Clínica Investigativa, Tatear Pedagógico

 

Tatear Pedagógico, Subsídios para Teses e Mudanças

Foto 104Em continuidade aos meus apelos a PROFESSORAS e PROFESSORES, a respeito das pesquisas e experiências sobre Metodologia e Pedagogia aplicáveis às suas aulas, relembro o apelo do eminente Senhor  José Curado, em 2006, aos professores e treinadores portugueses:

Não há progresso significativo sem investigação. É preciso acabar com o clima de desconfiança há muito existentes entre os teóricos e os práticos, avançando para projectos de cooperação entre uma Academia verdadeiramente aberta à comunidade e a actividade desenvolvida pelos atletas e treinadores, contribuindo para a resolução dos problemas levantados por esta. 

Lições para Projetos, Métodos de Ensino, Pedagogia Experimental,  Interação Social, Linguagem, Instrução Individualizada e em Grupo, Reflexão na Ação, Interação e Construção do Conhecimento, Tatear Experimental, Heurística, Intuição, Métodos de Gradação de Ajuda.

Compilando artigos já postados, selecionei três deles que em última análise trata-se de um só. Refere-se à minha atuação em breve curso em uma das favelas do Rio de Janeiro, mais precisamente no Morro do Cantagalo, zona Sul. Efetivamente, soa como um relato bem elaborado para as minhas pretensões. Peço paciência, mas talvez muitos dos atuais visitantes ao blogue não tiveram contato com eles. Posteriormente, seguiremos a mesma linha comentando um quarto artigo – Apresentação na Escola -, com temas instigantes: O poder de pensar sem pensar e Intuição.

Como diria Pavlov, lancei apenas investigações objetivas, deixando de lado todo o subjetivo.

 

Lições de um Projeto, Perspectivas de Aprendizado (I)

Publicado em 8/nov./2009

OLYMPUS DIGITAL CAMERAInteração social e comunicação

Crianças (a partir de 9 anos), adolescentes e adultos (até 23 anos) de ambos os sexos, moradores de morros da Zona Sul. Total de inscritos: 200. Atividade: mini voleibol 3 monitores da comunidade.

Planejamento & Atuação

Tema pedagógico – Metáfora do Andaime

Quando bem construídos, os andaimes ajudam a criança a aprender a ganhar alturas que elas seriam incapazes de escalar sozinhas.

Proposta

Formação de liderança na comunidade para continuidade das ações.

a) Convite a moradores da comunidade para o papel de monitores/professores, independentemente de histórico desportivo.

b) Identificados na comunidade quem já praticava o desporto (clube, praia).

 

MiniSG3Metodologia

Instrução em grupo – nível de interação entre as crianças como facilitador do desenvolvimento dos exercícios; reconhecimento dos benefícios quando o indivíduo é ajudado por outro que tem mais conhecimento e como este último pode ele mesmo beneficiar-se. O professor e a capacidade de explorar as interações entre crianças para facilitar a aprendizagem (considere-se que trabalho em grupo pode produzir pouca atividade de aprendizagem dirigida); resolução cooperativa de problemas (exigência de técnicas de “combinação”, seleção de tarefas e incumbências, e administração do trabalho em grupo).

Instrução individualizada – capacidade de as crianças, enquanto aprendizes serem arquitetas da própria compreensão; capacidade de autocorreção e autoinstrução, individualizando a própria aprendizagem; importância da interação social, da comunicação e da instrução.

Criando a interação entre colegas – como e em que circunstâncias a cooperação e a comunicação levam à construção conjunta de conhecimento e compreensão entre crianças?

Mapa do território do aprendiz

A perspectiva que adoto solicita a interação, a negociação e a construção conjunta de vivências que habilitem a criança e o adolescente aprenderem a ‘linguagem’ proposta. Isso exige necessariamente, e sempre, um elemento de interdependência e a capacidade de fazer descobertas acidentais. A experiência me diz que certo grau de incerteza, a possibilidade de se deparar com surpresas e a chance de descobrir e resolver novas ambiguidades é o que impulsiona e motiva tanto o ensino quanto a aprendizagem. A única maneira de evitar a formação de concepções errôneas arraigadas é a discussão e a interação, lembrando que “no discurso matemático, uma dificuldade compartilhada pode tornar-se um problema resolvido”.

Pequenos grandes passos: teoria e prática

Vocês acompanharão na parte II dessas “Lições” os momentos em que buscamos soluções para unir a prática à teoria, um caminho que nos pareceu fácil de trilhar e que nos enriqueceu demasiadamente. Penso que a principal dificuldade a superar quando se ministra aula para grandes grupos é a comunicação: O que fazer? Quando fazer? Como fazer? Optei uma vez mais pelo emprego do “princípio da aprendizagem ativa”.

A seguir, revelaremos procedimentos práticos e uma reflexão sobre as ações. E, claro, pequenas surpresas.

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Lições de um Projeto, Perspectivas de Aprendizagem (II)

Publicado em 15/ nov./2009

Paraquedas CopacabanaCurso na Praia de Copacabana, 1994. Fundação Rio Esportes.

Linguagem

A abertura do curso consistiu num espetáculo marqueteiro voltado para a mídia. Convidados a então governadora do Estado – Benedita da Silva – seu marido e Secretário de Estado, diversas atletas de seleção e campeoníssimas do vôlei de praia – Shelda e Adriana Behar -, além da direção do CIEP e a totalidade dos alunos daquele turno. Não poderiam esquecer da TV, é claro. Tudo gerenciado pela musa do voleibol nos anos 80, Isabel Salgado.

Curiosamente, esta foi a segunda vez que tive contato com um grupo de alunos com os quais eu faria pequenos esquetes de apresentação da metodologia. O primeiro foi na véspera. No grande dia, estando o ginásio repleto, e após alguns discursos, desenvolvi minha parte com os ensaios que julguei pertinente. O auge da apresentação, constituindo-se surpresa geral, foram as brincadeiras produzidas com um paraquedas que reservo como surpresa. Em torno dele cabem muitos indivíduos e todos, sem exceção (inclusive a governadora), foram convidados a brincar. E como se divertiram! Terminado o evento, fui procurado por uma das diretoras que exclamou: “Estou aqui há 16 anos e conheço bem o meu ofício e nunca vi coisa igual. O Senhor chegou ontem, entretanto parece que as crianças já o conheciam de longa data! Como é possível”? Certamente, referia-se à conduta do professor em relação ao grupo e à linguagem (comunicação) empregada. Senti-me orgulhoso no reconhecimento de meus esforços na busca de uma metodologia inovadora e na conduta que abracei.

Instrução individualizada ou em grupo?PraiaIcaraí

Curso para 400 crianças. Praia de Icaraí, Niterói.

Este é o primeiro dilema que se nos depara. Pode ser também expresso como “que devo ensinar primeiro, a técnica (fundamentos) ou o jogo propriamente dito (tática)”? A experiência me ensina que os indivíduos estão ali para se divertir e brincar. Se lhes proporciono este quesito terei realizado seus desejos. Então, a pouco e pouco, sugiro que lhes seja garantida diversão e instrução, isto é, em cada sessão, exercícios técnicos e jogos. E para que esses exercícios não se tornem enfadonhos e despropositados, que sejam propostos de forma lúdica: ficam preservados ganhos psicológicos e participação mais intensa.

Lembro que já presenciei treinos com 18 participantes que realizavam ataques na rede com utilização de uma forca; a cada ação, individualmente recolhiam a própria bola e retornavam à fila, isto é, aguardavam 17 outras intervenções. O tempo que destinaria ao “aquecimento” prefiro que os alunos brinquem com o objeto do seu desejo, a bola. Se não tiverem intimidade com ela, seu aprendizado estará demasiadamente prejudicado. Se for possível uma bola por indivíduo será o ideal; caso contrário, o professor diligenciará para que cada um tenha o máximo proveito nestes contatos iniciais de malabarismos, lançamentos etc. A seguir, utilizo um estratagema em que, fazendo uma pequena encenação teatral, consigo que a cada proposta de exercício ainda não conhecido, TODOS os alunos se reúnam no centro da quadra. Ali, enuncio e já realizo rápida demonstração com alguns deles, sem a preocupação de detalhes (“linguagem proposta”). Dali retornam aos seus lugares nas mini quadras e, por sua conta, dão início à tarefa. É bem possível que neste momento haja uma dificuldade que deve ser compartilhada pelo grupo para a consecução da tarefa (“discussão e interação”).

Para manter o ritmo dos exercícios (dinâmica da aula), uso também recurso bem simples: o grupo que utiliza o campo central será sempre o “demonstrador do dia”; antes de convocar todos ao centro antecipadamente já os instruo para a novel demonstração. A partir da construção dessa linguagem posso aquilatar o ponto onde o aprendiz está e desenvolver uma psicologia de forma harmoniosa. Estes desafios são superados à medida que proponho novas tarefas. Nesse momento minha observação recai em “como cada grupo está realizando (pensando) sua tarefa”.

Metáfora do andaime

A partir de agora minha tarefa torna-se mais difícil, pois se trata de saber “como e quando” intervir (“metáfora do andaime”). Um auxiliar poderoso poderá ser um dos próprios alunos do grupo com alguma experiência ou liderança, ou ainda, um pequeno lembrete: “Vejam como o grupo vizinho está fazendo”! Asseguro que as possíveis perdas nesta fase são insignificantes face aos ganhos inequívocos quando à maneira de pensar futura, que passa a integrar a personalidade do indivíduo. Além disso, como o objetivo nesta fase é exatamente “conhecer a linguagem”, convém que o professor administre muito bem a quantidade de ensaios a propor e o respectivo tempo de execução. Por enquanto, esqueça as correções técnicas.

Considere que as tarefas não recaíram somente na administração de exercícios, mas também na “conquista” da comunidade, através de serviços voluntários de limpeza e lavagem do ginásio (mutirão) envolvendo os próprios alunos e suas mamães, o convite à participação de monitores, a aceitação de pequeninas crianças para brincadeiras paralelas e a recepção a jovens de outras comunidades.

Reflexão na ação

Creio que até então nunca se encontrou maneira confiável de realizar os objetivos propostos no planejamento de projetos. Todavia, tenho absoluta certeza que se houvesse continuidade neste tipo de trabalho criaríamos a possibilidade de identificar na prática caminhos para o desenvolvimento futuro na educação daquele grupo. Estivemos mostrando como aproveitar em “sala de aula” estes recursos potencialmente valiosos de aprendizagem e ensino, mesmo em condições não muito favoráveis, para as quais procuramos encontrar soluções e nunca nos queixarmos dos problemas.

Para espíritos empreendedores as adversidades muitas vezes são desafios a serem transpostos. Naqueles momentos balizamo-nos em alguns princípios, utilizamos nossa intuição e experiência colhendo frutos virtuosos. Todavia, sabemos que temos muito a percorrer até encontrar o melhor procedimento. Numa época em que muitos desafios e oportunidades novas surgem na educação, graças ao advento de novas tecnologias e subsídios computadorizados à aprendizagem e à instrução, achamos que vale a pena lembrar-se das dimensões sociais e interativas do crescimento e desenvolvimento humanos que a educação física e os desportos suscitam. Suspeito e concordo que os recursos mais preciosos para uso em “sala de aula” continuarão apresentando-se sob a forma humana.

O desenvolvimento de uma teoria eficaz do “ponto onde o aprendiz está” e a construção de uma “psicologia do assunto” que seja operável representam desafios formidáveis. Quando se está trabalhando com uma classe grande a combinação de ambas as teorias para saber qual o “próximo passo” a dar aparenta ser uma exigência impossível. Neste particular, o professor torna-se um privilegiado em relação ao técnico desportivo.

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Lições de um Projeto, Perspectivas de Aprendizagem (final)

Publicado em 23/nov./2009

1x1 Redimensionado

Quais os primeiros obstáculos na Iniciação?

Interação e Construção do Conhecimento

Como e em que circunstâncias a cooperação e a comunicação levam à construção conjunta de conhecimento e compreensão entre crianças? Por entendermos que circunstâncias são elas mesmas indeterminadas ou indefinidas, e se associam ao tempo ou ao momento oportuno para estabelecer a maneira correta de agir (Aristóteles), passamos a criá-las no nosso pequeno “laboratório” (Morro do Cantagalo). Em se tratando de grupo numeroso de aprendizes prefiro tratar este assunto na esfera da interação entre colegas e não propriamente com o professor. O alcance parece ser bem mais significativo, desde que se identifiquem lideranças capazes desse mister. Não é difícil descobri-las ou mesmo encorajá-las. Vejam o exemplo a seguir:

Descrição: exercício com uma biruta (uma adaptação do aparelho capaz de mostrar a direção do vento) e 24 bolas; metade do grupo se exercita e a outra metade auxilia na reposição de bolas. Após algum tempo de prática, troca de funções. O professor dita o ritmo das tarefas.

