Fábrica de Sonhos

Papai Noel, alguém acredita?

  Um Outro Mundo é Possível

Você acredita em Papai Noel? Quando se tem como oferta produzir qualquer tipo de educação para crianças, pensa-se em trabalhar também com marketing e comunicação, em que todas as temáticas passam a ser de seu interesse e o sentimento é de estar num país que não tem olhos de ver, que ainda não acordou para a sua realidade.    

 

O tempo passou muito rápido desde que voltei das primeiras experiências em 1974-75. Fui convidado a realizar um curso em Recife (PE) e, no ano seguinte, a participar de um encontro mundial sobre iniciação ao voleibol quase no topo do mundo, lá na Suécia.

1º Curso de Mini Vôlei no Brasil; SESI, Recife (PE), 1974

Esta foi a primeira vez que a Federação Internacional resolveu discutir o tema e o seu papel no desenvolvimento do esporte. Na mesma sala, muitos professores e técnicos de diversas nacionalidades, gente importante do esporte, com muita experiência, autores consagrados, catedráticos. Todos unidos, próximos, para falar em linguagem simples de como ensinar a aprender o movimento e como isso era importante de ser compreendido. À nossa volta, prontos para as aulas práticas, uma dúzia de lindas crianças suecas, todas entre 11-13 anos de idade, com seus olhares azuis, faces rosadas e cabelos loiros, quase brancos. Durante oito dias permanecemos num verdejante hotel na pequena cidade de Ronneby, pouco mais ao sul da capital Estocolmo. Corria o mês de julho, pleno verão para eles e o sol insistia em não se retirar, aquecendo corpos alvejados pelo longo inverno, como se compensasse tanta ausência. O firmamento jamais se entregava à noite, prejudicando o brilho das estrelas. Nesse cenário, várias demonstrações, aulas, palestras, filmes, debates e discussões em torno do tema ajudaram a construir e preencheram nossos dias. Em slides, calcamos nossa fala numa das mais animadas reuniões: versava sobre o emprego do jogo de peteca na iniciação ao vôlei. Tivera o cuidado de fotografar a atividade em várias praias do Rio e Niterói, o que contribuiu para uma verdadeira descontração entre os participantes. E até porque o meu intérprete foi o mexicano Ruben Acosta Hernandez, então vice-presidente da FIVB.                    

Os responsáveis pela educação ou pelo esporte do Brasil em momento algum se deram conta do interesse que aquele encontro despertou em outras nações e sua importância ao serem discutidos temas pertinentes. Somos, realmente, uma sociedade de resultados, imediatista, sem qualquer pretensão ao planejamento, pesquisa ou estudo. Fui obrigado a me mexer, a me mostrar para, obstinadamente, não deixar morrer o sonho de ajudar a construir um outro mundo para as crianças. Mas tudo isso é compensado quando se vê um sorriso de criança, pobre ou rica, numa confraternização que mostra que pelo menos a utopia é possível. E isto vivenciei, tanto em Icaraí, na Barra, em Ipanema, em Copacabana, como também no morro do Cantagalo e alguns CIEPs – as escolas municipais – do Rio de Janeiro.                    

Roberto Pimentel na Praia de Icaraí, maio/1993, 300 crianças.

Um dia, tenho certeza, ainda verei um número que desconheço – multiplicado por 100 mil e estará por aí, nas escolas, nas praças, com suas bolas e bonecas alegres e divertidas, a brincar e a jogar. E em todos os pequenos corações a inscrição: “um outro mundo é possível”!                   

Meus agradecimentos a várias entidades e personalidades que acreditaram e contribuem para que o sonho se torne realidade. Entre tantos, Carlos Arthur Nuzman, atual presidente do COB, CBV, Prefeitura do Rio do Janeiro (Fundação Rio Esporte e Secretaria de Educação), Centro Rexona (Curitiba, PR), Bernardinho, o meu maior incentivador Arlindo Lopes Corrêa, e tantos outros que me ajudaram e estão contribuindo para a realização de um grande sonho. Cheguei até aonde poderia ter chegado. Cabe a eles e a nova geração de professores criarem seus próprios sonhos e ir mais longe.                     

Vejam a seguir alguns registros dessa escalada para mim vitoriosa, pois estarei computados pouco mais de 30 mil visitantes a este Procrie em somente 12 meses de atuação.                    

Ricardo Tabach supervisor de curso coordenado por R. Pimentel, Recife, 1991
Bernardinho, Tabach e a seleção feminina em Copacabana, 1994.
Roberto Pimentel, Bené, Bernardinho e R. Tabach, praia de Copacabana, 1994.

 

Ginásio do Tarumã, Curitiba, adaptado para o Centro Rexona, com suas quadras de mini voleibol.
1º Curso de Técnicos de Voleibol de Praia, EsEFEx, Rio de Janeiro
Curso de Formação (CBV) para professores da rede pública (Cieps) do Rio de Janeiro

                     

Exibição de mini vôlei no Maracanãzinho após Brasil e Rússia (Liga Mundial)
Bernardinho e Tabach, lançamento de franquia na Hebraica, revista Veja Rio

3 comentários em “Fábrica de Sonhos

  1. 1.12.2011, Air Jordan… Você realmente faz isso parecer tão fácil com a sua apresentação, mas acho que este assunto é realmente algo que eu nunca iria entender. Parece muito complexo e extremamente amplo para mim. Estou ansioso para o seu próximo post, quando tentarei pegar o jeito dele!

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