Estamos próximo de atingir nossa meta de 1 mil artigos para deleite dos internautas interessados em Metodologias de Ensino – Escolar e Desportiva. O que não desmerece qualquer ensino de habilidade humana.
Categoria: Fórum
Espaço reservado para vivências dos internautas. Problemas e buscas de soluções.
Colhi no sitio português do Sovolei a entrevista de Daniel Lacerda, sobre o projeto de Formação de seleções em Portugal. Veja abaixo o inicio e a conclusão da entrevista, que está na íntegra no próprio site: Selecções – Formação, Daniel Lacerda em entrevista, 25.3.2012:
“Depois de encerrado o ‘projecto’ Resende para os escalões jovens masculino, o Director Técnico Nacional, Daniel Lacerda, em entrevista ao site da FPV fala sobre dos Centros(?) de Formação, dos seus objectivos e do seu trabalho no desenvolvimento de atletas no trajecto para as selecções nacionais”. E encerra a entrevista concluindo: “É evidente que a competição faz parte do trabalho com estes jovens atletas, mas o nosso objectivo fundamental é formar e estas competições servem para aferirmos a nossa competência e da qualidade desenvolvida ao longo destes anos”.
Comentários – Na oportunidade, teci comentários para provocar um fórum de discussões que naturalmente parece não ser natural em Portugal. Muito embora tenha milhares de visitantes ao blogue nos primeiros dois anos – 6 mil oriundos de 64 cidades – não encontro guarida em meus questionamentos. Daí minha intenção de provocar as discussões por cá. Vejam o que escrevi em duas oportunidades:
1. Por que C. Ronaldo, Messi, Neymar são tão talentosos? Como formar talentos em qualquer desporto ou atividade humana?
Compartilhem no Procrie uma série de artigos sobre o treinamento: “Melhores Treinos, Melhores Atletas”. Ali buscamos respostas para as questões ainda não respondidas: Como se adquire talento? O talento depende de prática diferenciada ou é uma predisposição genética? Imagino que a busca de respostas certamente contribuirá para o desenvolvimento de seus atletas.
2. Permitam-me a observação, mas não vejo o treinamento de seleções como útil à formação de um jovem atleta. Se observarem o planejamento e assistirem os ensaios, perceberão um comportamento diferenciado dos treinadores e, especialmente, entre os atletas. É muito diferente do aconchego e a intimidade consentida entre amigos do clube. Além disso, o atleta poderá tirar maior proveito com o seu já conhecido treinador, desde que este tenha as principais características: conhecimento, reconhecer e contato mais estreito. O talento de um treinador consiste na capacidade elástica de identificar o ponto ideal no limite da habilidade individual de cada um. Em treinamentos de seleções o objetivo do treinador é outro e, assim se o atleta não tem técnica aprimorada, inevitavelmente será descartado. Em resumo, treinar no clube é uma coisa, na seleção é outra bastante diferente. Além disso, tenho certeza de que possuem treinadores capazes tanto nos clubes quanto a serviço da Federação. De forma genérica, muitas vezes é questão de oportunidade, simpatia, conveniência ou sorte. Assim, se treinassem com denodo e qualidade em seus próprios clubes, paradoxalmente poderiam ascender muito mais rápido ao estrelato, inclusive superando aqueles. Tudo depende de “Como Treinar”.
Fórum – Como venho tentando debater sobre Métodos de Ensino recorro aos interessados, brasileiros ou não, dialogarmos sobre o tema e após lançar dúvidas, experiências, teorias, garimparmos algo de positivo. Isto é, façamos um exercício de pensamento lógico, ainda que não conheçamos muitas das facetas do problema. Estaremos discutindo “em tese”, isto é, não se trata do caso específico português, pois no Brasil e outros países também assim procedem. As demais circunstâncias que caracterizam projetos da natureza, outros saberão resolver com maestria. Aos que optarem pelo anonimato estejam certos de que os respeitarei quando de suas apreciações.
Que estratégias de ensino empregam? Treinar muitas vezes seria suficiente? – Recordando, já dissemos que a habilidade é um processo celular que se desenvolve mediante o treinamento profundo (D. Coyle) ou apurado. Sabemos como a ignição (motivação, interesse) fornece a energia inconsciente para esse desenvolvimento. Falta-nos apresentar o terceiro elemento constitutivo do processo de aprendizado, isto é, os indivíduos com o impressionante dom de combinar essas forças para desenvolver o talento em outros. E por que seriam tão importantes? Não bastam os ensinamentos que a universidade promove e a experiência (provável) de cada treinador? Ou não seria tão simples assim! (Vejam “Melhores Treinos, Melhores Atletas” e “Como Produzir Talentos?”)
Como são os bons professores? – Resumidamente, são de temperamento contido, reservado, quase todos mais velhos com anos de aulas. Todos com olhar semelhante, firme, profundo, imperturbável. Ouvem muito mais do que falam. Resistem a pronunciar palavras de incentivo e grandes discursos. Passam a maior parte do tempo realizando ajustes pequenos, objetivos e muito específicos. Mostram-se incrivelmente perceptivos em relação a quem quer que estejam ensinando, sempre adaptando as mensagens à personalidade do aluno. São, por assim dizer, sopradores de talento ao ouvido de seus pupilos.
—————— Continua… “Treinador Brilhante”. Aguardem.
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Curso para professores e ex-atletas de vôlei de praia, CBV.
Será que um técnico de futebol – Guardiola, José Mourinho, Carlos Alberto Parreira – conseguiria conversar sobre metodologia de treinamento no voleibol com o Bernardinho ou José Roberto? E, ao contrário, estes últimos seriam capazes de analisar um treinamento ou comentar uma partida de futebol? E todos eles, e VOCÊ que me lê neste momento, o que teriam a dizer sobre o treinamento de FORMAÇÃO de atletas, não importa o desporto? Salvo raríssimas exceções, quem sabe o que está realizando com os jovens? Será que o ensino universitário, o cursinho ou a própria prática são suficientes para um bom desempenho do orientador?
Faço parte de uma Comunidade de Esportes Virtual (CEV) que congrega milhares de professores e interessados constituindo-se no maior Fórum no Brasil. Ali são expostas notícias, comentários, dúvidas, de forma democrática e elegante, que deixam a todos confortáveis para o debate. Aliás, iniciei-me no CEV para só então criar algum tempo depois o Procrie. Foi uma excelente escola para mim. Por estes dias (11/jan.2012) mais uma vez veio à baila o assunto ventilado em relação ao jogo Barcelona e Santos pelo mundial de clubes. Agora, diretamente ao assunto “Aproveitamento de Juniores nas Equipes Profissionais”, postado por Daniel A. R. Koscak. Eis a seguir nosso diálogo bastante frutuoso.
Daniel Koscak – A equipe campeã do mundial interclubes da FIFA 2011, esse time do Barcelona que enche os olhos dos espectadores, nos faz pensar sobre o aproveitamento das categorias de base, na equipe principal. Um time que possui mais da metade de seus atletas titulares oriundos das categorias de base, é algo para se impressionar e se seguir o modelo. Ainda mais quando se trata de um modelo adotado há mais de 30 anos, e que vem apresentar seus resultados no fim da década passada e início dessa década, e que contraria os princípios de nosso futebol nacional, o qual se discute a qualidade atual e o futuro em uma próxima Copa do Mundo. Apesar de termos equipes que investem de forma significativa nas categorias de base, a transição juniores-profissional em muitas delas não ocorre de forma adequada, a meu ver, colocando em xeque o desempenho e muitas vezes até o futuro de atletas com qualidade que são desaprovados na equipe profissional. Tome-se o exemplo da equipe do Corinthians, bicampeão mundial sub-17 vencendo a equipe do Barcelona em ambas finais. Não se veem os atletas serem aproveitados na equipe profissional, (o time campeão brasileiro em 2011 possuía como titular apenas o goleiro Julio Cesar formado nas categorias de base) ao contrário da equipe catalã. Fora a questão de que o lucro com atletas formados na base é muito maior do que se contratarem atletas profissionais. Não estou dizendo que não se deve contratar, mas o lucro quando o atleta vem da base é muito maior, e pode superar os investimentos feitos. Lembro-me da venda do zagueiro Breno ao futebol alemão, que na época rendeu aos cofres do São Paulo uma quantia que permitia construir mais de um CT como o de Cotia. Se for uma questão de modelo de gestão, e de cultura, ainda é possível mudar, pois talentos nosso país tem de sobra, e isso é indiscutível, mas hão de ser lapidados, e hoje em dia infelizmente (ou felizmente), somente isso já não é necessário para ser o maior país do mundo no futebol e vencer campeonatos.