Tarefas: alunos colocados de um lado da quadra e a biruta do outro; o professor lança as bolas por cima da rede e os alunos (individualmente) lançam-na de toque para dentro da biruta (colocada do mesmo lado do professor). Segundo grupo colabora com presteza e velocidade na reposição das bolas em favor do ritmo dos ensaios.

Considerações

O simples fato de existir um alvo e ter sucesso nos arremessos era motivo suficiente para o regozijo dos alunos. A surpresa ficou por conta do grupo que ajudava na reposição das bolas que invariavelmente se espalhavam pelo ginásio. Com muita alegria dispuseram-se inteligentemente atrás e ao lado da biruta e recolhiam as bolas desperdiçadas; estas eram arremessadas pelo chão a um colega, próximo ao professor. Este, então, municiava os arremessadores. O empenho dos recolhedores de bola foi tamanho que mereceu elogios do mestre que, não desperdiçando a oportunidade, solicitou uma salva de palmas.

Ao recomeçarmos o exercício com a troca de função dos grupos, fez-se um apelo para que tentassem superar os primeiros em “serviço ao próximo”. Nem seria preciso, tamanho o clima de camaradagem que se criou em torno de nossas brincadeiras. Confesso que nunca vi algo igual e lembro-me de ter-me emocionado com uma pequenina lágrima. Naquele breve instante, senti que me tornava amigo de todos. E mais ainda, afortunado por estar ali entre crianças tão espontâneas. Ao terminarmos, reunimo-nos e nos saudamos com uma grande salva de palmas e muitos gritos de alegria pelas brincadeiras. Então, a surpresa maior: “Indagados, avaliaram como melhor coisa a função de recolher as bolas”! Saí dali enriquecido…

Tatear experimental

Através do tatear e da possibilidade de relatar as próprias vivências, as crianças desenvolvem sua autonomia, seu juízo crítico e sua responsabilidade. Para muitos, a escola tradicional é inimiga desse método, permanecendo fechada, contrária à descoberta, ao interesse e ao prazer da criança. Ao final de cada aula resumia o que foi realizado e lhes solicitava a confecção em casa de desenhos ou escritos sobre as atividades. A aprendizagem por tentativas e erros representa um modo primitivo lento e às vezes ineficaz. Os imperativos sociais e a necessidade de chegar a resultados rápidos levam o educador a adotar uma atitude mais intervencionista, atraindo a atenção do aluno sobre tal ou qual aspecto particular do movimento. Para que este tipo de aprendizagem se torne eficaz:

1) Deve-se voltar frequentemente à realização global a fim de que o indivíduo consolide suas aquisições.

2) É necessário partir dos automatismos naturais da criança, cujo desenvolvimento deve continuar global. 3) Deve-se chamar a atenção para um só detalhe de cada vez.

Conceito de heurística

Define-se procedimento heurístico como um método de aproximação das soluções dos problemas, que não segue um percurso claro, mas se baseia na intuição e nas circunstâncias a fim de gerar conhecimento novo.  Leia mais…

Intuição

Esta experiência transcorreu em outro dia, paralela ao desenvolvimento de uma das aulas, desprovida de qualquer programação prévia. Provavelmente, uma intuição, ou em bom português, deu-me na telha. Quantos ensinamentos retiramos dessa intuição. Ver mais… Apresentação na Escola.

Enquanto a aula transcorria normalmente, dediquei-me a três meninas de 4-5 anos de idade que se achavam no local e não inscritas para as atividades; uma delas inclusive portando chupeta na boca. O experimento consistiu em fornecer-lhes 12 bolas de tênis para lançamentos de variadas distâncias contra uma parede. Foram observados mais uma vez os três aspectos pertinentes à “instrução individualizada” assinalados anteriormente. Destaca-se aqui o papel do professor promovendo as interações entre as próprias crianças e os benefícios quando uma é ajudada por outra. Afinal, dois errados podem fazer um certo.

1ª fase – Situação inicial: entregue as bolas houve disputa acirrada para conseguir o maior número para si (sentido de posse). Após alguns instantes propusemos nova tarefa: as crianças sentadas no solo em círculo, bolas no centro, cada uma retirava uma bola alternadamente. Ao final, constataram que possuíam o mesmo número de bolas e mostraram satisfação (ou resignação).

2ª fase – Preliminares da tarefa principal: de pé, a 2m-3m da parede, foi-lhes sugerido que arremessassem as bolas e as recuperassem. Aconteceu um tirambaço e profusão de dificuldades: bolas que se perdiam pelo ginásio, busca da bola da companheira, aproximação do alvo e, finalmente, perplexidade, pois não mais encontravam bolas para novos arremessos. Comentário – Manter a posse das 4 bolas junto ao corpo, tendo a tarefa de arremessá-las constituiu-se no maior obstáculo nessa fase. A capacidade de regular o próprio pensamento e atividade, de reconhecer que a primeira coisa que vem à cabeça nem sempre é a correta, de buscar reformulações, simplificações e estimativas aproximadas da solução provável de um problema, são todas realizações intelectuais que nascem das interações entre novatos e indivíduos mais peritos. Com certeza, precisavam de ajuda. Revela informações importantes para uma avaliação do professor a respeito do intelecto dos alunos.

3ª fase – Outra dificuldade foi recuperar a bola: faziam-no com a ajuda de ambas as mãos e o tronco (abdome). Foi-lhes sugerido, com um mínimo de instrução, segurar uma bola em cada mão e arremessar uma delas. Desenvolveram-se, então, os primeiros ensaios para a apreensão correta com uma das mãos. Os lançamentos tornaram-se mais controlados (força e direção). As duas outras bolas naturalmente foram desprezadas. Assim, permitindo uma sequência razoável aos ensaios e de instrução em instrução (e pouca fala), chegamos aos arremessos com a mão esquerda (“a outra mão”).

Método da gradação de ajuda, como ajudar?

O esquema vai da ajuda verbal geral. P. ex.: “Será que não há outro jeito”? Até a demonstração: “Olha o que acontece quando eu faço isto”! (Metáfora do andaime)

Quando se trabalha com crianças pertencentes a grupos de “baixa capacidade” e “terapêuticos”, descobre-se que suas atividades autorreguladoras são insatisfatórias. Atribui-se a carência de tais habilidades a duas razões: pouco contato com indivíduos que as utilizam ou precisam de mais experiências que as outras crianças para aprender a executá-las. A autorregulação é atividade particular, invisível e inaudível. Para ajudar as crianças a descobrir como regular a própria atividade de resolução de problemas buscou-se externalizar o processo de autorregulação, como os de fazer perguntas para si mesmo, lembrar-se, procurar novos indícios, tentar ver o problema a partir de outro ângulo. Para tanto se representava esse tipo de processo enquanto resolviam-se problemas junto com as crianças. Aquilo que conseguiam realizar com um pouquinho de orientação de um perito era muito superior a seus esforços solitários. (David Wood)

Como diria Pavlov, lancei apenas investigações objetivas, deixando de lado todo o subjetivo.

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Nota:

1, Pasmem! Foi segundo metodologia similar que aprendi Matemática e Português aos 14 anos de idade.

2. Em algumas outras oportunidades realizamos breves ensaios sobre essa particularidade da instrução com adultos. Infelizmente sem continuidade, apenas como demonstração para professores titulares, ou mesmo treinadores, considerado o desenvolvimento motor dos indivíduos.

 

As palavras-chaves (tags)  compreendidas no texto acima são Lições de um projeto, Métodos de ensino, Pedagogia experimental.

Intercâmbio Lusófono

aquarela_papai reduzida e invertida horizontalmente
O autor em aquarela de seu filho Beto.

Convite à Participação

Aos amigos professores, treinadores, ou simplesmente interessados em dialogar para aprendermos juntos. Como muitos já disseram “Ensinar é uma Arte”, e como Arte não se ensina como proceder? Este artigo é voltado principalmente à participação de professoras e professores, especialmente aos lotados em escolas. Foi construído, inicialmente, com base em propostas e comentários no sítio português Sovolei, no qual sou um dos colaboradores com muita honra faz algum tempo.

Comentários & Fórum no Sovolei

Percebo que no Brasil as professoras declinam de se especializar em certas tarefas, p.ex., responsabilizarem-se pelo ensino do voleibol, basquete, futebol, handebol. E, inclusive, atêm-se somente ao setor feminino. Em colégios menores, há facilidades para a coeducação, pois as turmas são menores e não se justificariam dois professores. Então, “sem querer”, as aulas se desenvolvem com aspectos convenientes, ou seja, as meninas têm oportunidades similares aos meninos. Este é um crescimento e desenvolvimento social maior do que se imagina, mas infelizmente a direção pedagógica da escola não está preparada para enfrentar este desafio. E em Portugal, como se desenvolve essa atuação? Alguém poderia me esclarecer? Explico: vou pela segunda vez ao Colégio Paraíso, braço lusófono de Portugal no Brasil, para oferecer metodologia de ensino na Educação Física, especificamente no voleibol.

PNFT – O presente e o futuro

Comentário único de Roberto Pimentel publicado no Sovolei.

Em 10 de janeiro de 2006, em Lisboa, durante o Congresso do Desporto, o Sr. José Curado dissertou sobre a Reforma do Sistema Desportivo. Iniciou sua alocução com uma nota prévia que, em dado instante, expressou:  

Desejo que o Congresso, no seu espírito e nos seus vários momentos, não se deixe ‘enredar’ pelos ‘dramas’ e problemas da ‘velha ordem’ desportiva, uma vez que precisamos urgentemente de algo novo para nos preparar para um futuro melhor.

Quer me parecer que finalmente o futuro chegou para os treinadores portugueses. Parabéns a ele por sua clareza e excelente discernimento. Termina o seu discurso com um alerta aos treinadores portugueses:

Não há progresso significativo sem investigação. É preciso acabar com o clima de desconfiança há muito existentes entre os teóricos e os práticos, avançando para projectos de cooperação entre uma Academia verdadeiramente aberta à comunidade e a actividade desenvolvida pelos atletas e treinadores, contribuindo para a resolução dos problemas levantados por esta. 

“Tomara que agora seja bem compreendido. Parabéns ao Sovolei pela publicação tão  rica de ensinamentos e aos portugueses que a acatarem e colocarem em prática”.

Pensar dói! 

Parece que não estou só nessa cruzada. Nicholas Kristof, jornalista ganhador de dois prêmios Pulitzer, escreveu em uma coluna do New York Times, publicada em 15 de fevereiro: “Alguns dos pensadores mais inteligentes sobre questões domésticas ou ao redor do mundo são professores universitários, mas a maioria deles simplesmente não tem importância nos grandes debates de hoje”. O puxão de orelha veio de longe, mas a distância não reduz a pertinência, tampouco o efeito. O colunista explica que a opinião desses especialistas é frequentemente desconsiderada por ser “acadêmica”, o que em muitos ambientes equivale a uma acusação de irrelevância. O preconceito soma-se à conhecida pergunta, “o senhor trabalha ou só dá aulas?” e reflete o baixo prestígio das atividades de pesquisa e ensino na sociedade e o que Kristof denomina de anti-intelectualismo da vida americana. De fato, a ojeriza ou simples preguiça em relação à vida inteligente é um fenômeno também presente em muitas outras áreas do planeta. Nos tristes trópicos, grassa há tempos um verdadeiro culto do que é rasteiro, ligeiro, baixo e vulgar. O fenômeno afeta as falas, as letras, as telas e as paisagens. Está presente nas atitudes e comportamentos.

Afinal… “Você trabalha ou dá aula“?

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Contributo do Procrie a… PROFESSORAS

Em especial àquelas lotadas em Escolas, e com pouca experiência (ou nenhuma) em Voleibol. VOCÊ será capaz de realizar EXCELENTES aulas com seus alunos. E mais ainda, não só de Voleibol, mas de qualquer outro esporte. Lembrem-se, aprender a jogar e participar dele faz parte da Educação. Não é necessário descobrir talentos ou formar equipes para competições. O maior valor consiste em estimular o prazer pelas brincadeiras e que se divirtam a valer. Compartilhemos o conhecimento e as informações em favor de melhor ensino para os miúdos. SIGAM-NOS no Procrie e vejam nossas PROPOSTAS!

Busca de soluções

Vejam o comentário oportuno colhido no Sovolei, Facebook em 13 do corrente, relativo a um dos jogos do campeonato português feminino: 

Jorge Luz – Que jogão? Lá equilibrado foi, mas de jogão não teve nada. Infelizmente lá se foram os grandes anos do voleibol feminino português. O jogo foi equilibrado, mas pelo nível de baixo. Tenho muita pena que o nosso voleibol tenha perdido tanta qualidade.

