Blog Escolar

Valor Pedagógico Cultural  

Nunca é tarde. Infelizmente, somente hoje (18 de novembro) li a notícia que transcrevo abaixo. Considero que nunca é tarde para divulgar as boas iniciativas, ainda mais quando é uma das propostas do Procrie: estreitar laços pedagógicos virtuais com escolas em favor de um ensino desportivo de Qualidade para TODOS.  

“A Secretaria de Estado da Educação Goiás, por intermédio da Coordenação de Educação a Distância, no uso de suas atribuições legais, torna pública a abertura das inscrições para o Concurso de Blog Escolar, por ela oferecido. O concurso tem caráter pedagógico cultural e busca promover o uso do Blog como recurso de interação e construção coletiva de conhecimento. Podem participar do concurso as unidades escolares de educação básica da rede pública estadual de ensino de Goiás. O Blog inscrito no concurso deverá ser produzido coletivamente por alunos e professores, sendo o seu conteúdo de caráter público, devidamente hospedado num servidor gratuito na rede mundial de computadores. Não será cobrada taxa de inscrição ou de qualquer outra natureza. O período das inscrições on-line será das 10:00 horas do dia 10 de novembro de 2010 às 23:00 horas do dia 16 de novembro de 2010, a divulgação dos Blogs vencedores será realizada dia 22 de novembro de 2010 e a premiação dia 25 de novembro de 2010. Postado por Geteblog http://geteblog.blogspot.com” .  

Após tomar conhecimento teci o seguinte comentário no próprio Geteblog:   

Roberto A. Pimentel disse… “Parabéns aos gestores educacionais pela iniciativa muito edificante e moderna, usufruindo com inteligência e bom senso das novas tecnologias educacionais. Tenho certeza de que será um sucesso o concurso. De futuro, após o normal funcionamento do(s) blogue(s), pois creio que outros vão enveredar pelo mesmo caminho, tenho a oferecer o meu próprio http://www.procrie.com.br, uma singela contribuição para os educadores esportivos ou não. Veja a Missão em “Quem Faz”. Atenciosamente, Roberto Pimentel 18 de novembro de 2010″.    

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Em alguns textos apresentei no Procrie sugestões para esse aplicativo: Cursos, o Brasil Conectado e Intercâmbio Brasil e Portugal (II). Vejam também o que já consignara em Intercâmbio com o Mundo sobre o valor do blogue:  

Atualmente, uma das melhores ferramentas de ensino universitário. O mérito de um blogue é que ele vai além das generalidades, dando ideias práticas e exemplos concretos, mas sem fornecer receitas ou um método pronto para usar. Alguns exemplos são fornecidos para algum balizamento inicial para os menos experientes no desporto. Os leitores poderão discutir como um professor pode e deve experimentar em sua própria classe criando várias situações e avaliando suas intervenções em vista das reações de seus alunos. A partir disso, entende-se muito bem o que vem a ser o caráter essencialmente “construtivista”, e o consequente ganho em autonomia para educar. Lembro que não estamos falando tão somente do ensino do voleibol, mas de múltiplas atividades na infância. Aqui tratamos de Metodologia e Pedagogia a empregar e a ser discutida. Fica então a sugestão para uma amplitude de troca de conhecimentos e informações: construam o seu próprio blogue (alguns já o fizeram) e comuniquem-se entre si, pois dessa forma TODOS poderão expor suas ideias e experiências. O ganho é geral.  

Importância do blogue. Um blogue em que os indivíduos que frequentam seus textos, mas não participam com comentários está fadado a não cumprir sua missão precípua, que é de dialogar e compartilhar. Seu alimento e vida é a dúvida, a interpelação. Esta atitude torna as pessoas investigativas e críticas do próprio saber. Ele permite que a informação seja tratada de forma educacional, pois se discutem ideias, indagam-se questões que antecedem as afirmações do comportamento futuro. Além disso, sabemos todos que a Educação é uma busca incessante, sem fim.  

