Aprender a Defender – Lição IV

Brasil Uruguai feminino Mulher no Esporte pré olímpico.
Brasil vs. Uruguai feminino no pré-olímpico. Foto: /Divulgação.

Altos e baixos no jogo

Os poucos e raros atletas altos (1,90m) de voleibol no Brasil nas décadas de 40 a 60  eram considerados lerdos e, por isto, pouco aproveitáveis numa equipe. A tal ponto que o treinador da seleção masculina – Sami Mehlinsky – presente ao Mundial de Paris em 1956, justificou a convocação de vários atletas de baixa estatura – Jorginho, Borboleta, Maurício, Márcio, Urbano – em detrimento de outros mais altos, por considerá-los mais aptos em aspectos técnico/táticos diversos tais como defesa, movimentação em quadra, toque de bola e levantamentos. Pesou também o desconhecimento total de como atuavam as seleções mundiais participantes dos jogos. Após o Mundial seguinte (1960) teve início o jargão popular de que baixinho não tem vez em voleibol. Muitos anos depois, com as soluções encontradas por Matsudaira e a posterior introdução do líbero nas Regras, procedeu-se a uma reavaliação do tamanho das peças que devem compor esse tabuleiro: exigências táticas sugeriram um equilíbrio no porte físico dos atletas. 

Atualmente, é certo que quando comparamos dois indivíduos, um relativamente baixo, e outro bastante alto, p.ex., Serginho (1,84m, líbero) e Leandro Vissoto (2,12m, oposto), ainda que haja diferenças alarmantes, valeria a pena treiná-los em defesa da mesma forma, isto é, segundo o mesmo método, mas guardadas as respectivas características físicas e mentais? Além do mais, imagina-se que os treinadores da Formação deveriam se esmerar em um treinamento diríamos global de seus alunos para compor um arcabouço de técnica generalizada e, jamais, especializada. E, ainda, não privilegiar atletas com +2m, a menos que consigam ter uma técnica considerável na totalidade dos fundamentos do esporte. Todos sabemos que estamos muito longe dessas providências, pois copiam a mesma metodologia e exercícios empregados nos treinos das seleções. Mas os treinadores dessas seleções, apesar de tantas vitórias, reclamam a todo instante de falhas pueris de seus atletas durante as competições internacionais. E a história se repete, pois ao serem indagados enunciam o velho refrão: “Não há tempo para treinar”! Então, o que fazem diariamente nas sessões em seus locais de treinamento? Como explicar o que ocorre com alguns atletas (e a equipe) que sucumbem diante de alguma pressão – talvez erros sucessivos?

Ocorre que durante uma partida, as caretas dos técnicos que as TVs mostram só ocorrem durante os erros e, nos intervalos, é puro desperdício de tempo querer ensinar como fazer a alguém que nunca aprendeu. Essas considerações têm procedência uma vez que nada se fez para alterar o status quo dessa situação. Ao que parece, planejar ceder no presente para conquistar no futuro próximo não passa pela cabeça de nossos gestores esportivos e técnicos super campeões. 

Passemos aos nossos diálogos questionando:

– Por que um baixinho levaria vantagem nos movimentos de defesa?

– Por que atletas negros do basquete americano são ágeis apesar de sua altura (+2m)? Seriam eles rápidos e eficientes também nos movimentos defensivos? 

– Que motivações teriam os atletas altos para se esmerarem nas defesas? E aqueles que invariavelmente cedem o lugar ao líbero durante as partidas? E mais: o que fazer com o levantador e o seu oposto? Como treiná-los?

– No caso em que o levantador participa diretamente de uma defesa, quem deve efetuar um possível levantamento? (Cobertura na defesa)

– Qual deveria ser o nível de exigência nos treinamentos de defesa?

– Em contraponto, como nossos ataques podem prejudicar a defesa contrária, especialmente em jogadas que não permitam as fintas? 

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Em voleibol tudo tem início a partir do primeiro impulso (ou movimento) dado ao corpo. Dessa forma, a posição que este corpo adquira nos momentos que antecedem sua intervenção efetiva é primacial para o objetivo que tenha em mente naquele instante. Todavia, cremos que o método de treinamento quase sempre está mal aplicado em nossos tempos, mesmo em se tratando de alto nível. Confunde-se o ponto de partida com o ponto de chegada, reclama-se do atleta, mas se analisarmos “como” treinam veremos que algo deve melhorar em relação à visão que têm seus treinadores.