Servindo-nos de um princípio de G. Pólya, muito oportuno para o momento: “Quando você não consegue resolver um problema, crie outro mais fácil que possa resolver.”

A partir dele, então, propomos construir uma linha de pesquisa que nos conduza às possíveis soluções, cuidando que cada caso é um caso. Mas se pudermos traçar um encadeamento consistente, cremos caminharmos com princípios pedagógicos. Pesquisemos, então!

Proposições referentes ao “Aprender a Ensinar”

Aos amigos professores, treinadores, ou simplesmente interessados em dialogar para aprendermos juntos. Como muitos já disseram Ensinar é uma Arte, e como Arte não se ensina como proceder? Temos grande interesse em dialogar com professores e professoras lotadas em escolas, além de treinadores que trabalham em clubes competitivos ou simplesmente de lazer. Explicamos: produzimos pesquisas a respeito no Brasil e há muito buscamos nos aculturar com as coisas, inclusive de outros países. Assim, enriquecemos nosso saber e a produção de artigos mais eficientes para a melhoria do Ensino. Esta a proposta do Procrie. Evidentemente, sem a SUA ajuda não teremos oportunidade de Aprender a Ensinar, uma vez que nos falta o convívio. Que sejam VOCÊS os nossos MESTRES na empreitada.

O que se pode depreender da afirmação do Senhor Jorge Luz?

  1. O voleibol feminino já não tem mais qualidade.
  2. As equipes a que se refere têm pouca técnica.
  3. Há desesperança quanto ao futuro.

Por que o voleibol feminino teria perdido tanta qualidade?

  1.  As meninas estariam desinteressadas pelo vólei?
  2. São orientadas somente por professoras?
  3. Má Formação/Iniciação em clubes e escolas?
  4. Existe um Programa de Formação? Quem e quantos participam na sua execução?

Ocorrem idênticas observações no setor masculino?

  1. Os meninos são mais interessados pelo vólei?
  2. Os meninos têm boa Formação/Iniciação em clubes e escolas?
  3. São orientados exclusivamente por professores (homens)?
  4. A que se propõe o Gira-Volei? Seria suficiente?

Que forças atraem/repelem o interesse pelo vólei?

  1. Os métodos e pedagogia aplicados em escolas e clubes?
  2. A exclusão por não fazer parte de algum time?
  3. O sentido de “competição” predominando sobre o “lazer”?
  4. Outras…

COMPARTILHESEUS comentários são deveras importantes para todos NÓS!

Convite às Professoras

 

Jogando na rua
Ilustração: Beto Pimentel.

Um Carinho Especial

Em especial àquelas lotadas em escolas e com pouca experiência (ou nenhuma) em Voleibol. VOCÊ será capaz de realizar EXCELENTES aulas com seus alunos. E mais ainda, não só de Voleibol, mas de qualquer outro esporte. Lembrem-se, aprender a jogar e participar dele faz parte da Educação. Não é necessário descobrir talentos ou formar equipes para competições. O importante mesmo é fazer as crianças se divertirem. SIGAM-ME e verão POR QUE!

Em Comentário um professor solicita artigo sobre a importância dos blogs na promoção e qualificação dos equipamentos esportivos municipais. Vou tentar, pois precisaria entender melhor o que deseja realmente. Todavia, veja abaixo e você me corrige. Combinado?

Estou fascinado em poder ajudá-las com um pouco de minhas práticas. Estarei relembrando títulos que tratem de Formação Continuada. Em www.procrie.com.br/sumario/ disponibilizo atualmente 515 artigos. Os artigos referem-se especialmente à Formação Continuada, Metodologia e Pedagogia, História do Voleibol, Mini Voleibol

Além de Ensino a Distância, ofereço esse ano Cursos Presenciais, uma vez que são necessários para dirimir dúvidas dos professores em suas atuações práticas nas escolas. Aprenderão p.ex. a gerenciar um curso para 400 alunos, como realizado na Praia de Icaraí, Niterói. Ou aulas em morro do Rio para centenas de indivíduos, dos 8 anos a 24 anos. E muito mais: como compor e construir os equipamentos a baixo custo etc. Eis uma prévia de artigos interessantes para um primeiro contato. 

Boas leituras e compartilhem suas experiências:

Aprender a Pensar

Aprender a Ensinar – Metodologia
Métodos de Ensino (vários)

Curso Prático, Métodos & Pedagogia no Vôlei
Olhar Pedagógico
Formação de Professores (vários)
Projeto Pedagógico Escolar 
Voleibol na Escola(vários)
Apresentação na Escola
Curso de Mini Vôlei
Material e Equipamento(vários)  
Técnicas de Ensino do Voleibol
Criar um Blog Escolar?                      
Formação a Distância                         

 

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Para melhor visualização, clique nas fotos.

Fotos: I Simpósio Mundial de Mini Voleibol, Ronneby, Suécia (1975).

Acervo: Roberto Pimentel.

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Anti-Intelectualismo no Mundo

Pensar dói?

Parece que NÃO estamos sós nessa cruzada.  E você, trabalha ou dá aula?

George Pólya
Foto: Wikipédia.

Vimos acentuando a importância de modificações no Ensino especialmente na área esportiva. Desde o início do Procrie embasamo-nos em princípios exarados pelo Senhor ao lado – George Pólya – um matemático húngaro que descobrimos em trabalho acadêmico de portugueses. Um deles, diz: “Quando não conseguir resolver um problema, crie outro mais fácil e resolva-o”. Tanto ele quanto outros – Piaget, Vygotsky, Le Boulch, David Wood – já apregoavam certos comportamentos didáticos pouco compreendidos pelos gestores educacionais e docentes. Além disso, ainda não se adaptaram, talvez não tenham tempo para isto, aos novos tempos e a velocidade da informação e do conhecimento, que nos permite caminhar de formas tão diversas àquelas dos séculos XIX e XX.

Lembramos também o que já se disse sobre Autonomia e Autodidatismo, reforçando a sequência de prioridades, um conceito que se deve lançar e difundir nesses tempos de educação a distância em grande crescimento”. (Blog do Arlindo) Para melhor apreciação e escolhas dos caminhos que se apresentam a professores(as), pretende-se com as mais recentes postagens levar-nos a compreender bem os problemas e buscar soluções adequadas caso a caso.

Apresentamos então, o teor dos escritos de Nicholas Kristof, jornalista ganhador de dois prêmios Pulitzer, que escreveu na sua coluna no New York Times, publicado em 15 de fevereiro: “Alguns dos pensadores mais inteligentes sobre questões domésticas ou ao redor do mundo são professores universitários, mas a maioria deles simplesmente não tem importância nos grandes debates de hoje”. O puxão de orelha veio de longe, mas a distância não reduz a pertinência, tampouco o efeito. O colunista explica que a opinião desses especialistas é frequentemente desconsiderada por ser “acadêmica”, o que em muitos ambientes equivale a uma acusação de irrelevância. O preconceito soma-se à conhecida pergunta, “o senhor trabalha ou só dá aulas?” e reflete o baixo prestígio das atividades de pesquisa e ensino na sociedade e o que Kristof denomina de anti-intelectualismo da vida americana. De fato, a ojeriza ou simples preguiça em relação à vida inteligente é um fenômeno também presente em muitas outras áreas do planeta. Nos tristes trópicos, grassa há tempos um verdadeiro culto do que é rasteiro, ligeiro, baixo e vulgar. O fenômeno afeta as falas, as letras, as telas e as paisagens. Está presente nas atitudes e comportamentos.

Afinal: “Você trabalha ou dá aula“?

Leia mais... http://www.cartacapital.com.br/revista/790/procuram-se-professores-3323.html

 

Deparei-me com noticiário português sobre a Educação Física e a prática esportiva (ou sua falta) em Portugal, explicadas por meu interesse em questões da área, pois se trata do 2º país em número de visitantes ao Procrie, e a par disto, sou colaborador no sítio Sovolei há algum tempo. Em suma, busco soluções para problemas brasileiros enquanto me aculturo com os patrícios. Assim, como testemunho dessa participação, relembro que acompanhei passo a passo o que foi divulgado pelas autoridades portuguesas sobre o 1º Congresso Nacional Desportivo Português, realizado no período dez./2009 a fev./2010 em diversas cidades do país. De concreto, não tive conhecimento de mudanças nas diversas áreas pesquisadas quanto á sua eficácia em favor dos contribuintes. Já mais recentemente, do noticiário português extraímos…

Leia mais… http://www.procrie.com.br/2014/03/14/professoras-de-educacao-fisica-23741

 

1. – I Seminário Olhares Sobre a Educação Física

A Sociedade Portuguesa de Educação Física realizou mais um evento: Salão Nobre, da Faculdade de Motricidade Humana – Lisboa, 4 Dezembro de 2013

Programa

  • Abertura do Seminário

Magnífico Reitor da Universidade de Lisboa – Professor Doutor António Cruz Serra Presidente da AEFMH – Filipa Gonçalves

  • Perspetivas dos alunos e Professores de Educação Física

Oradores: Alunos do ensino secundário e professores de Educação Física Moderador: Professor Doutor João Jacinto (Professor na FMH – UL), Debate

  • Perspetivas dos alunos e Professores de Educação Física (Continuação)

Orador: Professor Doutor Luís Bom

  • Perspetivas das Instituições de Formação de Professores

Oradores: Representantes das diferentes instituições de ensino a nível nacional Moderador: Professor Doutor José Alves Diniz (Coordenador do Departamento de Ciências da Educação, FMH – UL), Debate

  • Perspetivas das Associações – Sociedade Portuguesa de Educação Física e Conselho Nacional de Associações de Professores e Profissionais de Educação Física Oradores: Nuno Ferro (Vice presidente da SPEF) e João Lourenço (Presidente da CNAPEF) Moderador: Professor Doutor Carlos Neto (Presidente da FMH – UL), Debate

Discurso de Encerramento: Presidente da FMH – Professor Doutor Carlos Neto/

 

2. – Obesidade ameaça crianças portuguesas

Risco: Portugal apresenta os segundos piores indicadores da Europa.

Por Joana Monteiro/André Pereira, 2 de março 2014.

Estudos alertam para os efeitos nocivos da má alimentação, pouca atividade física e estilo de vida sedentário. Um ritmo de vida acelerado, mas sedentário e alimentação em excesso e de má qualidade são condições para que os quilos a mais possam acumular-se desde cedo. Cerca de 15% das crianças portuguesas entre os 6 e os 9 anos são obesas e mais de 35% têm excesso de peso, conclui o estudo ‘Portugal – Alimentação Saudável em Números’, realizado em 2013 pela Direção-Geral da Saúde. E segundo dados revelados já este ano pela Organização Mundial de Saúde, as crianças portuguesas são as segundas mais obesas da Europa, logo atrás das gregas.
Leia mais... http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/ultima-hora/obesidade-ameaca-criancas-portuguesas

 

3. – Só 36% da população portuguesa faz exercício físico

 

Por Helder Robalo, 24 de Março 2014.

Uma sondagem Eurobarómetro conclui que 59% dos cidadãos da União Europeia nunca, ou raramente, praticam exercício ou fazem desporto. Em Portugal esse número sobe mesmo para os 64%. A sondagem incidiu sobre desporto e atividade física. De acordo com o Eurobarómetro, a Europa do Norte é fisicamente mais ativa do que o Sul e o Leste. 70 % dos inquiridos na Suécia afirmaram que praticam exercício pelo menos uma vez por semana, o que é ligeiramente superior à percentagem da Dinamarca (68%) e da Finlândia (66%), seguindo-se os Países Baixos (58%) e o Luxemburgo (54%). No outro extremo da escala, 78% nunca praticam exercício ou fazem desporto na Bulgária, seguidos de Malta (75%), Portugal (64%), Roménia (60%) e Itália (60%).