Roberto Pimentel – (com base no livro “O código do talento”, de Daniel Coyle)
Qualquer discussão sobre o processo de aquisição de habilidades deve levar em conta um misto de descrença, admiração e inveja intensas que sentimos quando vemos um talento aparentemente saído do nada. É um sentimento que nos leva a perguntar: “De onde veio aquilo“? Como esses indivíduos, que parecem ser iguais a nós, de repente se tornam tão talentosos? Em seu livro Coyle recorre a um professor de matemática frustrado, Adriaan Dingeman De Groot, nascido em 1914, psicólogo holandês. Após alguns estudos, testes e experiências comprovou na prática que “a diferença entre alguém que compreendia uma linguagem e alguém que a desconhecia era uma diferença de organização”. Assim, a habilidade consiste em identificar elementos importantes e agrupá-los num sistema significativo. Esse tipo de organização em blocos maiores e carregados de sentido é o que os psicólogos chamam de chunking. A pesquisa científica tem mostrado como as habilidades são construídas por pedaços e também se aplicam às ações físicas, como um ginasta aprende exercícios de solo quando monta e interliga seus blocos, eles próprios feitos de outros blocos. Ele agrupa vários movimentos musculares do mesmo modo como agrupamos várias letras para formar qualquer palavra. De Groot publicou seu estudo em 1946, sem nenhuma repercussão. O trabalho do psicólogo holandês foi descoberto 20 anos depois por Anders Ericsson, que reconheceu De Groot como um pioneiro da psicologia cognitiva. Quer me parecer que outro holandês – Johan Cruijff – logo após o retumbante sucesso da metodologia empregada pela seleção de seu país em 1974 com o técnico Rinus Michels, dispôs-se a desenvolvê-la na formação de novos atletas a partir de sua instituição voltada para o futebol. Repare que o efeito mostrado pela equipe atual do Barcelona não exclui o talento, muito ao contrário, cria condições para que ele se manifeste e desenvolva, a partir da contínua posse de bola, uma vez que a equipe atua em bloco e determinada a impedir que o adversário jogue. Por outro lado, uma equipe que atue à base de dois ou três atletas (Santos) ficará impedida de efetuar suas principais jogadas, uma vez que não consegue neutralizar a eficiente marcação sob pressão em todo o campo de jogo. Possivelmente seja uma explicação por que o Messi não consegue atuar tão bem quando no selecionado argentino.
“Cruijff construiu o edifício e os técnicos do Barça que o sucederam apenas trataram de restaurá-lo e reformá-lo”. (Josep Guardiola) “Se, atualmente, há no futebol jogadores polivalentes que podem atuar sem posição fixa no campo, sem prejuízo de suas atuações individuais, muito se deve a este genial craque e não menos a seu treinador no Ajax, Barcelona e na Seleção Neerlandesa, Rinus Michels”. (Wikipédia)
Como poderá concluir, basta lembrar ou observar ainda hoje como são instruídos os nossos jovens atletas. Aliás, parece-me que a Confederação Brasileira de Futebol instituiu um curso de técnicos de futebol que em dois meses (?) habilita qualquer indivíduo para a função. Este também um dos diferenciais na formação em qualquer esporte, pois não evoluem e simplesmente repetem as mesmas receitas dos nossos avós. Confira textos sobre o assunto também em www.procrie.com.br/: Habilidade vs. Talento, Como se Adquire Habilidades? (I, II), Como Ensinar, Psicologia e Forma de Treinar. Espero-o por lá com seus comentários.
Daniel Koscak – Ótima contextualização Roberto, com certeza irei conferir o link que você me passou. O que ainda me dá certa esperança é ver que alguns treinadores do interior de SP tentam desenvolver tal sistema de jogo (Futebol Total), e posso acompanhá-los de perto, sem o medo de irem na contramão do que acontece de forma geral no futebol nacional. Talvez adotem tal sistema pelos bons resultados obtidos nos últimos anos, mas ainda é necessário discutir o sistema de forma mais ampla, não somente dentro das 4 linhas. Basta analisar certas questões como a ausência do regime de concentração como ocorre em nosso país, e outros tópicos que chegam a entrar no parâmetro cultural. Gostaria de aproveitar a oportunidade para perguntar se os estudos na Metodologia e Pedagogia da iniciação do voleibol, os quais você se refere em seu perfil, aplicam-se ao futebol e de que forma.
Roberto Pimentel – Daniel, e colegas professores ou não de qualquer desporto. A Pedagogia e a Metodologia pretendem descobrir princípios e normas aplicáveis à VIDA. Estão calcadas em teses que a Psicologia nos provê a cada momento. (In)felizmente não há verdades, mas trata-se de uma busca incessante. Assim, para entender e melhor aplicar seus ensinamentos, cabe a qualquer indivíduo que se propõe educar e ensinar outrem estar devidamente habilitado e instruído. Como verá após algumas leituras, não lhe basta possuir um diploma. Tenho certeza absoluta que tão pouco as faculdades de Pedagogia conseguem se sair bem nesta tarefa. É uma calamidade!
Veja no Procrie – www.procrie.com.br/novosumario/uma extensa relação de postagens. As mais remotas (final da relação) estão recheadas de assuntos pertinentes que tanto se aplicam ao voleibol como a qualquer outro desporto e, especialmente, a todas as condições de aprendizagem do conhecimento humano. Realizei palestras para estudantes de Física (UFRJ) sobre como “Aprender a Ensinar” e, para um grupo de professores, “O Marketing no Voleibol, como ganhar dinheiro” (Universidade Estácio de Sá e Univ. Gama Filho). Os princípios pedagógicos do matemático húngaro G. Pólya, tanto se aplicam às ciências exatas, como ao futebol, basquete e ao ensino de História e Línguas. Em “Lições de um Projeto, Perspectivas de Aprendizagem” (3 artigos) e “Teoria vs. Prática” (postados em nov./2009) há interessantes abordagens que podem nortear o início de qualquer trabalho com jovens. Há pouco, neste mesmo CEV (Comunidade Futsal, Iniciação Esportiva?), um colega nosso encantou-se com o Procrie e solicitou permissão para postar alguns dizeres em seu próprio blogue. Sinaliza-se, assim, a importância de leituras sobre Psicologia Pedagógica para exercer a nobre tarefa de um professor e até mesmo de um treinador.
Como alguns indivíduos que parecem ser iguais a nós de repente se tornam talentosos?
Aconteceram no Rio de Janeiro e em São Paulo, conferências sobre a Copa do Mundo de Futebol (2014) e as Olimpíadas (2016). Uma das emissoras brasileiras de Tv entre outras noticias, reportou rapidamente sobre as Formação – a escolinha – bem sucedida do Barcelona na Espanha. Agora mesmo, atuando com um time reserva – todos jovens promessas – a equipe venceu por 4 x 0 seu adversário na Liga dos Campeões. Soube que ela é dirigida pelo antigo craque holandês, Johan Cruyff, que atuou em décadas passadas pelo time catalão. Vejo na internet que o holandês criou uma instituição – Institute for Studies Desporto – no endereço http://www.cruyffinstitute.org/ . Sua missão é treinar atletas, ex-atletas e profissionais de esportes: “Nossos programas permitem que os alunos combinem suas carreiras desportivas e estudos e adaptar-se a todas as situações, transformando sua paixão por esportes em sua profissão, e construir um futuro produtivo para servir o bem comum do esporte e da sociedade. Educação é o nosso foco principal em um ambiente em mudança, quer contribuir para o esporte e a educação a longo prazo. Procuramos comungar e compreender as necessidades da realidade do esporte, de pessoas e organizações”. Ali foram formados diversos atletas como Messi, Xavi, inclusive os que constituem a base da seleção espanhola de futebol, campeã mundial.
Antes de tomar conhecimento desses fatos, há algum tempo, busquei formatar na AABB-Rio o Projeto de um Centro de Referência em Iniciação Esportiva (Procrie) no qual crianças e jovens treinariam sob esta nova metodologia sem a mínima preocupação de competições federadas. Assim estariam se exercitando no que Daniel Coyle denominou no livro O código do talento de Treinamento Profundo. Eu, ainda aprendiz, chamava de Treinamento de Qualidade que após a leitura e várias releituras considero a mesma coisa. Como diziam nossos avós, “fazer, mas fazer certo”, ou ainda, “treinar, treinar, treinar, mas corretamente”!
Desenho: Beto Pimentel.
