O Bom Professor (II)

Formação Universitária

 Durante o ano de 2009 a jornalista Mônica Weinberg postou em seu blogue do site da revista Veja (www.veja.abril.com.br) vários problemas relacionados com a Educação. Destaco aqui dois deles que tratam da Formação de Professores nas nossas universidades: “Professores (mais uma vez) reprovados”(3.3.2009); e “O problema está nas faculdades” (22.4.2009). Em conclusão:

O Ministério da Educação (MEC) vai divulgar nas próximas semanas um pacote que mira um problema central do ensino no país: o nível dos professores de ensino básico é baixíssimo, tanto que chama a atenção no cenário internacional – mesmo que a comparação seja com países até mais pobres que o Brasil. Significa que a maior parte não apenas desconhece as matérias sobre as quais tem responsabilidade direta, como, pior ainda, revela dificuldade em ensinar. Não se sabe exatamente o que inclui o tal pacote oficial, mas já se fala na criação de uma prova, aplicada pelo próprio MEC, que se encarregaria de estabelecer um padrão mínimo – e nacional – para a escolha dos professores. Caberia a cada estado a decisão sobre a adoção dessa prova. Eles também ficariam livres para incluir questões mais focadas na realidade de suas regiões. Não se trata, portanto, de nada compulsório nem tampouco inflexível. Mas, embora bem-intencionada, a medida não ataca a raiz do problema.

O roteiro é conhecido. Professores fazem uma prova e revelam desconhecimento sobre o básico do básico. Dessa vez, a história se passou no Rio de Janeiro, onde 78. 000 profissionais responderam a um teste aplicado pelo governo do estado. Apenas 18% tiraram a nota mínima. Eles não acertaram questões simples de leitura e escrita. Também patinaram naquelas matérias que pretendiam ensinar. Novo vexame. 

A indignação com o resultado teve um efeito prático. É raro e merece atenção. Um grupo de especialistas contratado pela Escola de Governo do Rio, ligada à Secretaria de Planejamento, está debruçado sobre um projeto para melhorar o péssimo nível dos professores. A ideia é boa. Se for adiante, vai significar treinamento extra para professores que, não importa o indicador para o qual se olhe, vão mal – muito mal. Uma vez aprovados no concurso, eles passariam um ano recebendo reforço nas matérias, lições de didática e (fundamental, mas exceção no país) teriam uma experiência prática em sala de aula, sendo orientados por alguns dos bons professores da rede. Uma espécie de residência pedagógica, tal qual ocorre com os estudantes de medicina. Aí sim, assumiriam uma classe. Até o final de março, o projeto será apresentado à Secretaria Estadual de Educação do Rio. Pode interessar a mais gente. Basta lembrar o recente fiasco dos professores-nota-zero em São Paulo.

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