 

CONCLUSÃO

 

Entre os acadêmicos teóricos e o(a) professor(a) na prática escolar, quanto ainda devemos percorrer para que produzamos um BOM ensino neste novo século? Permanecer com as mesmas práticas ou devemos repensar o futuro das novas gerações? A que conclusões chegaram os doutos professores portugueses? Relembro um dos meus comentários sobre minha participação em seminário internacional na cidade de Florianópolis em que douta professora portuguesa nos brindou com 20 minutos de vídeo sobre turismo em Portugal. Fiquei pasmo com tamanha cara-de-pau! (irreverência) E nós, brasileiros, seríamos diferentes em algo? Participei de um encontro acadêmico na universidade federal cujo tema era “História da Educação Física na cidade do Rio de Janeiro”. A abertura da professora/mestre ou doutora (UFF) iniciou sua fala com a seguinte frase lapidar: “Confesso que não sei por que razão estou aqui, pois nada entendo do assunto”. O outro, também professor em duas universidades, ou por deficiência ou generosidade para acudir a colega, deixou-se relaxar em piadas como se estivesse em uma arquibancada do Maracanã a só falar de futebol e, mesmo assim, de futilidades. E, no entanto, lá estava eu com o livro da História do Voleibol no Brasil, com ênfase em fatos voltados para a cidade desde 1939, inclusive com aspectos da Educação Física em escolas e a condição privilegiada dos esportes nas praias, especialmente o voleibol. Além disso, não se espantem, a prática é generalizada no meio acadêmico para qualquer tipo de atividade. Muitos dos participantes fazem turismo nos eventos, uma vez que as despesas estão pagas por algum órgão e ninguém é de ferro. (relaxamento) Para acadêmicos participantes é principalmente uma contribuição para seus currículos através do “atestado de presença”. Durante anos realizam-se seminários, encontros, congressos, todos voltados para cabeças coroadas exprimirem seus conhecimentos adquiridos ao longo de práticas acadêmicas, universitárias, todavia, NADA de resultados PRÁTICOS. Por que será?

 

Eis que a indagação lá de cima – Você trabalha ou dá aula? – bem define a situação. Acrescente-se  se a pérola com que nos brindou o professor José Pacheco: “Temos escolas do séc. XIX professores do séc. XX e alunos no séc. XXI”. Alguém acredita que os indivíduos atualmente envolvidos com Educação em modelos ultrapassados vá provocar alguma mudança que prejudique a sua tão aguardada aposentadoria?
Ocorre que há esperança com algumas investidas ocorridas em alguns países e até mesmo no ensino fundamental e médio no Brasil em regiões longe dos grandes centros e até de pobreza. Enquanto isto estaremos neste Procrie buscando soluções em favor de um melhor ensino esportivo para nossos filhos e netos. Junte-se a tantos outros que assim procedem e compartilhe suas ideias.

 

COMPARTILHAMENTO

Convido-os a nos unir, PORTUGUESES e BRASILEIROS, Professoras e Professores, Pais e Gestores Educacionais. Deixemos de lado o academicismo e construamos uma nova realidade. De minha parte já tenho rascunhada uma PRÁTICA NOVA  para centenas de alunos em suas próprias escolas. Só preciso de sua decisão para pesquisarmos juntos.

Afinal, VOCÊ QUER FAZER PARTE DESSE TIME?

 

Formação Continuada a Distância

Brasil 976 cidades maio 2010 - dez 2013Importância de EaD em um País Continental

Em fevereiro (28 dias) mês em que o país para, 2.597 visitantes procederam a leituras de 4.061 páginas, em tempo médio de 00:02:54, o que representa retorno fabuloso e revelador do interesse que os textos inspiram. Além disso, após termos postado artigo sobre a conveniência da construção de um Blog Escolar (6), percebemos o interesse despertado que neste momento divulgamos a medida. Vejam as páginas mais lidas em fevereiro:

        Títulos                         Páginas Visitadas     %
--------------------------------------------------------------------
  1. Bolas de Voleibol                          420         9,76
  2. Evolução e História do Voleibol            355         8,25
  3. Procrie - Projeto Centro de Referência...  304         7,06
  4. História do Voleibol no Brasil             210         4,88
  5. Arbitragem em Voleibol                     140         3,25
  6. Blog Escolar                               113         2,63
  7. Evolução das Regras, 1980-99                94         2,18
  8. História do Mini Vôlei                      91         2,11
  9. Evolução Tática no Voleibol                 89         2,07
  10. Mini Vôlei                                 74          1,72
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Fonte: Google Analytics.

Ensino a Distância, Blogue, Ensino de Qualidade, Formação Continuada 

Noticiário e projetos em execução. Andamos pesquisando especialmente no CEV  e encontramos preciosas informações, que repassamos.

1Ecole SEME (ecole.ef@gmail.com) Al. Iraé, 35 – Vila Clementino  São Paulo-SP  CEP 04075-000 Diante do nosso interesse em conhecer o projeto, comunicamo-nos com o Professor Fernando com a finalidade de compartilharmos experiências e informações. Eis o que nos informou por e-mail:

  • Neste semestre vamos oferecer aos profissionais de EF da rede municipal de São Paulo um curso de comunicação integrada, de 50 horas, de modo que os participantes saiam deste curso com a capacidade técnica de produzir conteúdo multimídia para os respectivos blogs dos Clubes Municipais Esportivos, isto é, para os Centros Educacionais e Esportivos (CEEs). Nenhum deles tem blog, atualmente. Não fazem comunicação interna ou externa. E essa é uma realidade que precisa ser mudada.
  • O modelo do blog padronizado para cada um dos 45 clubes é o do http://ecoleseme.wordpress.com. Já produzimos uma cria para usarmos de modelo na sala de aula: http://cluberyusoogawa.wordpress.com/. No menu principal, em “Portfólios”, a ideia é sistematizar e publicar as iniciativas de projetos que tenham a ver com a formação continuada. Em “Sobre”, um pouco da história do Clube.
  • Pelo que percebi o senhor é uma referência em EF nesse campo da formação continuada. Então, gostaria de convidá-lo a escrever um artigo sobre a importância dos blogs na promoção e qualificação dos equipamentos esportivos municipais. Não sei se no Rio tem alguma iniciativa nesse sentido, mas aqui em São Paulo tenho certeza de que vamos realizar um projeto pioneiro.

Contributo do Procrie... Professor Fernando,

  • Agradeço seu pronto atendimento e estou fascinado em poder ajudá-los com um pouco de minhas práticas. Estarei providenciando sobre o que me pediu, ou seja, “sistematizar projetos que tratem de formação continuada”. Exatamente o que vimos fazendo no Procrie, sobre o tema Aprender a Ensinar.
  • Pede-me um artigo sobre a importância dos blogs na promoção e qualificação dos equipamentos esportivos municipais. Vou tentar, pois precisaria entender melhor o que deseja realmente. Todavia, veja abaixo e você me corrige. Combinado?

Em www.procrie.com.br/sumario/ disponibilizo 500 artigos já publicados no Procrie. Imprima o arquivo ali indicado (excel) em folha A3 e terá a facilidade de observar os títulos postados. Referem-se especialmente à Formação Continuada, Metodologia e Pedagogia, História do Voleibol, Mini Voleibol. Além da Formação Continuada a Distância, estamos oferecendo este ano Cursos Presenciais, uma vez que são necessários para dirimir dúvidas dos professores em suas atuações práticas nas escolas. Aprenderão, p.ex., a gerenciar um curso para 400 alunos, como realizado na Praia de Icaraí, Niterói. Ou aulas em morro do Rio para centenas de indivíduos, dos 8 anos a 24 anos. E muito mais: como compor e construir os equipamentos a baixo custo etc. Eis uma prévia de artigos interessantes para um primeiro contato:

Material e Equipamento (vários) Aprender a Ensinar – Equipamentos Aprender a Ensinar – Metodologia Curso Prático, Métodos & Pedagogia no Vôlei Voleibol na Escola (vários) Aprender a Ensinar – Métodos Métodos de Ensino (vários) Formação de Professores (vários) Projeto Pedagógico Escolar Curso de Mini Vôlei Olhar Pedagógico Técnicas de Ensino do Voleibol Criar um Blog Escolar? Apresentação na Escola Formação a Distância

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2. Educação a Distância Diploma 8 Formandos em Educação Física. Ariquemes

Deu no CEV, em 21/10/2013

Educação a distância diploma 8 formandos em educação física. “Foi realizada no sábado, 19 de outubro, a solenidade de colação de grau dos formandos do Curso de Educação Física do Prolicenciatura , na modalidade de ensino a distância da Fundação Universidade de Brasília – UNB, em parceria com a Fundação Universidade Federal de Rondônia – UNIR.  Ariquemes e os outros municípios que formaram seus alunos, ganham profissionais qualificados, que a partir de agora passam adiante os conhecimentos adquiridos ao longo dos anos de dedicação e estudo”.

Comentários  Por Edwilson Lemos Pereira, em 27-01-2014.

  • Como que é feita as aulas de Anatomia, Citologia as aulas prática da Ed. Física no modelo a distância?

Por Patrick Ramon Stafin Coquerel, em 03-03-2014 Prezado Edwilson, obrigado pela sua participação nesta comunidade virtual no CEV! Atuo na Licenciatura em Educação Física na modalidade EaD na UFRN. Nossa experiência é ainda embrionária, quando comparada com outros Cursos da UFRN no formato on line. Na especificidade de sua pergunta, posso explicar com os nossos exemplos aqui no RN:

  1. As aulas de Anatomia em laboratório são realizadas em laboratórios nos Campus da UFRN que dispõem destes recursos. Os estudantes dos 10 polos de apoio deslocam-se para estes Campus para realizar um encontro concentrado de vivências teóricas e práticas. Para todas as disciplinas que são previstas atividades laboratoriais nas resoluções do MEC, a sistemática é a mesma.
  2. As vivências práticas, nas disciplinas cujo componente curricular exige a existência de aulas práticas, ocorrem em 2 encontros presenciais por semestre. Os estudantes nos polos recebem a visita dos professores e tutores a distância das disciplinas.

Todo Curso de Educação Física em EaD é feito no formato híbrido, ou seja, aulas presenciais e aulas a distância, pois há resoluções do MEC que delineiam a obrigatoriedade de aulas práticas para a formação em Educação Física. Todos os Cursos on line também precisam ter avaliações presenciais obrigatórias, cujo peso presencial deve ser maior que as avaliações feitas on line. Aqui na UFRN são 2 avaliações presenciais por semestre. Ao todo, os alunos da EaD comparecem em média 4 vezes ao polo presencial por disciplina cursada. Observo que em países desenvolvidos, o número de estudantes da EaD já se equipara ou supera os do ensino presencial. Veja o exemplo de Harward: http://www.harvard.edu/resources-offices/online-learning; e da Open University da Inglaterra: http://www.open.ac.uk/. Reflexão: Como se deve agir no Brasil em relação a EaD? Negligenciar a modalidade EaD e seus avanços tecnológicos ou investir em EaD para não ficar defasado em relação aos outros países? Para iniciar uma pesquisa sobre EaD e Educação Física no Brasil sugiro que visite: https://emec.mec.gov.br/ies/  e… http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&ved=0CE4QFjAB&url=http%3A%2F%2Fisapg.com.br%2F2012%2Fciepg%2Fdown.php%3Fid%3D2600%26q%3D1&ei=Hf4UU_6QKMndkQec04DYCA&usg=AFQjCNHANLYEJxetcgldnBuZRl2m7frdWA&sig2=vXieLbVqNycmUhY14AEJwg&bvm=bv.62286460,d.eW0

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3. EAD – Educação a Distância

Deu no CEV, por Laércio Elias Pereira, em 27-11-2013

Educação Online e Aberta em Educação Física e Esporte Hoje é Dia Nacional da Educação a Distância. Propostas

A Educação a Distância no Plano Nacional de Educação

ABED apresenta propostas ao PNE com ênfase na inovação educacional e na educação a distância. Hoje, dia 27 de novembro, é o Dia Nacional da Educação a Distância. É uma data comemorativa estabelecida pela Associação Brasileira de Educação a Distância – ABED para celebrar essa modalidade de ensino que tem crescente importância nas políticas públicas em centenas de países ao redor do mundo. Por coincidência, também hoje a Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal analisa o Projeto de Lei da Câmara n° 103, de 2012, conhecido como Lei do Plano Nacional de Educação – PNE. A ABED participou ativamente dos debates sobre o PNE, representada por vários de seus membros nos diferentes fóruns e comissões que se estabeleceram para a apresentação de propostas. A ABED foi convidada a participar da 5ª Audiência Pública de Instrução do PNE, realizada dia 31/10/2013, no Senado Federal. Na ocasião, os senadores presentes se manifestaram fortemente favoráveis à Educação a Distância como um dos caminhos urgentes, necessários e prioritários para a democratização do acesso à educação de qualidade em todo o país. O crescimento do numero de alunos matriculados em cursos a distância é um fenômeno mundial. No Brasil, o Censo da Educação Superior 2012 registrou 1.113.850 matrículas em cursos de graduação, o que corresponde a 15,8% do total da população universitária brasileira. O Censo de Educação a Distância, realizado anualmente pela ABED, destaca em sua mais recente edição o montante de quase seis milhões de alunos em cursos a distância, incluídos os cursos de extensão universitária, cursos livres, educação corporativa e ofertas educacionais pelas organizações do Sistema S (SEBRAE, SENAC, SENAI, SENAT, SENRS, SESC, SESI e SEST). A Unesco recomenda aos governos e aos poderes legislativos de seus países membros que formulem políticas públicas que permitam aproveitar o potencial das tecnologias de informação e comunicação  – TIC no campo educacional, conforme a declaração final da Conferência Mundial da Educação Superior realizada em Paris, no ano de 2009. A Educação a Distância está parcial e timidamente contemplada no texto atual do PNE, sem possibilitar o pleno desenvolvimento de todo potencial da EAD e da inovação educacional. Diante do exposto, bem como da forte demanda popular pela democratização do acesso à educação de qualidade, além da premente necessidade da modernização dos processos e práticas educacionais com vistas a garantir a competitividade nacional, a ABED apresentou sugestões ao PNE. Primeiramente, a inclusão de uma diretriz, adicionalmente ao Artigo 2º do Projeto de Lei da Câmara nº 103, de 2012, com o seguinte texto: Promoção da Educação a Distância e da adoção das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) para a inovação das práticas pedagógicas. Em seguida, a inclusão da Meta 21, com os olhos voltados para uma Educação do Século 21, seguida por 10 estratégias, conforme o texto a seguir: PNE – Meta 21: expandir ao máximo, no mínimo triplicar, concomitantemente, o número de alunos matriculados em cursos na modalidade a distância de educação profissional técnica de nível médio e de Educação Superior, de modo a alcançar avanços significativos em termos de matriculas, como forma de democratização de acesso ao conhecimento em todos os níveis educacionais.