A visão e metas do Procrie coincidem com as do Instituto Cruyff, uma vez que também nós estamos voltados para a Educação. O detalhe está na qualidade dos treinamentos e a não preocupação da competição federada. Esta, concebida como está, induz ao treinamento por adestramento, o que torna quase impossível qualquer reversão no ensino a posteriori. Os críticos, antes de conhecerem o método, já se arvoram a contestá-lo, baseado na premissa de que ao evitar a competição, o atleta não consegue desenvolver-se no controle emocional que a mesma proporciona. Esquecem-se de que há diversos meios de manipularmos tais situações e, além, se surgirem após um treinamento profundo, não terão consequências tão danosas, podendo ser superadas muito rapidamente com as condições técnicas já auferidas. É o exemplo referido no início desse texto (Barcelona, 4×0). E, hoje, pouco antes da partida decisiva do campeonato mundial de futebol entre Barcelona e Santos, me faz recordar que o clube brasileiro recebeu proposta nossa há algum tempo para desenvolvermos um Centro de Referência. Não recebemos qualquer manifestação!
Depois de implantado o programa de voleibol para atender inicialmente 260 crianças entre 8-13 anos de idade, sempre voltado para os aspectos educacionais do indivíduo, a pretensão seria ampliar a oferta de serviços e oferecer à criançada dois outros cursos no mesmo local: desenho e um coral. Mais à frente, ampliar para leitura, oratória e outros desportos, como o basquete e handebol. Teríamos ofertas para participação de professores, mestres e demais interessados nas pesquisas e no desenvolvimento das atividades. Estágios e residências pedagógicas para acadêmicos e professores de outras partes. Este blogue estaria cobrindo e informando sobre as atividades, recolhendo e codificando as ações com auxílio de especialistas. Os dirigentes da AABB concordaram com nossa explanação e esbarramos tão somente nem um aspecto simples: apoio financeiro para dar início aos trabalhos. Assim, a parte prática ficou no papel e, enquanto isto estamos a desenvolver aspectos teóricos pelo Procrie. Neste momento, passados dois anos, lutamos para obter recursos para a efetivação dos Cursos Presenciais, como vimos anunciando em alguns textos. Estaríamos oferecendo instrução para que os jovens aprendam a estudar, conjugado com todo o processo. Uma hora por dia de estudos bem dirigidos é capaz de formar pessoas bem formadas. Práticas culturais oferecidas concomitantes aos ensaios desportivos permitiriam um desenvolvimento pleno e sadio. Formados neste ambiente, criam-se condições para os jovens decidirem por suas escolhas de vida mais à frente. Eis um esboço do Programa de esporte escolar, englobando a competição e os conteúdos de ensino a serem discutidos com os docentes: 1) Teoria e prática: sugestões acerca da prática pedagógica; 2) Princípios pedagógicos que orientam uma prática de QUALIDADE; 3) Esboço de proposta escola/esporte. Vejam como é possível desenvolver um trabalho profundo a partir do texto a seguir.
Doyle observou que existe um padrão, uma regularidade na percepção do próprio talento por seu detentor que a torna característica do processo de aquisição de habilidade. Daí vem uma importante questão: qual a natureza desse processo capaz de gerar duas realidades tão díspares? Como esses indivíduos que parecem ser iguais a nós de repente se tornam talentosos?
Na sequência, o conceito de chunking. O que será isto?
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Não por acaso, mas este é o 365º título postado nesta excelente ferramenta – um blogue – que estamos a usufruir desde setembro/2009. Estatísticas anualizadas nos remetem nos dois últimos anos a uma média de 15 textos/mês, que parecem estar ao agrado dos quase 63 mil visitantes que consultaram pouco mais de 112 mil páginas. Como podem aquilatar nos mapas, as consultas nos chegam de 96 países dos cinco continentes, sendo que o Brasil detém a primazia com 56.629 visitas (90%), oriundas de 702 cidades. Além disso, colocamos nas nuvens o Prezi-Procrie em agosto p.p., que já acumula nesta data visitas de 800 internautas, resultado estupendo que agradecemos com muito carinho tanta generosidade e partilhamento das informações.
Ensinar Voleibol, Futebol, Futsal, existe diferença?
Frequento um sítio – CEV – e muitas vezes me animo a conversar com os professores que ali depositam o seu saber, comentários e dúvidas. Foi assim que me imiscui em um proveitoso bate-papo com professores de futebol e futsal. Como todos sabem, em um Centro de Referência de Iniciação Esportiva são reconhecidas as técnicas para ensino do movimento, isto é, a metodologia e pedagogia são (ou deveriam) ser compatíveis a qualquer tipo de ensino, isto é, não só aos desportos. Sigam a cronologia dessa feliz experiência e no que redundou de imediato. Tentarei resumir algumas passagens para não cansá-los.
O tema proposto foi Talento: Formar ou Detectar.
Proposta, por Prof. Enio Ferreira de Oliveira – (…) Gostaria de propor esta discussão após ler o livro Código do Talento. Talento nós formamos ou detectamos? Acredito que o professor de Ed. Física tem uma atuação mais global; antes de detectar talentos ou mesmo formá-los, seus objetivos têm que estar focados em formar cidadãos que saibam buscar e manter com prazer, qualidade de vida e boa saúde. (…) Dentro deste contexto o profissional deve detectar talento natural, não creio em formação de talentos, creio que lapidarmos diamantes, (…) na realidade polimos aquilo que já era natural. (…) Contrariando os conceitos do livro citado, creio que talento se detecta, se descobre, para eu desenvolver habilidades não pode se confundir com lapidação de talentos.
Comentários, por Roberto Pimentel – Professor Enio. Talento, nós formamos ou detectamos? Mas o que é talento? (…) tendo em vista que li e reli a obra de Daniel Coyle, devemos colocar para os demais colegas que possivelmente ainda não tiveram contato com o autor (a edição estaria esgotada) o conceito do que seja talento. No rodapé da página 21, está consignado como ele conceitua o termo: “À palavra talento muitas vezes se atribui um sentido vago e repleto de conotações igualmente imprecisas, sobretudo em se tratando de jovens – a pesquisa mostra que ser um prodígio não é um indicador confiável de sucesso duradouro. Em nome da clareza, definamos talento em sentido estrito: a posse de habilidades repetíveis que não dependem do tamanho físico”. E continua, em tom de bom humor, “que me desculpem os jóqueis e os jogadores de futebol americano encarregados de interceptar os oponentes”. Na orelha pode-se descortinar todo o resumo desse trabalho: “Todos somos vencedores e talentosos, o segredo é praticar da forma certa!” E a obra nos ensina como. O que depreendo do livro é que ele acentua e propugna uma melhor qualidade no ensino em qualquer área do conhecimento – música, teatro, esportes, ciências, letras, arte – e nos dá a oportunidade de aquilatar o que neuro cientistas descobriram e ele pode constatar em suas andanças pelo mundo, inclusive aqui no país, na área de sua atuação, o futebol e futebol de salão (ver pág.25 e seguintes, “Como o Brasil produz tantos grandes jogadores”?). Pelos seus dizeres, parece não ter entendido que a teoria do Treinamento Profundo por ele defendida confunde-se com as aulas com qualidade e um propósito bem definidos que levem o jovem a se desenvolver naquilo que ele próprio escolheu para si. E, como tal, é um programa que qualquer professor pode desenvolver e aplicável à vida pessoal, aos negócios etc. É como enfatizam, um estudo fascinante que amplia excelentes formas de aprendizado. Em outras palavras, uma metodologia calcada na mielina. Estarei postando (…) algumas experiências a este respeito. Devo dizer que, mesmo sem conhecer a teoria, por pura intuição, exercitei-me nos estudos – matemática, português – e no voleibol da forma que ele defende. E, sem falsa modéstia, dei-me muito bem! Recomendo àqueles que almejam qualidade em seu labor que leiam e releiam o excelente livro. Foi muito bom você ter colocado tema tão extraordinário. Ele nos leva a uma outra questão: “o que vem a ser um bom professor”?
Comentário, por Enio Ferreira de Oliveira – Obrigado prof. Roberto, sua resposta é sim de uma contribuição importantíssima, eu li este livro emprestado de um amigo, tenho procurado para comprar ainda não o achei. Esta mesma discussão coloquei no meu blog e gostaria muito de sua contribuição, se for possível, temos tido lá, com vários professores, um excelente debate.
