Vôlei de Praia Espanhol

Centro de Desenvolvimento Espanhol de Voleibol de Praia

Já se iniciaram as obras de construção do novo  Centro de Desenvolvimento Espanhol de Voleibol de Praia, em Lorca na Região de Múrcia, em cerimônia oficial realizada no final da passada semana. O novo centro será criado com o objetivo de se tornar o melhor centro de Voleibol de Praia na Europa, com uma área de 8.358,00m² e um orçamento de dois milhões de euros. A construção do complexo será em duas fases: a primeira com a construção de vestiários, quatro campos e pavilhão desportivo para o Voleibol de Praia e um ginásio coberto; na segunda fase com a construção de outra ala do edifício e um pavilhão desportivo para voleibol. O Centro vai acolher todos os programas da Federação Espanhola de Voleibol de Praia, em todos os escalões, bem como as equipes masculina e feminina que aspiram a representar a Espanha nos Jogos Olímpicos de Londres 2012. 

Fonte: www.sovolei.com , 4.9.2009.

Voleibol na Escola (XII, final)

Iniciação & Formação. Problemas e Soluções

 

22) Surpresas na iniciação

Há pouco presenciei um jogo amistoso de voleibol entre crianças iniciantes de escolas de Niterói. Nesta partida, era um confronto de “mirins”, sendo que uma delas era uma equipe de um clube-escola que disputa o campeonato carioca da categoria. As equipes eram femininas e a surpresa ficou por conta do treinador desta  equipe: não sabia explicar por que perderam para as colegiais, com tantos treinos, vivências e a sua própria experiência. Enquanto as meninas da escola vibravam de alegria a cada ponto conquistado e se divertiam com isso, as outras se mostravam tímidas, não conseguiam se mover na quadra e completamente atônitas diante da manifestação contrária. Mesmo quando conseguiam sucesso nas suas jogadas. Por outro lado, o professor da escola, que apitava o confronto, não dava a mínima para o seu possível resultado, agradecido que já estava por realizar uma festa de congraçamento como aquela. Suas alunas tinham, efetivamente, 2 meses de aulas (2 vezes na semana) e brincavam muito nas redinhas de minivôlei. Agora estavam jogando uma partida numa rede e quadra oficiais. E, do outro lado, as crianças do clube-escola, que treinam insistentemente na semana.

Conclusão – O ponto crítico entre aquelas crianças era o fato de umas estarem se divertindo, alegres e, as outras, completamente estarrecidas, atônitas, a esperar de seu treinador (adestrador) uma palavra para o que fazer diante daquelas situações? De um lado total independência de atos e movimentos, todos espontâneos; do outro, apatia. Só jogar não permite um desenvolvimento técnico eficiente e rápido. Só se exercitar não contribui para um despertar tático. O equilíbrio entre estas situações pode ser a solução para um rápido aprendizado e um desenvolvimento cognitivo do indivíduo e da equipe. Muitas vezes convém rever critérios de avaliação – se os há – no sentido de se analisar o que estamos fazendo e para onde estamos indo? Nosso trabalho é produtivo para aquelas crianças, ou simplesmente para nossa afirmação ou capricho? Devemos nos lembrar sempre que “só se é criança uma vez na vida”. Passados aqueles momentos, só recordações… Mas como toda ação deixa a sua marca, ela se manifestará na vida adulta de alguma forma. Esperamos que sejam eternamente positivas para aquele indivíduo.

23) Aquecimento e bate-bola

Todos sabemos da importância desses dois fatores. A professora ou treinadora poderá levar suas alunas a executar a primeira tarefa – aquecerem-se fisiologicamente – e, em seguida, “entrarem em calor de jogo”. Normalmente, as equipes são levadas a repetir os mesmos movimentos já consagrados pelo uso. Iniciam pelo bate-bola duas-a-duas e, posteriormente, passam às cortadas na rede e, finalmente, aos saques. No caso de principiantes, dado ao nervosismo reinante, é fundamental a presença da professora bem próxima das alunas, estimulando-as e incentivando-as, proporcionando com sua presença um apoio deveras importante para um equilíbrio das emoções. É aconselhável que tenham “decorada” a lição desta fase que antecede a partida. Todas devem saber o que têm que fazer. Se criar movimentos diferenciados, importantes para o aquecimento, tanto melhor, pois impressiona positivamente sua equipe, acrescentando-lhe algo diferenciado sobre suas oponentes. Já se constitui num fator psicológico a seu favor. Quais seriam esses movimentos? A critério da imaginação da professora, algo similar aos mesmos movimentos que as atletas realizarão no próprio jogo, executados de maneira mais lenta e cômoda no início, acelerando-se em seguida e respeitadas certas dificuldades.

Costumo dizer que o bate-bola faz parte do treinamento de qualquer equipe. É um momento importante que deve ser observado inclusive para espionagem. (ver item 18, “Percebendo a equipe adversária”). A partir dessas observações, podemos avaliar o desenvolvimento de nossas próprias atletas em situação de jogo. Seriam verdadeiros testes de verificação. A experiência da professora vai indicar-lhe os caminhos (nos treinos) a percorrer para tranquilizar e harmonizar sua equipe, preparando-a para as partidas. Vemos, então, que existe um componente implícito nesta fase: o estado emocional das jogadoras. Como cuidar dele já abordamos alguns aspectos em outro item. Precisamente antes da partida, NÃO se deveria encher as atletas de instruções de última hora, do tipo “Lembrei-me, agora, que você deve…”, ou  “Não esqueça de…”, ou, mais ainda, “Cuidado com…” e tantas outras importantes recomendações que, certamente, ninguém estará dando bola para o que ouviu, se é que se ouve alguma coisa naqueles instantes. O fato principal é que a professora consiga manter calmo o seu grupo e que o seu apoio seja percebido e copiado por todas, auxiliando-se mutuamente. Trabalhe o EMOCIONAL, pois sempre terá que se valer dele. Inclusive, durante as partidas. Observe, ainda, que decisões devem ser tomadas durante o jogo advindas das observações do aquecimento. Para que as atletas tenham esta consciência e discernimento deverão ser bem preparadas para fazê-lo e não aguardar que a professora lhes diga. Só em último caso. É necessário que aprendam a tomar decisões e, para tanto, devem aprender também a pensar em voleibol. (ver item 11, “Final de set…”)

24) O que representa o jogo para as crianças?

A essência do jogo está no prazer e no fato de proporcionar um espaço imaginário que foge das atribulações cotidianas. Quando brinca, o indivíduo fica transportado de satisfação, sem no entanto perder o sentido da realidade. Dois elementos são constitutivos do jogo: a luta por alguma coisa ou a representação de algo, envolvendo neste caso o faz-de-conta, a imaginação. Pode existir um equilíbrio entre esses dois aspectos.  Esses três conceitos foram elaborados por Piaget ao pesquisar a formação do símbolo. Para ele, o jogo é um dos instrumentos principais para o exercício da inteligência. Desde o nascimento até a adolescência o indivíduo passa por diversas fases quanto à construção do seu universo cognitivo: o jogo sensório-motor, o simbólico e o de regras, sendo que este consiste na atividade do ser socializado. Cada uma dessas fases não inclui a anterior: à medida que a criança amadurece sua inteligência se expande, assimilando e acomodando novas brincadeiras aos esquemas já conhecidos.