A arte de ensinar

Na formação esportiva, onde o ajustamento motor é dominante (ou indispensável), é grande o risco em proceder por adestramento para parecer ganhar tempo ou simplesmente por dificuldade de utilizar outra modalidade de aprendizagem. Tenho adotado algo como a interação, a negociação e a construção conjunta de vivências, que habilitem a criança (e adultos) a aprender a linguagem proposta. Para tal há sempre uma exigência de um elemento de interdependência e a capacidade de fazer descobertas acidentais. Portanto, é importante levar o indivíduo a aprender a pensar e tomar decisões próprias diante dos imprevistos que se lhes apresentam. Aqui reside o que denominamos aprender a linguagem a ser proposta a cada aluno. Hoje tenho certeza que caminhei sempre por intuição nesse sentido especialmente quando me recordo das atividades motoras a que era chamado a participar nas brincadeiras de rua, tais como subir em árvores, lançar pedras, nadar e pescar (de mergulho), andar de bicicleta, jogar xadrez, pular carniça e uma gama variada de atividades aprendidas em terrenos baldios. Por isto, quando me iniciei propriamente dito no voleibol aos 18 anos, tive um aprendizado acelerado, derrubando mitos: “Quem não aprendeu antes, não aprende mais”. Todas aquelas vivências se somaram às novas atividades, com independência e descobertas acidentais, pois não foi tão necessário alguém dizer-me o que fazer ou como criar algo. Por exemplo, que melhor exercício existe para aprender a antecipar-se do que o jogo de xadrez, que aprendi a jogar aos 8-9 anos?  Em suma, tornei-me autodidata; nos treinamentos solos ou em jogos dos quais participava não me preocupava em “vencer”, mas “em não errar”, motivo pelo qual tive encurtado  os avanços técnicos. Leia mais em Teoria vs. Prática, publicado em 27.11.2009, sobre a conveniência de a criança receber estímulos variados os mais naturais possíveis. E mais: Pensar e Aprender (I) (2.2.2010), sobre ensino contingente.

Ataque, Bloqueio,Cobertura
Foto: Fivb/Divulgação.

Assim, em se tratando de defender é recomendado que esteja em posição de expectativa (posição baixa), e certamente, na área que lhe foi atribuída por consenso tático da equipe. Creio que até aqui todos estão de acordo. O problema que impede um jogador de se esmerar na arte de defender recai em ignorar como trabalhar as pernas e os braços de modo a colocar-se na trajetória dos ataques adversários. Como invariavelmente deve encontrar-se em uma posição mais baixa que a trajetória da bola, posto que favorece a sua devolução para o alto, os seus movimentos requerem agilidade e discernimento rápidos. Como são adestrados para tentarem a defesa por manchete – imaginem o bate-bola de aquecimento (ver Nota no final), a posição invariavelmente que assumem é a menos indicada para serem bem sucedidos em suas ações. A não ser que combinem com os adversários para enviarem seus ataques em sua direção e, ainda assim, na altura dos joelhos, pois lá estarão estaticamente ao aguardo (em manchete) de seus arremessos. Essa é a tônica nos treinos, mesmo em seleções: três auxiliares sobre uma mesa a desferir ataques sobre os defensores; ocorre que as trajetórias parecem ser combinadas, inclusive a força da batida, para que não se desviem do alvo. Pena que durante os jogos não se possa combinar com os adversários para que reproduzam o mesmo, mas todos têm conhecimento que o treinamento deve reproduzir as situações de jogo na medida do possível. Por que não o fazem? Caso a trajetória dos ataques tenha direção alta, torna-se inevitável a esquiva para não correr o risco de um impacto no tronco ou rosto (medalha). Nenhum deles é adestrado para receber os ataques com braços flexionados e as mãos acima da cintura, à altura do peito.

SARA PAVAN, UNILEVER CANHOTA CANADENSE
Sarah Lindsey Pavan, atleta canhota canadense do Unilever (oposto, 1,96m), aguarda saque adversário. Foto: Alexandre Loureiro / Vipcomm.