Comentário, por Roberto Pimentel no blog do prof. Enio – Sinto-me um intruso, fora do meu ninho, pois nada entendo de futsal e, de cara, vejo que o blogue é só para apaixonados pela modalidade. Entretanto, como sou curioso e recebi o convite para dar uma espiadinha no debate, devo dizer-lhe que me enriqueci com o que li. Todavia, como o debate acalorado situa-se no âmbito da Psicologia Pedagógica e Metodologia, imagino que devam firmar o conceito do que seja talento. Alguns colegas seus já manifestaram suas opiniões e, como disse um deles, talvez estejam dando voltas em círculo, dizendo a mesma coisa, porém com conceitos diferenciados. As conversas se tornarão alongadas e, talvez improdutivas. Neste caso, aconselho-os à leitura de bons autores sobre o tema. De minha parte, longe de me considerar um expert, entendi que o talento é algo que pode ser incorporado diariamente às suas habilidades – naturais ou não – independentemente das características genéticas. Assim, como apregoam os defensores do treinamento profundo, um indivíduo poderá se desenvolver em qualquer área do conhecimento humano desde que receba de seu instrutor a orientação adequada, no caso, o “caminho mielínico” de que nos falam neuro cientistas. A acreditar nisto, trata-se de o professor “saber como treinar o jovem para auxiliá-lo no seu desbravamento motor”. Considere-se, então, que haverá diferenças neste desenvolvimento entre os alunos, mercê de outros pré-requisitos a determinados fazeres. Mas, até aonde for possível, e dentro dos seus limites impostos pela natureza, ele se desenvolverá plenamente. Em outras palavras, necessariamente o aluno não tem que chegar ao máximo na carreira, mas alcançar o seu máximo! É certamente a posição mais difícil, que requer muito conhecimento e experiência, sendo imprescindível que o mestre conheça profundamente cada um dos seus alunos. Parabéns a todos pelo nível das discussões.
Comentário, por Samuel – (…) Se lermos detalhadamente, estamos andando em círculos, com conceitos diferentes, vamos marcar sim, seria uma boa estamos juntos no MSN ou no próprio Facebook. Professor Roberto Pimentel, muito obrigado por também acrescentar muito em nossa discussão e ontem em conversa com Vagner Cardoso tivemos umas coisas em comum na conversa, então assim vejo que todos nós pensamos mais ou menos igual sobre este fator talento, porém temos alguns conceitos que ainda são diferentes em alguns casos. Por isso foi muito bom o debate para termos a oportunidade de compartilhar os pensamentos e até mesmo de modelar melhor nossos conceitos.
Comentário, por Lucas – (…) Entendo que os talentos existam em todos nós. E que pessoas que não detém um determinado dom podem sim vir a desenvolver uma grande habilidade em determinada função se a ela for ensinada de maneira correta. Acredito que os talentos de nossos jogadores são especialmente aflorados devido à forma como o futebol e futsal são vivenciados em nosso país. Crescemos jogando na rua, no recreio, com bola de plástico, de couro… O jogador brasileiro é estimulado desde muito cedo, acumulando uma gama de experiências enormes, talvez daí o nosso elevado nível técnico. Por fim, gostaria de deixar claro que acredito que todos podem ser bons em algo, com mais ou menos dificuldade. Para os gênios as coisas apenas acontecem mais naturalmente do que para nós os esforçados!
Comentário, por Roberto Pimentel, no CEV – Devo informar aos participantes do debate que fiz uma visita ao blogue do prof. Enio e lá deixei impressas algumas considerações, especialmente no que se refere ao valor da obra citada, “O código do talento”. Agora, surge um comentário muito interessante do prof. Lucas: (…) Pessoas que não detém um determinado dom podem sim vir a desenvolver uma grande habilidade em determinada função se a ela for ensinada de maneira correta. Nesta acepção, quer me parecer que talento (que chamou dom) e habilidade se confundem e, então, passível de ser desenvolvido (podem vir a desenvolver…). E continua: (…) em determinada função (que poderíamos dizer para maior clareza, direção, escolha). Entendo que uma escolha do indivíduo para desenvolver uma determinada habilidade está relacionada com o seu objetivo em aprender algo, como matemática, tocar piano, jogar tênis, pintar, cantar etc. Acrescenta ainda uma condição: se for ensinada corretamente. Lembro que terminei meus comentários (ver acima) com a pergunta: “O que vem a ser um bom professor”? Posto que para ensinar corretamente, somente um professor experiente e capaz. Felizmente, temos no Brasil muitos bons professores, que irradiam saber e cultura, cativando os jovens e tornando os caminhos da educação menos tortuosos àqueles que chegam ao mercado de trabalho. Ocorre que as formas de ensinar – os métodos – podem não ser os mesmos, o que os diferencia aos olhos menos atentos. Apenas seguem caminhos diferenciados para alcançarem o mesmo objetivo. Além disso, o carisma que possam despertar no outro, a pedagogia, seus sentimentos em relação aos jovens e à profissão, ampliam essas diferenças, ainda mais quando sabemos todos que Ensinar é uma Arte. Assim, é importante que cada professor esteja convencido e sempre busque cada vez mais aprimorar-se nessa difícil arte.
Coyle nos propõe reexaminar o processo do treinamento que ele denomina profundo, graças às suas pesquisas, leituras, buscas, viagens pelo mundo. Suas conclusões não são verdades absolutas, mas nos impelem a pensar e a também pesquisar, uma vez que sabemos nada é definitivo em matéria de Educação. O treinamento profundo não se diferencia do treinamento superficial na percepção de quem os realiza; esta seria enganosa, ou uma ilusão de competência. O treinamento profundo tem como um de seus princípios a aprendizagem situada no ponto ideal (correto), isto é, no limite de sua capacidade, de maneira que force o indivíduo a disparar seus circuitos neurais adequados. Como criar a habilidade em alguém? O indivíduo já nasce com ela ou é passível de ser ensinada e desenvolvida? E mais: Como ensinar a desenvolver uma habilidade específica? Finalmente: Como estabelecer o ponto ideal da aprendizagem? (conceitualizada por Vygotsky nos anos 1920 como zona de desenvolvimento proximal). Essas e outras questões poderão ser discutidas (no meu blogue). Estarei aguardando-os com especial carinho.
Comentário, por Enio Ferreira de Oliveira (no CEV) – Professor Roberto, Muito obrigado por sua participação no meu blog, tenha certeza que nos enriqueceu muito com suas considerações. Estive lendo uns textos no site recomendado por você e pude constatar o excelente nível e com certeza passo a ser um assíduo frequentador. Uma dúvida, eu citando a fonte e o autor, é possível transcrever alguns textos no meu blog? Se isto for possível, sempre que o fizer lhe informarei. Vou recomendar a todos os amigos que verdadeiramente se interessam por crescer na profissão de educador.
Comentário, por Roberto Pimentel (no CEV) – Prezados jovens, Imbuí-me de uma missão (www.procrie.com.br/quemfaz/) cuja ferramenta imprescindível é a web. Desde que me aposentei (1991), sempre manifestei meu desejo de conversar com novos professores sobre a Arte de Ensinar, buscando oferecer-lhes mais alternativas para suas ações. Não encontrei eco na minha cidade, Niterói, confirmando-se o aforismo ninguém é profeta na sua própria terra. Ocorre que, dois anos depois de lançar o Procrie na internet, ocorreu uma espetacular mudança comportamental entre os meus pares niteroienses, pois já formam um grande contingente de visitantes. Que bom! A esse respeito, vejam o texto intitulado O Professor e o Missionário. Passarão a entender que estou aqui para servi-los no que me for possível. É claro que tenho demasiadas limitações, mas nada me assusta quando se trata de poder contribuir com uma palavra ou mesmo o meu silêncio respeitoso diante da fala de alguém. Quero estar próximo de todos. Sintam-se à vontade para usufruírem a melhor maneira que lhes aprouver desses escritos, muitas vezes sem muita valia, mas que encerram profundo sentimento de generosidade e carinho com a missão de ensinar a outrem. Só recomendo que tenham o cuidado de aprender interpretar e criticar as ideias dispersas entre tantas linhas. Assim, para uma análise do que vimos realizando, sugiro uma viagem pelos títulos do Novo Sumário, com uma sinopse das postagens. Sei que é muita coisa, mas vocês podem se programar e fazer um pit stop para, em outro dia, recomeçar a caminhada. Ter uma visão global do Procrie é recomendável, pois terá mais confiança (ou não) no autor. É o que se deve ensinar às crianças quando tomam da prateleira um livro desconhecido: examinem o sumário e, se houver a orelha, os comentários sobre a obra e o autor.
De futuro, certamente gostaria de saber de que forma soam aos seus ouvidos as mensagens registradas e, mais ainda, como poderia auxiliá-los nos seus trabalhos diários e planos de vida. Assim, qualquer manifestação no site, não importa o seu teor, é enriquecedora e cativante para o autor. Sem os comentários, cria-se um vazio muito grande e às vezes, desconcertante, pois sobrevém a indagação: “Será que estou agradando”? Ou, ainda, “de que precisam os novos professores”? Vocês são o motivo de eu estar por aqui. Agradeço por me confiarem o seu reconhecimento na arte de servir ao próximo.
Boas leituras.