Fonte: Google Analytics.

Difusão do Procrie em Goiás. Por último, apreciem o que está ocorrendo com o Procrie no Brasil através de um simples blogue. São 4.204 visitas/mês, distribuídas por 194 cidades. E, incrível, está difundido pelos 5 Continentes. O detalhe maior é Portugal, onde assino texto técnico no site www.sovolei.com, com 396 visitas e 52 cidades.  

É bem possível que os recentes campeonatos Mundiais de Voleibol realizados na Itália (masculino) e no Japão (feminino), tenham dado a sua contribuição na mídia para a difusão também do Procrie. Estivemos realizando vários comentários e, principalmente, retirando “Lições do Mundial” aplicáveis a qualquer nível de ensino. Estarei aguardando a todos os professores que queiram se aprimorar e, especialmente, trocar informações pedagógicas. Quem sabe em futuro próximo coloquemos seus alunos em contato com os colegas portugueses. Lá eles desenvolvem o Gira Volei, o equivalente no Brasil ao Vivavôlei.  

Aos gestores da Educação do Estado de Goiás meus parabéns pela iniciativa e, além de todo acervo consignado neste Procrie, estarei sempre à disposição para acompanhá-los nessa cruzada pela Educação. No que tange aos desportos, lembro que tenho recomendado aos leitores a importância do Curso Presencial, como contributo ao desenvolvimento pleno dos professores (Formação Continuada), com a vantagem de acompanhamento pleno pelos blogues. Estarei sempre por perto e à espera de uma visita. Até breve!

Unidos Seremos Fortes!

Aos Professores e Amigos Maranhenses

Participo eventualmente dos debates – às vezes crio-os – dessa excelente ideia do Laércio que é o CEV, o Centro Esportivo Virtual. E um dos maiores partícipes é o Leopoldo Gil Dúlcio Vaz, um batalhador pela democratização do Esporte e da Educação, especialmente no Maranhão. Em 26-10-2010, ele postou no CEV o seguinte desabafo e conclamou os representantes maranhenses a participarem de uma verdadeira cruzada em prol do esporte, o qual me permito transcrever, bem como comentários a respeito acrescidos de alguns dados estatísticos sobre o Procrie.  

Unidos Seremos Fortes. “Com esse mote, o Biguá (presidente da Federação de Voleibol maranhense) pergunta o que podemos fazer para ’despertar’ da letargia os dirigentes de nosso esporte ’ama-dor’, os presidentes de federações. Em artigo do Paulo Tinoco, parabenizando o Betinho e as ’Meninas do Basquete’ deixa claro que a conquista  do ’título’ de quarta força do basquete brasileiro reconquistada, é mérito do professor-treinador por seus esforços e dos ’pai-trocinadores’ da equipe; não houve ingerência quer da Federação – pelo menos não atrapalha – nem da Secretaria de Esportes e Juventude. A Viva Água encerra o  apoio à Natação, fechando o clube que mantinha. Nossos melhores talentos conseguem resultados expressivos por clubes e federações de alhures, por falta de apoio dos daqui. Há anos venho batendo – e tenho culpa nisso – de que não temos clubes esportivos, apenas times de futebol, que para se valerem de algumas benesses mantêm equipes de outros esportes, por força de lei, mas sem qualquer ajuda, além de emprestar o nome e, muitas das vezes, nem mesmo a camisa. Pois bem, Biguá, se com a força do Sistema você não consegue fazer nada, quem sou eu? Mas não devemos nos omitir. Minha sugestão: um encontro estadual de esporte; não aquela politicalha petralhista que se fez em torno da conferência estadual de esportes. Vamos chamar o CREF-MA, o SINDICATO DOS PROFISSIONAIS, o DEF/UFMA, o DEF/UEMA, os Coordenadores das demais agências de formação – UniCEUMA, São Luís, Dom Bosco, IF-MA, e claro, os vereadores e deputados ligados aos esportes, para uma reunião junto com todos os Presidentes de Federações e de Associações Esportivas. Nem precisa da participação dos órgãos governamentais, como as Secretarias de Estado e Municípios. Vamos elaborar uma Carta de São Luis em prol do esporte maranhense e levar aos dirigentes, à Sra. Governadora, aos Senhores Prefeitos. Tenho certeza, Biguá, que teremos o Oliveira Ramos, o Alfredinho, o Zeca, você, enfim, o pessoal da imprensa séria, a própria ACLEM, o Comitê de Direito Esportivo da OAB-MA, enfim, todos em torno dessa batalha. Rumo a 2016. Quando nos reunimos? Sugiro seja na Viva Água. Podemos conversar com a tia Denise para ceder o espaço do auditório e formar uma Comissão Pró-esporte do Maranhão. Só aceitamos pessoas interessadas em trabalhar efetivamente! Fica lançada a Cruzada”.