Retornando ao aspecto da posição das pernas, vemos que todos empregam o mesmo detalhe bem acentuado quando da recepção do saque: pés e pernas, abertos e paralelos. E para maior conforto, ligeira flexão das pernas e braços estendidos. Muitos, ainda se dão ao luxo de descansarem suas mãos próximas aos joelhos. Como produzir movimento rápido a partir de uma posição estática? Muitas vezes fico a observar a recepção do serviço nas partidas de tênis, em que a bola chega a atingir 280 km/h. Como não existe a possibilidade de deslocamento frontal, percebam como se comporta o atleta quando ainda em expectativa para o saque, isto é, pequenos movimentos – balanço – deslocando o peso do corpo alternadamente de uma perna para a outra, e a posição da raquete, na vertical à frente do tronco. Tudo isto para favorecimento de deslocamentos de pernas e o braço que empunha a raquete. É claro, neste exemplo consideramos tão somente as observações e reações do atleta diante de um impacto iminente e o ajustamento de suas reações motoras de forma satisfatória, a devolução da bola. No atletismo – prova de 100m – podemos também tirar bom exemplo na capacidade de o indivíduo mover-se rapidamente frente a um estímulo.

Capacidade de reação

A velocidade de reação motora humana ou tempo de reação é uma capacidade física importante para voleibolistas, sendo observada na reação aos ataques da equipe adversária a fim de realizar uma recepção de saque, defesa ou até uma esquiva (bolas fora).

Façam um teste com qualquer de seus atletas, não importa se de alto nível ou não, para aquilatarem sua “entrada em movimento” a partir de um dado estímulo. Terão surpresas desagradáveis, pois desconhecem princípios elementares isto é, não foram treinados para tal. Um exemplo fácil de comprovar é o treinador colocar-se a uma distância de 3m do atleta com uma bola na mão e o braço esticado na horizontal. Em dado momento, deixar cair a bola para que ele a recolha e, então, observar o primeiro gesto do indivíduo. Verá que invariavelmente, realiza pequena e ligeira passada atrás (troca de base) para, em seguida, movimentar-se à frente. Além disso, provavelmente tentará tocar a bola ainda em uma altura razoável, o que no voleibol dificulta qualquer recuperação (tocará na sua metade e não embaixo). Pouquíssimos atletas discernem que o toque junto ao solo é mais favorável uma vez que permite tempo maior para a aproximação, como também a bola é tocada de baixo para cima com mínimo de esforço, e perfeitamente recuperável por um companheiro.

Detalhes: 1) trata-se do uso de um único braço em movimentos laterais. Saber realizar rolamentos favorece uma boa técnica e previne contusões ou acidentes; 2) para defesas em que as bolas estão muito distantes do atleta, sempre será preferível o toque junto ao solo, com uma das mãos em concha, com o polegar flexionado. 3) a manchete é desaconselhável em posições críticas ou extremas, isto é, o alcance para o toque na bola é maior quando o atleta utiliza um dos braços. Além disso, muitas vezes a posição “em manchete” (braços unidos) não permite o toque baixo e a sua orientação conveniente para futura utilização no jogo. 

Defesa na praia fotoFivb
Foto: Fivb/Divulgação.
Defesa Praia Ana Paula Mão trocada
Foto: Fivb/Divulgação.
Foto: Fivb/Divulgação.                             

Em tempo: nas comemorações pela conquista do bicampeonato olímpico, observamos que muitas atletas não sabem realizar rolamentos (frente e atrás). Tentaram uma variação feminina ao que produzem os rapazes com os seus peixinhos. Alguns dirão não ser necessário o seu aprendizado, pois afinal não foram campeãs? Talvez fosse salutar assistirem ao vídeo do filme de Matsudaira sobre a formação atlética dos jogadores japoneses. Estou providenciando para colocar no YouTube em breve. Um segundo aspecto não menos importante, refere-se à intuição do atleta, sua experiência e capacidade de análise da situação (estudo do adversário) e, assim, ter elementos que o ajudem a antecipar-se ao movimento dos adversários. E aqui realçamos a tarefa do professor na FORMAÇÃO de atletas.