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“Este Dicionário, acessível nos sítios electrónicos da Biblioteca Nacional de Portugal e do Centro de História da Faculdade de Letras de Lisboa, corresponde a uma necessidade há muito sentida nas ciências humanas em Portugal. Visa alargar o conhecimento sobre os historiadores que escreveram sobre o passado nacional, as suas perspectivas do conhecimento histórico, correntes historiográficas, instituições científicas e jornais e revistas a que estiveram ligados. Pretende ser uma obra de consulta, disponibilizando informação útil aos investigadores e interessados pela história da história, dar a conhecer o pensamento dos historiadores que se destacaram até ao início do decénio de 1970 (alguns deles esquecidos) e traçar sínteses sobre a historiografia produzida em campos específicos do saber. O período escolhido tem em conta o papel decisivo que – a par da Universidade – a Academia Real das Ciências alcançou na dinamização dos estudos históricos e na afirmação de um conceito de história-ciência. 1974 constitui uma baliza marcante a partir da qual se acentuará a renovação em múltiplas direcções da historiografia que vinha dos anos 40, o alargamento significativo do campo de estudos e maior abertura ao exterior da comunidade de historiadores. (…) Será possível escrever história sem reflectir sobre um ofício que tanto contribuiu para alargar a compreensão da experiência nacional, aprofundar a consciência que cada um de nós tem de si próprio e da comunidade em que lhe foi dado viver”? (nota: português de Portugal)
Eça de Queirós e o esporte
Agora em http://historiadoesporte.wordpress.com/ todos poderão se deliciar com a leitura histórica produzida por Victor Melo em seu trabalho intitulado “Eça de Queirós e o esporte”, que assim tem início: “Eça de Queirós é um gigante, um dos maiores autores não só da língua portuguesa, como da literatura universal. Tenho tido o prazer de me debruçar sobre sua obra para discutir suas representações de esporte. O post de hoje é dedicado a apresentar um pouco da presença da prática em uma de suas obras mais notáveis: Os Maias”. (…) “Algumas práticas esportivas aparecem ocasionalmente em Os Maias, e é mesmo o turfe o mais enfocado. Praticamente todo o capítulo X gira em torno de corridas de cavalos realizadas em Lisboa. Eça o tempo todo aborda a dificuldade de realização da atividade. No tão esperado dia do evento, o Hipódromo de Belém estava em festa, mas sua ornamentação não era das mais belas, tampouco era digna de destaque a organização”.
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Deu no Procrie
José Maria de Eça de Queirós nasceu em 25 de novembro de 1845, numa casa da Praça do Almada, na Póvoa de Varzim no centro da cidade; foi baptizado na Igreja Matriz de Vila do Conde. Filho de José Maria Teixeira de Queirós, nascido no Rio de Janeiro em 1820, e de Carolina Augusta Pereira d’Eça. Morreu em 16 de agosto de 1900 na sua casa de Neuilly, perto de Paris. Teve funeral de Estado e está sepultado em Santa Cruz do Douro. Foi autor, entre outros romances de importância reconhecida, de Os Maias e O crime do Padre Amaro; este último considerado o melhor romance realista português do século XIX.
Desenvolver o voleibol
Caso haja interesse para o desenvolvimento do voleibol na cidade (Póvoa de Varzim), seria ainda interessante termos mais conhecimento do que se desenvolve nas escolas, a partir do ensino fundamental, o número de crianças e sexo. Por quê? Pelo que vimos acima e pelo que já deduzimos de outras leituras, o futebol é o esporte mais atraente no país e, com os 19 clubes na cidade, não é diferente. Contudo, há uma alternativa alvissareira que poderia se constituir em um problema: o público feminino. É bem provável, até por aspectos culturais, que as mulheres não pratiquem o futebol. Sendo assim, se uma metade (masculina) volta-se para os estádios, ou o pratica passivamente (torcedor), a outra parte (feminina) estará disponível para o voleibol. Trata-se de se chegar a elas, as meninas, o quanto antes. Para tanto, há que se promover algumas medidas de aspectos variados – pedagógicas e marqueteiras – no intuito de despertar a curiosidade revestindo todas as ações de plasticidade e encantamento. A nossa competição passa, então, a ver quem consegue mais adeptos para a modalidade, e não selecionar as “mais altas”, as “mais bonitas” ou as “mais ….” O que nos importa neste instante é exatamente a Quantidade de crianças que se possa arregimentar e congregar com atividades alegres, divertidas e perenes, não importa a época do ano. Para tanto, sugere-se envolvimentos entre os educandários, clubes e municipalidade. Até porque se estiverem praticando o nosso esporte – o voleibol – é sinal que na competição com outros desportos, nossa pedagogia é superior e muito mais atraente. Esta será, então, a nossa preocupação: “atrair e manter o maior número de adeptos”. Quem são os nossos concorrentes? Vocês, professores, saberão dizer melhor do que eu.
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Eis “ofertas” que transcrevo porque me interessa deixar claro que o mais importante para mim não é a quantidade de pessoas que utilizam meus artigos, mas se a informação que lhes passo chega de forma agradável e significativa para seu trabalho. Especialmente, quando se trata de crianças.
16.4.2013 – “Alguma vez você já pensou em criar um e-book ou participar como convidado em outros sites? Eu tenho um blog centrado nas mesmas ideias que você discute e realmente gostaria de ter você compartilhando algumas histórias/informação. Eu sei que meus visitantes gostam de seu trabalho. Se você estiver ainda que remotamente interessado, sinta-se livre para me enviar um e-mail”.
15.4.2013 – “Encontrei seu blog através do motor de busca, mas foi tarefa difícil; vejo que poderia ter mais visitantes, porque não há tantos comentários ainda. Descobri um site que oferece aumentar o tráfego. Afirmam que conseguiram chegar perto de 4000 visitantes/dia utilizando os seus serviços. Você também pode obter o tráfego muito mais orientado a partir de motores de busca como tem agora. Eu usei os seus serviços e tem mais visitas no meu site. Espero que isso ajude”.
Dia/maio/2013
29,Comentários Internacionais – Naveguei on-line mais de 3 horas de hoje, mas nem por isso encontrei qualquer artigo fascinante como o seu. É encantador e suficiente para mim. Pessoalmente, se todos os proprietários de sites e blogueiros fizerem material com este excelente conteúdo que você fez a web pode ser muito mais útil do que nunca.
idem, idem – (ogrod)… Vou marcar o seu blog e ter os feeds também … Eu estou em êxtase por tê-lo localizado através de uma grande informação cooperativa. Obrigado por compartilhar.
idem, idem – (film madrit)… Concordo com todas as ideias que você apresentou em seu post. Elas são convincentes e funcionam. Ainda assim, os artigos são muito curtos para iniciantes. Você poderia por favor estendê-los um pouco a partir da próxima vez? Obrigado pela postagem!
23,Comentários Internacionais – Ritmo magnífico! Gostaria de aprender enquanto você altera seu site; como posso inscrever para um site blog? O relato contribuiu para um cordo aceitável. Eu estou pouco familiarizado com esta sua transmissão, que oferece conceitos claros e brilhantes.
15,Comentários Internacionais – Alguém precisava ajudar a realizar criticamente as mensagens que eu poderia imaginar. Esta é a primeira vez que eu frequento sua página web e até agora estou espantado com a análise que você faz para criar este verdadeiro, incrível e excelente trabalho!
14,Comentários Internacionais – Descobri seu site blog no google e verifiquei várias de suas primeiras mensagens. Contine a manter o nível muito excelente de trabalho. Vou promover o seu feed RSS para o meu MSN News Reader. No futuro, continuarei a ler ainda mais seus escritos!
idem, idem – Isso realmente ajudou-me em minhas análises. Felicidades!
11,Comentários Internacionais – Site maravilhoso! Estou amando isso! Estarei de volta depois de ler um pouco mais. Estou gravando seus feeds também.
1o,Comentários Internacionais – Uau, formato de blog incrível! Quanto tempo você vem executando este blog? Como consegue executar um resumo tão fácil? O perfil global do seu site é ótimo, especialmente o conteúdo!
3, Comentários Internacionais – Encontrei seu blog usando msn. Este é um artigo realmente nitidamente escrito. Vou marcá-lo e voltar para aprender mais de suas informações úteis. Obrigado pelo post. Aguarde-me!
1º,Comentários Internacionais – Fui lendo inúmeros de seus posts e constatei coisas talentosas para aplicação. Vou marcar o seu blog.
idem, idem – Web site doce, super modelo, muito limpo e genial de utilizar
idem, idem – Pode-se apreciar suas habilidades nas pinturas que você escreve. Espera-se ainda mais escritores apaixonados como você, que não têm medo de falar como eles acreditam. Sempre vá atrás de seu coração. “A única maneira que a maioria das pessoas reconhecem os seus limites é por invasão de propriedade sobre eles.” (Tom Morris).
Abril/2013
24, Comentários Internacionais – Oi, estou verdadeiramente alegre Tento estabelecer esta informação. Atualmente, blogueiros publicam apenas sobre o assunto da fofoca e isso é irritante. Um blog esclarecedor com um assunto interessante, isso é o que eu preciso. Obrigado por fazer este site, vou segui-lo e visitar uma vez mais.
