A VolleyWorld, revista oficial da Federação Internacional de Voleibol (FIVB), dá um merecido destaque, na sua última edição, ao Cool Volley, um projecto de iniciação e dinamização do Voleibol inspirado no Gira-Volei e que está a ser implantado à escala mundial.
Para difundir o Voleibol entre as crianças e os jovens em idade escolar, especialmente em locais com poucas infra-estruturas desportivas, a FIVB lançou em Janeiro deste ano o programa Cool Volley que usa versões simplificadas do Voleibol, dependendo da idade de cada jogador.
Conforme salientou o Presidente da Comissão de Desenvolvimento, Vice-Presidente Executivo da FIVB e Presidente da Federação Portuguesa de Voleibol (FPV), Vicente Araújo, o Cool Volley “é muito importante para o futuro da modalidade”.
Com o programa Cool Volley, o Voleibol é jogado num formato mais acessível por aqueles que se estão a iniciar na sua prática.
Cada equipa é formada por dois elementos, o campo tem dimensões mais reduzidas e só é permitido jogar em passe, sem manchetes ou ataques. Além disso, os próprios jogadores devem anotar a pontuação.
A FIVB acredita que a adaptação da prática da modalidade através do Cool Volley permitirá o desenvolvimento individual dos jovens e o crescimento da modalidade. “Muitas das nossas federações não têm recursos suficientes para acompanhar e desenvolver o Voleibol na sua base e por isso concentram-se no nível mais alto”, afirma Vicente Araújo. “Com este programa, queremos tirar essa concentração na elite e fazer as federações trabalharem com as categorias de base. O Voleibol é mais técnico do que muitos outros desportos colectivos e por isso há um aspecto educativo mais forte no treino dos jovens. Estamos a tentar incentivar a participação em massa de uma forma simples e com programas simplificados.”
Manual
Depois do lançamento do programa Cool Volley, a FIVB criou novas páginas no seu site, tendo disponibilizando um manual de instruções em inglês, francês e espanhol. O manual explica que a simplificação se divide em três níveis, abarcado as crianças e jovens dos 8 aos 15 anos de idade.
Para as crianças de 8 a 10 anos, o campo tem 4 metros por 4 metros e a rede possui 2 metros de altura. No estágio intermédio, o campo aumenta para 6m x 6m, com a rede a atingir os 2,12m. Para os jovens de 13 a 15 anos, a rede passa a ter 2,24 metros de altura.
“A ideia fundamental é a de que as crianças aprendam enquanto brincam e que o façam através de um sistema divertido que incentive a participação directa e a movimentação em campo”, afirma o Director Técnico e de Formação da FIVB, Helgi Thorsteinsson, defendendo:
“A melhor coisa do Cool Volley é que o treino não é analítico, mas feito por meio de diversão e brincadeiras.”
O programa complementa os projectos que a FIVB tem vindo a realizar, como o Mass Volleyball e o Volleyball at School, dando às escolas os meios necessários para apresentar a modalidade aos estudantes: vídeos, exercícios de treino, mini-jogos e transmissões pela Internet. “Este é outro exemplo dos trabalhos de formação da FIVB e significa que podemos levar a modalidade a escolas, grupos de jovens e centros comunitários de uma forma muito mais fácil do que dantes, ajudando a motivar as crianças a serem activas”, diz Vicente Araújo.
E a verdade é que a FIVB se espelha no exemplo português. O Cool Volley teve as suas origens em Portugal, onde a FPV implantou o projecto Gira-Volei em 1998. De acordo com Daniel Lacerda, Director Técnico Nacional, que esteve envolvido com o projecto desde o início, o objectivo era encontrar uma maneira de desenvolver o Voleibol num país com poucas instalações adequadas à prática da modalidade. “Sem pavilhões suficientes, o Gira-Volei foi a solução perfeita”, salienta Daniel Lacerda, recordando que a federação lusitana utilizou o programa para “motivar crianças e jovens a jogarem Voleibol”. “Com poucos recursos, podemos organizar-nos, jogar e levar o Voleibol a qualquer lugar”, diz, acrescentando: “Com o Gira-Volei, movimentamos cerca de 150 mil crianças e jovens e o Voleibol passou a ser a segunda modalidade mais praticada nas escolas.”
Daniel Lacerda cita mais números sobre o crescimento do modelo português: 1.800 centros espalhados pelo país acolheram mais de 5.400 jogos e distribuíram 120.000 camisolas, 20.000 bolas e 2.000 equipamentos no ano passado. Os frutos dos trabalhos da FPV também estão a ganhar maior visibilidade em níveis mais elevados. A Selecção Nacional de Seniores Masculinos, que se encontra disputar a Liga Mundial, conta, actualmente, com Alexandre Ferreira, um jogador cuja primeira experiência com o Voleibol aconteceu por intermédio do Gira-Volei. Em todo o país, o número de jogadores, clubes e equipas não pára de crescer. “Podemos oferecer a prática do Voleibol a crianças que, por falta de logística ou de clubes, nunca puderam jogar”, enfatiza o Director Técnico Nacional, justificando: “Neste momento, podemos chegar a todo o país e há jogadores a emergir fora dos clubes e dos locais tradicionais da prática da modalidade.”
Com a globalização do Cool Volley, Daniel Lacerda espera que o impacto positivo de Portugal se repercuta em todo o planeta. “Com o Cool Volley, podemos difundir o Voleibol no mundo inteiro, até mesmo em lugares sem instalações apropriadas, e também podemos melhorar o nível da modalidade reunindo mais jogadores potencialmente talentosos e trabalhando com eles de uma maneira dinâmica e correcta.”
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