Nota – Observa-se que a posição das pernas e braços no treinamento de defesa está prejudicada devido aos exercícios de aquecimento com bola, o famoso bate-bola realizado pelos atletas independentemente se estão em treino ou jogo. Repetem os mesmos movimentos e, na nossa concepção, erroneamente, pois aguardam estaticamente que a bola venha em sua direção. Seria o que se chama treinamento por adestramento, isto é, repetitivo, sem a participação do pensamento, tanto do atleta e treinadores. E por que isto?

Continuem a nos acompanhar nessa série de artigos. Convidamos os internautas que participem desse fórum com suas contribuições e comentários. Afinal, estamos todos no mesmo barco da aprendizagem. O que nos falta talvez seja compartilhar as ideias. Voltaremos breve e até lá, boas leituras.

Palavras são Palavras…

Foi publicada na comunidade de Natação do CEV (11 do corrente) notícia vinculada a um blogue sob o título “A revolta das águas no blog do Fernando Mascarenhas “http://blogdomasca.blogspot.com.br/2013/01/a-revolta-das-aguas.html. Por sua vez, o articulista teve como estímulo o blog do José Cruz para escrever o post, cujos destaques apresentamos a seguir para discutir.

(…) “Agora tem um sujeito em particular que parece gostar muito da natação, ou do que a natação vem lhe garantindo, Coaracy Nunes Filho, presidente da CBDA (…). Desde o mesmo ano de 1988, Coaracy está mumificado à frente do posto. É o cartola mais longevo do esporte nacional, superando Nuzman, Steinhilber e companhia ilimitada… e, pasmem, deve ser reeleito em março próximo, perpetuando-se no poder até 2017. Há 25 anos, eu me casei com a CBDA. Não poderia ter feito um bom trabalho se não tivesse ficado esse tempo. Estou com a consciência tranquila. Se (o mandato) é longevo, não interessa. O que importa é a qualidade da gestão, justifica.  (…) A natação brasileira tem uma grande número de adeptos e já produziu bons resultados em termos de alto rendimento. Consta, inclusive, como modalidade vital nas apostas do COB para os Jogos Rio 2016 (…). Mas penso que a popularidade e os resultados da natação se devam à própria tradição do esporte, cuja primeira medalha veio em Helsinque 1952, um bronze conquistado por Tesuo Okamoto. Atualmente, tem contado a favor da natação o incremento obtido a partir do patrocínio dos Correios. É sobre isso que Cruz escreveu, sobre os R$ 158 milhões de patrocínio dos Correios repassados a CBDA nos últimos 20 anos. Fazendo as contas, é uma média de R$ 7,5 (sic) milhões/ano (correção, R$ 7,9 milhões/ano) ou R$ 626 (sic) mil por mês (correção, R$ 658 mil/mês). (…) De todo modo, a partir da leitura do blog do Cruz fiquei sabendo de duas boas notícias. A primeira é que já dá para acionar a Lei da Transparência para termos acesso aquilo que sempre foi uma caixa-preta, as informações referentes aos contratos de patrocínio das estatais ao esporte nacional. Isto pode ajudar bastante nas pesquisas que envolvem a temática das políticas públicas de esporte e lazer. Neste caso, os contratos dos Correios com a CBDA foram solicitados e analisados pelo ex-nadador Julian Romero, e várias irregularidades foram apontadas quanto à sua execução. A segunda boa notícia é que Julian, irmão do também ex-nadador Rogério Romero, lidera um movimento de oposição à gestão de Coaracy, o Muda CBDA, movimento que conta com outros ex-nadadores e técnicos como Eduardo Fischer, Carolina Moncorvo, João Reynaldo Nikita e Rodrigo Rocha Castro.
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Apenas alguns reparos que nos conduzem à indagação: “O que é pior, um juiz corrupto ou um juiz incapaz”?

