Unidos Seremos Fortes!

Aos Professores e Amigos Maranhenses

Participo eventualmente dos debates – às vezes crio-os – dessa excelente ideia do Laércio que é o CEV, o Centro Esportivo Virtual. E um dos maiores partícipes é o Leopoldo Gil Dúlcio Vaz, um batalhador pela democratização do Esporte e da Educação, especialmente no Maranhão. Em 26-10-2010, ele postou no CEV o seguinte desabafo e conclamou os representantes maranhenses a participarem de uma verdadeira cruzada em prol do esporte, o qual me permito transcrever, bem como comentários a respeito acrescidos de alguns dados estatísticos sobre o Procrie.  

Unidos Seremos Fortes. “Com esse mote, o Biguá (presidente da Federação de Voleibol maranhense) pergunta o que podemos fazer para ’despertar’ da letargia os dirigentes de nosso esporte ’ama-dor’, os presidentes de federações. Em artigo do Paulo Tinoco, parabenizando o Betinho e as ’Meninas do Basquete’ deixa claro que a conquista  do ’título’ de quarta força do basquete brasileiro reconquistada, é mérito do professor-treinador por seus esforços e dos ’pai-trocinadores’ da equipe; não houve ingerência quer da Federação – pelo menos não atrapalha – nem da Secretaria de Esportes e Juventude. A Viva Água encerra o  apoio à Natação, fechando o clube que mantinha. Nossos melhores talentos conseguem resultados expressivos por clubes e federações de alhures, por falta de apoio dos daqui. Há anos venho batendo – e tenho culpa nisso – de que não temos clubes esportivos, apenas times de futebol, que para se valerem de algumas benesses mantêm equipes de outros esportes, por força de lei, mas sem qualquer ajuda, além de emprestar o nome e, muitas das vezes, nem mesmo a camisa. Pois bem, Biguá, se com a força do Sistema você não consegue fazer nada, quem sou eu? Mas não devemos nos omitir. Minha sugestão: um encontro estadual de esporte; não aquela politicalha petralhista que se fez em torno da conferência estadual de esportes. Vamos chamar o CREF-MA, o SINDICATO DOS PROFISSIONAIS, o DEF/UFMA, o DEF/UEMA, os Coordenadores das demais agências de formação – UniCEUMA, São Luís, Dom Bosco, IF-MA, e claro, os vereadores e deputados ligados aos esportes, para uma reunião junto com todos os Presidentes de Federações e de Associações Esportivas. Nem precisa da participação dos órgãos governamentais, como as Secretarias de Estado e Municípios. Vamos elaborar uma Carta de São Luis em prol do esporte maranhense e levar aos dirigentes, à Sra. Governadora, aos Senhores Prefeitos. Tenho certeza, Biguá, que teremos o Oliveira Ramos, o Alfredinho, o Zeca, você, enfim, o pessoal da imprensa séria, a própria ACLEM, o Comitê de Direito Esportivo da OAB-MA, enfim, todos em torno dessa batalha. Rumo a 2016. Quando nos reunimos? Sugiro seja na Viva Água. Podemos conversar com a tia Denise para ceder o espaço do auditório e formar uma Comissão Pró-esporte do Maranhão. Só aceitamos pessoas interessadas em trabalhar efetivamente! Fica lançada a Cruzada”.

Comentários, por Roberto Pimentel, em 14.11.2010.

Prezado Leopoldo,

Diz-se no Brasil que quando não se pretende resolver coisa alguma cria-se um GRUPO DE TRABALHO, ou, então, marca-se uma reunião. Ocorre que antes de tudo, os assuntos já foram tratados nos bastidores e ajustados segundo interesses da categoria dominante. É assim no esporte, nas repartições públicas – aliás, com o supra sumo do Sarney, o mais inteligente de todos os mestres. No caso do Biguá, por exemplo, me parece que ele é um dos diretores (talvez Comunicação) da CBV. Certamente, por conveniência de votos do Nuzman e, agora, do Ary. Creio que no início deste ano o Grupo do Voleibol formado por alguns professores idealistas de São Luiz levou suas propostas de desenvolvimento e apoio à federação de voleibol. Reuniram-se, fizeram suas propostas, obtiveram a promessa de apoio (ou pensar no assunto) e a iniciativa não durou talvez um mês. Tudo deve estar como outrora. E não adianta tentar e tão pouco dar murros em ponta de faca. Se não for por iniciativas individuais ou de pequenos grupos, tudo tenderá à estagnação. Rezemos com mais fé, pois “Deus é brasileiro”.

