Floripa, a “Ilha da Magia”

Florianópolis terra 5 ago 2013 sem legenda
Foto: Flickr: Rodrigo_Soldon/Reprodução

Revista americana elege Florianópolis a cidade ‘mais amigável’ do mundo

(Deu no Terra, 5/ago./2013)

“Leitores da revista americana Condé Nast Traveler, uma das mais vendidas publicações sobre turismo do mundo, elegeram Florianópolis como a cidade “mais amigável” do planeta em 2013. A publicação exaltou a simplicidade e gentileza dos moradores da “Ilha da Magia”, além de classificar a beleza de paisagens locais como “deslumbrantes”. A capital catarinense foi o único destino da América Latina presente entre as dez líderes do ranking”. […]

 

Índice de Desenvolvimento Humano – IDH

Isto sem falar que é a primeira entre as capitais brasileiras em IDHM – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal. Os dados são do Atlas do Desenvolvimento Humano Brasil 2013, apresentado em 29/07, em Brasília, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA) e a Fundação João Pinheiro (FJP). Os dados são calculados com base nos Censos Demográficos de 1991, 2000 e 2010, do IBGE.

Destacamos a participação invejável de Floripa e já que o Procrie é oriundo de Niterói, permitimo-nos nos colocar próximos, até porque temos laços bastante afetivos: uma neta nascida na Ilha da Magia e inúmeros amigos:

                Geral    Renda    Longevidade   Educação  Ranking
Florianópolis   0,847    0,87        0,873        0,8       3º
Niterói         0,837    0,887       0,854        0,773     7º

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Capital com melhor IDHM, Florianópolis se destaca pela educação

(Deu no Terra, 30 de julho de 2013, Fabricio Escandiuzzi)

A capital tem índice de desenvolvimento em educação considerado “muito alto”

Com o terceiro melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do País, primeira entre as capitais, Florianópolis (SC) tem como um de seus maiores destaques a educação. A cidade alcançou média de 0,8 neste quesito, o que é considerado pela Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) “muito alto”. De acordo com o secretário da Educação da cidade, Rodolfo Pinto da Luz, o desempenho é fruto dos investimentos na área: “Fazemos um trabalho intenso de capacitação. Professores, funcionários, faxineiros e serventes são capacitados e treinados sistematicamente para exercer a função. Realizamos concursos periodicamente para substituir os professores que se aposentam e procuramos focar no aprimoramento do pessoal e na melhoria das estruturas físicas de nossas escolas”.

Ex-reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luz é titular da pasta há quase uma década: exerceu a função durante dois mandatos de Dário Berger (PMDB) e, mesmo sendo candidato a vice-prefeito derrotado em 2010, acabou sendo convidado pelo atual prefeito César Souza Júnior (PSD) para continuar o trabalho.

Segundo o levantamento do Pnud, divulgado na segunda-feira, 93,06% das crianças entre 5 e 6 anos de Florianópolis frequentam a escola. No ensino médio a situação é mais complicada, mas a média ainda é bem superior desempenho geral do País. Na capital de Santa Catarina, 63,42% dos jovens entre 17 e 18 anos concluíram o ensino médio. A média de todo o Brasil é de 41%.

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Memórias pedagógicas que não consegui realizar… ainda!

Havia estado na cidade em dois momentos: inicialmente, em 1969, a turismo; outra em 1976, para o lançamento do Mini Vôlei no Brasil, do qual sou pioneiro, durante Campeonato Brasileiro de Voleibol masculino. Muitos anos se passaram e só retornaria à ilha em início de 2006. Minha neta, linda como todas as catarinenses, nasceu em Florianópolis em março/2006 e dois anos depois veio morar em Niterói. Nesse período de muitas idas e vindas, resolvi insinuar-me junto às autoridades e agentes educativos no sentido de compartilhar algum conhecimento com colegas da Educação Física e Esportes. Em especial, o voleibol, minha especialidade, mas também na Metodologia e Pedagogia de ensino. Ainda bem fresco na minha memória o encontro que tive com o secretário de Educação Rodolfo em seu gabinete, no Centro da cidade. Creio que foi por volta de 2008. Nesta época, insinuei-me muitas vezes por várias instituições para inserir o projeto de Iniciação Esportiva que há muito criara.

1. Secretaria de Educação Estadual – A primeira a ser visitada, infelizmente não consegui ter acesso ao(a) Secretário(a). A proposta era a de inicialmente colocar o projeto Mini Voleibol nas escolas da capital e formatar sua expansão por todo o Estado. O autor realizaria cursos presenciais, inclusive com acompanhamento regular pela Internet.

2. Secretaria de Educação Municipal de Florianópolis – Segunda visita. Entrevistei-me com o secretário de Educação Rodolfo Pinto da Luz. Da breve conversa que tivemos, com muita simpatia imediatamente colocou-me em contato com o Reitor da UFSC e, com ele, agendei um encontro.

3. Secretaria Municipal de Esportes e Lazer de Florianópolis (?) – O secretário de plantão foi convidado a assistir à palestra que proferi na UDESC para seus alunos. Falou-me rapidamente de suas realizações e programas e nos despedimos. Nada mais foi ventilado.