Aqui termino esta série de textos sobre a atuação da professora na formação de uma equipe de voleibol na sua escola. A partir de agora estarei atento aos comentários e sugestões. Envie suas dúvidas ou questões para, juntos, procurarmos soluções e trocarmos experiências. Até lá!

Voleibol na Escola (XI)

Iniciação & Formação. Problemas e Soluções

20) A treinadora e a líder

A ideia de liderança chegou ao séc. XXI carregada de poder. Seu papel sempre foi o de assegurar o cumprimento de metas, mesmo à custa de força. O líder era apenas uma imposição unilateral com vistas à realização plena de objetivos pretendidos. Ocorre que os tempos mudaram e todos os objetivos se tornaram obsoletos. Tivemos que nos adequar às exigências de um mundo mais competitivo e o que antes era apenas um bando de subordinados, passou a ser visto como um manancial produtivo. Esta ascensão do bando à categoria de grupo implicou a contrapartida do prazer, ou seja, trazer fragmentos do prazer futuro para o presente.

A treinadora – É essencialmente uma provedora de competências para que  outrem transforme essas competências em ações e produza resultados. A treinadora é aquela pessoa que acompanha o desenvolvimento das lideradas, dando-lhes suporte nos momentos difíceis e estimulando-as a avançar continuamente para a sua própria realização pessoal. Desta forma, a treinadora não leva ninguém a fazer por obrigação, mas induz a fazer porque é necessário fazer para crescer, para desfrutar intimamente a vida. A treinadora é a líder que deixou de ser o centro da equipe e se transferiu para fora dela. Em essência, a distinção entre a líder tradicional e a treinadora é o papel que esta assume quando se compromete a apoiar alguém a atingir determinada meta ou objetivo. Ela não se compromete apenas com os resultados, diferentemente do que ocorre com a líder tradicional.

A prática da aprendizagem – Uma questão que se coloca constantemente para discussão é o papel da professora no processo educacional. Durante muitos anos a professora foi sábia e inquestionável. Ela detinha o poder de decidir sobre destinos e tomava para si a obrigação e o dever de ensinar, exigindo em contrapartida, que a aluna aprendesse. Periodicamente, ela avaliava suas alunas e distribuía notas que premiavam ou puniam de acordo com a sua visão unilateral do processo. Felizmente, as coisas começam a tomar novos rumos e hoje já ninguém estranha mais quando ela sai do pedestal e vai para os braços da galera. Porque ela descobriu que assim a aluna aprende melhor.

Como suas aulas podem ganhar mais qualidade? – Unir o conhecimento acadêmico às modernas tecnologias de gestão do treinamento é a chave para que as professoras e estudantes alcancem resultados positivos na área de QUALIDADE e, por extensão, aumento de PRODUTIVIDADE.

Aulas e treinos – Chegar sempre antes das alunas. Mostrar-se feliz, divertindo-se consigo mesma e com o que a encanta – o processo de dar uma aula ou treino. Ser a mais natural possível. Ter talento para o palco, isto é, ser mais do que uma professora – uma show woman – para quem o auditório é o teatro e você a atriz responsável por oferecer drama além de tecnicismo. Descubra primeiro por que quer que as alunas aprendam o tema e o que quer que saibam, o método resultará mais ou menos por senso comum. Lembre-se que o objetivo primordial deve ser o de gerar dúvida para criar conhecimento real. Perceber que o melhor ensino só pode ser praticado quando há uma relação individual entre uma estudante e uma boa professora; uma situação em que a estudante discute as ideias, pensa sobre as coisas e fala sobre elas. É impossível aprender muito apenas sentada ou mesmo, resolvendo problemas propostos.

Para acertar nas aulas – A aula deve ser uma vitrine com a função de despertar o impulso de divertir-se na criança através da exposição atraente e tecnicamente correta dos exercícios e jogos. Mais do que tudo, a apresentação da professora e o visual da aula são responsáveis por transmitir conceitos. A boa aula aposta no equilíbrio e na programação e a criatividade é apenas o tempero na aula bem executada. Mas, lembre-se, uma aula pode estar esteticamente bonita e conter erros técnicos.

Os limites – As crianças e mesmo as adolescentes têm um limite que não deve ser ultrapassado sob pena de graves consequências posteriores. Não adianta forçar, ou melhor, seria até criminoso fazê-lo, devido às sequelas que podem advir deste comportamento. As professoras e treinadoras não devem tratar suas alunas ou atletas como mero objeto ou instrumento do seu querer, mas como um indivíduo em formação, cuidando e zelando para que nada lhe falte ou aconteça, sem os paparicos excessivos, mas com todo carinho, atenção e respeito.

O que você tem que saber antes de iniciar o seu planejamento. Eis cinco princípios para se construir uma boa programação:

Planejamento – antecipar as principais necessidades de informações e material. Suas alunas significam muito para você e o seu trabalho. Pense em tudo o que elas podem trazer de oportunidade para a sua aula.

Admita a sua incompetência – Além de planejar cuidadosamente as suas aulas, você deve manter-se receptiva para permitir mudanças futuras. É impossível não ter que mudar o seu pensamento! Afinal, as alunas mudam!

Comece já! – Não postergue a implantação de um planejamento por querer chegar à estrutura final da primeira vez. A maioria das professoras nem chega a implantar porque não aperfeiçoou suficientemente o programa. Esqueça a perfeição. Implante, tente e você vai estar à frente das demais.

Você não é a mãe, é a madrinha – Envolva o maior número possível de pessoas no projeto, principalmente a sua equipe. É delas que virá a maioria das informações. Elas serão o fator chave do sucesso do programa. Se elas não quiserem, nada vai acontecer.

Planejamento dá retorno – Meça tudo desde o início, principalmente o antes; aos poucos o resultado vai aparecendo e você vai valorizar o investimento. Nada dá mais retorno que investir no relacionamento e em conhecer as alunas.  

  • E os custos que um programa certamente envolve?
  • Os principais custos de implantação – tudo que está envolvido na coleta de dados e custos do processo – você terá que resolver com criatividade e um bom relacionamento. “Mas o maior custo mesmo é demorar para implementar”.

21) Como motivar uma equipe?

