Aprender a Pensar

Compartilhar o Pensamento

“Em Stanford, design é uma disciplina ensinada para gestores, médicos, filósofos… e até para designers.”

Design thinking – Pensamento de design – Como funciona – Identificando e resolvendo problemas – Liberdade de ter ideias maravilhosas – Heurística de Pólya – Conceito de priming, memória associativa – Volley design.

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A foto reproduz a criatividade e pioneirismo do Autor quando designado pelo SESI-DN para realizar Curso de Iniciação ao Voleibol em seu programa nacional. A partir dali o Professor R. Pimentel deu início à profusão de estudos e experiências exitosas em sua escalada de difusão da Metodologia. Veja Como Tudo Começou, Suécia – 1975 (13./2/2010)

Professor, tio, treinador, técnico…

Reparem um dado sociocultural a que nos acostumamos e, certamente, está no cerne de nossas propostas. Quando se fala em atividade física na escola, diz-se “aula de…”; quando nos referimos à atividades similares em um clube, diz-se “treino de…”. Analogamente, Escolinha (escola) e Iniciação (clube). Observamos ainda que em ambas as práticas – escola e clube – os agentes são designados de forma também diferenciada: professores e treinadores (técnicos), respectivamente. Em alguns casos, professores são chamados de tio e, os treinadores (p.ex., futebol), de professor. E agora com o advento da prática em academias, praças, praias, tornamos popular os profissionais de educação física e, para maior sofisticação, personal trainning. Reparem ainda que no ambiente acadêmico há abismos culturais (e sociais) representados pelos títulos que um indivíduo ocasionalmente ostente. Basta reconhecer como a sociedade até hoje admite que um formando em Direito, Medicina, Odontologia, tenha o privilégio de ostentar o título de Doutor. Aliás, generalizou-se emprestar este título a presidentes, diretores etc., e até mesmo, pelos menos letrados, a indivíduos reconhecidamente de posses, síndicos e outros tantos mais. Já foi o tempo em que nas cerimônias de formaturas, seguindo o modelo americano, eram ofertados anéis, inclusive ornamentados com pedras coloridas que identificavam a área dos novíssimos doutores.

Por que tais diferenciações? O que muda em relação à denominação? Seriam mais capazes uns do que outros? Atenhamo-nos ao professor (tio) e ao treinador (técnico).

Mais um detalhe não menos importante refere-se ao ensino universitário de professores na matéria Voleibol. Consideramos o currículo extremamente caótico, mera repetição do que foi implantado no século passado. Acrescente-se a carência também na cadeira de Metodologia e Pedagogia, uma lástima. Por outro lado, um indivíduo pode se tornar um treinador (técnico) sem qualquer qualificação acadêmica, bastando para tal que tenha atuado no esporte e frequente um breve curso de oito dias. Bem diferente do que ocorre em países europeus. Poderão ver como é em Portugal, que segue os preceitos dos países do euro: Formação em Portugal (6/12/2012).

PS: Tomamos conhecimento nesses últimos dias do estudo de Cristina Carta Cardoso de Medeiros e Érico Felden Pereira em que discutem a formação de professores para a atuação no ensino superior nos programas de pós-graduação strictu sensu em Educação Física no Brasil e da inserção da disciplina Metodologia do Ensino Superior nesses cursos. Identificaram em suas falas que a disciplina trouxe contribuições importantes para a formação desses profissionais e que sua valorização nos programas stricto sensu é necessária. Vejam a íntegra em:  http://seer.ufrgs.br/index.php/Movimento/article/view/17806

Como o tema é alentado e temos carência em estudo em sociologia, valemo-nos de nossas observações de vida. Estamos abertos a comentários e trabalhos que nos ensinem a melhor discernir e definir. Assim, seria suficiente neste momento provocar o assunto e estimular que participem desse nosso estudo e compartilhemos nossas opiniões a respeito. E dessa forma, adentrarmos no exame de uma recente (para nós) técnica de como buscar novas formas de ensinar, o que os americanos denominaram Design Thinking. Traduzindo, é o que postulamos há muito neste Procrie – Aprender a Ensinar -, ou em outras palavras, Aprender a Pensar. Quer conhecê-la, leia o resumo a seguir, pois é o que pretendemos repassar para nossos ouvintes – professores e treinadores – em nossos Cursos Presenciais. Além, é claro, utilizando aulas práticas. Seria o “ver para crer”, ou seja, “como é possível que um indivíduo possa gerenciar a atividade voleibol com um mínimo de conhecimento”. No linguajar dos camelôs (vendedores ambulantes) cariocas ao anunciarem seus produtos nas calçadas: “Não requer prática, nem tão pouco habilidade”!

Como Pensar a Aula e o Treinamento?

MiniEuFavBairro INVERTIDARetornamos ao tema publicado em 30/5/2013, sob o título Novas Formas de Pensar o Treinamento (I). 

Esse artigo seria o primeiro, a base para o desenvolvimento de uma série, como foram os dois seguintes relativos ao Treinamento de Defesa (vários). Queremos mostrar aos leitores a importância de como pensar a atividade proposta, especialmente em se tratando de esportes/movimento. Enfim, como realizar aulas produtivas, de Qualidade, para seus alunos, tanto em associações, mas principalmente, no ambiente escolar. Vamos então nos servir do conceito atribuído á técnica do design thinking e de como desencadear o processo. Acompanhem-nos:

  • Conceito…  Busca perspectivas para solução de problemas. Não há ideia burra!
  • Processo… Dividido nas fases de imersão, análise, ideação e execução de protótipos.

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Liberdade de ter ideias maravilhosas! 

Praia de Icaraí, Niterói-RJ. Aulas regulares para 400 crianças.

