Formação de Professores (I)

Curso on line?

No site da Veja.com acompanhei esporadicamente as propostas de um seminário com relatos sobre a Formação de professores. Foram vinculados 432 comentários, todos oriundos de professores interessados na melhoria do ensino no País. Infelizmente, quando tentei enviar a minha proposta já estavam encerrados os recebimentos. Todavia, ela “está no ar” neste blogue que compartilho com vocês: “Minha proposta resume-se em Aprender a Ensinar através de uma formação continuada e compartilhada entre professores e acadêmicos. O objetivo é alavancar a ultrapassagem entre a Teoria e a Prática, oferecendo textos e casos vivenciados na busca de solução para um ensino eficiente. Tudo isto tratado na Internet de forma graciosa e transparente”.

Comentários. Reproduzo parte daqueles comentários sobre o tema. Tomem nota do que dizem os nossos colegas sobre o ensino. Evitei consignar o nome dos autores.

1. É tarefa quase utópica proporcionar qualidade em cada canto, pois a qualidade só acontece onde houver boa vontade e sintonia com as metas centrais. Principalmente porque a qualificação docente não está preparada às exigências de novas propostas. (28/05/2009)

2. As faculdades deveriam preparar mais os professores para trabalhar na sala de aula, sou aluno do curso de pedagogia, estou terminando o curso, as matérias não têm nada com o que passamos na sala de aula, tem aluno que sai da faculdade do jeito que entrou simplesmente vazio. (22/05/2009)

3. O texto Formação de Professores diz que apenas 20% das disciplinas do curso de pedagogia dedicam-se a metodologias de ensino. Cabe ressaltar, que a grade do curso, o plano escrito, indica esta porcentagem, mas na realidade este índice é ainda menor. Como ensinar de uma forma diferente, se na própria faculdade apenas criticam o tradicional e não ensinam, de fato, fazer o novo. No curso de medicina ensinam um médico a operar. Já os cursos de pedagogia não ensinam a ensinar. As universidade e faculdades continuam a receber por um serviço que finge que prestam, haja vista que diplomados temos aos baldes. (12/05/2009)

4. A educação em nosso país está longe de chegar ao nível dos países de primeiro mundo, pois falta esforço do governo para que chegue a tal e, não é dando um piso salarial de R$ 950,00 às 40 horas semanais, somente aos professores da rede pública e os da rede particular? (19/05/2009)

5. Todos os professores devem dispor de tempo para reciclagem, aperfeiçoamentos, e especializações em no mínimo a cada dois anos. (15/05/2009)

6. Quando penso em formação de professores não penso só nos profissionais que estão saindo das universidades, mas principalmente nos que estão atuando há tempos sem terem a oportunidade de reciclarem e atualizarem seus conhecimentos e sua prática pedagógica. Portanto, além de valorização e condições de trabalho necessitamos a meu ver de capacitação periódica. (03/05/2009)

7. Investir na formação continuada, dar mais oportunidades para os professores se aperfeiçoarem, garantindo assim a melhoria na qualidade de ensino, investir em cursos de capacitação. (20/04/2009)

8. Promover humanamente os agentes de Educação, fornecendo oportunidade de sólida formação ética e exigindo a transmissão dos valores implícitos, bem como promover a informação multidisciplinar em todos os níveis para educadores e educandos. (14/04/2009)

9. Um professor só aprende a ser professor quando entra numa sala de aula e enfrenta todas as dificuldades e peculiaridades da profissão, pois a faculdade não o capacita. É responsabilidade do professor a sua constante atualização, a procura por especialização e o aprofundamento teórico sobre o que ensinar e como ensinar. O prazer em estudar é intrínseco à profissão, porém, hoje em dia, ser professor é andar em terra de heróis. (09/04/2009)

10. O professor sai despreparado das universidades no sentido de prática docente, então que todas as áreas sejam voltadas para pedagogia, didática e psicologia.  (06/04/2009)