Nuzman foi eleito presidente da Federação Metropolitana de Voleibol (FMV) em 1973; em 1975 foi eleito presidente da Confederação Brasileira de Volley-Ball (CBV), tendo permanecido no cargo até 1995, quando assumiu o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), antigo reduto de militares de pijama que nada faziam. Quanto à renovação de mandatos de presidentes calcado em apenas uma reeleição é bastante discutível em certos momentos da conjuntura, pois sabemos o que ocorre na área política – continuidade ou renovação, o que seria conveniente? Assim como em política, são muitos os interesses envolvidos e a turma que está de fora, certamente, deseja entrar na festa. Vejam o caso do PT e o mensalão, envolvendo estatais – Banco do Brasil e ministérios. Além dos mais, dado o conflito de interesses e politicagens, torna-se bastante difícil a qualquer dirigente, competente ou não, honesto ou não, realizar em curto ou médio prazo, administrações realmente significativas. Lembrando que os mais longevos quando começaram seu trabalho pouco ou nada tinham. Tudo foi sendo construído a pouco e pouco. Não quero dizer com isto que foram ótimos e honestos (como colocado pelos opositores ao sistema). Acrescente-se a formação de uma equipe de trabalho e seu treinamento necessário. Imaginem o desperdício se, 4-8 anos depois todos fossem exonerados para a entrada de outra equipe sem o devido preparo. Quanto ao que se propala sobre corrupção, seria sensato que alguma instituição independente, como existe na Europa, desse sua cooperação fiscalizadora de possíveis envolvimentos de dirigentes com enriquecimentos ilícitos (quando for o caso, e que se comprove). Uma delas é a Play the Game, uma organização que luta pela transparência nos desportes. O seu diretor Jens Sejer Andersen foi ao Parlamento Europeu  em 18.12.2012 para denunciar casos de corrupção no voleibol e andebol, quando todos esperavam que se reportasse somente ao futebol (ver www.procrie.com.br/corrupcaonafivb/). No Brasil, se formos esperar pelos  Tribunais de Contas a história se encarrega de nos mostrar o que deixam de realizar. Ao que vimos no noticiário, está surgindo uma denúncia no judô. Parece que o antigo combativo judoca medalhista Aurélio estaria envolvido em falcatruas. Demos tempo ao tempo.

Quanto à tradição e popularidade da natação, imagino que o articulista esqueceu-se de citar a figura mais badalada e famosa de antigamente, a nadadora Maria Lenk. E cita que atualmente os resultados obtidos são creditados também ao patrocínio dos Correios e que a natação tem grande número de adeptos e que já produziu bons resultados no alto rendimento. Afinal, está preocupado com resultados ou com a aplicação do dinheiro? Cita vagamente que várias irregularidades foram apontadas por Julian Romero e não esclarece nada mais. Creio que para qualquer leitor isto não parece ser crível, constituindo-se em mero “balão de ensaio”. Devo dizer que não conheço o presidente da CBDA ou qualquer membro de sua equipe, mas não me parece justo induzir pessoas a um juízo ou erro sem as devidas provas documentais. São palavras ao vento!

CBDU e Jovens Jornalistas

Universitário PR
Cenas dos Jogos Universitários Brasileiros, Curitiba (PR), década de 40. Foto: acervo José Gil Carneiro de Mendonça.

A Confederação Brasileira de Desportos Universitários acaba de publicar o edital para o Concurso “Jovens Jornalistas”. A notícia foi reproduzida no CEV (Laércio Elias Pereira, em 9/2) e comentada pelo autor, com cópia à CBDU.  

CBDU lança Concurso “Jovens Jornalistas”

Em julho deste ano, milhares de atletas universitários, entre eles futuros destaques olímpicos, estarão reunidos na cidade de Kazan, na Rússia, para a Universíade de Verão 2013. E doze estudantes e jornalistas, dos cinco continentes, serão selecionados pela Federação Internacional de Esporte Universitário (FISU) para participarem do Seminário de Jornalismo Esportivo da entidade durante a competição. A CBDU vai apontar um estudante de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo ou jornalista recém-formado, que goste de esporte e acompanhe os torneios universitários, para representar o Brasil na 2ª edição do Seminário Jovens Jornalistas da FISU. O indicado será o autor ou autora do texto vencedor do Concurso “Jovens Jornalistas” que a CBDU lança nesta sexta-feira (01/02).