23, Comentários Internacionais – Gostaríamos de agradecer mais uma vez as ideias maravilhosas que você proporcionou ao preparar uma pesquisa de pós-graduação, além no que diz respeito ao fornecimento de todo o conteúdo do blog. Se tivéssemos tido conhecimento de seu web-site há um ano teriamos evitado medidas desnecessárias. Tudo graças a você.
16, Comentário Internacional – Devo mostrar o meu apreço por sua bondade de coração em apoio de pessoas que têm necessidade de ajuda sobre o assunto. Seu compromisso pela informação e solução em vários assuntos tornou-se especialmente benéfico e tem habilitado indivíduos como eu para alcançar seus sonhos. Sua ajuda e conselhos úteis denota uma generosidade muito grande para mim e todos meus colegas. Melhores desejos de todos nós.
16, Estatísticas de Desempenho – Alguma vez você já pensou em criar um e-book ou autoria convidado em outros sites? Eu tenho um blog centrado nas mesmas ideias que você discute e gostaria de compartilhar algumas histórias/informações. Eu sei que meus visitantes apreciam o seu trabalho. Se você estiver ainda que remotamente interessado, sinta-se livre para me enviar um e-mail.
16, Estatísticas de Desempenho – Obrigado por compartilhar informações soberbas. O seu web-site é tão legal! Estou impressionado com os detalhes que você inclui. Ele revela quão bem você percebe este assunto. Coloquei entre meus Favoritos e vou voltar para ler mais artigos. Você, meu amigo, ROCK! Eu encontrei apenas a informação que eu já procurei em todo o lugar e não conseguia encontrar. Que ideal web-site.
10, Defesa em Voleibol – Escrevo para que entenda a incrível experiência que minha mulher encontrou visitando seu webblog. Ela passou a compreender como encadear o raciocínio a partir da inclusão de como é ter uma natureza muito eficaz ajudando a fazer a maioria das pessoas facilmente dominar assunto tão tortuoso. Você fez mais do que os resultados esperados pelos leitores. Muito obrigado por transmitir essas dicas úteis, confiáveis, educacionais e exclusivas sobre o assunto (para Tanya).
10, Comentário Internacional – Isto é muito fascinante. Você é um blogueiro muito profissional. Juntei-me ao seu feed e debruço-me na busca de seus posts fantásticos. Além disso, tenho compartilhado o seu site em minhas redes sociais!
Setembro/2011
Procrie na Polônia, 28.9.2011… Primeiro, deixe-me elogiar a sua clareza sobre este tópico. Eu não sou um especialista sobre este tema, mas imediatamente depois de examinar o seu post, a minha compreensão formulou-se de forma significativa. Certifique-se de tornar possível para que eu pegue o seu feed RSS para ficar em contato com todas as atualizações futuras. Ocupação otimista e vou apresentá-lo para conhecidos e os meus espectadores.
Vôlei de Praia, Brasil e Portugal, 28.9.2011.. Blogs Top 2011- O melhor blog que eu considero para 2011.
Evolução do Voleibol (parte II), 28.9.2011… Eu não vou ser capaz de agradecer a você inteiramente para os artigos em seu web-site. Eu sei que você ia colocar um monte de tempo e energia em todos eles e espero que você saiba o quanto eu aprecio isso. Espero que eu poderia fazer o mesmo para outra pessoa algum dia.
, 26.9.2011...Isso é o “máximo” num blog bem escrito!
Procrie na Polônia, 26.9.2011… Para qualquer um em minha função visitar o seu site regularmente e ler muito é bastante aconselhável. O estilo de compor é maravilhoso, bem como a informação é apropriada, graças à visão que você apresenta ao visitante. Descobrir diariamente alguma coisa intensa sobre weblogs é inteiramente diferente. É realmente estimulante e deve ser constante para aprender informações de outros escritores e aderir a apenas a uma questão. Eu optei por criar a utilização de algumas como assunto em meu blog, não importa como esteja. Naturalmente, vou dar-te um hiperlink com seu site web. Muito obrigado pela partilha!
Procrie na Polônia. 23.9.2011... Olá! Estou interessado em saber se a criação de um blog como o seu é difícil para gente inexperiente? Tenho esperança de desenvolver o meu próprio blog por um tempo, mas foi desligado, principalmente porque sempre assumi que são necessárias toneladas de trabalho. O que você acha? Muito obrigado!
Procrie na Alemanha, 23.9.2011… Site com estes escritos ainda não vi e realmente acho que merece atenção muito maior. É certo que estarei novamente a ler muito mais, obrigado pelas informações.
Evolução e História do Voleibol, 1.9.2011… Estive navegando mais de 3 horas hoje, mas nunca encontrei qualquer artigo tão interessante como o seu. É muito valor significativo para mim. Pessoalmente, se todos os donos de web e blogueiros fizerem um bom conteúdo como o seu, a web será muito mais útil do que nunca.
Aprender a Ensinar – Equipamento, 14.9.2011… Estou extremamente impressionado com suas habilidades da escrita, bem como com o layout do seu blog. É este um tema pago ou você personalizá-lo a si mesmo? De qualquer forma manter a escrita de excelente qualidade é raro ver um grande blog como este hoje em dia..
Procrie na Polônia, 11.9.2011… Quero ressaltar o meu carinho para o seu tipo descontraído para com os visitantes que precisam e encontram apoio neste site. O seu compromisso real para passar a mensagem é extremamente valioso e tem, sem exceção, ajudado as meninas como eu para alcançar suas ambições. Sua orientação interessante significa muito para mim e muito mais para meus colegas de escritório. Milhões de graças a partir de todos nós.
Procrie na Polônia, 5.9.2011… É um dia feliz para ser capaz de ler um artigo que é tão claramente pesquisado e escrito. Gosto muito desse conteúdo informacional. Seu layout é excelente. Voltarei de novo.
Agosto/2011
Blog Escolar, 27.8.2011… Estou aprendendo com você e melhoro a mim mesmo. Gosto muito de estudar tudo o que está escrito no seu blog. Continuo à espera das histórias por vir. Eu amo!
Notas & Notícias, 10.8.2011… É como se você lesse minha mente! Parece saber muito sobre isso, como você escreveu o livro em que… Acho que você poderia postar textos com algumas fotos para transmitir o recado um pouco mais. Contudo, é um grande blog. Uma leitura fantástica. Certamente que estarei de volta.
Procrie na Polônia, 6.8.2011… Obrigado pela informação, útil, de fato. Se me permitem, eu poderia usar um extrato (resumo?) ou dois no meu artigo?
Aprender a Ensinar – Equipamento, 5.8.2011… Gosto do seu estilo de escrita e estou esperando por mais posts como este.
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Percebam que no âmago da questão – a Formação – está a solução para todos os problemas. desde que me conheço, em qualquer desporto no Brasil, os técnicos de seleções sempre reclamaram que não lhes competia treinar fundamentos em regime de treinos das seleções do país: imagina-se que já os possuam desde a Base (Formação). Assim, perdia-se tempo em corrigir este ou aquele fundamento na maioria dos atletas. Verdadeiro absurdo, mas que se perpetua especialmente no voleibol brasileiro. Ocorre que as universidades e os cursos oferecidos pelas respectivas Federações permanecem repetitivos, isto é, pouco acrescentam. Em suma, alguma coisa que leve os professores a serem construtores do próprio saber, que os instigue a pensar e a decidir o que fazer em cada circunstância, com este ou aquele indivíduo e o grupo em geral. Mas não, repetem e repetem as mesmas coisas e, pelo que imagino, no mundo inteiro. Conhece alguém em Portugal que o faça? Infelizmente, no Brasil não conheço. Ou, então, conheço pouca gente e não sei o que andam fazendo! Todavia, é fácil reconhecer o trabalho na Base avaliando os novos valores quando. e se é que surgem. Luís Melo, construtor do site português Sovolei,comenta com muita propriedade e destaca a “Formação nos clubes” e coloca em dúvida o esquema de treinamento de alguns atletas em permanente estágio. Nesta segunda colocação, alguns poucos jogadores estarão a treinar sob uma nova ótica, em um outro regime e sujeitos a algum tipo de cobrança (e competição), o que não é agradável para aspirantes à qualquer seleção. A espontaneidade fica prejudicada e impede uma plena realização do indivíduo, além do que, imagino eu, o treinamento deve estar voltado para um adestramento. Repetem-se os mesmos movimentos à exaustão e recebem um afago pelos acertos e um puxão de orelhas pelos erros. A criatividade jamais será estimulada dessa forma. Daí a importância de os treinadores dos clubes e até nas escolas, adotarem métodos adequados que despertem nos aprendizes condições de auto-aprendizagem e desenvolvimento. Por outro lado, estarão na posição de facilitadores nas correções e aconselhamentos para que obtenham uma técnica perfeita em TODOS os movimentos. Isto é fácil de realizar, mas não está nas cartilhas e manuais. Como fazer? Alguém teria interesse em fazê-lo com suas equipes em Formação? Destaco, ainda, o aspecto dos treinamentos para equipes femininas, reféns de muitos mitos e preconceitos.