11. Cursando o 5º semestre de Pedagogia em uma renomada universidade estou boquiaberto não só com a falta de conhecimentos básicos dos meus professores (todos com mestrado ou doutorado), como dos alunos, meus colegas, que dentro em pouco estarão a ensinar (?) crianças por todo o Brasil. Os textos impressos, produzidos pelos meus professores, além de oscilarem entre uma retórica estéril e cansativa e um engajamento e proselitismo político anacrônico e patético, são tão mal escritos, com tantos e graves erros de português, que me produzem um sentimento que pendula entre tristeza e desespero. A formação dos professores é uma farsa. Somente altos salários e ótimas condições de trabalho, juntamente com uma avaliação rigorosa e constante do desempenho docente, podem atrair e manter mentes brilhantes no magistério e mudar a triste realidade do ensino no Brasil. Todo o resto é piada, são medidas paliativas que só atrasam o enfrentamento da realidade e dão a falsa noção de que se está fazendo algo pelo ensino, quando os fatos mostram que ele está cada dia pior. (04/04/2009)

12. Formação de professores, Curso on line. A própria pedagogia não ensina a ensinar. Oferecer oportunidades de formação em serviço pode ser uma oportunidade de cobrir a lacuna deixada pelos cursos de graduação e atender o professor que está atuando na rede. Cursos on-line são uma solução viável e prática, tive oportunidade de participar de um curso de formação que foi oferecido em parceria entre a Puc- SP e a Secretaria de Educação do Estado e devo afirmar que foi de boa qualidade.

13. O grande problema do ensino nas escolas está centrado num aspecto fundamental para a aprendizagem: como ensinar, como diagnosticar que houve aprendizagem. O pensar, a criatividade e a pesquisa deveriam ser os grandes agentes de transformação pessoal do educador. A avaliação realizada pelo aluno deverá ser um termômetro de como está ensinando. Respostas criativas e inovadoras, sem perder o cerne da questão deverá ser o ponto de partida para avaliar o seu desempenho como profissional da educação. (23/03/2009)

14. Concluímos um curso de pós e a tese da TCC foi ” Quem educa o educador”? Constatamos que durante os anos de estudos para a graduação do professor são pouquíssimas as disciplinas que abordam a questão da formação pedagógica. Como ensinar? Como posso transformar o espaço da sala de aula, as aulas, o convívio com meus alunos de forma que a interação e, o estímulo ao estudo aumente. A vontade, a responsabilidade de fazer com que isso aconteça é que deve ser trabalhado com os professores. Isso pode até constar em manual de ensino. Mas deveria existir, sim, uma categoria de professores que convivessem com os professores dia a dia e os ensinassem como ensinar. (18/03/2009)

15. A questão não é apenas metodológica, mas a relação direta entre a teoria e a prática. Mesmo que se amplie a carga horária das metodologias, corre-se o risco de fazê-la alienada. Não se trata de ampliar horas de estágio. O fundamental é dar sentido e significado aos conteúdos que não têm, a rigor, nenhuma participação do aluno. (18/03/2009)

16. Sou professora, pedagoga e pós-graduada em docência do ensino superior. Percebi que a área mais importante da universidade é a pedagogia e ali não existe a Formação e sim a informação de professores. Infelizmente as universidades viraram comércio, pois muitas têm um quadro de professores que nunca colocaram os pés em uma sala de aula, e a pergunta só a teoria forma ou informa? Como posso ajudar a orientar os futuros professores se eu não tenho a prática, isso acontece também com os estágios que os alunos são obrigados a fazer, mas com uma supervisão teórica e volto a questionar e a prática, onde foi parar? (18/03/2009)

E agora? Tem alguma sugestão?

De minha parte dei o ponta pé inicial, isto é, criei algo similar a um “Curso on line” como proposto por um dos professores. Se vai dar certo, depende de você. Estarei ao aguardo dos comentários para voltar ao assunto. Até lá.

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