Comentários, por Roberto Pimentel, em 14.11.2010.

Prezado Leopoldo,

Diz-se no Brasil que quando não se pretende resolver coisa alguma cria-se um GRUPO DE TRABALHO, ou, então, marca-se uma reunião. Ocorre que antes de tudo, os assuntos já foram tratados nos bastidores e ajustados segundo interesses da categoria dominante. É assim no esporte, nas repartições públicas – aliás, com o supra sumo do Sarney, o mais inteligente de todos os mestres. No caso do Biguá, por exemplo, me parece que ele é um dos diretores (talvez Comunicação) da CBV. Certamente, por conveniência de votos do Nuzman e, agora, do Ary. Creio que no início deste ano o Grupo do Voleibol formado por alguns professores idealistas de São Luiz levou suas propostas de desenvolvimento e apoio à federação de voleibol. Reuniram-se, fizeram suas propostas, obtiveram a promessa de apoio (ou pensar no assunto) e a iniciativa não durou talvez um mês. Tudo deve estar como outrora. E não adianta tentar e tão pouco dar murros em ponta de faca. Se não for por iniciativas individuais ou de pequenos grupos, tudo tenderá à estagnação. Rezemos com mais fé, pois “Deus é brasileiro”.

À distância acompanho a sua luta e daqueles professores para mudanças drásticas. Mas, no Maranhão, como no País, algumas gerações terão que se suceder para uma revolução esportiva. Um dos meios pacientes que encontrei é atuarmos todos na Educação de nossos professores. E nessa perspectiva, aponto para a minha iniciativa com o www.procrie.com.br. Se mais não fazem é porque estão seguindo caminhos que não levam às soluções. Tenho certeza de que um Curso Presencial levando novas propostas de ensino em muito modificaria a conduta dos participantes. Precisam de um empurrão para sair do marasmo em que se encontram. Buscam soluções e não encontram no próprio território e, aí, o que fazer? Estão fadados a repetirem os mesmos erros com os mesmos coronéis a dizer-lhes o que fazer.

Perdôem-me o desabafo, desculpem-me todos, mas ao longo da minha vida é assim que percebo que o País funciona. Funciona? Ganhar medalhas, ser campeão mundial é bom? Para quem? Certamente que só para o COB. E os demais, milhões de excluídos? Alguém também quer entrar para este rol da fama? Chega de hipocrisia de nossos políticos e dirigentes! Deixemos de visar o campeão e volvamos nosso olhar para as crianças, como bem lembrou o Pelé no Maracanã. Não nos deixemos ser utilizados pela máquina que aí está. 