4. Secretaria Municipal de Educação de São José – Entrevistei-me com a Secretária, que me encaminhou a uma de suas auxiliares. Obviamente, uma forma burocrática e delicada de dizer que não estava interessada em ouvir-me. Mesmo sabedor desse estratagema, conversei com a funcionária e nos despedimos amavelmente. Encarei como um aprendizado nas relações humanas com o poder público.

5. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – Em conversa com o reitor (15 min), expus a necessidade de a UFSC disponibilizar atividades desportivas para TODOS de seu quadro discente, em especial as mulheres, tendo-me comprometido em produzir projeto com a Educação Física contribuindo para a tarefa. Seria uma forma também de alcançar a Educação Física e compartilhar com seus professores e alunos o projeto de Iniciação que postulava. Outro setor a ser contemplado seria a Pedagogia. Infelizmente, nada se consumou a seguir, nem nas escolas e tão pouco na universidade. E interessante, inicialmente manifestara desejo de ampliar essa área de atividade. 

6. Universidade Estadual de Santa Catarina (UDESC) 

a) CEFID – Aqui tive toda a acolhida possível a um “estrangeiro”. Pura simpatia, a Professora Fernanda Tolentino colocou-me à vontade convidando-me a proferir palestra com seus alunos e, inclusive, produzir aula prática com eles. A única falta foi o não comparecimento de alunos de escola pública (conveniada) para a realização da prática, certamente por motivo alheio ao Cefid. O equipamento específico – redes e postes -, além de outros materiais didáticos, foram levados pelo autor, inclusive um paraquedas.

b) Colégio Catarinense – Dia seguinte ao encontro no Cefid, fomos levados à Escola Catarinense, apresentados às diretoras pedagógicas e com muita alegria realizamos em suas instalações uma aula com crianças (e adultos) para ilustração de alguns professores do educandário. Temos certeza de que as alunas gostaram, pois me convidaram “a ser seu professor de voleibol”.

c) Reitoria e Direção de Ed. Física – Solicitei entrevista com o reitor. Seu substituto acedeu ao convite e acrescentou a presença do Diretor da Ed. Física. Muito afáveis, discorremos sobre nossos projetos e mais nada. Minha impressão foi que já faziam algo suficiente nesse sentido. Imaginei e creio até hoje sejam as experiências pedagógicas (aulas) para alunos de escolas públicas. 

7. Universidades privadas – Contatos com alguns professores da área do voleibol infrutíferos. Sempre muito amáveis, mas criando diplomaticamente obstáculos a um simples encontro.

8. Prefeitura de Florianópolis – Realizei pacientemente um périplo por quase toda a estrutura de governo municipal. Imagino que seria desgastante estar comentando, pois todos sabem das dificuldades burocráticas e, especialmente, as barreiras que se erguem diante de um “intruso” em seara alheia. A tônica sempre foram os despistamentos, passando de mesa em mesa, sem chegar a quem decide. Exceção ao Secretário de Educação, que prontamente enviou-me ao Reitor da UFSC. 

a) Prefeito (Dória) – Apresentei-me a ele em evento ciclístico público somente para solicitar que me indicasse o Secretário de Educação. Fê-lo imediatamente e logo marquei uma entrevista.

b) Chefia de Gabinete – Após perambular pela Secretaria de Educação e Reitorias, retornei ao gabinete do prefeito. Como natural, tive que entrevistar-me com o chefe do gabinete. Muito atento, e muito político, ficou de falar-me adiante. Aguardo até o momento.

c) Secretaria de Ação Social – Não consegui a necessária entrevista com a Secretária, mulher do Prefeito. Deixei o projeto ali logo após ter estado na Eletrosul, pois viajaria em seguida para Niterói. Mas voltaria a qualquer momento para sua avaliação. Provavelmente não foi considerado, permanece sem resposta.

9. Academia de Polícia Militar – Insinuei-me junto a um cadete por acaso, quando nos conhecemos no restaurante gerido por sua mãe. Dei-me a falar sobre meus projetos com crianças e disse-me da preocupação de seus instrutores sobre o serviço social (ações desportivas comunitárias) que pudesse ser realizado pela PM em comunidades menos assistidas de todo o estado. Fui convidado e realizei a palestra. Infelizmente não tinham tempo (carga horária) para uma demonstração prática.

10. Eletrosul – A busca de patrocínio me levou ao local mais próximo, a Eletrosul. Seus funcionários muito afáveis fizeram de tudo para orientar-me no processo burocrático a seguir. Cumpri todas as exigências, mas deparei-me com um único pequeno problema: precisava do aval da Prefeitura ou de uma das Secretarias firmando nossa sociedade. Em véspera de retorno a Niterói, busquei a Secretaria de Ação Social, vizinha à residência de minha filha. Inclusive, a titular era a esposa do Prefeito. Como não estava presente, deixei os papeis com sua secretária, inclusive explicando minha ausência forçada, mas que retornaria em breve. Nunca houve resposta.

