma quarta atleta (defesa-centro) se inclui entre elas com um passo atrás, preservando assim as “zonas de ataque e defesa”.

Quadro de Oficiais na Década de 50

Resgate da Memória dos Protagonistas

1950 – Em 30/8, o Diretor-Técnico propôs para o quadro de oficiais o Sr. João Frota de Menezes, o que foi aceito e saiu publicado na Nota Oficial nº57. Com sua memória prodigiosa, Quaresma dá o seu testemunho a respeito: “Nesta época, estava no ginásio do Fluminense F. C. para assistir ao Torneio Início. O Quadro de árbitros da Federação ainda era insuficiente. Os juízes eram indicados pelos clubes e acertados em comum acordo pouco antes das partidas. Na partida entre o Botafogo e o Fluminense ficou combinado que os respectivos técnicos atuariam na arbitragem: Paulo Azeredo (Fluminense) foi o juiz de cima e Nelson Santos (Botafogo), atuou em baixo”.

1951 – O Diretor-Técnico propôs para o Quadro de Apontadores o Sr. Luiz de Carvalho Melo e Silva.

1953 – Empossado no cargo de Diretor de Oficiais o Sr. José Fernandes Tude Sobrinho.

Árbitros: Armando Coelho, Fidelis Cerqueira, Helso Veiga Martins, José Chaves de Oliveira, José Guió Filho, Juvenil Baptista Lage, Luciano Segismondi, Paulo Jones (?) Ferreira, Pedro de Morais Sobrinho. Victor Augusto Filho. Wilson de Lima.

1954 – Em 9 de fevereiro, foram nomeados para o cargo de Diretor da EOV o Sr. Milton Montenegro Duarte e para assistente, o Sr Abenante de Melo Souza.

Árbitros: Alberto Henrique Tuzi (?), Hélio Veiga Martins, José Chaves, Luciano Segismondi, Newton Leibnitz, Wilson de Lima, Eduardo Cabral (apont.).

1955 – Árbitros: Antônio Sampaio, Armando Coelho (apont.), Athos Darigo, Edson Fonseca, Hélio da Veiga Martins, José Alves de Souza, José Guió, José Rodrigues Pinho, José Tavares, Josephina M. Stolle (apont.), Juvenil Baptista Lage, Luciano Segismondi, Nelmo Pragana, Newton Leibnitz, Nieva Júnior, Walter Alves, Wilson de Lima.

1956 – Árbitros: Adib Simão, Edson Fonseca, Eduardo Menezes, Erasmo Delorme Batista, Jair Osmindo, Luciano Luiz José de Queiroz, Luciano Segismondi, Mário Miranda, Melchior Fernandes, Newton Leibnitz, Oduvaldo Lins, Pedro Moraes Sobrinho, Sérgio Freire, Valdemar Miranda, Valdir Ferreira Melo, Valter Alves, Wilson de Lima.

Apontadores: Hélio Veiga Martins, José Pinho, José Tavares, Josephina Martha Stolle, Nena A. Morais, Pedro Álvares Guimarães, Sérgio Waissman.

1957 – Decidindo o campeonato de Niterói, as equipes do Fluminense Atlético e do Canto do Rio duelaram em excelente partida. A arbitragem coube ao árbitro Walter Alves, funcionando como fiscal Glênio Guimarães, ambos da EOV (FMV). Funcionaram como fiscais de linha Mário Esteves e Ronald Veloso, atuando na mesa Aldrovandro e Quaresma.

Arbitragem em 1940-50

Como se Jogava. Como a modalidade era ainda incipiente, as mudanças nas regras eram diminutas, inclusive visando a uma maior assimilação e desenvolvimento. Essas características perduraram até a década de 50. Não existia um quadro de árbitros profissionais em Niterói. No Rio, eram poucos os árbitros profissionais com curso da EOV e, depois, da Federação Metropolitana. Em Niterói sua formação era realizada pela própria prática (ver Arbitragem). Em 8 de novembro de 1944, o presidente da FMV enviou representante à Escola de Educação Física para solicitar ao seu Diretor, Capitão Antônio Pereira Lyra, a realização de um curso especial para juízes, tal a dificuldade na formação dos mesmos. Posteriormente, o capitão receberia o título de Sócio Benemérito da Federação (21/3/45). No biênio 1946-47, sob a presidência do Dr. Noeli Corrêa de Melo, foi criada uma Diretoria de Oficiais para gerir o setor. Em 19.2.1946, foi nomeado Abelardo Lima Azevedo para o cargo. E, em reunião de diretoria (13/8/1948), Sylvestre da Costa Leite, presidente em exercício da FMV, expunha as dificuldades por que passava a entidade no que diz respeito aos Oficiais: “Os Oficiais futuramente terão que constituir um quadro totalmente remunerado. Felizmente, alguns jogadores de volley-ball, na ausência dos Oficiais designados, têm-se apresentado a substituí-los. Acrescenta, ainda, que esta reforma trará pesados encargos à Tesouraria e que neste caso terá de haver alterações nas taxas a que estão sujeitos os clubes”.