Estratégias para a meta 21:

21.1) expandir as matrículas em cursos de educação profissional técnica de nível médio na modalidade a distância nas redes de ensino;

21.2) expandir a oferta de financiamento estudantil à educação profissional técnica de nível médio e à educação superior na modalidade a distância oferecida em instituições privadas de ensino, estendendo o acesso ao FIES para alunos da EaD;

21.3)  expandir as matrículas em cursos de educação superior na modalidade a distância nas redes públicas e privadas de ensino;

21.4) criar uma universidade federal exclusivamente para a oferta de cursos na modalidade a distância, permanecendo o programa Universidade Aberta do Brasil com a ênfase na formação continuada de professores;

21.5) promover a normalização dos atos regulatórios e instrumentos de avaliação externa do Ministério de Educação e dos sistemas estaduais de ensino para estimular a expansão da educação a distância, aberta e flexível, com a clareza sobre a extraterritorialidade inerente a EaD;

21.6) incentivar a articulação de consórcios entre instituições de ensino públicas e privadas para a oferta compartilhada de cursos na modalidade a distância;

21.7) desenvolver um programa de formação continuada a distância de profissionais docentes que permita o compartilhamento de melhores práticas utilizando-se de tecnologias e metodologias de inovação didático-pedagógica;

21.8) estabelecer uma politica de desenvolvimento de pesquisas sobre educação aberta, flexível e a distância no âmbito de instituições públicas e privadas de ensino, bem como por organizações da sociedade civil representativas da área, financiadas pelas agências dos Ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia, dentre outros órgãos de fomento;

21.9).  disseminar uma cultura de avaliação das atividades de formação, pesquisa e inovação em educação aberta, flexível e a distância, de modo à segurar a imperativa exigência de qualidade;

21.10) manter abertura às mudanças e aos novos paradigmas que surgem relacionados à inovação educacional;

Acreditamos que os senadores membros da Comissão de Educação, Esportes e Cultura serão sensíveis às propostas de valorização da Educação a Distância e da inovação educacional.

Prof. Dr. Fredric Michael Litto, Presidente

Fonte: http://blogs.estadao.com.br/rolando-na-rede/

Nota: textos em negrito são destaques do Procrie. 

Autonomia para o Autodidatismo

PraiaIcaraí
Clínica de Mini Vôlei, Praia de Icaraí, Niterói (RJ): 400 crianças se divertiram 2 vezes/semana durante 4 anos. Ilustração: Beto Pimentel.

 

Liberdade para Ensinar e Criar

Em 13/jan./14, Arlindo Lopes Corrêa postou mais um dos seus excelentes artigos sobre a Educação no país. Tenho sua permissão para divulgar seus ensinamentos também no Procrie, uma vez que alguns assuntos são pertinentes quanto à sequência que estou imprimindo relativa à Aprender a Ensinar. Valho-me de nossa comunhão de propósitos para anunciar sua experiência e cultura no tema.

Fica a sugestão para que os leitores enveredem pelo Blog do Arlindo e ali se ilustrem com um dos maiores especialistas brasileiro. Dessa forma perceberão a importância da “liberdade de ensinar”, livrando-nos das amarras das receitas técnicas (de bolo) e, principalmente, contribuindo para um crescimento do alunato muito além do imaginável. Em suma: livres para criar!

Aprender a Ensinar, Autodidatismo, Autonomia, Criar um Blog, Educação de Qualidade, Ensino a Distância, Formação Continuada, Resolver Problemas.

 Prioridades na Educação de Qualidade para o Brasil

“A necessidade de uma melhoria qualitativa da educação brasileira, abrangendo todos os seus níveis, é indiscutível e urgente. Todos os brasileiros preocupados com o futuro de nosso país estão conscientes disso e anseiam pelas realizações capazes de produzir essa mudança inadiável. As comparações internacionais disponíveis confirmam essa deficiência geral com clareza. Aí estão, por exemplo, os pobres resultados obtidos por nossos estudantes de 15 a 16 anos de idade nos testes do PISA (da OECD), os quais sistematicamente classificam o grupo de alunos representantes do Brasil nas últimas colocações dentre os países participantes. Da mesma forma, os rankings internacionais de qualidade dos estabelecimentos de ensino superior, em que a posição desfavorável de nossas universidades é uma triste constante”. […]

Autonomia para o Autodidatismo

“Reforçando o cabimento dessa sequência de  prioridades, um conceito que se deve lançar e difundir, nestes tempos de educação a distância em grande crescimento, tanto do lado da oferta quanto da demanda, é o conceito de ‘autonomia para o autodidatismo’. Trata-se daquele estado em que a pessoa já sabe e pode, por si só, buscar conhecimento de modo apropriado, sem recorrer à educação escolarizada, presencial. A partir da conquista desse estado de ‘autonomia para o autodidatismo’ a pessoa ganha a capacidade de multiplicar as possibilidades, ao seu alcance, de acesso ao conhecimento em geral, tendo em vista o arsenal tecnológico disponível no mundo atual e que pode ser usado, com ou sem adaptações, para fins educacionais. O momento em que esse estado é alcançado varia de pessoa para pessoa, em função de inúmeras variáveis, sendo mais relevantes o nível de  escolaridade concluído e a qualidade da educação recebida até então. Admitido esse conceito, o corolário é que sob o aspecto do indivíduo, a educação é mais prioritária antes que ele adquira essa autonomia. Ou seja, nos seus anos iniciais, especialmente na fase de alfabetização, a seguir no restante do ensino fundamental  e só depois no ensino médio. Outro ponto a ressaltar, nestes tempos de supremacia avassaladora das TIC (tecnologias de informação e comunicação) é que um dos objetivos específicos da educação deve ser o de fomentar, logo em seus anos iniciais, a  busca dessa autonomia libertadora, para que a pessoa possa centrar sua educação em  seus reais interesses e motivações, personalizando-a. É a educação para a liberdade, em que os alunos vão livrar-se das ‘xaropadas’ de professores que não dominando os conteúdos pertinentes e não tendo como ensinar verdadeiramente, passam a doutrinar os estudantes com o politicamente correto e todo o repertório ideológico que serve de álibi para encobrir suas deficiências de formação. Problema comum dos corpos docentes de muitos países, especialmente da América Latina, Brasil inclusive. Adquirida essa autonomia, o estudante já não dependerá tanto, para sua formação, da educação escolarizada, presencial, muitas vezes massificadora, projetada para atender a um ‘aluno médio’ que só existe em teoria”. […]

Ver o texto completo em… Prioridades na Educação de Qualidade para o Brasil, 13/jan./2014: http://arlindolopesc.blogspot.com.br

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E por falar em liberdade de ensinarautonomia e autodidatismo, vejam a corajosa medida que está dando certo implementada por uma diretora em uma escola de São Paulo:

Escola em SP inova ao inverter turno de alunos

Uma das raras exceções em São Paulo é o da escola estadual Francisco Brasiliense Fusco, no Jardim Umarizal, na zona oeste da capital. Há cinco anos, a diretora Rosangela Macedo Moura resolveu desafiar a lógica predominante – em que alunos a partir do 6º ano (antiga 5ª série) estudam de manhã e os de anos anteriores, à tarde – e inverter de turno os estudantes. […]

“Todos os diretores têm autonomia sobre os horários, mas muito têm medo de mudar. Quando eu alterei os turnos aqui, muitos me criticaram, dizendo que eu estava inventando moda.”

Neste ano, todos os estudantes do 6º ao 9º ano do colégio ainda estão estudando à tarde. Mas Rosangela precisou passar para noite os do ensino médio. A diretora explicou que a mudança foi uma estratégia para que ela consiga, no ano que vem, implementar o período integral para todos os anos. “Eu preciso mostrar que tinha salas livre à tarde, para convencer as autoridades que tenho como encaixar todos os alunos no período integral.” Segundo a diretora, tomar essa decisão foi triste, mas necessária. “Foi por uma boa causa, porque já está mais que provado que as crianças aqui precisam ficar o dia todo na escola.”[…]

Leia mais no sítio do uol: www.uol.com.br/

 

 

Professoras de Educação Física

MiniEuFavBairro INVERTIDATCI e Neurociência, Novos Rumos para a Educação

Tendo em vista que a Missão do Procrie é Aprender a Ensinar, estamos analisando as possíveis variáveis que interferem nesse processo. Neste artigo falaremos sobre as PROFESSORAS – brasileiras e portuguesas – uma vez que possivelmente possamos ampliar nossa pesquisa com maior acerto e variada contribuição das interessadas. Em outra oportunidade, quem sabe, trataremos dos meus colegas, os PROFESSORES. Atentem, entretanto, que espero suas contribuição e visão, sempre um compartilhamento visto por diversos ângulos.

Por que as professoras portuguesas?

A Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC tem convênio de intercâmbio cultural com diversas congêneres, inclusive portuguesas. Há algum tempo, participei de um desses encontros na capital catarinense, Florianópolis, com vivo interesse na palestra que proferiria eminente Professora Doutora, da qual não me recordo o nome, cujo tema era o desporto em Portugal. Ao iniciar sua fala, surpreendeu a todos com um vídeo turístico sobre o seu país de 20 minutos, tentando nos convencer que era importante que conhecêssemos as belezas de Portugal antes de qualquer assunto. Esgotados 1/5 do tempo, foi genérica em sua explanação sem atentar para qualquer situação específica. Ao final, respondendo a perguntas, indaguei sobre o meu interesse latente: “Como se situava o voleibol feminino em seu país”? A resposta foi a mais elogiosa possível, curta, e cortando qualquer possibilidade de diálogo. Note-se que nesta época eu acompanhava pela web o Congresso Nacional Desportivo Português (creio que dez./2009 a fev./2010), promovido exatamente para alavancar o desporto no país. Em alguns depoimentos, percebia-se o descaso a que vários desportos estavam relegados.

Pesquisando no sovolei encontrei o artigo de autoria de Luís Melo publicado em abril/2010, para o qual peço que os leitores vejam a íntegra. Destaquei alguns trechos que, imagino, permanecem atuais. Se contrário, peço que se manifestem e me esclareçam.

Feminino, um problema de mentalidades

  • (…) Portugal é sobejamente conhecido pela sua disparidade e desequilíbrio em certas áreas. Isso está correlacionado com a mentalidade retrógrada da maioria dos portugueses. Algo que se verifica com grande incidência no que toca à discriminação da mulher na sociedade, seja em casa, no trabalho, na política ou até no desporto.
  • (…) No voleibol, tenho a certeza que se alguém criticasse a FPV pelo abandono da modalidade no género feminino, os seus responsáveis viriam logo dizer que até contrataram uma treinadora cubana de renome para as selecções. Como se isso resolvesse alguma coisa. […]
  • (…) Chega de palavras vazias e de atitudes hipócritas que nada resolvem. Está na altura de haver uma verdadeira revolução de mentalidades. É hora de começarmos a olhar para a mulher e cumprirmos o que está estabelecido no acordo da ONU: “A mulher deve ter o direito à igualdade e a estar livre de todas as formas de discriminação. […]

E no Brasil, seria diferente?