Quando estimulamos uma pessoa a realizar determinada tarefa ou a perseguir um objetivo – “Vamos lá! Você vai conseguir!” – na verdade estamos criando uma situação de prazer provocado pela percepção do afeto que age diretamente sobre a inteligência como um todo. Da mesma forma, quando apresentamos uma imagem real de sofrimento futuro, criamos uma situação de desprazer de tal intensidade que impele a pessoa a reagir contra o destino. Assim de uma ou de outra forma, estamos provocando uma reação compatível. E isso é motivar.

Motivar é cumpliciar-se – É tornar-se parceira no sonho quando a coisa é para ser sonhada; é tornar-se parceira na luta quando a coisa é para ser lutada. Os sonhos são fins que idealizamos atingir mesmo antes de conhecer o percurso ou de estarmos competentes para realizá-lo. Porém são válidos por que são referenciais registrados na mente, normalmente com forte carga emocional. Assim, quando criamos um sonho para alguém, estamos plantando uma referência emocional na sua mente.

Elogio e aprendizagem – Dizendo que a pessoa é bonita, inteligente, simpática, estamos transmitindo uma mensagem emocionalmente positiva, eficaz. Esse tipo de mensagem ativa o sistema límbico que identifica como mensagem prazerosa e a registra, incorporando-a à imagem anteriormente definida. Daí a importância fundamental do elogio na aprendizagem. Uma criança permanentemente estimulada com elogios tem muito mais chance de êxito na escola do que as que são constantemente criticadas. O elogio estimula, ajuda a compor uma auto-imagem positiva. A crítica, ao contrário, desestimula, projeta uma auto-imagem negativa.

Auto-imagem – Pode-se afirmar que o primeiro passo a ser dado por quem deseja reformular sua própria imagem interpessoal é valorizar a sua auto-imagem, fornecendo à mente informações positivas a seu respeito. Tudo o que informamos à nossa mente ela registra como verdadeiro. Assim, jamais emita uma opinião desfavorável a seu próprio respeito. Nunca admita, mesmo que intimamente, que é incompetente, incapaz, feia, antipática, fracassada. Não se veja jamais como uma derrotada, veja-se sempre como uma vencedora, cheia de glórias, prêmios e reconhecimentos. Repita para você mesma quantas vezes puder: eu sou inteligente, eu sou criativa, eu sou uma vencedora. Tenha certeza de que a sua mente vai entender isso como real e vai incorporar tais informações à sua imagem e modificar sua relação com o mundo externo. Antes de enfrentar qualquer desafio, imagine-se vitoriosa ao final. Projete uma imagem de sucesso e a sua mente cuidará de encaminhá-la para tal destino. Seja clara e precisa ao informar à sua mente a imagem que pretende ter. Jamais passe imagens fragmentadas ou indecisas. Sua mente registra a informação do jeito que esta chega até ela. Portanto, seja absolutamente clara. Quanto mais precisar as informações, mais definida será a sua imagem e, por conseguinte, mais definido será o caminho. Durante sua atuação, especialmente na área de motivação e sucesso, tenha sempre a preocupação fundamental de fortalecer a auto-imagem das suas alunas, antes mesmo de entrar na matéria propriamente dita. Os resultados são realmente surpreendentes.

Professor de Vôlei (VI)

Voleibol em São Luís (MA)

 

Roberto Pimentel, 16.7.2009.  Aos companheiros, Vejam artigo publicado no site www.sovolei.com /Ultimas/Tempo técnico. Trato do voleibol de praia e cito alguns aspectos da iniciação.

Cláudio, 5.8.2009. Estou fazendo parte da comunidade agora e gostaria de colocar que aqui em São Luís do Maranhão temos um Grupo do Volei que se preocupa com a formação dos alunos e criou um Festivolei, onde crianças de idade de 13 a 14 anos representam o infantil e os 10 a 12 anos representam o mirin. Montamos algumas quadras e reservamos um set para cada grupo poder jogar uns contra os outros. Acreditamos que isso faz com que os alunos possam se sentir muito mais valorizados, pois não existe cobrança técnica nem tática, só o prazer de estar participando e despertando neles o interesse pelo esporte. Somos a maioria dos colégios particulares, mas também temos professores de escolas públicas. Criamos uma competição de infanto masculino e feminino e colocamos os alunos chamados de competição ou seleção para competirem também dando continuidade ao trabalho feito com eles na fase de iniciação nos Festivais. Estamos comprometidos com o bem estar dos alunos sem esperar nada de federação ou de quem quer que seja. Tenho um blog pelo Colégio O Bom Pastor que se chama “blog do cbp” onde vocês irão encontrar fotos dos festivais e das competições criadas pelo Grupo do Vôlei. Aprendemos a dar-mos as mãos e estamos sendo vitorioso por isso. Massificar o voleibol é a nossa meta e estamos dispostos a dar continuidade ao processo.

Roberto Pimentel, 5.8.2009  Recebo com muita alegria a sua mensagem e a de seus colegas. Estão de parabéns pela iniciativa e a resolução de alavancar a atividade física e, por conseguinte, o voleibol, na cidade. Antes de mais nada devo colocar para você(s) que não sou “dono da verdade”, isto é, entrei nesta comunidade para aprender junto com todos. Apenas iniciei o debate colocando o tema “Iniciação ao Voleibol”. Assim, despertado o assunto, as experiências dos colegas vão sendo difundidas e com isto todos nós nos enriquecemos. Portanto, tenho particular interesse em me aprofundar no que fazem. Tentei entrar no blog mas certamente minha pouca intimidade com computadores tenha me impedido. Coloque textualmente o endereço e farei a visita. Preciso e, creio que todos vão querer saber, de mais detalhes e espero que responda às indagações:

1) quantos professores constam do grupo, há mulheres? 2) quantas crianças participam efetivamente? 3) quantas quadras e que dimensões? 4) todos contra todos dentro da categoria? 5) masculino, feminino ou misto? 6) % de meninos e meninas? 7) existe arbitragem, quem a realiza? 8) pais e responsáveis participam? 9) no Festival tem campeões? 10) periodicidade dos Festivais? 11) regras a serem obedecidas, ainda que rudimentares? 12) alunos de escolas publicas convivem (jogam) com os de escola particular? 13) alunos selecionados (de competição) competem além dos Festivais? onde? 14) quem e como treinam os selecionados? 15) e os demais, treinam durante as aulas regulares? Espero não tê-los assustado com tantas perguntas, mas imagino que o relato que fizer dará uma “autêntica aula de vida”. Uma vez mais congratulações e aguardamos os seus dizeres. Um grande abraço à direção pedagógica de sua escola a quem gostaria de conhecer.

Voleibol na Escola (X)

 Iniciação & Formação. Problemas e Soluções

17) De novo a levantadora, agora numa equipe de competição.