A educação das crianças recai primordialmente sobre dois agentes: os pais e os professores. Logo, um professor mal formado exercerá influência daninha sobre milhares de indivíduos em formação, que se perpetuarão. A mudança começa na formação dos professores, e certamente nas UNIVERSIDADES, com a valorização da cadeira de Psicologia Pedagógica e Filosofia. Realizei há tempos uma tentativa nesse sentido, conversando com os Reitores da UFSC e da UDESC, e os Secretários de Educação de Florianópolis e São José, município adjacente. Tratei com propostas para o ensino fundamental e universitário, ambos inexistentes no País. Fui vencido pelo lobby existente, pois o que “vem de fora pode atrapalhar-nos a todos”.

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Curso Presencial

A necessidade de um encontro entre indivíduos interessados numa causa com um estranho à sua comunidade é de suma importância diante da perspectiva de uma análise diferenciada e pautada pela experiência de várias outras circunstâncias. Sob essa ótica, criam-se oportunidades de discussão e encaminhamento de ideias no sentido do bem comum. É menos provável que se dê voltas em torno do mesmo lugar. Assim, além de executar, orientar e dirimir dúvidas, ou até deixar que se manifestem e possam juntos encontrar soluções, o professor cursilhista torna-se o facilitador e contribui para que os próprios alunos sejam criativos e espontâneos em suas buscas pedagógicas. As soluções, então, não virão de fora, mas brotarão das conversas mediadas.

Dados estatísticos. Com pouquíssima visitas ao Procrie – São Luís, 36 e Imperatriz, 2 – quando no Mundo são 4.600, distribuídas por 35 países. No Brasil estão espalhadas por 194 cidades. A grande novidade é Portugal, com 388 visitas/mês distribuídas por 52 cidades. A seguir, Estados Unidos (28 visitas e 11 cidades), Angola/Luanda, com 19 visitas; e, ainda, o Japão, com 16 visitas e 10 cidades. Com certeza, efeito do Campeonato Mundial de Voleibol Feminino. Considero isto um feito extraordinário!

Saque Tático e Barreira

Um Pouco de História  

Há muito tempo, na década de 40, os brasileiros sacavam por baixo e o saque tático aparece pela primeira vez talvez por intermédio de uma equipe paulista. Os saques eram orientados em determinadas circunstâncias para a posição II (saída de rede).

Saques   

Utilizado somente o saque por baixo e não podia ser conduzido ou preso, isto é, o atleta deveria soltar a bola pouco antes do impacto da mão. Ainda no campeonato brasileiro de São Paulo, em 1954, ninguém sacava por cima – denominado tênis – pela semelhança com esse esporte e por ser executado acima da linha dos ombros. O saque tênis era restrito a poucos atletas e só foi mais difundido a partir de 1955, após o Pan-Americano do México. Um dos seus precursores foi Jorginho que, mais tarde, no Botafogo, sacaria também pela primeira vez no Brasil o tipo com salto, cognominado viagem, consagrado muito tempo mais tarde na TV por outros jogadores. Existiam, sim, uns poucos praticantes do saque balanceado. Borboleta, por exemplo, sacava de costas, pois não conseguia dominar a técnica do saque balanceado, executado de lado para a rede.

Em princípio, os saques eram realizados sobre os cortadores, tecnicamente mais fracos no fundamento da recepção. Já realizavam o que atualmente se denomina saque tático que, necessariamente não necessita ser curto. No sistema 3×3 recomendava-se que o saque fosse colocado na chamada zona morta ou saída de rede (posição II) quando o levantador estivesse ali; nesta posição ele teria a seguir, na ordem de rodízio, o seu cortador (III) e, depois, outro levantador (IV). Dessa forma, se ele recepcionasse, teria que efetuar o levantamento de primeira, ou passar a bola para que outro companheiro o fizesse. Com o advento do 4×2, e com um dos cortadores na posição (I), também era um saque incômodo para o atacante. Os paulistas foram os primeiros a realizar uma troca rápida entre o levantador em (III) e o cortador em (II) durante a respectiva recepção do saque, isto é, ambos os atletas trocavam de posição, sem toque na bola. Estavam protegidos pelos demais. Pelo que vemos, tivemos bons mestres. Com pequena variação de como tocar na bola no momento do saque, alguns atletas já conseguiam fazer com que a bola não tivesse qualquer movimento em relação ao seu próprio eixo e, assim, produziam o saque algum tempo mais à frente denominado flutuante (a bola é arremessada sem rotação ou sem peso).