A partir da esquerda, Marcelo Cândido, Roberto Pimentel e Santa Cruz, na arena de Fortaleza (CE).
Um breve exemplo prático do que realizamos na Praia de Icaraí, Niterói, tendo ao fundo dois cartões postais do Rio de Janeiro, o Pão de Açúcar e o Cristo Redentor. Durante nove meses treinei graciosamente dois rapazes que me solicitaram apoio técnico para suas investidas no Circuito de Vôlei de Praia do Banco do Brasil. Independentemente do calendário do Circuito, dispuseram-se a treinar 6 vezes na semana, das 9h às 12h nas areias e, por conta de cada um, à tarde fariam o reforço físico em academia. Foi minha primeira experiência e, portanto, um grande aprendizado, pois mantive diálogo aberto com todos. Ocorre que (nenhum treinador fazia) convenci-os de que precisaríamos de quatro outros atletas para compor e auxiliarem nos ensaios. Concordaram e fizemos as escolhas em conjunto. Um deles, de elevada estatura (2,03m) era completamente descoordenado e desastrado em todos os fundamentos. Queria muito também se iniciar no Circuito e estava muito incentivado pelo pai, um ex-atleta da seleção brasileira. Todavia, não conseguia um parceiro para formar dupla, mas, mesmo enquanto buscava alguém, treinava com muito afinco. Resumindo, treinamos durante longos nove meses, o que me tornou um professor enriquecido com tudo o que aprendi. Não vou dizer sobre a dupla principal que enveredou pelos jogos Brasil afora, mas destacar o que ocorreu com o Frederico (Fred), o rapaz que tinha dificuldade em conseguir um parceiro. Na primeira instância em que poderia atuar no Circuito foi na cidade de Fortaleza (CE), onde os portugueses atualmente estão se estabelecendo em férias. Frederico conseguiu convencer um colega a participar com ele (suas idades seriam próximas dos 19 anos) e não lograram êxito nos jogos. Retornando aos treinos, pouco tempo depois o pai solicitou-me a inserção de um novo companheiro para o filho, que estaria hospedado em sua casa e comporia uma nova dupla. Acedi e no dia seguinte, lá estava o rapazinho, muito simpático como todo cearense, magro, franzino e canhoto. Tratava-se do Márcio Araújo, atualmente um campeoníssimo, inclusive com medalha olímpica. Não me recordo quanto tempo ficou por ali treinando, mas se perguntarem a ele sobre sua estada em Niterói, dirá que foi inesquecível e marcante para ele. Retornou ao Ceará e compôs dupla com o Reis, hoje treinador da dupla Juliana e Larissa, campeãs mundiais. Quanto ao Fred, só não foi mais longe porque se perdeu na busca de um novo treinador. Contudo, chegou a conquistar o título de “Rei da Praia – 2000”, torneio anual na Praia de Ipanema, Rio, com todos os ases do voleibol de praia. Mais à frente tornou-se o melhor sacador do Brasil. Esteve ainda a treinar comigo por algum tempo numa segunda fase pela qual enveredei com outro grupo de atletas.
Será que os treinos realizados nessa fase de Formação contribuíram para o desenvolvimento do Márcio e do Fred?
Creio que ninguém melhor do que eles para responder. Entrem nos respectivos sites e eles lhes responderão. Tenho algumas outras experiências nesse sentido que estão descritas no Procrie; acentuo possibilidades de treinamento voltadas para a formação técnica, mesmo em se tratando de adultos e as dificuldades inerentes à prática do voleibol no Brasil.
Voleibol em Portugal, que futuro? (Postado no site português Sovolei)
Um dos temas que mais preocupa o Sovolei é o futuro do Voleibol em Portugal. Sabemos que temos a “matéria prima” necessária para que o Voleibol seja um dos desportos mais fortes em Portugal, e temos também os alicerces necessários, com mais de 150.000 praticantes em todo o país. Temos abordado esta temática em alguns dos artigos – de notícia ou opinião – que temos publicado ao longo destes quase 3 anos de existência. Somos críticos frontais, mas também apresentamos soluções para que o Voleibol possa melhorar, para bem de todos. O facto é que vai faltando uma política e uma estratégia de sustentabilidade do Voleibol, que deveria ser levada a cabo pela Federação Portuguesa de Voleibol, depois de discutida em conjunto com as associações regionais, de treinadores, de jogadores e também com os clubes.
Para além do aparente desinteresse dos responsáveis pelo Voleibol, também os seus intervenientes não parecem perder muito tempo a pensá-lo e a tentar achar formas para que se possa desenvolver, garantindo não só resultados a médio/longo prazo, mas também trabalho a curto prazo. Assim, é curioso, mas não surpreendente que seja o nosso colaborador brasileiro Roberto Affonso Pimentel que tente “espicaçar as hostes”, fazendo uma série de perguntas que levem os responsáveis e intervenientes do Voleibol Português a reflectir sobre o futuro da modalidade no país.
Roberto Pimentel, autor do Procrie, diz que “seria valioso ouvir os personagens que actuam no voleibol português sobre sua evolução“: “O que foi feito em 2010/2011? Se nada foi feito, que consequências essa inércia pode acarretar? Os holofotes da FPV continuam voltados somente para a selecção masculina principal? Dada a situação económica do país, o que esperar para a nova temporada? O que pode ser feito, independente da FPV? E a associação de treinadores, qual a sua representatividade? Ela emite algum parecer técnico sobre a temporada? Os treinadores cresceram tecnicamente?” “Na Formação que ganhos foram adicionados? A Federação deve fazer internato para as seleções? Há necessidade de muitas horas de treinos? Os treinadores estão qualificados? As instalações e a organização são eficientes? A Federação apoia e valoriza os clubes? Que contributo emprestam os estrangeiros, técnicos e atletas? Comunicação social, por que não há divulgação? Que retorno esperam os clubes?”
Estes são dois conjuntos de questões, na sua maioria extremamente pertinentes, que Roberto Affonso Pimentel se coloca, e nos coloca. Devemos reflectir e procurar respostas. Todas elas, ainda que possam parecer utópicas ou líricas, são bem vindas aqui na caixa de comentários.
Comentários (no Sovolei)
1) Mais investimento real na formação nos clubes… A federação pode e deve ajudar por exemplo com limitação de estrangeiros por equipa… Mais competição e de mais competitiva… Temos k jogar mais vezes com os melhores não apenas duas ou tres vezes por epoca (formação principalmente) – ou com criação de divisões ou de algo similar e urgente que isto aconteca na formação! Forte aposta ou pelo menos igual aposta da Federação no Voleibol Feminino com um projecto de media longa duracão de preferencia com pessoas que conheçam a realidade do voleibol feminino! Aposta realista e consistente no masculino, noutros moldes dos que os praticados ate agora que ja se viu não terem resultado! De 50 não pode sair um que mesmo esse poderá a não chegar a niveis como os de Flavio ou outros que estão prestes a desaparecer! K acontecera depois?! Btts medidas poderiam ser tomadas aqui deixo algumas ideias apenas…
2) Luís Melo – Respondendo a uma das questões do Roberto Pimentel, penso que a estratégia de colocar um grupo de jovens atletas em estágio permanente em Resende não está adaptada à realidade Portuguesa. Isso funciona em outros países (como Itália) onde há imensos atletas de grande nível. Aqui, temos antes de apostar no todo apostar na formação dos clubes. Senão estamos a beneficiar uma dúzia de atletas – que podem até nem ser as escolhas certas para o futuro – em detrimento de outros tantos milhares que podiam perfeitamente ser tão bons ou melhores do que aquela dúzia que está em Resende. Obviamente, não desfazendo destes, que têm o seu valor técnico, mas quiçá não terão o resto que é necessário para se ser um atleta de alto rendimento.
(continua…)
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Para conhecimento dos professores brasileiros do que vai pelo mundo a respeito do ensino do voleibol para crianças, tanto nos clubes competitivos como nas escolas, e também para acirrar os debates que pretendemos desenvolver, transcrevo o artigo postado no site português Sovolei e, inclusive, um breve comentário nosso, aliás o único. Devo informar uma vez mais que sou um dos colaboradores do site e que me sinto orgulhoso por tal. Tirem as suas conclusões e, se possível, deixem suas impressões. Este diálogo é salutar para um desenvolvimento pleno das novas gerações. O que queremos: formar atletas de voleibol ou indivíduos conscientes?