Se todos os passes devem ter o mesmo endereço (da levantadora), não é difícil imaginar a sua importância para uma equipe. Costuma-se dizer que é o seu cérebro. Quem deve atacar? De onde? A distribuição das bolas, as combinações de ataque, as fintas, a observação das bloqueadoras, o rendimento das suas parceiras, a técnica individual, o equilíbrio das decisões nas horas difíceis, tudo são momentos rápidos e necessariamente precisos de uma levantadora numa equipe de nível relativo. Dada à responsabilidade de seus atos torna-se necessário um treinamento exaustivo e diferenciado das demais jogadoras. As características da função traduzem-se no seu equilíbrio emocional e em algumas habilidades intrínsecas, tais como excelente domínio da técnica do toque alto, visão periférica, força de salto para bloqueio e velocidade nos movimentos para a chegada nas bolas mal passadas. Ela deve conhecer muito bem suas companheiras de equipe, saber quem possui o necessário equilíbrio nas horas difíceis, confiar em quem pode decidir com um ataque e, se necessário, orientar essa atacante para onde dirigir sua cortada. Fora da quadra, deve ser conselheira, comedida, singela e uma moça que inspire tranquilidade, calma e confiança. Deve ser amiga de todas as suas companheiras.

18) Percebendo a equipe adversária

TODAS as ações e movimentos da equipe adversária, sem exceção, devem ser acompanhados atentamente por mais de uma observadora. As figuras principais desse trabalho são a própria treinadora e a levantadora (ou capitã) da equipe. Isto implica que qualquer detalhe deve ser levado discretamente ao conhecimento de ambas para elaboração e subsídio de futuras decisões que serão tomadas durante a partida. As observações têm início a partir da chegada da equipe à quadra, durante o aquecimento, com ou sem bola, a todo instante. Qualquer detalhe pode ser importante num momento de decisão, pois traduz como pensa e age a sua treinadora. Transmite informações valiosas da sua personalidade que identificam o seu pensar e o seu agir durante a partida, inclusive sobre suas possíveis decisões: “A equipe é reflexo de sua treinadora”. É um verdadeiro trabalho de espionagem, em que se procuram migalhas de informações. As auxiliares, se houver, cuidam dos detalhes de aquecimento e preparação das demais atletas. Caso não as tenha, a treinadora deve realizar aulas de esclarecimento de como se aquecer sozinhas. É fácil e muito importante para a equipe, pois transmite autonomia e segurança (ver item 19, A treinadora).

Durante a partida, as observações devem ser realizadas a cada jogada de ataque, percebendo-se em rápidos e sucessivos olhares, como se posiciona a equipe adversária e quais os seus pontos falhos – melhor bloqueadora, pior defensora, atleta mais temperamental, a mais nervosa e, principalmente, onde se posiciona a levantadora. “Se não pode derrotar o inimigo, alie-se a ele” – esta é uma máxima que, guardadas algumas proporções, podemos traduzir para o nosso dia a dia de outra forma: se conhecermos bem as nossas adversárias saberemos do que são capazes – suas virtudes e fraquezas – e isto pode nos tornar mais fortes.

19) A professora e a treinadora

Para tornar um grupo de garotas numa equipe com forte personalidade e vencedora, não basta ensinar-lhes os fundamentos e as táticas mais sofisticadas do voleibol. Compete à treinadora dar-lhe também a necessária autonomia para tomar decisões inevitáveis durante as partidas mais difíceis e para a vida, em geral. Como fazê-lo? O que deve ser evitado? Não existem receitas prontas e muito menos donas da verdade. Existem  pessoas que já passaram por diversas experiências em circunstâncias as mais variadas e que, por isso, adquiriram alguns ensinamentos emanados das soluções e respostas que assumiram naqueles momentos. Ao longo de uma dezena de anos de vida esportiva em todos os níveis a que um jogador pode chegar, concluí:

  • As pessoas são as mesmas e têm os mesmos anseios e aptidões de outrora;
  • Atualmente encontram-se muito mais problemas de instabilidade emocional;
  • Melhoraram e foram aperfeiçoadas formas de treinamento; o esporte por esporte não tem lugar em certos grupos;
  • A competição pela vida está mais acirrada.

Tudo isto e, possivelmente muito mais, é atirado sobre as pequenas alunas ou atletas, cobrando-se-lhes ainda vitórias, pois o paradigma moderno é “VENCER ou VENCER”, não importa como. Basta ver as inocentes partidas de qualquer esporte na sua escola, com os seus próprios filhos. As TVs contribuem em muito quando dão destaque às cenas de violência, os métodos empregados e uma super valorização do desportista que alcança o pódio. É o culto do “herói nacional”. A professora numa escola ou a treinadora de equipes iniciantes num clube têm pouca chance de desenvolver qualquer modalidade esportiva com apoio da entidade. Sobrevivem graças à sua persistência e obstinação. E isto implica em sacrifícios muitas vezes irreparáveis, uma vez que para atender a uns, inevitavelmente negligenciará com outros. E fico a imaginar o caso das mulheres, esposas e mães, professoras e treinadoras. É quase impossível conciliar tantos afazeres, muito embora tenham uma inteligência emocional bastante desenvolvida, inclusive em escala maior que a dos homens.

Como fazer? – Como é difícil dizer algo a respeito uma vez que cada caso é um caso e, dificilmente alguém, mesmo com a maior experiência do mundo, poderá aconselhar a professora que tem dificuldades ou problemas inusitados e intransponíveis em muitos momentos. Além disso, soluções aplicadas em certas regiões ou comunidades com relativo sucesso, necessariamente não correspondem ao que deva ser empregado em outro grupo. Aspectos culturais, sociais, religiosos e de todas as espécies contribuem para fazer a distinção entre grupos humanos. Sem considerar as características pessoais dos indivíduos e suas relações com a coletividade. Mas isto não me desanima em buscar soluções, pelo contrário. Então, vamos a elas!

Uma sugestão – e não uma receita – seria que se estabelecessem algumas metas a serem atingidas e perfeitamente alcançáveis pelo grupo durante um período estabelecido em comum acordo com as alunas. Quanto mais pessoas envolvidas no propósito, melhor. O fato de uma só assumir todas as tarefas facilita de um lado – não há discussões, é impositivo. Por outro, dificulta em futuros relacionamentos e aspirações, produzindo-se mais facilmente os inevitáveis conflitos de opiniões e a formação de partidos, que acabam com a unidade do grupo. E há ainda a possibilidade de alguém mudar de ideia, trocar de interesse e desistir da tarefa. Como ficam as demais pessoas?