Especialização precoce

Lembro aos mais novos praticantes e adeptos que há pouco tempo já está permitida a recepção do saque de toque, mas que poucos atletas utilizam, ou pela velocidade com que vem a bola ou até mesmo pela comodidade da manchete. Vejam que anteriormente, quando se iniciava uma criança a primeira tarefa era ensiná-la a tocar na bola com as mãos (e dedos). Posteriormente, e até hoje, ensina-se inicialmente a manchete. E, se não for levantador, não precisa nem aprender a tocar na bola por cima. Pior ainda, se não souber passar de manchete, é alijado (escondido) do passe; isto se for alto e eficiente nos ataques, como a Gamova.

Spin service, paraquedas e jornada

Pesquisadores relatam que já existia nos EUA, na década de 40, o saque denominado spin service. Conforme relatava Sílvio Raso, em Belo Horizonte empregavam um tipo de saque cognominado paraquedas, que chegava a atingir a altura de 8m em alguns casos. Sua recepção era bastante dificultosa e foi empregado no Brasileiro de Porto Alegre (RS), em 1952. Como existiam poucos ginásios em 1953 – a maioria das quadras era aberta – Paulo Castelo Branco, atleta do clube Sírio e Libanês (Rio), realizava este tipo de saque e, do outro lado da quadra, Borboleta era um dos poucos a recepcionar com seu incrível toque de bola. Em 1960, jogando no Botafogo, também o autor experimentou na quadra aberta (junto ao mar), anterior à construção do ginásio do Mourisco. Possivelmente, atingia altura aproximada de 12m-15m sem muito esforço. Na década de 80 foi consagrado no Brasil pelo jogador Bernard, que o praticava nas areias de Copacabana: a bola atingia uma altura de 25m e descia a uma velocidade de 72km/h (fora o efeito que ele imprimia à trajetória da bola). Só conseguia fazê-lo em ginásios com teto muito alto, como o Maracanãzinho.

Barreira 

Jogadoras do Flamengo realizam a barreira. Foto: acervo Marina Conceição Celistre.

Foi criada em 1952 e permaneceu até 1959 para criar dificuldades na recepção dos saques. Era permitido aos atletas inclusive levantarem os braços. Em seguida foi abolida esta permissão (levantar os braços), mantida ainda a barreira e, em 59, abolida definitivamente. Atualmente, os atletas da rede podem manter os braços erguidos, como numa ação preparatória para bloqueio, desde que afastados uns dos outros, protegendo-se de impactos da bola sem a intenção precípua de dificultar a visão dos adversários. (Regra XIII – Art. 7º – BARREIRAS – No momento do saque, é proibido aos jogadores da equipe que irá dar o saque de efetuar movimentos com os braços, saltar ou grupar dois ou mais jogadores, com objetivo de formar uma barreira, com intenção de encobrir o sacador.)

Pode-se observar na foto quatro jogadoras do Flamengo (Gilda, Marina e Celma; a quarta está oculta) realizando a barreira, tentando dificultar a visão no momento de um saque. O jogo, um Fla-Flu no ginásio do Maracanãzinho, pelos Jogos da Primavera, 1956. Observe-se ainda que o intervalo entre as três atacantes deveria ser ocupado pela atleta defesa-centro, respeitando-se, assim, a regra que rege sobre a “posição dos jogadores no momento do saque”.