Estudantes da área de Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo ou jornalistas recém-formados, com idade entre 19 e 25 anos, e que tenham participado ou vivenciado competições e eventos da CBDU nas temporadas 2011 e 2012 podem participar do Concurso “Jovens Jornalistas”. Os interessados devem redigir um texto (reportagem ou artigo) contando suas experiências seja como aluno-atleta ou jornalista nos torneios da CBDU. “Nosso objetivo é conhecer e ouvir os jovens alunos de comunicação e jornalistas que acompanham nossos torneios. O autor do melhor texto vai receber da CBDU uma Carta Indicação para se inscrever no Seminário da FISU durante a Universíade na Rússia. E os demais participantes do Concurso ficarão cadastrados junto à CBDU caso desejem participar como voluntários ou trainees em nossos eventos”, destaca Luciano Cabral, presidente da CBDU. As inscrições e envio dos textos e da documentação exigida no Edital do Concurso “Jovens Jornalistas” encerram-se no dia 28/02 e devem ser feitas apenas via e-mail: imprensa@cbdu.org.br.

Em 2011, durante a Universíade de Shenzhen, na China, a FISU, em parceria com a Associação Internacional de Imprensa Esportiva (AIPS), lançou o Seminário Jovens Jornalistas Esportivos com o objetivo de proporcionar um treinamento para jornalistas e estudantes durante um grande evento. O então estudante de jornalismo Everton Melo, da Faculdade Maurício de Nassau (FMN), de Pernambuco, inscreveu-se no processo de seleção e representou o Brasil no Seminário em Shenzhen. “Participar do Seminário da FISU em 2011 abriu várias portas na minha carreira profissional, as quais não imaginava que aconteceriam tão rápido. A oportunidade de participar e aprender cobrindo um evento esportivo de grande porte internacional trouxe uma experiência que fará toda a diferença na minha vida de jornalista esportivo, além do networking internacional construído com jornalistas de várias partes do mundo e momentos especiais que jamais esquecerei”, conta Everton.

FONTE: http://www.cbdu.org.br/cbdu_2011/noticia&id=2085

 

Comentário, por Roberto A. Pimentel, em 10.2.2013.

Excelente e oportuna ideia para os jovens que abraçam o jornalismo como profissão. Poderão se ilustrar sobre o que acontecia nos bastidores de eventos com magnitude similar. No livro História do Voleibol no Brasil contemplarão um vasto relato da participação dos atletas nacionais e também aspectos da organização. Coloco à disposição para leitura a cobertura do excelente jornalista (falecido) do Jornal dos Sports – Ney Bianchi – in loco sobre a participação brasileira no Campeonato Mundial de Voleibol de 1956, acontecido em Paris. Do francês M. Lenoir, Administrador Geral da Federação Francesa de Voleibol, um relato intitulado “Os Campeonatos do Mundo de Voleibol em Paris”, em que traça uma radiografia do voleibol feminino naqueles tempos. Ver www.procrie.com.br/primeiroscampeonatosmundiais/.

E mais:

1) Crônica (1956) especializada de José Gil Carneiro de Mendonça, na época representante da CBV e correspondente dos Diários Associados, que diligenciou e conseguiu no Congresso Técnico para o Brasil sediar o campeonato seguinte (1960, Rio).

2) Relatos históricos dos bastidores do Mundial de 1960 no Brasil.

3) Fotos e retrospectiva dos primeiros Campeonatos Brasileiros Universitários. 

Quanto ao livro, recém saído do prelo, entrem em contato com o autor para remessa pelos Correios. Boa sorte a todos!

Histórias de Internautas

Desenho28 InvertidoGarimpo de Relatos

Estaremos realizando uma tentativa de garimpo das histórias que têm a contar os internautas. Caso tenha sido intérprete ou participado de alguma forma de algum evento que possa merecer destaque na História do Voleibol, você está convidado a nos escrever. Inicialmente, consigne nesta postagem a sua manifestação que entraremos em contato. Como há que ter alguns cuidados na Internet, pedimos que deixe seu número de telefone fixo. Ele NÃO será publicado, como também seu e-mail. Entraremos em contato para conhecer suas histórias. 

A ideia partiu dos diálogos a seguir, trocados por e-mail.  

Luiz (1.12.2012) – Agradeço a sua presteza na informação. Como esperava não há registro do nome de meu pai pelas razões que apresentei. Sei da sua passagem pelo Botafogo por seus relatos. Os mais conhecidos dessa equipe eram o Everest, e  seu irmão Betinho, morto em acidente de avião sem nunca ter sido encontrado o  corpo. Outro que fazia parte da conquista foi o Ary (Ary Cunha?) , morador como ele da Urca na época, que também não chegou a ser destaque. Farei a divulgação do seu trabalho. Um abraço, Luiz.

