Professor e Treinador Brilhante?

Estratégias de aprendizado

– Comunicando os objetivos a serem alcançados.

– Ensinando a pensar, aprender a pensar.

Diante de duas mudas de planta, quem pode prever qual dará a árvore mais alta? A única resposta possível é que ainda é cedo para dizer, porque as duas estão crescendo (Hans Jensen).

Sempre afirmei que me basta ver um ou dois jogos de voleibol para conhecer boa parte dos integrantes das equipes. Hans Jensen, um dinamarquês grandalhão, professor de violoncelo radicado em Chicago, era assim. Não conhecia dois de seus novos discípulos e produziu um exame diagnóstico e prescrição em segundos: a um faltava emoção, então transformou-o num torcedor histérico; ao outro, faltava estratégia de aprendizagem, então o professor virou um mestre zen. Não se limitou a dizer-lhes o que fazer, tornou-se aquilo que precisavam fazer, comunicando o objetivo a ser alcançado pelos gestos, pelo tom, pelo ritmo e pelo olhar. Os sinais foram direcionados a eles, concisos, evidentes e precisos. Indagado sobre o que achava dos dois alunos, qual tinha mais talento? E mais potencial? Respondeu: “É difícil dizer. Quando ensino, dou a todos tudo. Impossível saber o que vai acontecer depois disso”, concluiu.

Como ser um treinador brilhante? 

Em outro exemplo Coyle deixa no ar uma questão bem atual que ainda não foi respondida e imagino que todos nós estejamos a buscá-la incessantemente. Ele fala do maior treinador de basquete americano – John Wooden, da UCLA – que, embora fosse inegavelmente brilhante, Wooden não estava trabalhando em circunstâncias comuns. Os jogadores que treinou já chegavam à universidade exibindo um alto grau de habilidade e de motivação. Além disso, ele dispunha de vastos recursos e contava com total apoio.

E no caso dos treinadores que vivem uma realidade distante do ideal? Que tipo de trabalho funciona melhor em situações nas quais os circuitos neurais específicos ainda não existem? Ou, para formular a pergunta em termos que nos tocam mais de perto, o que produz um bom professor de voleibol?

(Com base no livro “O código do talento”, Daniel Coyle)

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