O Cool Volley da FIVB e o Gira-Volei da FPV
A VolleyWorld, revista oficial da Federação Internacional de Voleibol (FIVB), dá um merecido destaque, na sua última edição, ao Cool Volley, um projecto de iniciação e dinamização do Voleibol inspirado no Gira-Volei e que está a ser implantado à escala mundial.
Para difundir o Voleibol entre as crianças e os jovens em idade escolar, especialmente em locais com poucas infra-estruturas desportivas, a FIVB lançou em Janeiro deste ano o programa Cool Volley que usa versões simplificadas do Voleibol, dependendo da idade de cada jogador.
Conforme salientou o Presidente da Comissão de Desenvolvimento, Vice-Presidente Executivo da FIVB e Presidente da Federação Portuguesa de Voleibol (FPV), Vicente Araújo, o Cool Volley “é muito importante para o futuro da modalidade”.
Com o programa Cool Volley, o Voleibol é jogado num formato mais acessível por aqueles que se estão a iniciar na sua prática.
Cada equipa é formada por dois elementos, o campo tem dimensões mais reduzidas e só é permitido jogar em passe, sem manchetes ou ataques. Além disso, os próprios jogadores devem anotar a pontuação.
A FIVB acredita que a adaptação da prática da modalidade através do Cool Volley permitirá o desenvolvimento individual dos jovens e o crescimento da modalidade. “Muitas das nossas federações não têm recursos suficientes para acompanhar e desenvolver o Voleibol na sua base e por isso concentram-se no nível mais alto”, afirma Vicente Araújo. “Com este programa, queremos tirar essa concentração na elite e fazer as federações trabalharem com as categorias de base. O Voleibol é mais técnico do que muitos outros desportos colectivos e por isso há um aspecto educativo mais forte no treino dos jovens. Estamos a tentar incentivar a participação em massa de uma forma simples e com programas simplificados.”
Manual
Depois do lançamento do programa Cool Volley, a FIVB criou novas páginas no seu site, tendo disponibilizando um manual de instruções em inglês, francês e espanhol. O manual explica que a simplificação se divide em três níveis, abarcado as crianças e jovens dos 8 aos 15 anos de idade.
Para as crianças de 8 a 10 anos, o campo tem 4 metros por 4 metros e a rede possui 2 metros de altura. No estágio intermédio, o campo aumenta para 6m x 6m, com a rede a atingir os 2,12m. Para os jovens de 13 a 15 anos, a rede passa a ter 2,24 metros de altura.
“A ideia fundamental é a de que as crianças aprendam enquanto brincam e que o façam através de um sistema divertido que incentive a participação directa e a movimentação em campo”, afirma o Director Técnico e de Formação da FIVB, Helgi Thorsteinsson, defendendo:
“A melhor coisa do Cool Volley é que o treino não é analítico, mas feito por meio de diversão e brincadeiras.”
O programa complementa os projectos que a FIVB tem vindo a realizar, como o Mass Volleyball e o Volleyball at School, dando às escolas os meios necessários para apresentar a modalidade aos estudantes: vídeos, exercícios de treino, mini-jogos e transmissões pela Internet. “Este é outro exemplo dos trabalhos de formação da FIVB e significa que podemos levar a modalidade a escolas, grupos de jovens e centros comunitários de uma forma muito mais fácil do que dantes, ajudando a motivar as crianças a serem activas”, diz Vicente Araújo.
E a verdade é que a FIVB se espelha no exemplo português. O Cool Volley teve as suas origens em Portugal, onde a FPV implantou o projecto Gira-Volei em 1998. De acordo com Daniel Lacerda, Director Técnico Nacional, que esteve envolvido com o projecto desde o início, o objectivo era encontrar uma maneira de desenvolver o Voleibol num país com poucas instalações adequadas à prática da modalidade. “Sem pavilhões suficientes, o Gira-Volei foi a solução perfeita”, salienta Daniel Lacerda, recordando que a federação lusitana utilizou o programa para “motivar crianças e jovens a jogarem Voleibol”. “Com poucos recursos, podemos organizar-nos, jogar e levar o Voleibol a qualquer lugar”, diz, acrescentando: “Com o Gira-Volei, movimentamos cerca de 150 mil crianças e jovens e o Voleibol passou a ser a segunda modalidade mais praticada nas escolas.”
Daniel Lacerda cita mais números sobre o crescimento do modelo português: 1.800 centros espalhados pelo país acolheram mais de 5.400 jogos e distribuíram 120.000 camisolas, 20.000 bolas e 2.000 equipamentos no ano passado. Os frutos dos trabalhos da FPV também estão a ganhar maior visibilidade em níveis mais elevados. A Selecção Nacional de Seniores Masculinos, que se encontra disputar a Liga Mundial, conta, actualmente, com Alexandre Ferreira, um jogador cuja primeira experiência com o Voleibol aconteceu por intermédio do Gira-Volei. Em todo o país, o número de jogadores, clubes e equipas não pára de crescer. “Podemos oferecer a prática do Voleibol a crianças que, por falta de logística ou de clubes, nunca puderam jogar”, enfatiza o Director Técnico Nacional, justificando: “Neste momento, podemos chegar a todo o país e há jogadores a emergir fora dos clubes e dos locais tradicionais da prática da modalidade.”
Com a globalização do Cool Volley, Daniel Lacerda espera que o impacto positivo de Portugal se repercuta em todo o planeta. “Com o Cool Volley, podemos difundir o Voleibol no mundo inteiro, até mesmo em lugares sem instalações apropriadas, e também podemos melhorar o nível da modalidade reunindo mais jogadores potencialmente talentosos e trabalhando com eles de uma maneira dinâmica e correcta.”
Fonte:FPV
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Comentário:
O Cool Volley da FIVB e o Gira-Volei da FPV
Por Roberto Pimentel
Acorda Portugal. Parece que estão reinventando a roda… Será que só agora o Exmo. Senhor Presidente da Comissão de Desenvolvimento, Vice-Presidente Executivo da FIVB e Presidente da Federação Portuguesa de Voleibol (é muita coisa para um homem só) descobriu o Mini Vôlei? Parece que nunca ouviu falar do primeiro Simpósio Mundial promovido pela própria Fivb na pequena cidade de Ronneby, Suécia, em 1975. Os interessados poderão ver resumo do que ali ocorreu e a recomendação dos professores presentes. Ou, então, no meu livro “História do Voleibol no Brasil”, em que narro a minha cruzada para a sua implantação no Brasil. Enfim, antes tarde do que nunca.
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Deu no Terra: “Embora tenha perdido a vaga para disputar a final com o Brasil, a Polônia se redimiu com seus fãs e bateu a Argentina, ontem, conquistando o terceiro lugar da Liga Mundial de vôlei. Esta é a melhor participação da história das duas seleções na competição. A Polônia havia conquistado o quarto lugar por duas vezes, em 2005 e 2007. Já os argentinos tinham como melhor resultado o quinto lugar de 2009 e 2010. Maior pontuador da partida, Jakub Jarosz anotou 17 pontos para os donos da casa.
Com a vitória, poloneses vão encarar a Rússia na próxima fase. Foto: Fivb/Divulgação.
Poloneses garantem vaga (9 de julho de 2011)
Estão de parabéns os poloneses que conquistaram o direito de disputar a próxima fase da Liga Mundial em solo pátrio.
Deu no Terra: “Com o apoio em massa da torcida de Gdansk, a Polônia derrotou a Argentina de virada e garantiu a classificação para a semifinal da Liga Mundial de vôlei. Os donos da casa venceram os argentinos por 3 sets a 2, parciais 18/25, 25/22, 25/20, 24/26 e 15/13, e conseguiram a segunda vaga do Grupo E, superando a Bulgária nos critérios de desempate. A vitória suada sobre os argentinos, líderes do grupo, fez com que os poloneses chegassem aos mesmos quatro pontos que a Bulgária. Com uma vitória a mais e melhor saldo de set que os búlgaros, os anfitriões ficaram com a segunda vaga da chave e confirmou presença na semifinal. As semifinais da competição serão disputadas neste sábado, dia 9 de julho. Brasil e Argentina brigam pela vaga na final a partir das 12h (de Brasília), enquanto Rússia e Polônia têm duelo marcado às 15h. Contra a Argentina, Kurek foi o nome do jogo. O ponteiro polonês chamou a responsabilidade para si e terminou como o maior pontuador do embate, com 29 tentos, sendo que 26 foram de ataque, um de bloqueio e dois de saque”.
Estarei torcendo para que haja uma final entre polacos e brasileiros. Seria um grande prêmio à dedicação e tenacidade dos atletas poloneses que souberam superar as dificuldades e ter a possibilidade de se confrontar numa final da Liga Mundial. Parabéns aos atletas e à sua torcida que os incentivam e acreditam na superação. Aguardemos os próximos espetávulos de garra e técnica entre os contendores.
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