Inicialmente, para que percebam o sistema educacional, convém darmos uma paradinha, abstermo-nos do corre-corre diário, e pensarmos quem somos, nosso querer e o que podemos fazer. Para tanto, ouso colocar-me como mediador nessas reflexões e tentarmos juntos nos aprimorar no ensino que pretendemos seja a melhor. Como já se disse que Educação não é estática, mas evolui constantemente, relembro pensamento do Professor José Pacheco: Nossas escolas são do séc. XIX temos professores formados no séc. XX e alunos no séc. XXI. A informática é uma das ferramentas desse século e estaria sendo utilizada com eficácia? Além disso, acompanhamos um despertar para a neurociência, cujas teorias expandem nossos horizontes e deixam para trás aquelas que compõem ainda os currículos acadêmicos. Como se atualizar então?    

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Contributo às Professoras Portuguesas, uma Reflexão

Em artigo anterior, logo a seguir de Contributo Português, foquei especialmente professoras brasileiras – Dirigido Principalmente às Professoras – incentivando-as a se desenvolverem continuamente na missão que abraçaram. Infelizmente, a esmagadora maioria tende a lidar somente com as meninas, quer seja nas escolas ou nos poucos clubes que ainda restam. Como também a maioria não colecionou experiências vividas em quadras, pelo contrário, foram massacradas pelas antigas professoras em seus tempos escolares. É natural que evitem o voleibol e desviem suas atividades para outro viés da Educação Física e Esportes, ou mesmo se mantenham no jogo de Queimada, o equivalente ao rola bola do futebol empregado pelos professores. Além disso, contribui demasiadamente para esse estado de coisas a má formação metodológica e pedagógica que deveriam usufruir nas Universidades, com currículos jurássicos. Um detalhe não menos importante, a diferenciação entre sexos, isto é, em muitas escolas particulares, especialmente as maiores, professoras se correspondem somente com as meninas, e professores com meninos. Não há coeducação. Aliás, como no tempo em que frequentei os bancos universitários nos anos 1960.

Terminei o texto com um questionamento: (…) A esses verão como é possível chegar aos respectivos limites de eficácia técnica. Não é o que muitos chamam de Inclusão? Para que não haja dúvida quanto ao alcance do que se pretende, esclareço que tal limite de eficácia corresponde ao que cada indivíduo tende a se projetar, diferentemente do que encontramos na vida: a busca dos talentosos em detrimento dos demais, considerados ineptos, e por isto descartáveis.

Em uma visão genérica, este é o sistema competitivo criado e adotado pelos gestores da Educação e dos Esportes. Que tal pensarmos juntos nisto e promovermos algo novo, algo que edifique e amplie nossa atuação em favor de tantas crianças? VOCÊ pode ser a primeira, ser-lhe-á garantido o anonimato e, se preferir, ofereço meu endereço eletrônico após seu consentimento e manifestação.

Aguardarei ansiosamente!

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Aspectos Culturais 

Imagino que o machismo herdado pelos brasileiros tenha sua origem em Portugal. Se for diferente que me corrijam as mulheres portuguesas. Além disso, uma vez que me apropriei da tradução e comentários de universitários a respeito de George Pólya (citados) dou-lhes retorno de minhas pesquisas e elucubrações no sentido de aprimorar o ensino, especialmente de voleibol (Heurística, como resolver problemas). Reafirmo que são minhas as propostas, e também sei que devemos compartilhar ideias para mantermos viva a busca por uma Educação condizente.

Boa Vista, estádio, Gira Volei Porto, Porugual
Estádio do Boa Vista, Gira Volei, Cidade do Porto, Portugal.

Reexaminando o texto e a foto no capítulo Contributo Português, vi-me impelido a adentrar literalmente o campo do Boa Vista e situar-me duplamente, ora como professor, ora como aluno. Como professor não me foi difícil compreender a situação com que se deparam todos os portugueses, uma vez que há longo tempo venho acompanhando-os avidamente pela internet, inclusive como colaborador no Sovolei. Todavia, hoje me senti atraído pelo pensamento de uma daquelas miúdas que corriam ainda desajeitadamente pela grama do imenso estádio de futebol e resolvi interpretar seus pensamentos, em um exercício mental que muitas vezes realizo: faço-me criança durante a aula. Com isto, regrido aos tempos de 8-10 anos e procuro sentir todas as sensações, as que vivi e das quais ainda me lembro – boas e más – e as alegrias de poder compartilhar risos, gritos, alardeando plena felicidade. Como é bom poder proporcionar a qualquer indivíduo tais momentos inesquecíveis!

Ocorre que me assaltou novamente uma preocupação – agora estou em um zeppelin (ver a seguir), nas alturas, sobre o estádio – como um observador privilegiado, ouço todas as vozes, pequenos murmúrios, entendo as preocupações dos professores que conduzem o espetáculo, ouvidos apurados retém comentários de pais e amigos, tudo contribuindo em paz e harmonia. E nesse instante assaltam-me pensamentos preocupantes, que me parecem um ciclo histórico repetitivo:

– Como conservar o mesmo espírito de confraternização social ao longo dos anos?

– Como manter TODOS os pequeninos com a mesma alegria de que estão contagiados?

– O que lhes acontecerá adiante, o que lhes está reservado especialmente quanto ao voleibol?

– Quantos desistirão da competição que a vida impõe?

Certamente que em uma escola existem problemas outros que tenho acompanhado em boa parte de minha vida vendo e ouvindo. Presentemente, também através de um sítio – CEV – em que professores e pessoas ligadas à Educação Física e Esportes têm a possibilidade de exprimir seus comentários e opiniões com liberdade. Todavia, ainda não percebi quem queira dar a sua contribuição na solução ou medidas que atenuem as deficiências. Esta é uma das nossas tarefas, sendo que sua participação e vontade de transformar o ensino são fundamentais.

Contamos com TODOS!

Informação histórica

Zeppelin foi um dirigível rígido inventado pelo conde Ferdinand von Zeppelin nos Países Baixos (hoje Holanda). O projeto, delineado em 1874, foi patenteado em 1895De formato alongado característico, foi muito utilizado para travessias transatlânticas com passageiros na década de 1930. Devido ao seu enorme sucesso, o termo “Zeppelin”, em uso casual, firmou-se para se referir a todos os dirigíveis rígidos. (foto e texto Wikipédia)
Em nossos tempos, alguns foram construídos favorecendo principalmente campanhas comerciais e emissoras de TV em transmissões de espetáculos, jogos e grandes eventos.

Heurística, Como Resolver Problemas

George Pólya
George Pólya.
Foto: Wikipédia.

Heurística de Pólya

Etimologia: Heurística tem origem no termo grego εὑρίσκω, que significa “encontrar” ou “descobrir”. Tem a mesma origem da palavra eureca (εὕρηκα), que significa “encontrei”. (Wikipédia)

Dando prosseguimento à série de artigos sobre como pensar e, por conseguinte, como ensinar, trataremos da Heurística de Pólya e sua aplicação em ensino esportivo. Relembro que editamos inicialmente Ideias Maravilhosas em Metodologia e a seguir, Aprender a Pensar. Falemos, então, do matemático húngaro e seus princípios dedicados ao ensino da busca de soluções para quaisquer problemas e como o descobri navegando pela internet.

A Heurística é um procedimento que, em face de questões difíceis envolve a substituição de respostas para um projeto por outras de resolução mais fácil a fim de encontrar soluções viáveis, ainda que imperfeitas. Podendo tal procedimento ser tanto uma técnica deliberada de resolução de problemas, como uma operação de comportamento automática, intuitiva e inconsciente. (Análise heurística, o que é?, por Guilherme Gonzales, https://medium.com/ux-ui-design-1/fff5b7826ecb).

Contributo Português

Boa Vista, estádio, Gira Volei Porto, Porugual
Encontro de pequenos atletas – Gira Volei – no estádio do clube Boa Vista, cidade do Porto, Portugal.

Não é sempre que um grande matemático se interessa pelos currículos e pelos métodos de ensino da matemática no ensino secundário. A esse respeito Pólya (1887-1985) é quase uma exceção. Daí o interesse das traduções de dois célebres textos sobre o ensino da matemática: How to solve it (1945) – em que nos diz como resolver problemas de todos os tipos, mesmo os que não são de matemática – e o capítulo XIV do livro Mathematical Discovery (1962-64). As traduções foram realizadas em seus trabalhos universitários por Elisa Mosquito, Ricardo Incácio, Teresa Ferreira e Sara Cravo. A revisão, por Olga Pombo. Peço permissão aos pesquisadores portugueses que me proporcionaram conhecer parte do pensamento de Pólya para estabelecer um pretenso diálogo construtivo com professores brasileiros a respeito do ensino do desporto em geral e a prática escolar. Àqueles que me honram com a sua leitura, minhas desculpas por estar falando na primeira pessoa, a intenção é relatar experiências e, em contrapartida, “ouvir” o que têm a me contar.

Em suma, Pólya explicou como resolver os problemas necessários ao estudo de heurística:

  • O objetivo da heurística é estudar os métodos e regras de descoberta e invenção.
  • Heurística, como adjetivo, significa ‘que serve para descobrir’
  • Seu objetivo é descobrir a solução do problema atual.
  • O que é uma boa educação? Sistematicamente dando oportunidade para o aluno descobrir as coisas por si mesmo.

Legou-nos outro conselho sábio:

  • Se você não pode resolver um problema, então encontre um problema mais fácil que você possa resolver.

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Dirigido Principalmente às Professoras

Lembrete, especialmente aos mestres atuantes em escolas públicas ou particulares: o que se propõe neste Procrie está direcionado a VOCÊS. Como alguns atuam em aulas de voleibol, quer seja extra-classe ou em clubes, muitas vezes podem admitir que por não serem especialistas ou não tenham qualquer vivência com o esporte, não sejam capazes de realizar BOAS AULAS de vôlei. Não concordo e para isto estou aqui a explicitar como fazê-lo e tornar-se um excelente GESTOR em matéria de ensino esportivo. Observem que usei o termo gestor, e não técnico ou treinador, uma diferença apreciável, uma vez que a educação do indivíduo é mais importante do que sua eficácia nos movimentos. Claro, não desprezemos os talentos, mas nunca em detrimento de outros menos aquinhoados em tarefas do gênero. A esses verão como é possível chegar aos respectivos limites de eficácia técnica. Não é o que muitos chamam de Inclusão?

Como exemplo prático, tenho experiência de 30 anos no auxílio a um amigo que, mesmo não tendo cursado faculdade e sem vivências como atleta de voleibol, realiza até hoje aulas e projetos com crianças e adolescentes com excelente maestria, surpreendendo inclusive a seus colegas de ensino em muitos momentos. Mas de quantos possa citar, para mim o maior de todos está descrito em Lições de Aprendizado, Perspectivas de Aprendizagem (I, II e final), a que me reporto mais a seguir em Morro do Cantagalo, Zona Sul do Rio. A meu ver, simplesmente SENSACIONAL!

Peço paciência aos leitores, mas é imprescindível que recapitulem alguns textos compilados no Procrie, que tomo a liberdade de citar:

Treinamento de Defesa (ver tb. outros artigos sobre o tema www.procrie.com.br/sumario/)

O matemático húngaro George Pólya nos dá boas lições a respeito de ensino e aprendizagem que bem podemos aplicar ao nosso dia a dia: “O que o professor diz na sala de aula não é de forma alguma pouco importante. Mas, o que os alunos pensam é mil vezes mais importante. As ideias deviam nascer na mente dos alunos e o professor devia agir apenas como uma parteira. Este é o clássico preceito socrático e a forma de ensino que a ele melhor se adapta é o diálogo socrático”. E conclui com sabedoria: “Não partilhe o seu segredo todo de uma vez só – permita que os alunos o adivinhem antes que o diga – deixe que descubram por si mesmos, tanto quanto for possível”.

Saque-CANHOTO E DESTRO
Ilustração: Beto Pimentel.

Dicas Pedagógicas  

Ensinar é um processo que tem inúmeros pequenos truques. Cada bom professor tem os seus estratagemas preferidos e cada bom professor é diferente de qualquer outro professor. 

Aprendizagem ativa 

A aprendizagem deve ser ativa, não meramente passiva ou receptiva. Dificilmente se consegue aprender alguma coisa, e certamente não se  consegue aprender muito, simplesmente por ler livros, ouvir palestras ou assistir a filmes, sem adicionar nenhuma ação intelectual. 

Caminhos pedagógicos

  • A atual pedagogia gira em torno de como conseguir que o papel do professor se aproxime o mais possível de zero de modo que, em vez de desempenhar o papel de motor e elemento da engrenagem pedagógica, tudo passe a se basear em seu papel de organizador do meio social. (David Wood)

Uma aula sem o professor

Jogando na rua
Crianças ampliam o tempo de aprendizado sem o professor.
Ilustração: Beto Pimentel.