O “Circo” de Matsudaira

A partir da década de 60 os japoneses deram uma contribuição importante para o desenvolvimento tático do jogo, uma vez que seu porte físico sempre estava em desvantagem em relação aos enormes europeus e equipes ocidentais. Criaram diversas variações táticas para anularem ou atenuarem suas desvantagens, inclusive com o saque longo, balanceado. E conseguiram por algum tempo, graças à surpresa. Foram campeões Olímpicos em 1964 e 1972 com as equipes feminina e masculina, respectivamente, assombrando o mundo esportivo por um bom tempo. Ocorre que quem está no topo tem suas qualidades e virtudes suficientemente estudadas, comparadas e incrementadas. O intercâmbio de jogos com o calendário internacional, as transferências de astros para grandes centros, principalmente a Itália, tudo levou a uma globalização nas formas e maneiras de atuar. As diferenças, se houver, são mínimas e ficam por conta, principalmente, da safra de atletas (C. A. Nuzman) que este ou aquele país apresente em dado momento. Todavia, se todos treinam e jogam da mesma forma, se os atletas já se conhecem ou porque jogam nos mesmos campeonatos no exterior ou pelo intenso calendário internacional, onde está a diferença? Por que o presidente da Fivb afirma que é ruim para o esporte o Brasil ter sido tricampeão?  Creio que se refere ao fato de que a equipe brasileira está algo acima tecnicamente das demais ao contrário do feminino, cujo Campeonato Mundial se desenrola atualmente com várias equipes com condições de alcançar o título máximo. Dessa forma, diz ele, há uma equiparação técnica que torna os embates atraentes para o público e para as próprias atletas.

Proximamente, volto contando pequenas histórias da prática dos “saques táticos”. E, se tiverem coragem, pratiquem, pois ainda dá certo. Certamente as brasileiras teriam complicado a vida da Gamova na entrada de rede com o emprego de saques curtos, juntos à rede, nas proximidades da linha lateral e antena. Duvido que ela fizesse a festa que fez por ali. Ah, e com o saque por baixo! Relembro ainda o Mundial masculino em que um dos brasileiros usou o saque tênis em direção ao jovem atleta cubano na entrada da rede com sucesso, pois não conseguiu passar bem e tão  pouco atacar.

Quanto às bolas mal passadas e reenviadas com uma das mãos ou de manchete para o outro lado, oportunamente voltaremos a falar com algumas sugestões de ataque. Se eu esquecer ou demorar demasiado, cobrem-me, por favor, pois é uma medida fácil e eficiente. Até lá!

 

XV Campeonato Mundial de Voleibol Feminino – Gamova

Ekaterina Gamova

Velha conhecida dos torcedores brasileiros, a ponteira Ekaterina Gamova foi mais uma vez o ponto de desequilíbrio para tirar da seleção brasileira o tão sonhado inédito título mundial. Com uma atuação memorável no quinto set, a gigante de 2,02 m chamou a responsabilidade para si e virou três bolas incríveis na sequência. Ao Brasil coube olhar e admirar o desempenho da russa, que além de um foco incrível na partida, sabia muito bem como provocar a equipe verde e amarela com encaradas e olhares a cada cravada que dava no chão da quadra brasileira. “Ela conseguiu fazer tudo no tie-break, foi só ela. Não conseguimos segurar, o ataque dela vem muito alto e vem para baixo, pontua muito. Para o time da Rússia foi o diferencial”, disse a levantadora Fabíola. “Ela jogou sozinha. Ela que ganhou esse campeonato. Infelizmente, não deu para a gente”, completou Jaqueline.

Ficamos no quase

Na reedição da final de 2006, a equipe brasileira começou arrasadora, mas sucumbiu para a Rússia a partir do quarto set e viu o inédito título mundial escapar pelas mãos pela segunda vez consecutiva. A vitória russa, de virada, veio apenas no tie-break, com parciais de 21/25, 25/17, 20/25, 25/14 e 15/11, neste domingo, em Tóquio. Com as duas equipes invictas na competição, o time conseguiu durante parte do jogo controlar a gigante Gamova e a experiente Sokolova, porém sofreu uma queda de rendimento inesperada e viu exatamente as duas jogadoras desequilibrarem a partida.