Quando dizemos um grupo, estamos nos referindo a uma grande coletividade – as escolas de um município, com seus alunos, pais e professores. Se conseguirem formar uma unidade de pensamento e aspirações em torno de um programa construído por eles mesmos, terão dado o primeiro grande passo no seu crescimento. (Veja tb no item 20,  “O que você tem que saber antes de iniciar o seu planejamento”)

O quê deve ser evitado? – As tentativas isoladas não se perpetuam no tempo e tendem a esvair-se rapidamente. Abdicar de qualquer vaidade, tornar-se simples e convencer seus pares e colegas que, JUNTOS, poderão tudo. Sozinha, é apenas mais uma tentativa que não vingou. A vida está repleta de exemplos, a literatura, os psicólogos e toda uma gama de conselheiros ensinam lições de solidariedade e união para se caminhar numa direção de realização maior. A competição pela vida, a garantia de seu trabalho ou emprego, o seu dia a dia, tudo impõe condições estressantes às pessoas que se protegem em casulos. Estes são verdadeiros muros de proteção aos seus interesses imediatos sob o manto da competência ou soberba, agredindo a maioria das vezes a quem se aproxima não importa com que intenção. Quando conseguem parte do que querem, colocam-se num pedestal tão alto que é impossível qualquer diálogo ou união de propósitos: parece que estão todos contra. ” Eu estou certa e o mundo que se dane…” O afastamento das colegas gera um isolamento que não leva a lugar algum. Pelo contrário, depõe contra a profissão e sua atuação educativa. O que esperar da professora que nem as suas próprias colegas conseguem trabalhar juntas?

Voleibol na Escola (IX)

Iniciação & Formação. Problemas e Soluções

15) As “reservas”

Enquanto estávamos jogando minivôlei não existia esta figura. TODAS estavam convidadas a participar dos jogos e das brincadeiras. Quando começarmos a formar equipes para jogos 6 x 6 naturalmente teremos que administrar interesses, isto é, o grupo está acima de tudo. Como o regulamento nos impede de jogarmos com mais de 6 de cada vez, a cada partida o time poderá estar composto com diversas titulares e reservas, que poderão ser rodiziadas segundo interesses coletivos e o bom senso da professora. Fazê-las perceber as vantagens que um grupo unido aufere e a força que o movimenta para novas conquistas. O apoio mútuo alimenta e alicerça os contatos,  as amizades e o companheirismo entre as integrantes. Para manter e expandir este clima compete à professora observar preceitos elementares de convivência, não se imiscuindo no processo de vencer a qualquer preço. É natural e saudável que a cada partida de alguma forma a maioria senão todas, possam atuar. As conversas e conselhos que antecedem as disputas servem de amparo e transparência para as ações que terá que tomar em seguida. Assim, TODAS devem participar destas reuniões e, se necessário, o assunto colocado na pauta: quem começa jogando, quem não pode jogar por este ou aquele motivo (as meninas podem ter efeitos das menstruações), quem está chateada por algum motivo, estão todas animadas? E os incentivos? Confiam na professora? Têm alguma queixa? São coisas corriqueiras que devem ser cultivadas e ampliadas, facilitando o respeito e o convívio entre as partes, o que as torna UNA.

Efetivamente, e nisto há um consenso entre as atletas, quando existe um acentuado desnível técnico, a reserva é aceita sem qualquer demérito. Isto é válido quando já se formou uma equipe de competição para disputas de torneios e campeonatos. Em se tratando de jogos amistosos entre grupos ou turmas de colégios, será conveniente que TODAS, sem exceção, participem das atividades: não deve haver titulares e reservas. As outras professoras das diversas equipes poderão compor um regulamento específico prevenindo esta situação.

16) Uma canhota na equipe

Ela atrapalha? Como aproveitar seu potencial máximo?

Costumo dizer que “… Melhor do que uma canhota na equipe, só duas”. É evidente que estamos considerando em igualdade de condições com atletas destras. A vantagem da equipe com uma jogadora canhota está no diferencial que possa fazer no ataque. Por si só, o fato de atacar com o braço trocado – todas estão acostumadas a bloquear e proteger determinadas zonas da quadra sob ataques de destras – já constitui num fato diferenciado, não treinado e, assim, mais difícil de ser defendido. Se a canhota for a levantadoras com relativa altura, poderão ser utilizados ataques surpresa (ataque de 1ª) em determinadas bolas passadas com trajetórias baixas (retas) junto à rede. Podem atacar com batidas curtas (breve movimento de punho) ou através de puxadas (ligeiro movimento de cima para baixo, acompanhando a trajetória da bola, permitido nas regras).

Se forem exclusivamente atacantes, devemos considerar os respectivos ataques das 3 posições possíveis da rede:

a) ataque-esquerdo, posição (IV) ou entrada de rede –  posição defendida pelo treinador cubano da equipe feminina várias vezes campeã. Mantinha a atleta canhota Regla Bel nesta posição; quem bloqueia deveria dar um tempo maior para o salto, pois existe uma distância (praticamente a largura dos ombros) entre o ataque de uma destra e de uma canhota. Dependendo de suas passadas preparatórias para o salto, a canhota define para onde dirigir o seu ataque mais forte, se em diagonal ou paralela, no corredor. O tempo para este ataque dificulta também a defesa, treinada invariavelmente só para bolas oriundas de jogadoras destras.

b) ataque-centro, posição (III) ou meio de rede –  na sua totalidade e considerando-se que a levantadora está na posição convencional após o 1º passe, é preferível que a canhota esteja inicialmente posicionada mais para o lado direito da rede (saída) e realize suas passadas para o salto em direção ao centro da quadra. Neste caso, a levantadora deixará a bola basicamente à meia altura à sua frente, no meio da rede. A diferença está nas passadas vinda de outro lado (da saída para o centro). Caso possua técnica específica poderá saltar numa só perna (china). Nunca vi qualquer equipe utilizando uma canhota desta forma. O que se fazia – e reputo como errado – era a canhota atacar a bola relativamente baixa  (meia bola), com passadas da esquerda para a direita, indo ao encontro da levantadora (a bola lhe era passada da direita para a esquerda). Isto anulava qualquer bom ataque. Algumas tentativas foram feitas quando a seleção brasileira feminina possuía duas canhotas no time: nunca foram positivas para a equipe. 

c) ataque-direito, posição (II) ou saída de rede –  posição mais comumente ocupada pelas atacantes sinistras. Veja-se o caso recente da seleção brasileira com a atleta Leila. Basicamente aquele território era seu e para mais ninguém. Às vezes produz-se uma jogada de finta e ela é acionada no meio da rede, logo atrás da atacante de meio na jogada que apelidamos desmico. Seria a jogada que preconizamos no item (b) – para a canhota, poderia ser uma china (corrida e salto numa perna).