Roberto Pimentel ( .12.2012) – Mais uma vez agradeço seu relato, Infelizmente, o nome de seu pai não consta (ainda) de nossas histórias sobre o voleibol. Mas poderá constar possivelmente em nova edição. Para tanto, verifique se ele possuía algum apelido – são muitos os casos – e se tem registros fotográficos, ainda que ele não apareça. Outro caminho é a família de alguns contemporâneos que podem ter algo em seus acervos. Não se deve desprezar ninguém nessa garimpagem, pois foi assim que consegui muita coisa. Caso me ajude a divulgar essa nova pesquisa, estaremos fazendo uma grande corrente que poderá contagiar mais pessoas do que imagina… Vamos começar? Primeira providência: peço que transcreva o seu texto no Procrie. Estará visível para muitos que se contagiarão e entrarão na corrente de busca do passado. Devo acrescentar algo também no Facebook, bem mais contagiante e rápido. Grato mais uma vez.

Luiz (3.12.2012) – Não creio que você. tenha maiores referências sobre o meu pai, Drioval Torres Homem, na sua passagem pelo voleibol, uma vez  que foi rápida e por não ter sido um titular na equipe do Botafogo , campeão de 1950.  Ele mesmo dizia que foi campeão naquele ano em razão de ter participado em apenas, 3 partidas. Era um bom “levantador”, sem ser, porém, um destaque. O interessante, nesse momento do voleibol, é que meu pai , para os padrões atuais, era um veteraníssimo (33 anos), e levado, em 1949 ou 50,  para a quadra por um dirigente do Botafogo que o viu jogar na praia (da Urca). Um abraço, Luiz.

Roberto Pimentel (3.12.2012) – Como deve ter visto, respondi à sua gentil manifestação no Procrie. Estarei aguardando a identificação do seu pai para ver o que tenho a respeito dele. Todavia, considere que para relembrarmos nossos queridos parentes em suas atuações pela vida, há que estabelecer o contexto em que viveram e nas suas interferências. Assim, creio que a obra que acaba de sair do prelo – História do Voleibol no Brasil – em seu volume I reflete bem a época 1939 -2000. Tanto é que um professor universitário do interior de São Paulo comprou a obra para presentear um colega que faz mestrado ou doutorado em Sociologia. A partir de agora, as buscas de nomes e fatos antigos ficarão mais facilitadas, pois cada indivíduo poderá colaborar desde que tome conhecimento do Procrie, para onde poderão enviar suas histórias, acervos e ter divulgada a participação de amigos e parentes. Nossos netos agradecerão imensamente. Estarei ansioso por sua participação. Pré-lançamento do livro hoje,  a partir das 19h, no Restaurante Rialto, na Barra. Se tiver um tempinho, dê uma passada por lá. Se preferir, escreva-me que poderei dar um jeito de levar a publicação até você. Peço que divulgue para aumentarmos a “corrente” positiva de “garimpagem” de dados. Abraço.

Ensino Esportivo no Japão (parte II)

Foto: Fivb/Divulgação.
 
Esporte e Sociologia
 
Para melhor entendimento dos nossos comentários, sirvo-me do resumo de Mauro Betti em “Esporte e Sociologia”, onde estão realçadas as relações entre os indivíduos de uma sociedade (www.periodicos.ufsc.br/index.php/motrivivencia/article/view/19979): 

A Sociologia pode ser definida como a ciência que estuda as relações sociais entre os homens, como eles se organizam para produzir bens, transmitir cultura e garantir a sobrevivência. Em  alguns momentos da história são criadas instituições que atendem a certos requisitos sociais que podem ou não se tornar duradouras. Uma delas é o Esporte, uma instituição do mundo atual com organização própria, normas, valores aos quais os partícipes se sujeitam.

Na comunidade do CEV  Prevenção de Quedas – o Professor Edison Yamazaki se estende em seus relatos quanto à importância da tradição japonesa em cultuar os anciãos. E, por aí, retornarmos às questões sócio/educativas.