– Como aplicar o design thinking no ensino de voleibol na escola? (ou clube)

Como ter ideias e resolver problemas?

A inteligência não pode se desenvolver sem conteúdo. Fazer novas ligações depende de saber o suficiente sobre algo em primeiro lugar para ser capaz de pensar em outras coisas para fazer, em outras perguntas a formular que exigem as ligações mais complexas a fim de compreender tudo isso. Quanto mais ideias uma pessoa já tem à sua disposição, mais novas ideias ocorrem, e mais ela pode coordenar para construir esquemas ainda mais complicados. (Eleanor DuckworthThe Having of Wonderful Ideas, 1972)

Design thinking, como produtos e serviços são gerados

Em vez de gastar milhões de reais desenvolvendo um produto, que tal, antes, lançar uma primeira versão, mais simples, para um número menor de pessoas?

Profissionais de vários setores estão convencidos de que se manter em forma também exige disciplina. Para essa equipe deslocar o olhar do cenário convencional pode conduzir a descobertas inesperadas e inovadoras. Mas em que se baseiam? No conceito do design thinking: trata-se de um processo de como produtos e serviços são gerados (Luciana Calaza, O Globo 26/5) e chamou-nos a atenção por se tratar de ideias e olhares pedagógicos sobre aspectos do treinamento humano.

Compartilhamento e Qualidade

As ideias expostas sumariamente dão conta do que vínhamos postulando a respeito de inovação, criatividade, intuição e formas de ensinar. Resumindo, Aprender a Ensinar, onde o destaque está focado na maneira de pensar para atuar em quaisquer circunstâncias prevenindo-se contra as receitas técnicas e mesmices.

Aprendem brincando e jogando!
      Aprendem Brincando e Jogando

Notem…

O design thinking pode ser um vetor de mudança no aprendizado de ensino no país. Trata-se de criar um espaço para ser usado por todos os cursos em um ambiente propício para o processo de design thinking, a que chamaremos Centro de Referência, onde os processos se desenvolvem em um ambiente em que não há ideia burra. 

Inovação não é para gênios, é para gente que tem disciplina para buscar o maior número de informações possíveis e chegar com insights interessantes. Qualquer setor pode se beneficiar do emprego do pensamento de design, pois mesmo as equipes mais talentosas, por vezes caem na armadilha de resolver um problema sempre da mesma maneira. Ele vem se juntar às ideias desenvolvidas por Daniel Coyle no livro O Código do Talento, além do processo de se obter ideias maravilhosas já ventiladas neste Procrie em Importância de um Bom Ensino (I, II).

Como funciona

O design thinking tem a ver com formular, fazer protótipos e testar, além de antecipar o momento de realimentação. Em vez de gastar milhões de reais desenvolvendo um produto, que tal, antes, lançar uma primeira versão, mais simples, para um número menor de pessoas?

Identificando e resolvendo problemas

Desenho 0 Ginásio
Atividades na escola organizadas pelos alunos.
Ilustração Beto Pimentel.

Quando uma ideia se torna um sucesso, quando algo se torna inovador, nos perguntamos: “Uau, quem fez isso?” Na verdade, o que deveríamos estar nos perguntando é: “Uau, como isso foi feito?” O “como” é que devia ser explorado e analisado. O design thinking acelera o processo de inovação e é uma abordagem que ajuda a justamente entender a coisa.

A ideia é capacitar pessoas a partir de uma aprendizagem baseada em projetos reais apresentados por vários agentes ou empresas. O curso parte do princípio de que existe mais de um jeito de identificar e resolver qualquer problema ou desafio, tanto no ambiente de trabalho quanto em qualquer situação das nossas vidas. Pela primeira vez o mundo dos negócios está percebendo que há um método de resolução de problemas que não nasceu na área de administração. E pelo jeito, os executivos estão indo atrás desse método, que sugere que não importa o quão óbvia uma solução possa parecer – o que se espera aqui é que sejam criadas muitas soluções para a análise.

Nas aulas de design thinking os alunos resolvem problemas reais de diversas naturezas levados seus cases para a discussão. Em 45 minutos tem-se que ter 20 propostas e daí surgem hipóteses que normalmente nem seriam cogitadas. E isso é bom. Depois, você pode excluir as que não servem, de acordo com as suas restrições, quer sejam elas de lei, distribuição, geográfica, temporalidade etc.

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Heurística de Pólya

Etimologia: Heurística tem origem no termo grego εὑρίσκω, que significa “encontrar” ou “descobrir”. Tem a mesma origem da palavra eureca (εὕρηκα), que significa “encontrei”. (Wikipédia)

A Heurística é um procedimento que, em face de questões difíceis envolve a substituição de respostas para um projeto por outras de resolução mais fácil a fim de encontrar respostas viáveis, ainda que imperfeitas. Podendo tal procedimento ser tanto uma técnica deliberada de resolução de problemas, como uma operação de comportamento automática, intuitiva e inconsciente. (Análise heurística, o que é?, por Guilherme Gonzales, https://medium.com/ux-ui-design-1/fff5b7826ecb)

George Pólya, matemático húngaro radicado nos Estados Unidos, morreu em 1985 aos 97 anos, tendo deixado uma obra memorável: A Arte de Resolver Problemas. Nela desenvolve um conceito deveras importante para aprendermos a pensar. Entender a interpretar seus princípios significa avanços incalculáveis na maneira de pensar qualquer dificuldade em nossas vidas. Já nos reportamos sobre os ensinamentos de George Pólya neste Procrie. Em novo artigo retornaremos à sua heurística, e sua aplicação em educação física e esportes. Enquanto isto, reportem-se ao artigo Dicas Pedagógicas, de 16/fev./2010. 

Aguardem!

4 comentários em “Aprender a Pensar

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