Comentário –  Certa feita vimos em Niterói, no ginásio do Caio Martins, uma equipe de voleibol masculina japonesa que tinha um canhoto como um dos seus elementos de destaque, embora não fosse alto. Era, sim, muito rápido e saltava bem. Acontece que o técnico da sua equipe construiu todas as jogadas de ataque para ele quando estivesse na rede. Como à época jogavam com muitas fintas, quem aparecia sempre para a cortada era o canhoto, NÃO IMPORTAVA EM QUE POSIÇÃO DA REDE. Nenhuma ação era repetida, sempre apresentavam surpresas que atordoavam o bloqueio e a defesa adversária. No Brasil temos poucas jogadoras canhotas e bem poucas treinadoras que sabem como tirar proveito de suas características para máximo rendimento da equipe.

d) qual a posição da canhota na equipe? – em princípio, a melhor posição para uma canhota na equipe é à frente da levantadora (na posição de rodízio). A bola levantada da esquerda para a direita é a melhor coisa para esta jogadora e, se atacada no meio da rede, melhor ainda. Quando atacam da saída da rede, as canhotas têm como ponto forte as cortadas na direção do corredor (ou paralela), proveniente de um pequeno giro de tronco quase que natural. Para realizar as cortadas na diagonal, deverá tomar uma posição inicial de chegada com o corpo ligeiramente paralelo à rede, vindo da lateral da quadra para dentro. Esta é também a posição com que pode atingir qualquer ponto da quadra, caso o bloqueio adversário o permita. Lembro às professoras que estou falando de equipes em formação.

Que tal discutirmos estas considerações? Envie o seu comentário e suas dúvidas.

Professor de Vôlei (V)

Poder Pùblico

Roberto Pimentel, 15.7.2009  Vejo que coordenar ou administrar eventos é complexo, especialmente quando se está servindo a um órgão público. Sua posição é delicada, não tem garantia alguma se estará no cargo no dia seguinte. E todos os participantes sabem disso. Dessa forma, fica muito difícil permanecer na função com independência, pois terá que ter muito “jogo de cintura”. Pelo que consta do site, são muitos os personagens no staff administrativo e, com certeza, cada um com vários interesses. Diz-se com muita propriedade que “nada dá certo quando o poder público comanda qualquer coisa neste País”.  Torço para que vocês sejam a exceção, mas se continuarem a agir da forma que estão fazendo, nada mudará. Aliás, com a entrada de novas modalidades o problema se agravará, uma vez que estará visando o aumento de participantes, quando o problema real está no docente e a direção pedagógica da escola. E, também, na organização do evento que repete os mesmos erros filosóficos e pedagógicos de nossos tempos: a exclusão de muitos em favor de uma minoria. Por que não organizar eventos de caráter INCLUSIVO? É a única fórmula que conheço para uma perspectiva de incremento no número de participantes, o que daria o mérito à Secretaria de produzir a inclusão de todos os alunos, não só os mais talentosos. Pela excelente descrição que nos brindou, uma verdadeira avaliação, percebo que um diagnóstico concreto conduziria suas ações para aspectos menos competitivos – onde o tom não deveria ser a competição, a busca dos talentosos, mas a QUALIDADE do ensino na própria escola. E esta qualidade deverá passar sempre pelo atendimento de TODOS, e não somente os selecionáveis. Este é o principal erro do modelo a que estamos acostumados e que copiamos ano após ano. E ainda proclamamos que o “esporte educa…”

Certa feita estive com uma diretora de escola particular famosa em Niterói e conversamos sobre este assunto. Ela dizia que o educandário estava ótimo no quesito Educação Física, pois as equipes femininas eram participantes e vencedoras em campeonatos cariocas. Congratulei-me com a escola por ter duas equipes de destaque (24 atletas) e indaguei-lhe a respeito dos 376 alunos restantes, objeto de meu interesse. Calou-se!

Proclamam que tais atividades tiram as crianças das ruas, contribui para socializá-las, é um direito constitucional etc., mas, na prática, as ações são efêmeras e pouco eficazes. Repetem-se as mesmas fórmulas excludentes. Aliás, como relata, já não se consegue manter os mesmos praticantes, que se desencantam e tomam outros caminhos. Não mais acreditam no que estão fazendo, saem em busca de outros divertimentos ou atrações. Se tal acontece no nível de competição (entre os selecionados na escola), imagine quanto aos demais.  

Um “recomeço”. Mantenha o que vem fazendo e produza novo evento utilizando somente o minivoleibol (tem a preferência das meninas) sem a preocupação de competições e vencedores, mas verdadeiros Festivais de congraçamento (os gastos são mínimos). P. ex., a escola que se apresentar com maior nº de componentes – alunos, pais, professores de outras disciplinas e afins – recebe um carinho especial (menção). Tem o mérito de aproximar da escola os responsáveis. Estes Festivais poderiam ser mensais, somente aos sábados. Os professores teriam que ter instruções preliminares (um curso lhes faria bem), mesmo os mais iluminados, para aprenderem a dar aulas para muitos alunos ao mesmo tempo. Provavelmente com professor gabaritado (em quem acreditem), não importa se da própria comunidade (consulte a todos) ou renomado, importante é que tenha conhecimento “profundo” e uma experiência neste mister. Certamente, não encontrará fácil este indivíduo no mercado. Tem até técnico da seleção nesta empreitada, mas…

Existe um colégio em Niterói que utiliza o minivoleibol há mais de 25 anos – as redes ficam disponibilizadas no pátio 24 horas. Os próprios alunos organizam os seus torneios sem interferência de qualquer professor. Cada turma (ciclo) tem a sua organização. Ao longo destes anos, quando o aluno opta por atuar na equipe do colégio, faz a alegria do professor responsável, pois já sabe jogar e tem uma experiência de vários anos. Dali surgiu, por acaso, um campeão mundial infanto-juvenil, o Leonardo. Este fato passou despercebido para os docentes, uma vez que a orientação sempre foi que o aluno fizesse a sua própria escolha e atuasse (fora da aula de EF) por sua vontade. E como jogam…!

Voleibol na Escola (VIII)

Iniciação & Formação. Problemas e Soluções

e) a defesa, posições na quadra e usufruindo o regulamento.

Para realizar boas defesas as atletas devem possuir uma boa técnica (individual), que inclui diversos aspectos. Entretanto, algumas se destacam e, por isso, são “aproveitadas” e colocadas em posições consideradas mais prováveis de intervir nos lances. Assim é desde os seus primeiros jogos de minivôlei e será sempre na sua vida esportiva. Essas posições estão em função também dos ataques da equipe adversária. Se há regularidade em lançamentos para uma determinada zona da quadra, se uma jogadora é mais importante e muito acionada, tudo são fatos relevantes que devem ser observados pelas jogadoras e, principalmente, pela treinadora. Se houver necessidade, realizar trocas regulamentares entre suas atletas logo após o saque ou a recepção do saque adversário.

f) líbero: devo “construir” uma?

Se a treinadora aceitar um breve conselho, diria que ao invés de UMA, deveria formar tantas quantas fossem possíveis para a sua equipe. A formação técnica da jogadora para esta função é bastante apurada, além de um sentido de equipe e coletividade invejáveis. Ela é a “formiguinha” que carrega tudo, sem se queixar, sem aparecer, sem firulas, sem qualquer vaidade. É uma verdadeira “guerreira”. Ela se dá pela equipe.

g) se a minha equipe possui uma jogadora que recepciona mal, que devo fazer? 