Como a modalidade era ainda incipiente, as mudanças nas regras eram diminutas, inclusive visando a uma maior assimilação e desenvolvimento. Essas características perduraram até a década de 50. Não existia um quadro de árbitros profissionais em Niterói. No Rio, eram poucos os árbitros profissionais com curso da EOV e, depois, da Federação Metropolitana. Em Niterói sua formação era realizada pela própria prática (ver Arbitragem). Em 8 de novembro de 1944, o presidente da FMV enviou representante à Escola de Educação Física para solicitar ao seu Diretor, Capitão Antônio Pereira Lyra, a realização de um curso especial para juízes, tal a dificuldade na formação dos mesmos. Posteriormente, o capitão receberia o título de Sócio Benemérito da Federação (21/3/45). No biênio 1946-47, sob a presidência do Dr. Noeli Corrêa de Melo, foi criada uma Diretoria de Oficiais para gerir o setor. Em 19.2.1946, foi nomeado Abelardo Lima Azevedo para o cargo. E, em reunião de diretoria (13/8/1948), Sylvestre da Costa Leite, presidente em exercício da FMV, expunha as dificuldades por que passava a entidade no que diz respeito aos Oficiais: “Os Oficiais futuramente terão que constituir um quadro totalmente remunerado. Felizmente, alguns jogadores de volley-ball, na ausência dos Oficiais designados, têm-se apresentado a substituí-los. Acrescenta, ainda, que esta reforma trará pesados encargos à Tesouraria e que neste caso terá de haver alterações nas taxas a que estão sujeitos os clubes”.

Recepção e Toque de bola

Curiosa e notável à época era a influência da arbitragem sobre o comportamento de uma equipe, dada às prerrogativas de interpretação das regras. A recepção era efetuada através do toque da bola com as mãos (ponta de dedos) convencional. Todavia, as regras não permitiam os “dois toques” de quem tantos atletas reclamavam por não fazê-lo com maestria. Para tal procedimento, além da habilidade manual, os jogadores mais técnicos utilizavam o recurso de efetuar um rolamento para trás no momento da recepção; para tal, já se em posição de expectativa, pernas semiflexionadas e braços na horizontal, à frente do corpo. No momento do toque, quando se tratava de saques potentes, quase sempre era necessário realizar o rolamento, uma vez que se tornava um recurso de absorção do movimento da bola. Em seguida, caso estivesse numa das posições de ataque, ainda se apresentava para a execução da cortada. Era assaz desgastante para o atleta. E, além disso, havia uma tática da equipe de posicionar junto à rede ou no fundo da quadra os atletas que, confessadamente, não tinham condições de “passar a bola” sem falta. Evidentemente, alguém tinha que “cobrir” essas lacunas. Você poderá observar comentários a respeito nos artigos referentes às arbitragens em alguns capítulos dessa obra.  Mais ainda: os atletas tinham que se esmerar no momento do toque para que sua posição fosse a mais correta possível aos olhos da arbitragem, pois muitos árbitros – por despreparo – não concebiam que o jogador pudesse realizar um toque perfeito em deslocamento ou desequilibrado. Como consequência, uma vez que os árbitros eram sempre os mesmos e também os jogadores já conhecidos de tantas pelejas, criou-se um consenso geral – árbitros, jogadores, técnicos e até o público – quanto à validade dessas interpretações. Assim, antes de se iniciar uma partida, a pergunta entre os jogadores era “Quem é o árbitro?” Como se lhes dissessem que poderiam ou não tocar a bola com mais ou menos rigor. De outra parte – o árbitro –, com certeza já tinha conhecimento dos atletas que reconhecidamente tocavam a bola com precisão. No caso de jogadores de nível de seleção e renomado toque de bola, seria considerado verdadeiro sacrilégio marcar-lhes “dois toques”. Assim, durante muito tempo, fazia parte da tática de equipe “esconder” os maus passadores e sobrecarregar os mais técnicos nesse tipo de execução, uma vez que, do outro lado (equipe adversária), também eles tinham conhecimento dessas deficiências e, com isto, tinham recomendação tática de “caçar” os maus passadores. A esse respeito, Quaresma nos relata lance de jogo Botafogo e Flamengo, na decisão em “melhor de três” no clube Municipal (1960). Nessa oportunidade, o árbitro Newton Leibnitz, o Chapinha, teve a ousadia de, pela vez primeira, marcar um “dois toques” dele, algo inconcebível para o talento e maestria do jogador. O gesto do árbitro foi encarado por todos como um acinte e, segundo alguns, tendencioso ou prepotente, isto é, um favorecimento à equipe adversária ou uma demonstração ao público de que ele estava acima de todos e que, assim, tinha o poder nas mãos.