Palavras-chave: História do mini vôlei. Curso de capacitação. Esporte e educação. Iniciação esportiva.
Curso de Capacitação e Atualização. Tomarei como exemplo os cursos que proferi em Recife (PE), em 1974, quando prestando serviço terceirizado ao SESI Nacional em excelente programa de Iniciação Esportiva, que se estendeu de 1972 a 1977 sob o tema “Esporte é Educação”. No primeiro, as aulas se estenderam por longos 45 dias nos meses de janeiro e fevereiro. O outro, no mesmo ano, com 30 dias de duração, agora no mês de julho. Aulas de 60 min, duas vezes na semana para três turmas.
A principal característica recaía na capacitação/atualização de professores e acadêmicos de Educação Física simultaneamente às aulas práticas com crianças. Além delas, ministrava duas aulas teóricas por semana. A grande proposta do SESI era a perenidade das ações. Assim, caberia aos instrutores do curso designar professores locais para a continuidade das aulas. Nesse intuito os candidatos se inscreviam no curso, recebiam gratuitamente uma atualização de seus conhecimentos e concorriam a um emprego. Além, é claro, ao certificado de curso. Na maioria dos casos, recebiam também apostilas da matéria.
Lidando por tanto tempo com o grupo, tendo conhecido seus professores de universidade e principais técnicos de clubes da cidade, frequentado seus treinamentos e participado do curso ministrado pelo japonês Imai (em Recife), não pude deixar de fazer um juízo com relativo grau de confiabilidade acerca das potencialidades dos professores pernambucanos.
A respeito do japonês Imai, chegou ao Rio em agosto/73 trazido por Nuzman, então presidente da federação carioca de voleibol, para realizar cursos básicos para treinadores. Foram estendidos para todo o país em diversas capitais. Participei do primeiro, inclusive compus uma apostila (com fotos), que depois enviei exemplares para Recife, não só para os professores do SESI, como para os demais participantes do evento da federação pernambucana. Anos mais tarde, Imai seria auxiliar de Josenildo (professor e técnico pernambucano) no Banespa, em São Paulo.
Voltemos então ao curso no SESI. Conheça o relato dessa inesquecível experiência que consignei com muito orgulho nas páginas do livro sobre a “História do Voleibol no Brasil” no prelo.
Centro do Ibura, Recife (PE) – Em janeiro de 1974 fui convidado a fazer parte da equipe de professores (terceirizados) no Rio de Janeiro que auxiliavam na promoção dos cursos de iniciação e atualização em diferentes Centros Esportivos da entidade. Mais especialmente, no Nordeste. Nesta primeira e inesquecível experiência tivemos a ajuda e a participação inesperada de um colega de universidade e professor de judô. O destino era o Centro do Ibura, nos arredores do aeroporto de Guararapes, em Recife. Fui presenteado antes mesmo do embarque com um pequeno recorte de revista, rasgado, que informava ao leitor sobre uma forma de aproveitamento de espaço para o ensino do voleibol para iniciantes: “vôlei em campo pequeno”. O recorte não tinha mais do que dois períodos de texto, mas um providencial croqui sobre aquela forma de dispor os campos num ginásio ou espaço equivalente. Na viagem fui refletindo como poderia dispor os alunos e construir uma metodologia pertinente para os professores que fariam o curso de monitores. Em Recife o Centro estava ainda em obras não tendo sido inaugurado. Isto contribuiu para que, junto com o gerente, pudéssemos esquematizar como construir os postes removíveis que imaginara para a confecção das pequenas quadras de jogo. Aproveitamos tubos de PVC e construímos as bases com discos (30cm) de concreto. Os postes não receberiam redes, mas sim cordas: furamo-los a 2,5m de altura, e uma única corda foi perpassada, do primeiro ao último, compondo várias miniquadras, no sentido longitudinal de uma quadra (de tabela à tabela). A marcação improvisada com giz ou carvão deu o toque final às medidas dos campos de jogo. E por fim – metodologia e pedagogia – foram produzidas em curtíssimo espaço de tempo, ou simultaneamente às aulas, de acordo com a imaginação: “Fiz-me criança e dei vazão à criação”. Quando do retorno, descobri na biblioteca do Sesi artigo elucidativo daquele que considerei guru e orientador neste trabalho precursor, o alemão Gerard Dürwächter, com quem me encontrei um ano depois, na Suécia, durante o 1º Simpósio Mundial de Minivoleibol patrocinado pela FIVB. Empolgado pelas aulas e receptividade das crianças, aprofundei as leituras, tendo desenvolvido, então, um curso didático para professores, estabelecendo métodos e caminhos a perseguir na iniciação do vôlei, dando-lhe característica diversa à preconizada pelas universidades e mestres de plantão. Além de ocuparmos mais alunos por classe, as aulas passaram a ser muito mais dinâmicas, alegres e ruidosas, despertando a atenção e atraindo mais adeptos para o esporte. Realizei no mesmo ano, em julho, ainda no Ibura, um segundo curso, com outros professores, consolidando o método. Produzi todo o planejamento e material didático em diapositivos, que permitiram maior criatividade nas aulas e demonstração do método simultaneamente por toda a equipe do Sesi em outros locais. Tornou-se destaque e sucesso absoluto! De quebra, credenciou-me a participar de simpósio mundial no ano seguinte por conta da entidade.


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