Ora, que bom! Se SÓ uma delas recepciona mal o saque, isto é bom para você, para ela e para toda as suas companheiras. Para você, professora, por que somente uma delas apresenta momentaneamente este pequeno problema. Isto é motivo para ficar feliz, pois já sanou as dificuldades de todas as outras companheiras. Para ela mesma, por que terá a ajuda e o incentivo, agora, não só da professora, como das suas colegas de equipe. Terá, inclusive, em quem se espelhar e com quem se aconselhar. É uma fase que será rapidamente vencida com tanto apoio. Para as demais jogadoras, pela oportunidade de também elas se solidarizarem com uma colega e amiga que precisa de apoio para que toda equipe se beneficie e se desenvolva harmoniosamente. Este é um dos princípios educacionais perseguidos na educação pelo esporte. Nas sequências de treinamento ou nas aulas, ela poderá ser mais acionada e corrigida pelas próprias colegas. O importante é transmitir-lhe que vai conseguir com o seu próprio esforço e a ajuda delas. Inclusive, caso ela se destaque em outra função, torná-la instrutora desse novo fazer, igualando-a a todas. A professora se encarregará de destacar onde está a principal falha no movimento.

Nos jogos, desde que não comprometa demasiadamente, orientar as jogadoras no sentido de apoiá-la sem excluí-la. Este apoio pode ser através de uma dica, um simples gesto ou pequena mudança de posição, sem a participação ainda da professora. Caso não esteja resolvida a questão, com um pedido de tempo pode-se modificar o panorama e incentivar sua atuação. É importante que sejam  ressaltadas outras qualidades da atleta, seus progressos na qualificação técnica deste fundamento e a sua ajuda em outros procedimentos. O elogio é a chave da motivação! Mais à frente (item 21, “Como motivar uma equipe”), falarei a respeito.

Voleibol na Escola (VII)

Iniciação & Formação. Problemas e Soluções

c) o levantamento: quem levanta?

No jogo 3 x 3 – minivôlei – argumentamos no sentido de que TODAS exerçam TODAS as funções dentro do jogo, não destacando esta ou aquela situação. O aprendizado deve ser suficientemente genérico para que as crianças tenham uma vivência gratificante e educativa. Ao passar para o jogo 6 x 6, ainda na fase de iniciantes, não vemos por que mudar. Nas posições de rede, a que estiver em melhor posição deverá fazer os levantamentos, independentemente se lhe passaram a bola para o 2º toque: “a segunda é da levantadora”, já era…” Qualquer uma tem que estar em situação de, melhor colocada, realizar bem o levantamento. Entretanto, sabemos que as melhores posições para exercer o levantamento estão nas posições (3) ou (2) – meio ou saída de rede. Em muitas competições as equipes iniciantes elegem a posição (3) como a “obrigatória” para a levantadora.   

d) o ataque, suas facetas e características.

Vamos considerar neste estudo os ataques por cortada realizados dentro da posição correspondente (2, 3 ou 4). Para a professora, de imediato surgem as seguintes indagações:

  • qual a melhor posição para que suas alunas aprendam a executar um golpe de ataque por cortada?
  • como deve ser executada a cortada: com o máximo de potência?
  • quais os principais problemas a enfrentar inicialmente?
  • como minimizar os erros?
  • como se caracteriza uma boa atacante?

Melhor posição – a mais próxima da levantadora, não importa em que lugar da rede; são bolas levantadas à meia-altura (meia-bola, no jargão do vôlei).

Vantagem – Aumenta a precisão do levantamento, facilita a relação com a atacante, que regula melhor o seu “tempo de bola” com o salto. Estimula o ato de pensar antes do gesto (observação, memória e inteligência). Mais à frente, facilita os ataques com salto numa das pernas (bola ou cortada “china”), um movimento similar à “entrada em bandeja” do basquete.

Execução da cortada – A maioria das iniciantes crêem que a cortada deve ser realizada com o máximo de força que se possa empregar. Isto se deve ao seu movimento espetacular e elástico e ao conceito da grande maioria das escolas de treinadores, especialmente os mais modernos. Para quem executa parece uma realização plena o fato de cortar com muita força. Entretanto, isto somente não a torna uma “boa” atacante.

Problemas iniciais – As jovens atletas têm grande dificuldade em coordenar os saltos com o movimento (no ar) para a batida na bola. Decompor estes movimentos (pontos-chave) e utilizar a transferência (transfert) para auxiliar e contribuir na sua execução global.

Exercícios – Utilizar uma forca, onde a bola está “parada”, permitindo à treinadora corrigir todos os detalhes necessários à impulsão, elevação do braço e posterior queda. Bolas lançadas pela treinadora à pouca altura e próximas à rede, com pequenos saltos e velocidade de braço; mais tarde, com mudança de direção nas batidas. Observar e apostar que o movimento do braço da cortada é idêntico ao do saque tênis. O que se fizer num movimento, far-se-á no outro. Se, ao sacar, a atleta estiver lançando a bola ligeiramente para trás, fará a mesma coisa no salto para a cortada: entrada “a mais” do próprio corpo, que deverá ser “compensada” com um extensão exagerada de tronco ou pegada da bola com o braço “encolhido”. Para corrigir, use a forca com a bola no máximo de altura que a atleta possa tocar com a extremidade dos dedos. Realizando os movimentos corretamente, conseguirá “cortar” esta bola no ápice de seu alcance. Usar também exercícios com bolas de tênis, com ou sem salto, utilizando alvos na parede ou no chão (mudança da trajetória). Nos arremessos para o chão, cuidar para que não toquem na rede, que poderá estar mais alta do que o regulamentar. Observar que CADA indivíduo tem uma capacidade de impulsão própria e limites variados.

Minimizando erros – Vejo como principal fonte de erros as distâncias entre as atacantes e a levantadora. Quando puderem estar próximas a tarefa de ambas ficará facilitada. O que se teria que treinar é como fazer estas aproximações das duas cortadoras, coisa que não requer muita imaginação. Criou-se um estereótipo, um clichê, com as três posições de rede que, até hoje, parecem imutáveis. Então, somente a atacante de meio é quem ataca pelo meio da rede e, as demais, das respectivas posições.