Ocorreu em 1981, com a equipe masculina principal de voleibol do América. Treinávamos três vezes por semana e, nesta época, tinha a companhia de um amigo, também professor, que se atualizava acompanhando-me nos treinos e jogos. Aconteceu que eu não poderia comparecer ao treino de um sábado. Combinei com todo o grupo o que deveriam realizar e despedi-me, confiante de que tudo aconteceria como planejado. Diga-se de passagem, para os cariocas os sábados e domingos são consagrados à praia. Na semana seguinte, ouvi o relato do meu amigo que, não acreditando que se realizaria o treino sem a minha presença, esteve no clube: “Queria ver, pois não acreditava que fossem comparecer. E, inacreditável! Não só estavam todos lá, como o treino transcorreu em alto nível e de maneira intensa”. Hoje, são todos meus amigos e admiradores!

 

Morro do Cantagalo, Zona Sul do Rio. Em um ginásio contendo cinco (5) mini quadras de voleibol, 24 bolas de mini vôlei e com ocupação de oito (8) alunos em cada uma delas, realizamos vários exercícios diferenciados. A cada vez, reuníamos o grupo na quadra central e um dos grupos exibia as tarefas a cumprir. A seguir, dirigiam-se às respectivas redes e se organizavam e tentavam a execução das tarefas. Logo a seguir, sem que os demais percebessem, eu produzia novo exercício com qualquer um dos grupos, o que me abreviava explicações verbais demasiadamente longas. Então, novo ciclo na quadra do meio para que este novo grupo demonstrasse novas execuções. Percebe-se que TODOS se tornam mais atentos e participantes ativos (inclusão). Além disso, buscávamos inicialmente que memorizassem a sequência dos exercícios, pois o desempenho no dia seguinte era mais confortável, sendo mais produtivo e sempre com alguma novidade. Uma delas, um torneio de duplas organizado pelo grupo de determinada rede, enquanto os demais participam regularmente da aula e seus exercícios. Mesmo nos primeiros dias as intervenções do professor devem ser minimizadas, facultando aos alunos aprenderem a se conduzir em grupo, pois no caso de dúvidas, têm que resolver pendências entre si e, principalmente, com rapidez. Simplesmente, um sucesso!

Imperdível!

Poderão constatar mais detalhes sobre a atuação no Morro do Cantagalo nos três artigos Lições de um Projeto, Perspectivas de Aprendizagem (I, II e final). Em sua versão final verão algo que talvez jamais tenham observado. Como se procede para realizar a Interação, a Construção do Conhecimento, a construção e valor do Tatear Experimental e descobertas intuitivas através do conhecimento de princípios da Heurística.

Aprendendo a Pensar 

Jogo de peteca

  • No 1º Simpósio Mundial de Mini Voleibol de 1975 realizei palestra sobre o emprego do jogo de PETECA como derivativo para o aprendizado do voleibol. Era uma experiência que vinha realizando com crianças e adultos na praia de Icaraí, em Niterói. 

As nossas descobertas

  • A melhor forma de aprender alguma coisa é descobri-la por si próprio. 
  • Aquilo que se é obrigado a descobrir por si próprio deixa um caminho na mente que se pode percorrer novamente sempre que se tiver necessidade. (Lichtenberg, físico alemão do séc. XVIII)

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Aguardem a continuação do tema Aprender a Ensinar.

 

 

 

Aprender a Pensar

Compartilhar o Pensamento

“Em Stanford, design é uma disciplina ensinada para gestores, médicos, filósofos… e até para designers.”

Design thinking – Pensamento de design – Como funciona – Identificando e resolvendo problemas – Liberdade de ter ideias maravilhosas – Heurística de Pólya – Conceito de priming, memória associativa – Volley design.

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A foto reproduz a criatividade e pioneirismo do Autor quando designado pelo SESI-DN para realizar Curso de Iniciação ao Voleibol em seu programa nacional. A partir dali o Professor R. Pimentel deu início à profusão de estudos e experiências exitosas em sua escalada de difusão da Metodologia. Veja Como Tudo Começou, Suécia – 1975 (13./2/2010)

Professor, tio, treinador, técnico…

Reparem um dado sociocultural a que nos acostumamos e, certamente, está no cerne de nossas propostas. Quando se fala em atividade física na escola, diz-se “aula de…”; quando nos referimos à atividades similares em um clube, diz-se “treino de…”. Analogamente, Escolinha (escola) e Iniciação (clube). Observamos ainda que em ambas as práticas – escola e clube – os agentes são designados de forma também diferenciada: professores e treinadores (técnicos), respectivamente. Em alguns casos, professores são chamados de tio e, os treinadores (p.ex., futebol), de professor. E agora com o advento da prática em academias, praças, praias, tornamos popular os profissionais de educação física e, para maior sofisticação, personal trainning. Reparem ainda que no ambiente acadêmico há abismos culturais (e sociais) representados pelos títulos que um indivíduo ocasionalmente ostente. Basta reconhecer como a sociedade até hoje admite que um formando em Direito, Medicina, Odontologia, tenha o privilégio de ostentar o título de Doutor. Aliás, generalizou-se emprestar este título a presidentes, diretores etc., e até mesmo, pelos menos letrados, a indivíduos reconhecidamente de posses, síndicos e outros tantos mais. Já foi o tempo em que nas cerimônias de formaturas, seguindo o modelo americano, eram ofertados anéis, inclusive ornamentados com pedras coloridas que identificavam a área dos novíssimos doutores.

Por que tais diferenciações? O que muda em relação à denominação? Seriam mais capazes uns do que outros? Atenhamo-nos ao professor (tio) e ao treinador (técnico).

Mais um detalhe não menos importante refere-se ao ensino universitário de professores na matéria Voleibol. Consideramos o currículo extremamente caótico, mera repetição do que foi implantado no século passado. Acrescente-se a carência também na cadeira de Metodologia e Pedagogia, uma lástima. Por outro lado, um indivíduo pode se tornar um treinador (técnico) sem qualquer qualificação acadêmica, bastando para tal que tenha atuado no esporte e frequente um breve curso de oito dias. Bem diferente do que ocorre em países europeus. Poderão ver como é em Portugal, que segue os preceitos dos países do euro: Formação em Portugal (6/12/2012).

PS: Tomamos conhecimento nesses últimos dias do estudo de Cristina Carta Cardoso de Medeiros e Érico Felden Pereira em que discutem a formação de professores para a atuação no ensino superior nos programas de pós-graduação strictu sensu em Educação Física no Brasil e da inserção da disciplina Metodologia do Ensino Superior nesses cursos. Identificaram em suas falas que a disciplina trouxe contribuições importantes para a formação desses profissionais e que sua valorização nos programas stricto sensu é necessária. Vejam a íntegra em:  http://seer.ufrgs.br/index.php/Movimento/article/view/17806

Como o tema é alentado e temos carência em estudo em sociologia, valemo-nos de nossas observações de vida. Estamos abertos a comentários e trabalhos que nos ensinem a melhor discernir e definir. Assim, seria suficiente neste momento provocar o assunto e estimular que participem desse nosso estudo e compartilhemos nossas opiniões a respeito. E dessa forma, adentrarmos no exame de uma recente (para nós) técnica de como buscar novas formas de ensinar, o que os americanos denominaram Design Thinking. Traduzindo, é o que postulamos há muito neste Procrie – Aprender a Ensinar -, ou em outras palavras, Aprender a Pensar. Quer conhecê-la, leia o resumo a seguir, pois é o que pretendemos repassar para nossos ouvintes – professores e treinadores – em nossos Cursos Presenciais. Além, é claro, utilizando aulas práticas. Seria o “ver para crer”, ou seja, “como é possível que um indivíduo possa gerenciar a atividade voleibol com um mínimo de conhecimento”. No linguajar dos camelôs (vendedores ambulantes) cariocas ao anunciarem seus produtos nas calçadas: “Não requer prática, nem tão pouco habilidade”!

Como Pensar a Aula e o Treinamento?

MiniEuFavBairro INVERTIDARetornamos ao tema publicado em 30/5/2013, sob o título Novas Formas de Pensar o Treinamento (I). 

Esse artigo seria o primeiro, a base para o desenvolvimento de uma série, como foram os dois seguintes relativos ao Treinamento de Defesa (vários). Queremos mostrar aos leitores a importância de como pensar a atividade proposta, especialmente em se tratando de esportes/movimento. Enfim, como realizar aulas produtivas, de Qualidade, para seus alunos, tanto em associações, mas principalmente, no ambiente escolar. Vamos então nos servir do conceito atribuído á técnica do design thinking e de como desencadear o processo. Acompanhem-nos:

  • Conceito…  Busca perspectivas para solução de problemas. Não há ideia burra!
  • Processo… Dividido nas fases de imersão, análise, ideação e execução de protótipos.

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Liberdade de ter ideias maravilhosas! 

Praia de Icaraí, Niterói-RJ. Aulas regulares para 400 crianças.

– Como aplicar o design thinking no ensino de voleibol na escola? (ou clube)

Como ter ideias e resolver problemas?

A inteligência não pode se desenvolver sem conteúdo. Fazer novas ligações depende de saber o suficiente sobre algo em primeiro lugar para ser capaz de pensar em outras coisas para fazer, em outras perguntas a formular que exigem as ligações mais complexas a fim de compreender tudo isso. Quanto mais ideias uma pessoa já tem à sua disposição, mais novas ideias ocorrem, e mais ela pode coordenar para construir esquemas ainda mais complicados. (Eleanor DuckworthThe Having of Wonderful Ideas, 1972)

Design thinking, como produtos e serviços são gerados

Em vez de gastar milhões de reais desenvolvendo um produto, que tal, antes, lançar uma primeira versão, mais simples, para um número menor de pessoas?

Profissionais de vários setores estão convencidos de que se manter em forma também exige disciplina. Para essa equipe deslocar o olhar do cenário convencional pode conduzir a descobertas inesperadas e inovadoras. Mas em que se baseiam? No conceito do design thinking: trata-se de um processo de como produtos e serviços são gerados (Luciana Calaza, O Globo 26/5) e chamou-nos a atenção por se tratar de ideias e olhares pedagógicos sobre aspectos do treinamento humano.

Compartilhamento e Qualidade

As ideias expostas sumariamente dão conta do que vínhamos postulando a respeito de inovação, criatividade, intuição e formas de ensinar. Resumindo, Aprender a Ensinar, onde o destaque está focado na maneira de pensar para atuar em quaisquer circunstâncias prevenindo-se contra as receitas técnicas e mesmices.

Aprendem brincando e jogando!
      Aprendem Brincando e Jogando

Notem…

O design thinking pode ser um vetor de mudança no aprendizado de ensino no país. Trata-se de criar um espaço para ser usado por todos os cursos em um ambiente propício para o processo de design thinking, a que chamaremos Centro de Referência, onde os processos se desenvolvem em um ambiente em que não há ideia burra. 

Inovação não é para gênios, é para gente que tem disciplina para buscar o maior número de informações possíveis e chegar com insights interessantes. Qualquer setor pode se beneficiar do emprego do pensamento de design, pois mesmo as equipes mais talentosas, por vezes caem na armadilha de resolver um problema sempre da mesma maneira. Ele vem se juntar às ideias desenvolvidas por Daniel Coyle no livro O Código do Talento, além do processo de se obter ideias maravilhosas já ventiladas neste Procrie em Importância de um Bom Ensino (I, II).

Como funciona

O design thinking tem a ver com formular, fazer protótipos e testar, além de antecipar o momento de realimentação. Em vez de gastar milhões de reais desenvolvendo um produto, que tal, antes, lançar uma primeira versão, mais simples, para um número menor de pessoas?

Identificando e resolvendo problemas

Desenho 0 Ginásio
Atividades na escola organizadas pelos alunos.
Ilustração Beto Pimentel.

Quando uma ideia se torna um sucesso, quando algo se torna inovador, nos perguntamos: “Uau, quem fez isso?” Na verdade, o que deveríamos estar nos perguntando é: “Uau, como isso foi feito?” O “como” é que devia ser explorado e analisado. O design thinking acelera o processo de inovação e é uma abordagem que ajuda a justamente entender a coisa.

A ideia é capacitar pessoas a partir de uma aprendizagem baseada em projetos reais apresentados por vários agentes ou empresas. O curso parte do princípio de que existe mais de um jeito de identificar e resolver qualquer problema ou desafio, tanto no ambiente de trabalho quanto em qualquer situação das nossas vidas. Pela primeira vez o mundo dos negócios está percebendo que há um método de resolução de problemas que não nasceu na área de administração. E pelo jeito, os executivos estão indo atrás desse método, que sugere que não importa o quão óbvia uma solução possa parecer – o que se espera aqui é que sejam criadas muitas soluções para a análise.

Nas aulas de design thinking os alunos resolvem problemas reais de diversas naturezas levados seus cases para a discussão. Em 45 minutos tem-se que ter 20 propostas e daí surgem hipóteses que normalmente nem seriam cogitadas. E isso é bom. Depois, você pode excluir as que não servem, de acordo com as suas restrições, quer sejam elas de lei, distribuição, geográfica, temporalidade etc.

