Curso em Copacabana, Visita da seleção feminina, 1995


Momentos de técnicas de ensino profundo
Revendo alguns artigos e comentários consignados no CEV – Comunidade do Voleibol, deparei-me com uma pequenina ajuda em favor da professora Lizandra que desenvolvia sua apresentação no curso de pós-graduação em vôlei calcada em dois aspectos: “treinamento defensivo e volume de jogo”. Isto se deu em 20/abr/2013, lá se vão cinco anos e pouco.
Busquei (CEV), o seu perfil à época, que dizia “formada em educação física pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, e cursando pós-graduação em voleibol na instituição FMU. Atualmente trabalho com educação física escolar no município de Arujá -São Paulo”.
Pergunto-me hoje, cinco anos depois: O que teria acontecido na vida profissional da Lizandra? De que lhe valeu o curso na Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU? Estaria ainda militando em Educação Física Escolar?
Escrevo isto, não por mera curiosidade, pois não conheço a professora., mas sim vincular o aprendizado “oferecido” pelas universidades ao que venho oferecendo no meu trabalho de conscientização do professorado: “um maior engajamento e empenho nos ensinamentos pedagógicos e metodológicos, há muito ausentes – ou mesmo inexistente – nos currículos acadêmicos.
Eis o nosso breve diálogo, encerrado sem mais delongas, i.e., não sei qual o passo seguinte da professora. Pergunto, então, a você meu leitor, o que acha?
Treinamento Defensivo no Vôlei
Lizandra, em 20-04-2013
Estou desenvolvendo um trabalho para apresentar no meu curso de pós-graduação em vôlei, mas estou com dificuldades em encontrar informações para concluir. Gostaria de saber se alguém pode me ajudar a achar informações sobre treinamentos defensivos e volume de jogo. agradeço desde já.
Comentários
Por Roberto Pimentel, em 21-04-2013
Lizandra, causa estranheza sua dificuldade em obter as informações que necessita para a conclusão de seu trabalho.
Então, vamos lá! Inicialmente, no mundo moderno da web, tudo fica facilitado nesse sentido com os mecanismos de busca. Dessa forma, se alguém quer informações sobre “Treinamento de Defesa em Voleibol”, basta inserir o título e o Google apresentará um leque de sites que tratam do assunto. O seu trabalho primeiro será investigar a qualidade e/ou profundidade com que é tratado o tema pelo autor do site. Inclusive vários vídeos hospedados no YouTube para ilustrar seus olhos. Alguns técnicos apresentam possivelmente o que há de mais moderno para o treinamento dos vários aspectos fundamentais do voleibol.
Todavia, poderá constatar com olhos mais críticos que a grande maioria apresenta exercícios e evoluções para o alto nível. Dificilmente, para iniciantes e, muito menos, com uma gama de exercícios que possam realmente ser utilizados com parcimônia, isto é, individualizados de acordo com o aluno. Geralmente, são utilizados sempre os mesmos exercícios – receitas de bolo – que os novos treinadores copiam e repetem para sempre, até que nova receita técnica lhes seja apresentada. Agora perceba uma pergunta que poucos sabem responder: “Por que os atletas que chegam à fase adulta e mesmo ao alto nível não sabem defender”?
Verá no Procrie – www.procrie.com.br/ – variadas considerações que pesquiso para individualizar esse treinamento. Em outras palavras, cada pessoa merece uma atenção especial, pois apresentam características diferentes e merecem a atenção de seu professor. Assim, generalizar um treinamento pode ser muito bom para o treinador, pois diminui o seu trabalho de condução, mas não gera bons defensores. Por exemplo, verá nos vídeos e em treinos de seleções, atletas em defesa de bolas que são arremessadas contra eles, o que nem sempre acontece numa disputa intensa, quando os contendores buscam exatamente o contrário, ou seja, buscar uma direção de ataque onde não haja defensores estáticos à espera.
Não por acaso, estou desenvolvendo pesquisas sobre “Como Treinar Defesa”, e neste sentido, já providenciei agendamento para conversar com os treinadores de nossas seleções principais, atualmente em Saquarema. Far-lhes-ei uma visita e apresentarei minha tese. Se de acordo, faremos alguns ensaios, inclusive para divulgá-los pelo País.
Até lá, veja as seis ou sete lições postadas no Procrie recentemente. Se aproveitar algo, não se esqueça de evidenciar a fonte. Se mais precisar, terei imenso prazer em recebê-la no Procrie.
Ah, ia-me esquecendo! Como treinar uma equipe para obter volume de jogo requer muitas outras considerações que este espaço não me permite alongar. O que deve fixar em sua mente é que não basta “copiar” exercícios dos “grandes” e aplicar nos “pequenos”, uma vez que quando se treina qualquer fundamento, torna-se necessário conhecer o principal elemento: o treinando. Bom senso nunca é demais, pois os indivíduos têm o seu tempo de maturação. É o que poderíamos definir afirmando “cada um no seu quadrado”.
Boas leituras e um excelente trabalho!
Por Lizandra , em 05-05-2013,
Muito obrigada pela ajuda Roberto. Verifiquei o site que me indicou e gostei muito, com certeza farei um bom trabalho.
Por Roberto Pimentel, em 06-05-2013.
Estou feliz em contribuir para os seus estudos e trabalhos. Em contrapartida, peço que deixe consignado no Procrie suas impressões, pois além de massagear o ego do autor, contribui para que outros colegas também se interessem pelos escritos, já que seu aval é importante. Dê-me notícias quando da conclusão, tenho interesse em conhecer o trabalho.
Divulgue – Como estamos falando de estudos em voleibol, peço que divulgue entre seus colegas e professores a obra que compus em 2 volumes e 1.047 páginas. Trata-se da História do Voleibol no Brasil no século XX, remontando a 1939. Está adjetivada como enciclopédica, memorialista e obra de referência. Pedidos somente pelo Procrie ou roberto_pimentel@terra.com.br/
Este diálogo evocou-me a lembrança de um encontro com vários companheiros do voleibol em Copacabana, Rio, quando da missa de sétimo dia mandada rezar em sufrágio da alma do extraordinário amigo e atleta João Carlos da Costa Quaresma. Após a celebração, reunimo-nos em um barzinho e após algumas divagações e alguns chopinhos, surgiu uma indagação ao Bebeto (falecido este ano) de Freitas ex-treinador de selecionados, a respeito de “como treinar defesas em voleibol”. Argumentava calcando-se no jogador Vissoto (+ 2m), como seria possível alguém fazê-lo cair ao solo, ou mesmo abaixar-se com aquela altura. E, certamente, jamais teria treinado este fundamento em sua vida!
E por que conto essa história a você, leitor amigo?
Se interessado, releia o segundo período de minha apreciação lá em cima, “Todavia, poderá constatar com olhos mais críticos…” e então, juntar as duas narrativas. Que conclusão pode tirar desse exercício mental?
Continuo a afirmar que poucos treinadores sabem realizar treinos de defesa eficientes, muito menos em seleções nacionais. Normalmente, é mais fácil atribuir o fato à má formação inicial do atleta e à tradicional e famosa sentença “Não temos tempo de treinar”.
Sendo assim, realço a importância premente de conscientizarmos o professorado interessado em voleibol escolar, que se apressem em “estudar e pesquisar” com quem sabe “Como Ensinar a Defender”. Isto é matéria para muito papo!