Ataque de meio – Tenho inegável apreço pelo ataque de meio de rede. Creio mesmo ser uma das melhores posições, senão a melhor, para ataque, especialmente em se tratando de iniciantes. Qualquer movimentação das atacantes pelo meio da rede provocará sérios problemas para as defensoras adversárias, pouco afeitas ao esquema correspondente de defesa. Para as atacantes, oferecem-se múltiplas ações de ataque, inclusive por “largadas ou “colocadas” (bolas lançadas atrás ou próximas do bloqueio). Não é necessário usar a “força”, mas inteligência e moderação, o que transforma as jogadoras em boas e eficientes atacantes, diferenciando-as das demais. A treinadora tem papel preponderante nesta formação: ela estimula ou inibe essas providências e ações e, como já vimos, a equipe “tende” a copiar a sua treinadora em tudo: passa a ser um reflexo seu. (ver tb item 11 “Final de set, hora de decidir…”)

Professor de Vôlei (IV)

 4. Reciclagem e problemas nas escolas 

Roberto Pimentel, 12.7.2009.  Infelizmente, os únicos seres neste país que conheciam o termo mini volei eram os que estavam muito próximos de mim. O Marco Aurélio só foi conhecer quando fui convidado para desenvolver técnicamente o mini no programa da CBV. Quem promovia TODAS as aulas de demonstração nas escolas era exatamente eu e mais ninguém. Desiludi-me face ao mercantilismo empregado na entidade. Imagino que tenham ficado órfãos quanto à metodologia a propor e as atitudes pedagogicas recomendadas para trabalhos com crianças. Se duvidar, frequente um dos cursos de formação que realizam. Outros, a quem emprestei e leram os Anais do 1º Simpósio Mundial de Minivolei da FIVB (Suécia, 1975), permaneceram estáticos no processo educacional, nada acrescentando ao que foi dito (e mal) há 34 anos. É incrível! Este é um dos motivos do site que estou lançando em breve. Instruir, “aprender a ensinar”, pela internet. Atualizar ou informar a quem quer fazer melhor e se interessa por uma boa formação para as crianças. Vou entrar no site e ver de que forma poderei ajudá-los.

Roberto Pimentel, 13.7.2009. Pediu-me que colaborasse na reciclagem dos professores para que eles despertem o interesse dos alunos pelo voleibol. Estive também examinando a apostila do minivôlei inserida no site da Secretaria de Esportes da Prefeitura de Duque de Caxias.   Após leitura rápida e breve análise do que estão a realizar, percebo que estão no caminho certo, isto é, incentivar a prática desportiva na escola. E mais, já agora com a preocupação da valorização do docente, através de estímulos à sua “formação continuada”. Em que consistiria esta reciclagem? Que ferramentas pedagógicas poderão contribuir para um crescimento dos docentes? Se lhes for perguntado, temos certeza de que as respostas serão evasivas e não nos levarão a nada. Você deu o primeiro passo através da confecção de textos pedagógicos. Todavia, pressupõe-se que sejam do conhecimento dos professores, pois a Pedagogia faz parte do currículo das escolas de Ed. Física. A releitura seria apenas uma lembrança de que existem alguns princípios que devem ser seguidos ao longo do ensino, já que a simples leitura (e você nunca saberá se leram) não vai modificar o comportamento deles. A tentativa louvável se perderá mais uma vez no imobilismo, isto é, tudo será igual no dia seguinte e as coisas se repetirão ano após ano. Que atitude tomar para mudar este estado de coisas?  

Todos lêem, aprendem, decoram textos. São capazes de discorrer horas sobre o assunto sentado a uma mesa. Contudo, tanta informação não é suficiente para se realizar uma aula em que se pretende ensinar algum conteúdo aos alunos. Psicologia é ciência, mas “ensinar é uma arte”. E o que falta aos professores que pretende auxiliar nesta difícil tarefa é APRENDER A ENSINAR. Precisam romper os grilhões que os prendem ao passado, um CHOQUE de criatividade e liberdade para pensar e agir, e não REPETIR ou COPIAR procedimentos usados desde a época de nossos avós. Imagino que precisam “ver e sentir” algo palpável, algo em que acreditem, que tenha crédito e que sintam que mude para melhor. E que eles podem também realizar. Há que se promover a transposição da TEORIA para a PRÁTICA. Tenho a receita para tal, já testada e aprovada ao longo de muitos anos. É um dos assuntos do site que estou criando. No caso da Secretaria, a sugestão seria um Curso de Formação Continuada para os professores que atuam no município, participantes ou não dos jogos escolares. Além disso sugiro um reexame do formato das competições de minivoleibol para crianças de 8-14 anos. Vocês poderão cooptar todo o universo do Ensino Fundamental, e não somente algumas equipes. Imagino que deva ser algo à parte dada a quantidade de participantes. Se quiser aprofundar o diálogo estarei à disposição. Não encontrei no site da Secretaria o “Fale conosco”.

Solução de problemas. Um lembrete para toda a Comunidade do Voleibol: estou à disposição para conhecer e tentar encontrar soluções para quaisquer problemas relacionados ao assunto. Isto nos enriquece a todos. Percebo que não está havendo manifestações de colegas. Participem, desnudem suas dúvidas ou problemas.

Guilherme, 14.7.2009.  Infelizmente já tentamos realizar cursos de reciclagem através da Secretaria mas parece que nossos professores e outros não pecisam adquirir novos conhecimentos apesar de demonstrarem através de seus alunos que o caminho que estão trilhando não está dando certo como você pode ver pelo número de equipes participantes, que vem caindo ano a ano. Talvez devessemos oferecer cursos com pessoas fora de nossa comunidade e de algum renome para ver se assim eles se interessam. Sei que alguns leram os textos do site e até tentam segui-los mas a maioria quer abraçar o mundo e passa a tomar conta de várias equipes em várias modalidades o que os leva a não conseguir se dedicar e demonstrar conhecimento firme e seguro para prender a atenção de seus alunos. Temos tambem vários “professores” que se aproveitaram dos “cursilhos” que o CREF ministrou  e que felizmente não o faz mais e possuem “títulos” de provisionados que lhes permite atuar com equipes escolares. No nosso Regulamento permitimos a participação apenas de Professores formados, estagiários de Educação Física acima do quarto período (conforme a lei) e estes que conseguiram a tal carteirinha do CREF. A única maneira que encontrei para efetuar alguma mudança foi acrescentando dentro do Regulamento as regras específicas do Voleibol Infantil e do Minivolei e dando uma atenção maior na categoria infantil e sub 12, que possuem um número significativo de modalidades e consequentemente pontuação para o Troféu Geral. As escolas públicas melhores colocadas ganham o direito de poder participar do JEEP. As campeãs de cada modalidade podem atuar como representantes da Olimpíada da Baixada (competição organizada pelo jornal O DIA) e a partir do ano de 2010 o Prefeito prometeu prêmios às escolas melhores colocadas. Quanto ao link – Fale conosco. realmente foi retirado pelo desuso total já que eles preferem efetuar a comunicação pessoalmente comigo nos locais de jogos e ao final de cada ano realizamos a reunião final de avaliação e nesta, as sugestões, reclamações e críticas são avaliadas pela Comissão Organizadora. Continuarei insistindo no processo de conscientização dos professores através das mudanças que pretendemos realizar em outras modalidades também, tais como o mini handebol, o tênis pongue (iniciação ao tênis) e o mini basquete. Obrigado pelos conselhos e atenção.