À distância acompanho a sua luta e daqueles professores para mudanças drásticas. Mas, no Maranhão, como no País, algumas gerações terão que se suceder para uma revolução esportiva. Um dos meios pacientes que encontrei é atuarmos todos na Educação de nossos professores. E nessa perspectiva, aponto para a minha iniciativa com o www.procrie.com.br. Se mais não fazem é porque estão seguindo caminhos que não levam às soluções. Tenho certeza de que um Curso Presencial levando novas propostas de ensino em muito modificaria a conduta dos participantes. Precisam de um empurrão para sair do marasmo em que se encontram. Buscam soluções e não encontram no próprio território e, aí, o que fazer? Estão fadados a repetirem os mesmos erros com os mesmos coronéis a dizer-lhes o que fazer.

Perdôem-me o desabafo, desculpem-me todos, mas ao longo da minha vida é assim que percebo que o País funciona. Funciona? Ganhar medalhas, ser campeão mundial é bom? Para quem? Certamente que só para o COB. E os demais, milhões de excluídos? Alguém também quer entrar para este rol da fama? Chega de hipocrisia de nossos políticos e dirigentes! Deixemos de visar o campeão e volvamos nosso olhar para as crianças, como bem lembrou o Pelé no Maracanã. Não nos deixemos ser utilizados pela máquina que aí está. 

A educação das crianças recai primordialmente sobre dois agentes: os pais e os professores. Logo, um professor mal formado exercerá influência daninha sobre milhares de indivíduos em formação, que se perpetuarão. A mudança começa na formação dos professores, e certamente nas UNIVERSIDADES, com a valorização da cadeira de Psicologia Pedagógica e Filosofia. Realizei há tempos uma tentativa nesse sentido, conversando com os Reitores da UFSC e da UDESC, e os Secretários de Educação de Florianópolis e São José, município adjacente. Tratei com propostas para o ensino fundamental e universitário, ambos inexistentes no País. Fui vencido pelo lobby existente, pois o que “vem de fora pode atrapalhar-nos a todos”.

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Curso Presencial

A necessidade de um encontro entre indivíduos interessados numa causa com um estranho à sua comunidade é de suma importância diante da perspectiva de uma análise diferenciada e pautada pela experiência de várias outras circunstâncias. Sob essa ótica, criam-se oportunidades de discussão e encaminhamento de ideias no sentido do bem comum. É menos provável que se dê voltas em torno do mesmo lugar. Assim, além de executar, orientar e dirimir dúvidas, ou até deixar que se manifestem e possam juntos encontrar soluções, o professor cursilhista torna-se o facilitador e contribui para que os próprios alunos sejam criativos e espontâneos em suas buscas pedagógicas. As soluções, então, não virão de fora, mas brotarão das conversas mediadas.

Dados estatísticos. Com pouquíssima visitas ao Procrie – São Luís, 36 e Imperatriz, 2 – quando no Mundo são 4.600, distribuídas por 35 países. No Brasil estão espalhadas por 194 cidades. A grande novidade é Portugal, com 388 visitas/mês distribuídas por 52 cidades. A seguir, Estados Unidos (28 visitas e 11 cidades), Angola/Luanda, com 19 visitas; e, ainda, o Japão, com 16 visitas e 10 cidades. Com certeza, efeito do Campeonato Mundial de Voleibol Feminino. Considero isto um feito extraordinário!

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