A derrota encerra não da melhor forma uma campanha irretocável da Seleção até chegar à final, passando por adversários favoritos ao título como Itália e Estados Unidos. Estraga ainda a possibilidade da Seleção de ter a hegemonia do vôlei feminino, com os títulos dos Jogos Olímpicos e do Mundial. Alguns destaques da equipe no Mundial, como a ponteira Natália e a meio de rede Thaisa, não conseguiram repetir os desempenhos das partidas anteriores. No final restou às brasileiras chorarem e verem a festa da Rússia.

Como dizemos no Brasil para a levantadora: “Dá para quem está virando”. Isto é, se ela está acertando todas, por que lançar para outra? É a segurança de pontos para a equjipe.

Todavia, quando se trata de adversária, o que devemos fazer para anular o seu ataque ou mesmo, atenuar. Como criar problemas para que a equipe não jogue com ela?

Sugiro que acompanhem a série de textos sobre o SAQUE que venho postando regularmente.

 

XV Campeonato Mundial de Voleibol Feminino – Pódium

 

Foto: AFP

 Campeãs Mundiais, as russas festejam com justiça o feito. Estão de parabéns! 

Com o resultado, as russas somam três vitórias em partidas decisivas contra o Brasil. Além do jogo deste domingo, as europeias bateram a seleção nas semifinais das Olimpíadas de 2004 e na final do Mundial de 2006.

Foto: AFP

Com camisas das lesionadas e cortadas Mari e Paula Pequeno, as brasileiras não esconderam a decepção pela derrota na decisão.

Foto: AFP

A equipe japonesa comemorou muito o retorno ao pódio e a medalha de bronze. Foi considerada por muitos a equipe mais técnica do campeonato.

XV Campeonato Mundial de Voleibol Feminino – Jogar com Alegria

Atletas camaroneses festejam com dança primeira vitória em Mundial. Foto: Fivb/Divulgação.
Sheilla abusou das largadinhas para levar a Seleção à vitória. Foto: Fivb/Divulgação.

Sheilla abusou das largadinhas para levar a Seleção à vitória. Sheilla chegou a brincar. “Tomara que sejam várias mesmo, para ninguém marcar”, ironizou a camisa 13. “Tem dias que estou mais inspirada, acho que foi isso também”. Consegui brincar um pouco no ataque. Quando o passe está bom, a gente vê o bloqueio chegando e tem uma noção de como vai ser a movimentação”. Sheilla abusou principalmente das largadinhas neste sábado, fazendo por duas vezes a jogada chamada de “carroça”, em que põe a bola de forma lenta no fundo da quadra. “Eu gosto muito de dar largadinhas, mas não posso ficar fazendo isso sempre se não o Zé (Roberto) me mata”. Entre as mais regulares da Seleção Brasileira até o momento no Mundial Feminino de Vôlei, a oposto Sheilla teve atuação brilhante na vitória sobre a Tailândia, por 3 a 0, neste sábado. Em lances dignos de mágica, a jogadora tirou jogadas da cartola e marcou 21 pontos. (Celso Paiva, no Terra). 

XV Campeonato Mundial Feminino – Resultado Final

Campeã: Rússia 
 
Vice-Campeã: Brasil
 
3º lugar: Japão 
 
4º lugar: EUA
  
  
  
  
  
  
  

  

  

 

 

 

  

  

  

  

  

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Deu no Terra
Celso Paiva Direto de Tóquio

O Brasil terminou o Mundial Feminino de Vôlei sem premiações individuais, mesmo com o vice-campeonato no torneio. Em compensação, as jogadoras da Rússia – campeão em cima da Seleção Brasileira na decisão – levaram dois prêmios: melhor atacante (Tatiana Kosheleva) e melhor jogadora (Ekaterina Gamova). Confira as melhores jogadoras do Mundial, segundo a FIVB:

Atacante: Tatiana Kosheleva (Rússia)
Bloqueadora: Christian Fürst (Alemanha)
Sacadora: Maret Grothues (Holanda)
Líbero: Stacy Sykora (Estados Unidos)
Recepção: Logan Tom (Estados Unidos)
Levantadora: Qiuyue Wei (China)
Jogadora: Ekaterina Gamova (Rússia)
Pontuadora: Darnel Neslihan (Turquia)

 

Fotos: Fivb/Divulgação. 
 
 

XV Mundial de Voleibol Feminino – Semifinal

Atleta JAPONESA Saori é o grande destaque da seleção japonesa no Mundial.
Kimura Saori é o grande destaque da seleção japonesa no Mundial. Foto: Fivb/Divulgação.

O Saque como Arma Principal  

Mais uma vez sirvo-me da oportuna reportagem de Celso Paiva, do Terra, que direto de Tóquio nos informa agora sobre as próximas (sábado) adversárias, as japonesas.”Se a Seleção Brasileira tem conseguido fazer a diferença dentro deste Mundial Feminino de Vôlei por conta da variedade de opções (uma hora com Natália, uma hora com Sheilla, outra com Jaqueline), o mesmo não se pode dizer das adversárias de José Roberto Guimarães na semifinal, no próximo sábado. A equipe do Japão chega pela primeira vez, nos últimos 18 anos, entre as quatro melhores principalmente por conta da ponteira Kimura Saori. Apelidada de “milagre” Saori ou de “infinito” Saori, a jogadora é conhecida pela sua rápida mobilidade e por ocupar várias posições diferentes se assim for exigida. Com 1,85m, ela é uma das mais altas do baixinho time japonês… (…) O Japão melhorou muito, principalmente nos ataques de fundo e no bloqueio, com a Ebata e a Saori, que estão fazendo a diferença. Cada uma tem feito em média 20 pontos. A jogadora japonesa é a segunda maior neste quesito no campeonato, com 187 pontos, perdendo apenas para a turca Darnel Neslihan. Nas estatísticas do torneio, a ponteira ocupa ainda o título de melhor atacante das donas da casa até aqui na competição. Mas a arma principal da camisa 12 vem sendo o saque. Melhor no ranking do torneio neste fundamento, Saori já conseguiu 18 aces no Mundial e errou apenas 11 dos seus 154 tentados ao longo do torneio. Se a tática que o Brasil vem utilizando nos seus jogos é a de anular as peças chave de cada adversária fica a dica para o jogo contra as japonesas: olho na camisa 12″.

 

Boa Recepção

Soube que uma emissora de TV brasileira estará transmitindo a partida neste sábado (amanhã) a partir das 7horas, horário de Brasília. Convoco a todos os interessados para assistirem, pois será uma oportunidade única de contemplar e analisar o embate entre duas escolas de voleibol. A par de tudo o leitor poderá “descobrir” o valor do saque numa partida tão equilibrada. A partir daí esperamos todos tirar boas lições para o futuro.

Não percam!

XV Mundial de Voleibol Feminino – 4ª de Final

Atletas italianas aguardam o hino de seu país. Foto: Divb/Divulgação.

Galeria de fotos do Mundial – Musas embelezam Mundial japonês

 
 
 
 
 
 

 

Já eliminada, a Alemanha venceu a Holanda por 3 sets a 1, pelo Grupo F do Mundial de Vôlei Feminino, realizado no Japão. Foto: Fivb/Divulgação.
No chão, jogadoras da Sérvia ganham olhares de fãs de vôlei e é uma das atrações do Mundial. Foto: Fivb?Divulgação.

 

 

 

 

 

 
 
 
 
 
 

 

 

Time de musas da República Checa aguarda execução do hino nacional em quadra. Foto: Fivb/Divulgação.