11. Comunicação – Em busca de apoio da mídia enveredei pela Rede RBS, que abrange os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul através de emissoras de TV e rádio, jornais e portal de internet. E creio, repetidora da Globo.

Lição –  Só trabalham com fatos. Teria que primeiro realizar algo para, em seguida, entrar na pauta. Percebam como é importante produzir alguma coisa para mostrar a quem decide e, a seguir, a quem pode publicar ou tornar visível a experiência ou ensaio.   

12. Igreja, Morro da Cruz – Sou católico, apostólico, romano e professo a religião com fé. Acolhi com simpatia o convite que um padre fez na homilia em uma das missas dominicais. O convite: que houvesse participação laica em projetos sociais que estaria desenvolvendo no Morro da Cruz. Aguardei-o ao final da missa e manifestei minha intenção de ajudar. Pediu-me que deixasse nome e telefone de contato na sacristia. E assim foi feito. Passaram-se muitos domingos, e nada. Certa feita resolvi interpelar a secretária sobre o padre e os projetos. Disse-me ela: “Ele viajou e não sabemos quando voltará”. E, dessa forma, vi-me frustrado uma vez mais. 

13. Instalações desportivas – Ginásios, campos de futebol, pistas de atletismo e espaços abertos estão à disposição das comunidades para a prática desportiva. Especificamente, visitei dois deles.

a) Ginásio no Centro – Ginásio poliesportivo, creio que pertencente ao município de São José, localizado próximo ao shopping Angeloni. Estive lá pela manhã para indagar sobre suas atividades e possíveis horários disponíveis para atividades com crianças. Estava deserto, tendo encontrado somente um funcionário de plantão, sem absolutamente nada por fazer.

b) Centro Comunitário – Com entrada pela Av. Santos Saraiva, próximo à residência de minha filha. Frequentava quase que diariamente para fazer caminhadas, como muitos moradores da redondeza. O campo de futebol, muito bem cuidado, reservado para atividades pré-programadas, como aulas regulares para adolescentes e possivelmente lazer de adultos em fins de semana. Notei que havia outros espaços abandonados, que certamente poderiam conter atividades para as mulheres, como uma ou duas quadras polivalentes. Sem contar a pista de atletismo… 

14. Congresso Internacional – Nesse período em que lá estive realizou-se um congresso internacional apoiado pelo Ministério dos Esportes, tendo sido convidados ilustres personalidades desportivas e educacionais do Brasil e do mundo. Destaque para o italiano Domenico De Masi, autor de O Ócio Criativo, obra em que apresentou um inovador conceito de trabalho, fundamentado na importância do tempo livre como aliado da criatividade. Todavia, como havia acompanhado pela web o Congresso Nacional Desportivo Português, interessei-me também em frequentar a palestra de eminente professora portuguesa da qual não me recordo o nome. Pelo que sei neste mês a UFSC promove outro congresso internacional, ao qual envidei esforços para participar, mas perdi o tempo da inscrição de trabalhos. Contudo, está “no ar” para quem se dispuser a visitar: http://prezi.com/9nhuhq5t7coh/procrie/ Enviei minha obra História do Voleibol no Brasil (2 vol., 1.047 pág.) para a Professora/Doutora portuguesa Isabel Mesquita, da Universidade do Porto, que com certeza lá estará.

15. João Batista Freire – Perguntado pelo professor mais proeminente, indicaram-me o Professor João Batista Freire. Telefonei para ele e marcamos o nosso primeiro encontro em uma livraria do Centro. Foi muito gratificante conhecer pessoa tão simples, bondosa e culta. Convidou-me a seguir para um encontro no Instituto de Educação, também no Centro, no dia em que haveria uma demonstração não me recordo se de capoeira ou judô. Mas, confesso, senti-me acariciado por sua simpatia e leveza. Adiante, não mais nos vimos. Quando souber de seu endereço enviarei um exemplar da História do Voleibol no Brasil. Alguém me ajuda?

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 Conclusão

Por minhas sucessivas tentativas de colocar o projeto em execução desde 1974, hão de considerar que não sou teimoso, mas um tolo e obstinado velhinho que acredita no que faz. Configurei minha passagem em Floripa sem amargura pelos NÃOS que recebi, mas até em contentamento por ter sido recebido com carinho e simpatia por todos. É evidente que no limiar dos 74 anos de idade já conheça comportamentos humanos e suas características especialmente quando submetidos a fatos novos e decisões a tomar. Não saí decepcionado em nenhum de meus encontros, mas tentando interpretar e assimilar como pensam e agem meus interlocutores. Este foi o meu belo aprendizado!

Quanto aos jovens catarinenses que desejem aprender lições de vida, não só saiam às ruas, mas tentem interpretar como agem e vivem seus conterrâneos mais próximos. Se chegarem a alguma conclusão, poderiam ajudar-me a entendê-los? 

Tenho saudades da Ilha da Magia… Ainda voltarei ao seu convívio, mas somente no verão!

 

 

 

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