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Heurística de Pólya

Etimologia: Heurística tem origem no termo grego εὑρίσκω, que significa “encontrar” ou “descobrir”. Tem a mesma origem da palavra eureca (εὕρηκα), que significa “encontrei”. (Wikipédia)

A Heurística é um procedimento que, em face de questões difíceis envolve a substituição de respostas para um projeto por outras de resolução mais fácil a fim de encontrar respostas viáveis, ainda que imperfeitas. Podendo tal procedimento ser tanto uma técnica deliberada de resolução de problemas, como uma operação de comportamento automática, intuitiva e inconsciente. (Análise heurística, o que é?, por Guilherme Gonzales, https://medium.com/ux-ui-design-1/fff5b7826ecb)

George Pólya, matemático húngaro radicado nos Estados Unidos, morreu em 1985 aos 97 anos, tendo deixado uma obra memorável: A Arte de Resolver Problemas. Nela desenvolve um conceito deveras importante para aprendermos a pensar. Entender a interpretar seus princípios significa avanços incalculáveis na maneira de pensar qualquer dificuldade em nossas vidas. Já nos reportamos sobre os ensinamentos de George Pólya neste Procrie. Em novo artigo retornaremos à sua heurística, e sua aplicação em educação física e esportes. Enquanto isto, reportem-se ao artigo Dicas Pedagógicas, de 16/fev./2010. 

Aguardem!

Ideias Maravilhosas em Metodologia

O autor com pequenos atletas em Ronneby, Suécia, no 1º Simpósio Mundial de Mini Voleibol promovido pela Fivb e Fed. Sueca. Foto: acervo Roberto Pimentel.

Travessia de Séculos

— Independentemente da comunidade, cidade ou país em que vivemos, o que esperam de nós os nossos filhos e alunos em matéria de transmissão de conhecimentos?

— Estaríamos preparados para o embate pedagógico que se nos afigura neste século?

Na foto, o autor foi clicado com atletas mirins em Ronneby, Suécia, quando da realização do 1º Simpósio Mundial de Mini Voleibol (jul./1975), em uma promoção da Fivb e a Federação Sueca.

Esporte na Escola – Ensino Esportivo – Asas à Imaginação – Motivação e Interesse – Despertar o Interesse – Arte de Ensinar – Conciliando Educação Física e Esporte – Aulas e Cursos Presenciais.

Percebam o significado e a dimensão do alerta que nos coloca o Professor José Pacheco ao dizer que temos Escolas do séc. XIX, professores no séc. XX, e alunos no séc. XXI.

Em Escolas, entenda-se também Universidades, posto que representam a principal forma utilizada pelas sociedades modernas de transmissão do conhecimento. A História nos diz que a Escola é uma invenção moderna, não faz muito tempo que foi criada, contudo os conhecimentos sobre Tecnologia da Informação e Comunicação, que nos atropelam de forma avassaladora há menos de 50 anos, realmente nos impedem de acompanhá-la passo a passo como fazem os nossos alunos em centros mais avançados de ensino.

—  Qual a melhor atitude, que providências a adotar para uma Educação adequada aos tempos modernos?

— Que escola escolher para nossos filhos?

Permito-me sugerir a leitura do texto de Gustavo Ioschpe (VEJA, 19/2/2014), Como escolhi a escola dos meus filhos. Encontrar a escola certa para os filhos é um desafio para os pais, mas fica mais fácil quando se busca uma instituição que entenda a defenda “a supremacia e a universalidade do saber”. Não deixem de criticar a opinião dele, proposta pelo próprio autor.

Por que esporte na escola?

Alguém acredita que os pais se preocupariam em escolher uma escola em que um dos critérios fosse um bom ensino de Educação Física e Esportes? Acreditem, já tive notícias sobre este fato, i.e., a escola fez a diferença na escolha dos pais por ter um ensino mais qualificado em Educação Física e Esportes. E lembro aos mais novos o pensamento de um dos mais importantes estadistas a respeito da atividade física e sua representação:

Atividade física não é apenas uma das mais importantes chaves para um corpo saudável – ela é a base da atividade intelectual criativa e dinâmica. (John Kennedy)

A partir dessa afirmação, pode-se proceder a alguns desdobramentos sobre a atividade física e o movimento. Creio que chegamos ao cerne da questão, ou seja, aliar educação dos movimentos às atividades dinâmicas, em que se manifestam entre outras, a intelectualidade e criatividade. Simplesmente, os jogos! O que nos leva a concluir sobre as vantagens de trabalhos em grupos.

Ensino esportivo

– Nossas universidades estão preparadas para essa verdadeira revolução no ensino?

– Seria melhor que cada um parasse um instante para examinar com isenção como anda o nosso ensino acadêmico, especialmente em matéria de Métodos e Psicologia Pedagógica.

– Existe um abismo entre teoria e prática, i. e., o que se diz é o que se pratica?

Além disso, sendo um país de dimensões continentais e contrastes sociais, é evidente que nos aproveitemos da ciência e meios modernos que facilitam sobremaneira a execução de ensino à distância, promovendo a instrução para milhões de jovens ávidos por conhecimento e informação nas mais diferentes áreas. Não sou perito, ao contrário, um leigo em TIC. Contudo, atrevo-me a pesquisar sobre Metodologia e Pedagogia na tentativa de descortinar novos métodos e abordagens de ensino, ou seja, Aprender a Ensinar. Como elegi o esporte, e mais precisamente o voleibol, direciono meus parcos conhecimentos nessa direção. Não sem lembrar mais uma vez aos leitores, que os princípios da Psicologia Pedagógica são aplicáveis a qualquer área de ensino, incluso qualquer desporto. A ideia principal NÃO é impingir um novo modelo (ou receita), mas apresentar uma sugestão e discuti-la profundamente com os principais protagonistas: o Professor e a Professora (na escola), ainda que NUNCA tenham praticado determinada modalidade. Na minha proposta, o desenvolvimento do trabalho independe do currículo esportivo do mestre. Isto implica, naturalmente, estudos de caso a caso, mas o mesmo objetivo. Trata-se do início de um novo caminho! 

Trabalho em grupo

Parece ser um bom caminho, já adotado por países com sistemas educacionais mais eficientes, como a Suécia. Trabalhar em grupo acelera o aparecimento de resultados. É uma cultura do consenso que deve ser inculcada desde o ensino básico. Há momentos em que você vence e outros em que você perde. Aprende-se rapidamente que não convém falar mal dos nossos adversários/concorrentes. “Não se deve matar o vizinho porque você pode acabar sozinho, e isto não é bom para a nossa sobrevivência. (VEJA, entrevista Håkan Buskhe, 26/fev./2014)

Dê asas à imaginação

Penso que a inteligência não pode se desenvolver sem conteúdo. Fazer novas ligações depende de saber o suficiente sobre algo em primeiro lugar para ser capaz de pensar em outras coisas para fazer, em outras perguntas a formular que exigem as ligações mais complexas a fim de compreender tudo isso. “Quanto mais ideias uma pessoa já tem à sua disposição, mais novas ideias ocorrem, e mais ela pode coordenar para construir esquemas ainda mais complicados”. (Eleanor Duckworth, The Having of Wonderful Ideas, 1972).

Motivação e interesse, como despertar?

Esta me parece uma excelente indagação para incrementarmos um processo de aprendizagem. O desenvolvimento de uma teoria eficaz do “ponto onde o aprendiz está” e a construção de uma “psicologia do assunto” que seja operável representam desafios formidáveis: “Qual o próximo passo a dar” aparenta ser uma exigência impossível. Para uma aprendizagem eficiente, o aluno deverá estar interessado nos conteúdos a aprender e sentir prazer nesta atividade. Você saberia como fazer para despertar e manter esse interesse?

O que o professor ensina nunca é melhor do que o professor é. Ensinar depende da personalidade do professor – existem tantos métodos bons como existem professores bons. É sabido por todos os maus professores como não interessar o aluno por qualquer atividade física. E o que faz, então, um bom professor para atrair e manter as crianças em qualquer atividade? Será que ensinar é ensinável? Ensinar é uma arte e uma arte é ensinável? Existe algo que se possa denominar de método de ensino?

A arte de ensinar

Trata-se de despertar nos aprendizes a gostar de aprender. Para tal, desde o ensino básico, deve-se respeitar as tentativas de cada aluno, mesmo quando antecipadamente percebamos que estão no caminho errado, pois é fundamental para o desenvolvimento do raciocínio. Mais à frente, quando adultos, terão facilidades em atividades que estimulem continuamente a inovação.

Breve história – Quando aluno no ensino médio (17 anos, 1956), diante de uma questão na prova de Geografia indaguei à professora sobre uma questão que estaria formulada de forma dúbia. Dizia: “O que pensa sobre a construção de Brasília”? Indaguei se ela queria o que ensinou nas aulas, ou cada um poderia manifestar o próprio pensamento? Isto gerou pequena confusão, mas denota o que pretendemos evitar para o futuro de nossos filhos.

Na formação esportiva, onde o ajustamento motor é dominante (ou indispensável), é grande o risco em proceder por adestramento para parecer ganhar tempo ou simplesmente por dificuldade de utilizar outra modalidade de aprendizagem. Tenho adotado algo como a interação, a negociação e a construção conjunta de vivências, que habilitem a criança (e adultos) a aprender a linguagem proposta. Para tal há sempre uma exigência de um elemento de interdependência e a capacidade de fazer descobertas acidentais. Hoje, tenho certeza que caminhei sempre por intuição nesse sentido especialmente quando me recordo das atividades motoras a que era chamado a participar nas brincadeiras de rua, tais como subir em árvores, lançar pedras, nadar e pescar (de mergulho), andar de bicicleta, jogar xadrez, pular carniça e uma gama variada de desportos aprendidos em terrenos baldios. Por isto, quando me iniciei propriamente dito no voleibol aos 18 anos, tive um aprendizado acelerado, derrubando mitos: “Quem não aprendeu antes, não aprende mais”. Todas aquelas vivências se somaram às novas atividades, com independência e descobertas acidentais, pois não foi tão necessário alguém dizer-me o que fazer ou como criar algo. Por exemplo, que melhor exercício existe para aprender a antecipar-se do que o jogo de xadrez, que aprendi a jogar aos 8-9 anos?

Educação física e esporte escolar, como conciliar?

Às vezes é preciso parar e olhar para longe, para podermos enxergar o que está diante de nós. (J. Kennedy)

Desenho 0 Ginásio
Aulas alegres e divertidas em que todos tomam parte. Ilustração: Beto Pimentel.

Em minhas andanças em busca de nova metodologia de ensino e tomando boas notas a partir de observações de professores, elegi e construí um projeto que considero de simples execução e que merece ser perseguido num primeiro instante. Trata-se de conciliar no ambiente escolar as práticas de EF e Esportes, considerando que TODOS os indivíduos devam participar verdadeiramente, e não só os “escolhidos”, como atualmente através das chamadas escolinhas.

– Estariam escolas e docentes preparados para tal façanha, uma mudança aparentemente tão drástica?

Este é o desafio que devemos enfrentar: a QUALIDADE do ENSINO. Considerem que todos nós temos talentos diferentes, mas todos nós gostaríamos de ter iguais oportunidades para desenvolvê-los. Aproveitem o momento e aqueles que apenas olham para o passado ou para o presente irão com certeza perder o futuro. (J. Kennedy)

Aguardo-os TODOS!

 

Aulas e Cursos Presenciais

CursoVoleidePraia1
1º Curso de formação de técnicos de Vôlei de Praia, CBV. Foto: Roberto Pimentel.

Estou empenhado na obtenção de apoio para a execução de Aulas Presenciais pelo Brasil, incluídas aulas em universidades, escolas e até mesmo logradouros públicos. Os interessados em promover e divulgar deverão notificar-me neste espaço. Estarão preservados nome e e-mail.

Treinadores de Vôlei de Praia

Na foto, o Autor (semi-encoberto com a bola na mão, á direita), realiza ensaios com alunos do 1º Curso de Treinadores de Voleibol de Praia, Rio (ago./1998), promovido pela CBV. Participamos e organizamos diversos Cursos no Brasil, sendo o presente caso  implementar o quadro de técnicos de vôlei de praia e capacitá-los para desenvolver trabalhos de iniciação e de treinamento de alto nível. Contou com profissionais experimentados como Célio Cordeiro Filho, Jorge Barros, Letícia Pessoa, Antônio Leão, Roberto Pimentel, entre outros, além de especialistas na área da Formação. O curso teve duração de oito dias em tempo integral na EsEFEx. (História do Voleibol no Brasil, vol. I, Roberto A. Pimentel).